Revelações interessantes

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Quando acordou só ainda o Ron estava a dormir. Já era tarde para tomarem o pequeno almoço, aliás, era já bastante tarde. Tomou um duche rápido, vestiu-se e tentou acordar o Ron, que continuava a dormir.

--Ron acorda! – exclamou enquanto o abanava.

--Só mais cinco minutos. – implorou Ron mais a dormir do que acordado e tapando-se com os cobertores.

Ainda não podia acreditar que Ginny gostava do Malfoy. Não tinha a certeza que era mesmo ele mas era este que tanto ele como Ron detestavam. Não sabia se deveria ou não contar a Ron que a sua irmã estava apaixonada. Se contasse era capaz de haver um homicídio muito em breve. Por equanto não ia dizer a Ron pois na verdade eram assuntos da Ginny e ele, Harry não tinha nada a ver com isso. Mas não conseguia era perceber como poderia Ginny gostar do Malfoy se ele nunca foi simpático, aliás, simpatia é um sentimento que Malfoy nem sequer deveria perceber. Muito pelo contrário, ele sempre a tratou mal, sempre a rebaixou pelo facto dela ser pobre e, no entanto ela gostava dele. Era realmente uma coisa muito estranha, simplesmente não compreendia. Mas era normal não compreender pois a única pessoa por quem teve uma atracção foi Chang e não sentiu, nada de muito especial por ela. Talvez Ginny senti-se algo muito forte por Malfoy sem explicação alguma. Decidindo não contar a ninguém sobre o que tinha ouvido na biblioteca voltou a abanar Ron.

--Já é muito tarde e vamos ter agora Defesa Contra as Artes das Trevas. Perguntava-me quem será a próxima vítima.

--Que vítima? – Ron empurrou os cobertores e esfregou os olhos.

Harry não conseguiu conter o riso, Ron estava mesmo muito engraçado. O seu cabelo fazia-lhe lembrar o seu, espetado para todos os lados.

--O novo professor. Acontece sempre qualquer coisa a todos os professores de Defesa Contra as Artes das Trevas, o que será que vai acontecer a este?

--Não vai demorar muito para descobrirmos.

--Não, no final do ano já sabemos. – disse irónicamente atirando uma almofada a Ron.

--Hei, isso não vale!


A sala onde tinham Defesa Contra as Artes das Trevas desta vez parecia-se muito às masmorras de Snape. Estava decorada com curtinas negras e velas pendiam pelas paredes conferindo um ar sinistro ao lugar. Dentro dos armários estavam livros com capas grossas e velhas e instrumentos que não conhecia mas que se assemelhavam-se muito a objectos e tortura. A sua primeira impressão não foi nada boa. Este ano compartilhavam esta aula com os Slytherin o que não agradava a nenhum Gryffindor. Sentaram-se na última fila, o mais longe possível de Malfoy e os seus guarda-costas, que acupavam as primeiras filas.

--Então são a voçês que eu vou ensinar a defenderem-se? – Perguntou um homem que entrou na sala e que devia ser o novo professor. Aparentava ter, aproximadamente, 30 anos. Era delgado e atraente com um cabelo de um castanho avermelhado e escuro e uns olhos azuis também escuros. Tinha pele muito pálida e um bocado azulada, como se tivesse estado dentro de água gelada durante alguns minutos. Além disso, os seus lábios eram, igualmente, de um tom azul. Trajava vestes vermelho sangue e originou suspiros entre as raparigas (e alguns rapazes) mal apareceu.

--Como já devem ter reparado, sou o vosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. O meu nome é Matheus Alden e espero que as aulas os ajudem num futuro próximo.

Pois bem, alguém já ouviu falar do feitiço Outirgium? – perguntou passando os olhos por toda a turma e parando, como era lógico, em Hermione que mantinha o braço esticado o mais possível. – Sim Miss…?

--Granger, professor. O feitiço Outirgium permite descobrir o estado de espírito do adversário visto que quando efectuado, este fica rodeado de uma aura colorida. – respondeu, detalhadamente Hermione.

--Exactamente. 10 pontos para os Gryffindor. A cor da aura muda, como disse Miss Granger, consoante o estado de espírito do receptor do feitiço. É muito usado durante os duelos, uma vez, que dá uma vantagem sobre o adversário. Se, por exemplo, este estiver com medo, ao utilizarmos o feitiço descobrimos isso e, assim, aproveitamo-nos desse seu ponto fraco.

--Existe algum contra feitiço? – perguntou Harry. Não lhe agradava a ideia de que durante um duelo com algum Devorador da Morte este descobrisse o que estava a sentir.

--Uma excelente pergunta, Mr…

--Potter, professor.

Alden olhou demoradamente para ele como se estivesse a fazer uma avaliação completa sua. Já estava habituado a que olhassem para ele como se fosse algum ser estranho mas mesmo assim adeava.

--O contra feitiço é na realidade muito simples – revelou Alden quando parou de o abservar para olhar a turma inteira. – É o Sruvtrium. Ao usa-lo só temos de nos concentrar em esconder os nossos sentimentos…

--Ele diz que é fácil? – sussurou Ron a Harry.

--Pois, é exactamente isso que ele disse. - Harry também não achava que esconder os sentimentos fosse uma coisa fácil. Aliás, parecia extremamente difícil.

--Rapazes importam-se de tomar atenção na aula? – repreendeu-os Hermione com cara de quem queria captar todas as palavras que saíam da boca do professor e que com eles a murmurarem, algumas delas se extraviassem.

Harry reparou que Ron ia-se preparar para uma das suas famosas discusões mas, para sua surpresa, isso não aconteceu. Muito pelo contrário, respirando fundo, voltou a prestar atenção ao que Alden dizia. Harry resolveu seguir o exemplo e percebeu que o professor estava a dividir a turma em pares.

--… e Mr. Zabini com Mr. Potter. Abram o livro na página 256. Está aí o que cada cor representa.

“Bem, podia ser pior. Podia ter ficado com o estúpido do Malfoy.” – pensou Harry.

A turma separou-se e foram-se juntando com os respectivos pares. Harry viu que Zabini despedia-se de Malfoy que, por sua vez, parecia não ouvir. Gostaria de saber o que Malfoy poderia estar a pensar. Pensando bem, não deveria ser muito dificil advinhar o que ele pensava. O seu mundo dividia-se em três partes: Ele, aqueles que o serviam e novamente ele.

Ron e Hermione tinham ficado juntos e estavam um bocado afastados por ordem de Alden que não queria os pares próximos uns dos outros para o caso de acontecer algum acidente.

Zabine apareceu à sua frente com um sorriso estranho no rosto. Tinha de admitir que era um rapaz bastante atraente. Tinha olhos azuis celeste que contrastavam com os seus cabelos castanhos escuros e um corpo atlético. Não ficou admirado por estar a reparar num rapaz pois não era a primeira vez que o fazia. Também já tinha reparado em vários rapazes, entre eles Malfoy que era sem dúvida um dos rapazes mais bonitos do colégio mas que era igualmente um prefeito idiota o que estragava logo toda a beleza que possuía. Ao princípio assustou-se quando percebeu que era bisexual mas agora já tinha se acostumado à ideia, mas ainda não tinha revelado aos seus amigos. Apesar de confiar neles tinha medo da sua reacção, principalmente a de Ron.

--Olá Potter. – cumprimentou-o jovialmente Zabini o que não era normal num Slytherin, mesmo nada normal.

--Olá Zabini. – retribuiu Harry – Preparado?

--Para quê? – perguntou Zabini confuso.

--Para lançares o feitiço. Eu vou tentar proteger-me com o contra-feitiço e depois trocamos, o que achas?

--Acho bem… - disse Zabini. No momento seguinte apontou-lhe a varinha e gritou o feitiço.


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Nas filas da frente Draco só percebeu que Blaise ia ficar com o Potter quando estes os dois já mandavam feitiços um ao outro à alguns minutes. Os seus pensamentos ainda estavam naquela maldita biblioteca… Aquela pobretona gostava dele! Está bem que ela não pronunciou, propriamente, o seu nome, mas tinha a certeza que era dele que ela gostava. Não era uma grande surpresa descobrir que ela gostava dele, afinal, quase todas as raparigas do colégio gostavam dele, para não dizer todas. Tinha também perfeita consciência que era a paixão secreta de muitos rapazes, o que era prefeitamente compreensível visto ser lindo de morrer. Mas aquela pobretona não tinha sequer uma hipótese com ele, além de ser uma Gryffindor, era uma Weasley que, apesar dela até ser bonitinha, bania-a rápidamente, da sua lista.
--Draquinho! – gritou-lhe uma voz que ele logo reconheceu, pertencer a Pansy.

--Importaste de não gritar dessa maneira? E quantas vezes tenho de dizer para não me chamares assim? – Pansy era realmente uma chata. Só a aturava porque o seu pai e o dela eram muito amigos.

--Mas Draquinho, já estou a tentar falar contigo à quase uma hora e tu não me ouves. - defendeu-se Pansy com uma voz melosa.

“Eu desisto… É melhor contar até 10! 1…2…3…” – pensou Draco.

--Pansy eu estava a tentar me concentrar e contigo a berrar dessa maneira não DÁ!! – esclareceu enquanto retirava os braços dela do seu pescoço.

Voltou a prestar atenção no seu arqui-rival. Ele emanava, agora, uma cor negra enquanto que Blaise, por sua vez, estava rodeado por uma luz vermelha. Abriu o livro na página correspondente ao feitiço Outirgium para ver o que significava aquelas cores. Estava curioso.

“…o verde significa que a pessoa em questão está muito contente…”. Não era esta que queria. Continuou a ler. “…o negro é a cor da depressão. Quando alguém está sob esta cor é porque está rodeado de uma tristeza muito forte…”. Não percebia como podia estar Potter deprimido. Ele parecia sempre alegre e a rir com os seus amiguinhos inúteis, até era isso uma das coisas que o punham irritado e que o incitava a meter-se com eles. Realmente não conseguia perceber… Voltou a observar Potter que estava agora a sorrir para Blaise e que para cúmulo, este retribui-a.

--Estava a pensar fazer uma armadilha para os nosso queridos amigos. Há muito tempo que não nos divertimos às custas deles. – disse Pansy de repente quebrando novamente a linha de raciocínio de Draco.

--Qual o plano? – inquiriu Draco. Realmente Pansy sempre servia para
alguma coisa.

--Fazer com que Harry e os seus amiguitos sejam apanhados a roubar alguma coisa do stock de poções pelo próprio Snape! – segredou Pansy excitada.

--É uma boa ideia, o Snape está muito pior com o Potter este ano por isso caso o apanhe vai ser o fim do testa-rachada! Só falta descobrir como vamos conseguir isso… - meditou Draco.

--Yah. – concordou Pansy.

--Pode ser que o Blaise tenha alguma ideia…

--É melhor o Blaise não saber. – interrompeu Pansy olhando para Blaise que continuava com aquele sorrisinho estúpido enquanto falava com Potter.

--Porquê? – indagou.

--És cego? O Blaise está caidinho pelo Potter. – revelou Pansy pousadamente como se isso tornasse a confissão mais fácil.

--Isso não teve graça. – declarou Draco.

--Não é uma piada! Não tens reparado como ele olha para o Potter ultimamente?

Na verdade Draco já tinha reparado que Blaise falava constantemente de Potter e que tinha deixado de participar nas brigas com ele mas tinha tantos problemas na cabeça também em relação a Potter que não tinha seguidos os sinais que mostavam que o seu melhor amigo gostava do seu pior inimigo! O seu mundo estava mesmo de cabeça para baixo.

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--Podem sair. – avisou o professor Alden enquanto arrumava os pergaminhos que tinha estado a ler durante a aula.

Os alunos arrumaram rápidamente as suas coisas e sairam o mais depressa possível da sala. Harry despediu-se de Blaise e foi ao encontro de Ron e Hermione que esperavam por ele do outro lado da porta.

Tinha gostado imenso de ter trabalhado com Zabini. Ele era completamente diferente do que ele pensava, nem parecia um Slytherin e muito menos amigo de Malfoy. Tinham chegado ao ponto de falar como se fossem óptimos amigos. Gostava de saber como é que ele conseguia ser amigo daquela doninha idiota.

O resto do dia passou rápidamente. Hermione praticamente obrigou-os a ficarem na biblioteca nos seus tempos livres para juntos adiantarem os trabalhos que já tinham. Era quase hora do jantar quando Harry acabou de escrever a última linha sobre as Bruxas da Noruega.

--Estou de rastos. – informou Harry caindo sobre os vários livros abertos sobre a mesa que Hermione afirmou serem necessários para a resolução das suas composições.

--Também eu! – choramigou Ron que ainda não tinha acabado de escrever e que lançava olhares suplicantes a Hermione na esperança desta o ajudar (ainda mais).

--Ron já falta pouco, tenho a certeza que vais sobreviver. – contrapôs Hermione. Estava escondida atrás de um grande livro que tinha começado a ler desde que chegaram à biblioteca. Segundo ela, os seus deveres já tinham sido acabado à séculos e só tinha revisto a sua composição de Runas Antigas, à qual adicionou mais dois parágrafos.

--Eu cá não tinha tanta certeza! Vais sentir remorsos por não teres ajudado o teu próprio namorado a acabar a monstruosa composição. – avisou Ron enquanto fazia uma cara desolada.

--O que é que eu tenho feito até agora a não ser ajudar? – inquiriu Hermione.

--Oh, mas podias ajudar mais um bocadinho não é? – tentou uma vez mais Ron.

--Está bem dá lá a maldita composição, mas não te habitues porque eu só vou acabar-te isto porque contigo a suplicar...

--Hei, eu não estava a suplicar! – interrompeu Ron.

--...eu não posso ouvir o que o Harry tem para nos contar. – terminou Hermione ignorando completamente o que Ron tinha dito.

--Pois é Harry, ainda não nos contaste como foi o teu encontro com o Malfoy. – comentou Ron entregando o seu pergaminho meio amassado a Hermione.

Ignorando o duplo sentido das palavras “encontro com Malfoy”, Harry decidiu que, para contar sobre o que tinha acontecido com o livro sobre os vários elos que ele e Malfoy leram na biblioteca, precisava de começar por contar sobre o seu elo com Malfoy. Não havia porque continuar a esconder isso dos seus amigos, eles não tinham segredos para com ele e mereciam que ele fizesse a mesma coisa.

--Primeiro queria-lhes revelar uma coisa que descobri nestas férias. Desculpem por ainda não ter contado mas é que não é nada fácil para mim e ...

--Harry, não precisas de te desculpar nós compreendemos. – interrompeu Hermione dando-lhe uns dos seus sorrisos encorajadores.

Harry contou tudo sobre ter descoberto que estava ligado a Malfoy por um elo e sobre o seu “encontro” com ele. Apenas não referiu nada da confissão de Ginny a respeito de Malfoy.

--Meu Merlin! – exclamou Ron depois de alguns minutos de completo silêncio por parte dos seus amigos.

Ron parecia em estdo de choque profundo e olhava para ele como se de um momento para o outro Harry tivesse elouquecido. Por outro lado Hermione parecia perdida em pensamentos como se estivesse à procura de alguma solução que tivesse lido em algum livro.

--Vocês nem imaginam o que aconteceu!

Harry, Ron e Hermione deram um salto. Harry estava com tanta atenção à reacção dos seus amigos e estes estavam tão distraídos que não deram pela aproximação de Dean.

--O que é que aconteceu? – perguntou Harry, que dos três parecia o que estava em estado de conseguir dizer alguma coisa com sentido.

--Vocês não advinham quem acabou de chegar!


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