Mistério e Liberdade



Numa noite sombria, escura e tempestuosa, um homem alto, forte e de aspecto terrível, trajando vestes negras, andava calmamente por uma rua escura, que ao fim podia se enxergar uma grande casa assombrosa e claramente abandonada, a não ser por uma luz que atravessava a janela e batia nos joelhos do grande homem. A chuva estava forte, demonstrando talvez a fúria dos novos tempos, que invadiam até os pequenos, os pequenos e pobres trouxas que agora estavam mais atentos a qualquer acontecimento estranho. Furacões, enchentes, carros atuando de forma surreal a sua natureza, como vôos espetaculares por sobre casas e muros.
O homem caminhava agora mais rápido, ansioso para entrar pela porta, e conseguir completar sua missão, contar uma verdade a muito tempo escondida em sua mente, se debatendo com o medo e a razão. O homem pisou sobre o primeiro degrau que se seguia até o pútrido assoalho da casa, e olhou avidamente para cima, esperando a ultima gota de chuva cair por sobre sua cabeça, e ele poder enfim parar aquela briga em sua mente, que envolvia involuntariamente todos os seus sentimentos. Ele não sabia o que lhe aconteceria um minuto depois, quem saberia? Talvez só Merlim, ou talvez aquele ser em que os trouxas se referiam algumas vezes... Deus... Sim, este era o nome! Talvez ele soubesse.
Subiu os degraus com passos fortes e lentos. Subiu como se fosse a ultima que vez que fosse andar, talvez a ultima vez que fosse suspirar. Mas aquilo não importava agora, já havia ido longe demais para desistir agora! “Desta vez não fugirei como um cão medroso e covarde! Seguirei o caminho que for! Até a morte!”.
Puxou a maçaneta coberta por bolor, olhou para aquela porta suja e com pedaços de madeira soltos e caindo em seus sapatos molhados, a porta era negra, e com um grande símbolo que vinha desde cima até o chão. Apesar de toda a poeira, de toda a sujeira, ele podia compreender aquele símbolo, ele lhe deixava ofegante e assustado. Não era real, era apenas um maldito símbolo impresso numa porta suja, mas lhe causava tremores. Era como se aquela cobra impressa ali, entrasse em sua mente e vasculhasse todos os seus pensamentos. Não podia mais perder tempo ali, tentava de qualquer maneira acender uma chama de coragem no seu coração, e quando finalmente abriu a porta, a chama se tornou uma grande fogueira que cobria a tudo. Entrou pelo portal poderoso como uma Fênix, sábio como Merlim e leve como um pelo de Testrálio.
A casa estava totalmente suja e cheia de poeira e bolor, a maioria dos sofás e poltronas estavam furados e completamente mofados, produzindo um cheiro totalmente indesejável e desconfortável. Entre as coisas que o homem podia identificar no chão (outras ele realmente não conseguiu), se amontoavam e se espalhavam livros, cacos de vidro, prateleiras, poeira em demasia, pedaços de madeira soltos, roupas rasgadas, um grande lampião quebrado, velas, entre outras varias coisas que enojavam até o grande e forte homem ali parado, observando boquiaberto o estado deplorável da casa. Ele se imaginava naquela a casa a vários anos atrás conversando com amigos. Prateleiras douradas encantavam o lugar, uma música fina e alegre tocada por um raríssimo toca-discos, vários espelhos se espalhavam pela casa, livros de autoria renomada se empilhavam nas estantes, um cheiro de perfume se misturava ao delicioso cheiro de comida, que acabava de sair da cozinha, excitando a imaginação esfomeada de todos.O carpete! Mas que carpete! Tinha um desenho de uma grande cobra entrelaçada a um leão dourado, que brincavam iludindo os olhos dos visitantes. Lustres e velas espalhados pela casa, com chamas que se divertiam ao bruxulear, iluminando a aconchegante casa. Muita amizade espalhada pelo local, escondia um rancor e ódio que acabariam trazendo conseqüências infinitas. O homem voltava a realidade e olhava transmitindo mais tristeza ao lugar. Até que um outro homem descia uma grande escada circular, e olhava atentamente para ele:
- Não fique assim, tudo mudou, e como vê aquele lar aconchegante e perfeito, cheio de felicidades e poderes que encantavam a todos, se foi! – disse o homem.
- Quanto tempo ficará escondido nesse lugar deprimente?
- Até quanto tempo eu achar que devo! E isso não lhe diz respeito Abeforth! E mesmo assim, não é tão pior quanto o lugar em que você diz que trabalha.
- Parece que você mudou muito.
- A mudança muitas das vezes é uma coisa boa, parece que ainda não compreendeu. Mas sente-se. Temos muito que conversar.

No outro canto de Londres uma discussão assustava um garoto grande, gordo e com feições suínas, que se escondia quase que debaixo do sofá, cheio de rendado e limpo como o interior de uma máquina de lavar:
- Não tenho que respeitar mais suas ordens absurdas e inescrupulosas! Vou embora daqui para sempre! – disse um garoto alto, de cabelos negros desajeitados, que impunha cada vez mais sua varinha.
- Vá mesmo! Mas nunca mais dê notícias nem nada! Seu inseto! Um inseto como seu pai vagabundo! – disse um homem gordo, que empinava seu nariz que mais parecia uma grande batata.
- Olhe como fala da minha família, seu gordo imundo! – disse ele levantando mais ainda sua varinha.
- Vá logo seu imundinho! Sempre tentamos tirar essa porcaria de maldição de você, e é assim que você nos agradece! Não merece nem mais um minuto nesta casa! – disse uma mulher com um pescoço alto, horrorosa como a peste.
- Tem toda a razão, não mereço morar com uns trouxas ignorantes como vocês!
Harry então pode ver sua liberdade entrar em sua vida, como um pássaro entra em seu ninho se protegendo da chuva. Harry olhou para toda aquela casa que aterrorizou sua vida por infelizes 16 anos, era seu aniversário a alguns minutos, e aquela parecia a melhor maneira de comemorar. Indo embora para sempre daquela tortura, e começar sua aventura para salvar o mundo bruxo. Não tinha planos certos depois que atravessasse aquela porta no final do corredor, mas podia sentir que conseguiria qualquer coisa! Ele era livre agora, livre como um pássaro que sai da gaiola. Também podia usar magia como quisesse, o que iria facilitar muito sua vida.
Harry puxou sua mala pesada, e se sentiu mais feliz do que nunca, o peso daquela grande mala, era como se fosse o peso de todos aqueles anos de tortura naquela casa, e que agora iria embora. Abriu a porta branca e limpa que ele tanto odiava, mas que agora amava, por dar a ele o passaporte para a liberdade. Puxou a maçaneta dourada, pisou no degrau, aquele degrau, em que ele havia aparecido 16 anos antes, e que iniciara todos aqueles momentos sofridos. Tinha vontade de explodir aquele degrau, mas não era o bastante, o degrau não era o culpado! O verdadeiro culpado era o mais poderoso bruxo das trevas de todos os tempos, o homem que ele sonhara diversas vezes, e que antes causara tremores em sua imaginação, mas que agora ele podia perceber que não passava de um obstáculo, o maior obstáculo, em que teria que botar a prova toda a sua coragem para passar. Mas que certamente iria passar.
Andou mais alguns metros, até entrar num beco sujo, em que sua tia Petúnia provavelmente reprovaria na hora. Olhou para os lados, e percebeu que estava tudo deserto e seguro o bastante para fazer o que tinha em mente. Harry estava mais saudável do que nunca, estava mais forte e alto aquele ano, tinha uma felicidade incrível agora, que era expressa claramente em seu rosto, seus olhos nunca foram tão brilhantes, sua coragem nunca fora tão forte, seu poder nunca fora tão poderoso.
Sem mais nenhum segundo de espera, levantou sua varinha em sinal de chamada, e num passe de mágica, um grande ônibus apareceu na sua frente, lhe causando um grande susto, mesmo que já tivesse feito isso outrora.
Um homem baixinho saia de lá dentro, com uma barba negra mal feita, usava um chapéu negro, trajava vestes negras, parecia estar de luto. Não reconhecia aquele homem. Será que Stanislau, ainda estaria em Azkaban?
- Stanislau continua em Azkaban? – indagou ele curioso
O homem deu uma risada triste, porém sombria e perguntou:
- Azakaban? Não lê jornal garoto? Espere, eu estou lhe reconhecendo! Você é Harry Potter!
Odiava quando as pessoas se referiam a ele daquela forma assustada e ao mesmo tempo impressionada.
- Você esta na capa de todos os jornais do mundo garoto! Mas parece que também não sabe.
- Na capa?
- Entre que lhe darei um exemplar do Profeta Diário, do Pasquim, e mais alguns outros jornais.
Harry deu algumas moedas para o novo assistente do Noitbus e subiu os degraus do grande e assustador ônibus, que levava as pessoas numa rapidez incrível. Os trouxas não conseguiam vê-lo e todos os objetos impressionantemente o evitavam quando chegava perto.
Lá dentro escolheu alguma “cama” que estava a sua disposição. Ficou bastante assustado de não ver ninguém no ônibus, além dele, do novo assistente e de Ernesto que continuava dirigindo aquele grande veículo, mesmo sendo muito velho e com sérios problemas de visão.
- Realmente garoto, não andamos tendo muitos lucros de uns tempos para cá. Desde que a tal guerra entre os bruxos começou, nada esta em paz. E ninguém quer sair de casa. Mas vamos direto ao assunto! Tome aqui. – disse ele entregando vários exemplares de jornais conhecidos.
Na capa do Profeta Diário estava escrito em manchete: “Harry Potter: 17 anos, a liberdade se confronta com a salvação!” Embaixo estava uma grande foto de si mesmo comendo um grande pedaço de bolo cheio de glacê.
Pegou o Pasquim e olhou a manchete: “ Harry Potter: vítima do seu próprio aniversário?”. Abaixo estava uma foto dele empunhando uma varinha reluzente.
Ele entendia agora o que o mundo bruxo esperava dele! Esperava que com a liberdade dos 17 anos, não teria comprometimento com seus deveres. Eles estavam muito enganados e por outro lado muito inconvenientes por esperar que a salvação viesse dele, jogar toda a responsabilidade nele.
Virou a página do Profeta Diário e viu uma outra grande manchete: “Rebelião em Azkaban causa fuga de vários comensais! E morte de outros!”. Agora via do que o novo assistente estava falando, resolveu ler o que havia acontecido:

“ [i]Esta foi uma semana cheia de tensões para o mundo bruxo! Na segunda-feira o que restava dos Dementadores de Azkaban, debandaram da grande prisão e tomaram caminho desconhecido da segurança do Ministério. Rufus Scrimgeor (60), Ministro da Magia, ficou enfurecido e confuso naquela situação terrível: “Não sabemos mais o que fazer! Mas peço que a população não entre em pânico e só não saia muito mais de casa! E continue seguindo as informações de proteções contra comensais!”. Enquanto se montava um caos total na prisão de segurança máxima que agora provavelmente não era tão segura, a população bruxa e trouxa presenciava um atentado terrível, cometido contra o hospital St.Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos, em que um grande dragão apareceu cuspindo fogo e destruindo tudo com sua fúria draconiana: “Não sabemos como os Comensais conseguiram seqüestrar um dragão Verde Galês das reservas nas altas montanhas dos Alpes! Mas já está acontecendo uma séria investigação para que tudo volte ao normal.” Relatou Carlos Weasley (20), Diretor do Departamento de Proteção aos Dragões, do Ministério.
Mas quando tudo estava caótico, impressionantemente na quarta-feira vários Lobisomens atacaram Hogsmeade fazendo vários feridos e mortos, e aumentando assustadoramente o número de lobisomens: “Eram meia-noite, uma lua cheia linda, mas o ataque foi devastador, me lembro de ver muitos lobos caminhando ao longe, vindo em direção. Rapidamente corri para o porão do meu estabelecimento. Já sabia o que viria a acontecer” Disse Madame Rosmerta (50), dona do Três Vassouras.
Infelizmente a quinta-feira foi mais terrível do que os outros dias. Uma forte rebelião aconteceu em Azkaban. Vários comensais juntos de seus novos comparsas Dementadores atacaram incessantemente a prisão de segurança máxima. Uma verdadeira batalha aconteceu lá dentro, envolvendo vários Aurores e guardas, mas infelizmente os Comensais saíram vencedores, e conseguiram libertar vários comensais entre eles: Luciu Malfoy, Stanislau Shunpike, etc.. “Estamos passando por tempos difíceis, mas em breve recuperaremos o controle!” Disse Ninfadora Tonks (30), Aurora do Ministério, em resposta ao acontecimento.
E como se tudo fosse esquecido, na sexta-feira de hoje, uma esperança brilha cada vez mais forte, como se uma tempestade estivesse acabando, e um céu limpo e ensolarado viesse para alegrar a todos: O aniversário de Harry Potter. A sua liberdade nos encaminha para uma salvação certa e inevitável. A paz virá caros leitores, que dvem estar escondidos por sob suas mesas, com medo demais para sair nas ruas. A paz virá...[/i]”





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