Duda e seu medo
Um vento fraco entrava pela janela naquela manhã de sexta-feira de 28 de Julho, Harry estava deitado de barriga para cima na cama do seu quarto, estava pensando no pesadelo que tivera nessa noite e que mais uma vez o fez acordar na madrugada assustado e com o corpo molhado de suor. Pelo menos uma coisa boa, pensou Harry levando a mão a cicatriz, ela não tem doido tanto como no ano passado. Harry podia ouvir os ruídos dos Dursley’s no andar de baixo, logo ele teria que descer se quisesse comer algo no café-da-manhã.
Os dias de verão estavam quentes demais para pensar em caminhar pelas ruas de Little Whinging. Harry estava preferindo ficar no seu quarto durante esses dias quentes e era um grande alivio para ele que os membros da família Dursley fingisse que seu quarto não existia naquela casa.
Com relutância se levantou e desceu até a cozinha para tomar café. O relógio na parede da cozinha cirurgicamente limpa de tia Petúnia, marcava 9:00 da manhã.
Tio Válter estava atrás do jornal resmungando sobre o aumento do preço do combustível. Tia Petúnia, com os olhos vidrados na janela tentando ver o que se passava nas casas vizinhas, concordava com as reclamações do marido com pequenos “hum hum”.
Duda não se encontrava em casa pelo visto, provavelmente já estava pela rua com sua gang atrás de alguma criança inocente para espancarem.
Harry não se deu ao trabalho de dar bom dia, estava claro há alguns anos que para os Dursley nenhum dia seria bom para eles enquanto Harry estivesse naquela casa, e para Harry também não era diferente, nenhum dia na casa dos tios era um bom dia.
Harry estava terminando de comer sua última torrada quando tia Petúnia falou:
- Hoje você vai aparar a grama do quintal. E dessa vez preste atenção no trabalho e não corte as flores do canteiro está bem! – e lançou em Harry um olhar de desprezo.
Harry apenas concordou com a cabeça. Era tudo que ele queria, pensou Harry, cortar a grama com um sol de rachar na cabeça.
Terminou de comer e subiu para o quarto para conferir se Edwiges havia retornado. Tinha mandado uma carta a Rony já fazia uma semana e ainda não tinha recebido resposta.
Edwiges não estava no quarto, Harry foi até a parede e riscou mais um dia no calendário, todo o ano ele nas férias colava e marcava os dias que passavam para seu retorno a Hogwarts, notou que faltava quase um mês para retornar ao lugar que ele chamava de lar.
Essa estava sendo suas piores férias com certeza. O ano anterior não tinha sido nada agradável. Primeiro seu romance conturbado com Cho e o modo como tinham terminado, Harry tinha pensado muito nisso durante as férias, mas acima de tudo no que tinha acontecido com o padrinho, ele não conseguia acreditar que perdera Sirius.
Durante muito tempo Harry tinha alimentado a esperança de um dia poder morar com o padrinho, o melhor amigo do seu pai. Tinha criado e alimentado a ilusão de que finalmente teria uma família, um lugar para sentir saudade e contar os dias para voltar, um lugar para chamar de sua casa, chamar de seu lar. Mas o destino tinha sido muito cruel com Harry e ao lembrar de Sirius e como perdera o padrinho lágrimas brotaram nos olhos de Harry.
- Não! – disse Harry tirando o óculos e enxugando as lágrimas com as costas da mão, estava na hora de Harry se conformar e parar de sofrer. Mas era muito mais fácil pensar nisso do que conseguir fazer isso.
Olhou ao redor e reparou como seu quarto estava uma bagunça. Livros de magia jogados pelo chão, penas quebradas e pergaminhos espalhados pela escrivaninha e suas roupas onde quer que os olhos de Harry passasse havia uma peça jogada, roupa limpa com roupa suja e nada organizado.
Começou a ajeitar as coisas, não que aquilo era uma tarefa agradável para ele, um simples feitiço arrumaria tudo, pensou Harry, mas o uso de magia infelizmente era proibido para menores bruxos. Harry deu uma bufada e jogou um livro dentro do malão, aquilo pelo menos ocuparia um pouco seus pensamentos.
****
Depois do almoço Harry começou a aparar a grama do quintal dos Dursley’s, e como havia imaginado o sol estava mesmo de rachar. Harry sentia os olhares dos tios espionando ele pela janela.
Harry já estava exausto e quase terminando sua tarefa quando ouviu grandes risadas a sua costas, se virou e viu seu primo Duda acompanhado de sua gang: Pedro, Malcolm, Dênis e Górdon.
Era visível para Harry o quanto Duda havia crescido no último ano, apesar de manter a aparência de um porco, no colégio ele havia ingressado no time de boxe para associar com o regime, que fazia alguns anos, ele tinha sido obrigado a começar.
- Olhe só o quatro olhos do Harry trabalhando. – disse Malcolm com deboche rindo.
- Ai Harry, depois vai lá em casa, meu pai talvez te de uns trocados pra você cortar a grama lá também. – disse Pedro rindo.
Os outros gargalhavam, desde que se lembrava Harry era o alvo preferido de Duda e sua turma.
Mas desta vez Harry notou algo muito interessante, aconteceu despercebido para os outros mas não para ele. Os olhos de Duda estavam fixos no bolso de trás de Harry, onde o garoto tinha o costume de deixar a varinha, apesar de Duda estar rindo seus olhos não estavam, tinha um ar de preocupação neles.
- Vamo lá pessoal, minha mãe deve estar esperando a gente pra lanchar e depois podemos jogar uma partidinha de Play 2 né não? – disse Duda rapidamente se encaminhando para a porta de entrada.
Harry não pode disfarçar um sorrisinho de satisfação ao ver o pânico do primo. Harry agora tinha algo que o primo temia.
Quando terminou de cortar toda grama Harry sentia o corpo queimando, o sol tinha castigado e seus músculos do braço estavam doloridos. Harry entrou na casa e foi tomar um banho para ver se refrescava um pouco o calor que sentia.
Depois do jantar Harry aproveitou que Duda havia saído e vou dar uma volta pelas ruas. A noite estava fresca e convidativa para um passeio, e Harry gostava de andar sem ter os olhos dos vizinhos desconfiados em cima dele. Seus tios fizeram questão que todos achassem que Harry estudava em um colégio para garotos delinqüentes. Harry não demorou muito para voltar para a casa dos tios, já que a regra clara era que quando Duda voltasse ninguém mais deveria estar pela rua.
Assim que chegou Harry subiu direto para o quarto, como não tinha nada mais interessante para fazer, já que tinha feito todas suas tarefas da escola, pegou o livro “Táticas e armações do quadriboll” para reler pela décima vez. O sono chegou e ele acabou dormindo com o óculos no rosto e o livro aberto sobre o peito.
(N/A Comentem por favor pessoal, não serei hipocrita essa fic saiu da minha cabeça feito uma avalanche e como uma mãe coruja eu amei ela)
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