Capitulo 1
Eles estavam em um pequeno aeroporto, um avião bimotor esperava impaciente por seus dois passageiros. Hermione se aproximou beijando Rony na bochecha o abraçando.
_Vou sentir saudades.- ele tentou sorrir, a apertando forte.
_Eu também.- ela repondeu sorrindo docemente, pegando a mala de rodinhas, o beijando na bochecha uma última vez.
Ela e Arnald seguiram em direção ao avião, este último acenando um curto adeus, para Rony, que o respondeu brevemente também.
_A gente se vê em duas semanas!- Hermione gritou, no meio do caminho, acenando para Rony. Ele acenou de volta, vendo-a entrar no avião. Então suspirou.
Richard lia a carta que acabara de receber da coruja, com um aperto no coração. Teria que contar ele mesmo. Mas, como faria isso, se também estava tão abalado? Bufou esfregando o rosto para reunir a coragem necessária. Richard era um bruxo baixo e gorducho, que trabalhava na mesma seção do Ministério da Magia do Sul da África, junto com Rony. Os dois eram embaixadores, embora Rony fosse da Inglaterra e ele dos EUA. Que soubesse, o ruivo não tinha muitos amigos na região. È. Teria que contar ele mesmo. Se levantou sem pressa, indo em direção ao escritório de Rony, do outro lado do corredor. Exitou, mas acabou batendo na porta.
_Entre.- a voz do ruivo chamou.
Quando Richard entrou, Rony se dedicava a seu passatempo favorito, cuidar de plantas. Ele as regava cuidadosamente, havia uma variedade enorme delas no escritório e uma estufa imensa em casa. Richard sabia que aquela mania começara com uma receita médica. Rony cuidava de plantas para combater o stress e acabara gostando daquilo. Mas, agora não haveria planta suficientemento bonita ou mal-tratada para consola-lo.
_Olá, Richard.- Rony sorriu, levantando o rosto de sua begônia.- Que cara é essa? Problemas logo de manhã?
_Rony, você sabia qual caminho Hermione iria pegar para voltar para casa? Ela não ia pela estrada leste, ia?
_Talvez, mas eu falei para ela pegar outro avião trouxa na volta, seria mais rápido.
_Então, há a possibilidade dela ter pego a estrada.
_Algum problema? Outro engarrafamento, não é? Já falei para ela não vir de carro! Mas, ela me escuta? Não. Sempre foi teimosa.
_Encontraram um carro virado na estrada. - Richard continuou encarando o chão, as mãos no bolso. O estômago de Rony revirou.- Haviam dois corpos. Uma mulher branca e um homem negro.
Rony abriu a boca, mas se sentia incapaz de falar. Não estava entendendo por que o outro estava falando aquilo.
_O homem não era o Arnald, Rony.- Richard continuou, desta vez encarando o ruivo.- Mas a descrição da mulher bate com a de Hermione. Eles acham que deveriamos dar uma olhada.
_ Mas, por que você acha que pode ser a Hermione, se o homem não é o Arnald? - Rony continuou, tentando pôr um sentido em tudo o que ouvia. Aquilo era uma absurdo, Hermione estava bem. Ela sabia se cuidar!
_De qualquer forma, você sabe o que ela fazia lá?- Richard perguntou constrangido.
_Não.- Rony continuou, mal escutando o outro, ainda zonzo.- Ela só me disse que era viagem de negócios. Por quê?
_Você sabe que o boato é que ela tinha um amante. Ela pode ter ido se encontrar com ele lá. Pode ser esse homem que encontramos com ela. Você sabe que isso é possível.
Ele sabia, por mais que odiasse admitir, sabia mais que ninguém. Mesmo assim, não podia pensar que a mulher morta fosse sua Hermione. Era impossível que fosse Hermione! Frustado e trêmulo, ele esmagou o botão de uma flor.
Hogwarts Maio de 1997
_Você e ela! - Lilá apontava os dois trêmula de raiva, os olhos cheios de lágrimas.
Com o canto e olho, Rony pode ver o tornozelo de Harry se afastando. Agora só estavam ali Lilá, Hermione e ele.
_O que é que tem?- perguntou se fazendo de inocente. Hermione os olhava quase com medo, preocupada.
_Não é o que você está pensado. - ela tentou falar, mas Lilá a interrompeu furiosa.
_Não fale nada para piorar a situação, Hermione. Eu espera tudo de você, menos isso.
_Mas, nós não fizemos nada! - Hermione insistiu.
_Você acha que eu sou burra, que não percebo?! Você saindo brava do salão Comunal, quando me viu com o Rony, você o atacando com aqueles passarinhos. Não pude abraça-lo por dia por causa dos arranhos que doiam.
_A madame Pomfrey não resolveu aquilo em 5 minutos?-Hermione cochichou enquanto Lilá continuava a gritar.
_Shh, ela não sabe disso.- ele cochichou.
_... e quando você saiu correndo da sala chorando! E quando correu atrás do McLedgem! Pensa que eu não sei que você queria fazer ciúmes? Eu também sou mulher, Hermione Granger. Eu sei que você o queria roubar de mim desde o começo! E não a olhe surpreso Rony! Você também vivia falando dela! Nem que fosse só pra reclamar. Mas, quando eu abria a boca para reclamar você fechava a cara e dizia. "Eu a conheço melhor e ela não é assim."! Acha também qua não o vi a olhando pelo canto do olho, ou suspirando? Eu achei que talvez pudesse te fazer esquecer ela, já que faz anos que vocês estão assim, mas nunca virou nada. E agora vejo que você só tem me enganado esse tempo todo!
_Isso não é...- Rony tentou dizer.
_Não fale enquanto estou gritando com você!- Lilá gritou histérica, chorando.- Vocês dois não prestam! Todo o tempo que eu dediquei a você Rom-Rom! E eu confiei em você Hermione. Te dei conselhos para melhorar essa juba que você chama de cabelo! E como você retribui? Roubando meu namorado!
_Eu não..- Hermione tentou argumentar, mas Lilá não ouviu.
_Você me enganou, Rom-Rom. Depois de tudo, dos dias maravilhosos que passamos juntos, você me enganou sem nem pensar nos meus sentimentos.Aliás, os dois deviam estar rindo de minha cara por trás, eu sei disso."Olhe a idiota da Lilá, apaixonada por mim. Que burra!"
_Lilá, nós não...
_Você acabou com minha vida Rom-Rom. E pensar que eu te amei e confiei em você. Mas, agora está tudo acabado entre nós. Adeus.- e saiu pisando duro, mas mal havia dado dois passos, desatou a correr para o dormitório feminino, chorando.
_Pobre, Lilá.- Hermione suspirou.- Estou com dó dela. Se ao menos tivesse nos dado tempo de explicar.
_Foi melhor assim.- Rony deu de ombros, ignorando o virar de olhos de Hermione- Já quero acabar com esse namoro faz tempo.
_Mas, era muito covarde para tentar.
_Também, olhe o escandalo que ela deu só por pensar que estavamos sozinhos. Imagine se eu tivesse mesmo terminado com ela, na cara dura?
_Mas, ela tinha motivos para estar brava.- Hermione corou, sorrindo e abaixando a cabeça.
_Você quer dizer, tudo que ela falou sobre nós? - Rony corou também, pondo as mãos nos bolsos, e abaixando a cabeça.
_Ela não é burra, sabe?
_Hermione, eu...- mas, ele engasgou.
_Sim? - ela o animou, o coração disparado.
_Eu acho que já nos conhecemos a algum tempo e...
_E?
_Eu te amo completamente.- ele falou depressa, a encarando. Hermione, que não esperava uma declaração tão aberta, corou. Ele ficou mudo esperando a reação dela. - Por favor, fale alguma coisa. -ele pediu.
_O que eu posso falar? -ela engasgou sorrindo.
_Qualquer coisa que não me faça me sentir um completo idiota. De novo.
_Eu te amo.- ela respondeu calmamente, sorrindo muito meiga.
_Ah.- ele tentou respirar, mas a sensação de alegria parecia ocupar seu corpo inteiro.- Acho que isso serve.
Ela riu, e eles continuaram ali, parados. Muito felizes, de verdade, queriam ouvir aquilo a tanto tempo, que não conseguiam acreditar que havia realmente acontecido. Queriam demonstrar isso, mas estavam muito constrangidos. Ele levantou os olhos a encarando, que sorria. E levou a mão para o rosto dela, que sorriu mais.
_Estou nervosa, eu não sei por que.
_Eu também.
_Mas, é um nervoso bom.- ela sorriu, fechando os olhos.
_É.- ele repsondeu, se aproximando mais e finalmente a beijando. Seu peito parecia que iria explodir de felicidade, mas não queria que isso acontecesse. Não queria que nada mais acontecesse, aquilo era tão bom!
_Vamos fazer isso de novo?- ela murmurou, o nariz colado ao dele.
_Tá bom.- ele respondeu, a beijando de novo.
Africa do Sul, Atualmente
O necrotério para qual o suposto corpo de Hermione havia sido levado era um lugar precário e imundo. Uma casa térrea mal cuidada, com telhas faltando, não havia asfalto, apenas terra batida e algum mato no canto. Um cachorro andava remechendo no chão, o cheiro insusportável. Richard levava um pano no rosto, mas Rony mal reparava em tudo isso. Eles entraram na sala única, onde cadáveres cobertos de moscas, descansavam escancarados em mesas de metal enferrujado. Havia três homens ali, trajados de um branco encardido. Um deles ao lado de um corpo coberto por um lençol. Ao se aproximarem, Richard sentiu nauseas ao ver na maca ao lado, um homem negro com a barriga aberta, intestinos saindo ensaguentado em meio a moscas.
Rony sentiu um vazio sob seus pés. Apesar de feridos, corroidos, queimados e ensagüentados, ele reconhecia o pé e a mão que apareciam por debaixo do lençol. Eram pequenos e delicados. Ele parou a maca, rezando fervorosamente para ter se enganado, Richard a seu lado. O rapaz tirou o lençol e Rony olhou o que restava do rosto da pessoa na maca.
_Pode abaixar o lençol.- falou rouco, fechando os olhos.- É a minha mulher.
Richard se virou para uma pia na parede, e vomitou violentamente. Rony, sentindo-se anestesiado, surreal, como se tudo não passasse de um pesadelo, puxou-o.
_Vamos embora.- murmurou, puxando o outro, que se soltando, quase correu para a saída. Rony parou, virando-se lentamente para o corpo sob o lençol, encarando a mão dela. Acariciou-a delicadamente, e com muito esforço, se virou e saiu.
Londres, alguns anos atrás
_Pode entrar.- ela murmurou, meio euforica, abrindo o portãozinho de sua casa para Rony entrar.
Euforico também, sem conseguir encara-la, ele entrou. Já havia ido ali inúmeras vezes, mas aquela seria diferente. Ele engoliu em seco, pensando no que estavam prestes a fazer. Ela passou por ele, se atrapalhando com as chaves, e entrando em casa. Era uma casa pequena, de dois andares, o andar de cima ocupado por uma senhora idoso. A entrada para o andar de Hermione era no fundos. Havia um pequeno jardim, que tinha uma grande porta de vidro, com vista para parte de quarto.
Ele a seguiu, deixando a pasta em uma cadeira e dirigindo-se para a cama dela. Hermione foi atras, sentando-se na cama, também, ao lado dele.
_Então, vamos... ?- ela perguntou constrangida.
_Se você não quiser...- ele começou preocupado.
_Não, tudo bem. Eu quero.- ela sorriu o encarando. E estendeu o pé para ele, se fossem para começar de algum lugar, melhor começar dali.
Sorrindo, ainda constrangido, Rony abaixou o zíper da bota dela, tentando tira-la, sem sucesso. Hermione riu, quando ele começou a puxar, ele riu também, desistindo.
_Acho que esta um pouco apertada.- ele se desculpou.
_Tudo bem.- ela riu, tirando as duas botas.
Mais confiante Rony, se aproximou, abrindo o botão da saia dela e a tirando.
_Minha vez.- Hermione riu, puxando a camisa dele. Assim que se viu livre, Rony a beijou.
_Hora da meia calça.- ele respondeu. Ela se deitou, e ergueu a perna. Fazendo gestos exagerados, ele desceu a meia calça dela, desde a coxa, beijando-a na perna e no pé. Ela ria, se divertindo naquele jogo. Se aproximou, tirando o relógio de pulso dele com todo o cuidado, mas ele simplesmente pegou o relógio e o jogou em qualquer canto, beijando-a de novo.
Eles estavam deitados na cama, um ao lado do outro. Fora a primeira vez deles, e estavam tentando aproveitar todas aquelas sensações, desde alegria a euforia, ao mesmo tempo. Ele virou para o lado, e viu que ela o encarava, encolhida debaixo das cobertas.
_Muito obrigado por esse presente maravilhoso.-ele disse.
_Que generosidade a minha.- ela respondeu séria.
_Não, não foi isso que eu quis dizer.- ele respondeu depressa, soara como se esse fosse o tipo de presente que ela dava a todos. Hermione então, que até ali estivera séria, caiu na risada. Ele suspirou aliviado.-Ah, então você me entendeu.- ele riu, a beijando e se levantando da cama.
_Ronald!- ela riu, pegando a samba canção dele do chão e jogando para ele.- Vista isso!
Semanas depois ele se encontrava em seu escritório, embalando e catalogando as mudas de plantas que levaraia com ele. Estava concentrado em seu trabalho, mas estava também muito triste, pensando em tudo o que deixaria para trás. Mas, se o Ministério mandava, não havia o que fazer. De qualquer jeito, como todos diziam, aquilo era uma excelente chance. Ele era novo e estava tendo um começo de carreira tão bom! Foi quando ouviu alguém batendo na porta, quando se virou viu que era Hermione.
_Me leve para a África com você.- ela pediu.
_Ah, oi Hermione.- ele riu. Ela o havia surpreendido, não só por ter aparecido, mas por ter feito aquele pedido tão de repente e tão diretamente.- Estou embalando as últimas plantinhas. Posso te embalar também e te catalogar: Hermione. O que acha?
_Rony, eu falei sério.
_Bem, se embalada não é uma opção, que tal a mala?
_Não me enrole, sabe que odeio isso. É sim ou não?
Ele a olhou, ali firme. Ela sabia o que queria, e não podia ser mais direta sobre isso.
_E como devo leva-la?
_Como amiga, amante, namorada, esposa. Eu não me importo. Só quero ir com você.
_Mas, e a Inglaterra? E sua casa? E a F.A.L.E.?
_Eu posso continuar meu trabalho lá. E de qualquer jeito, nada mais me importa se você não estiver aqui. Então, me leva ou não?
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