Malfoy



Parei em frente a porta da sala precisa, olhei pro relógio. "Ótimo Virgínia! Quarenta minutos atrasada!" Pensei se entraria ou não, porquê, afinal, se eu entrasse, seria dar uma chance a Harry e ao nosso namoro, mas se eu desse meia volta e subisse para o meu dormitório, poderia dizer que passei mal e não podia lhe avisar que não fui.

"Acho que prefiro a segunda opção". Olhei mais uma vez para a porta, ia dar meia volta e sair correndo, outros garotos me valorizariam muito mais do que Harry me valorizava! Afinal... ele... tá. ele era um amor de namorado super carinhoso e etc... Mas tinha horas que enchia o saco! Essa coisa melosa e nhé nhé nhé!
Mas... Não era exatamente por esse motivo que eu estava na frente da sala precisa ?! AH! Eu odeio esses meus conflitos internos! O-D-E-I-O!

Sai de meus devaneios quando senti uma mão segurando meu braço e me puxando para dentro da sala precisa. Um beijo. Foi isso que eu senti quando entrei. Estranhei, aquela colônia perfeita não era do Harry. Aqueles lábios quentes e macios também não eram dele! Esqueci por um momento que não era Harry. Apenas curti a sensação... perfeita... Aquela pessoa beijava que era um negócio!
Não pude deixar de suspirar quando o beijo foi encerrado por uma mordidinha que ele (até o momento eu não sabia quem era...) deu em mim.

- Weasley?! –

Eu conhecia aquela voz... Sim! Eu conhecia. Manti meus olhos fechados para poder colocar minha cabeça em ordem... Aquela era a voz do...

- Malfoy?!
-
Nos encaramos por um tempo indiscutível... Não consegui parar de encara-lo... “ Céus, eu beijei Draco Malfoy! Eu não acredito!”
Fiz a coisa que me pareceu mais sensata no momento. Sai correndo. Realmente, beijar ele novamente NÃO era sensato!
Senti o vento cortar minhas bochechas que deviam estar tão vermelhas quanto o meu cabelo. Corri, corri, corri... Corri até perder o fôlego... A única que rondava a minha mente era uma palavra: VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA!
Eu queria MORRER de vergonha!

Eu estava quase na torre de astronomia, no meio da escada, mais precisamente. Quando senti alguém segurar meu braço e puxar fortemente para trás. Lembro-me apenas da sensação de rolar a escada com alguém.
Acordei na manhã seguinte na terceira.... ou Quarta maca. Sentei e olhei ao redor. Malfoy me encarava.

- Er... Hum... Bom...
- Esqueça Weasley. Isso não aconteceu.
- Certo. Isso não aconteceu.
Ele saiu. Foi embora e me largou lá... Sozinha. Senti uma lágrima solitária rolar pelo meu rosto. E Harry? Lembranças passavam em flash pela minha cabeça


Eu e você Não é assim tão complicado Não é difícil perceber
Eu e Harry correndo na chuva, nosso segundo dia de namoro....
Quem de nós dois Vai dizer que é impossível O amor acontecer
Harry me pedindo em namoro...
Se eu disser que já nem sinto nada Que a estrada sem você é mais segura
Eu conhecendo Thomas...
Eu sei você vai rir da minha cara Eu já conheço o teu sorriso, leio teu olhar
Harry abraçando a Mione... ( outra lágrima rolou pelo meu rosto)
Teu sorriso é só disfarce E eu já nem preciso
Malfoy me xingando...
Sinto dizer Que amo mesmo, tá ruim pra disfarçar
Malfoy me beijando...
Entre nós dois Não cabe mais nenhum segredo
Eu correspondendo...
Além do que já combinamos No vão das coisas que a gente disse
Harry me chamando para ir para a Sala Precisa...
Não cabe mais sermos somente amigos
Harry dizendo que me ama, sem nem olhar em meus olhos...
E quando eu falo que eu já nem quero A frase fica pelo avesso Meio na contra-mão
Eu pela vigésima vez, chorando por Harry...
E quando finjo que esqueço Eu não esqueci nada
Harry abraçando a Cho...
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
Malfoy me encarando...
( Música da Ana Carolina – Quem de nós dois.)

Harry vivia abraçando outras garotas... Senti uma enorme vontade de agarrar o meu travesseiro e começar a chorar... Meu coração estava apertado... Eu precisava de um abraço, um só...
Me levantei da cama, olhei para Madame Pomfrey, ela estava muito ocupada com algum pirralho do primeiro ano que devia Ter cortado a perna em algum degrau podre... pois perto da canela havia um machucado muito feio. Saí de fininho, deu mais uma espiada e alcancei a porta com mais alguns passos. Eu queria apenas chegar em meu dormitório e esquecer tudo isso...
Sentei na minha cama e olhei para meu diário, talvez se nós conversássemos eu poderia desabafar com alguém.

Contei detalhe por detalhe de tudo, para que ele ficasse por dentro de tudo.
g- E aí Di... O que você acha?
d- Bom... Sua situação é ruim... Harry sabe por que você não foi?
g- Não, eu ainda não falei com ele.
d- E você não vai falar?
g- Bom... Acho que vou, mas não Agora. Eu estou meio chateada com ele.
d- E por que?
g- Ah Di... Você vai achar estranho, mas eu acho que ele não me ama.
d- E você deu para ficar chateada só agora?
g- É...
d- Você é muito estranha!
g- Tá! Você A-C-A-B-O-U comigo agora!
d- Desculpa Gi... Mas é verdade que esse tal de Thomas é lindo assim? E simpático! Menina... Você tem que aumentar essas suas amizades com sonserinos lindos e simpáticos!
g- Aff! Chega! Eu vou te “desligar” se você não parar com essas besteiras! Por que você não me ajuda de verdade?
d- Sabe o que eu acho? Que você tinha que terminar de uma vez com o Harry.
g- Mas... Ele nem tem tanta culpa!
d- AFINAL... VOCÊ TÁ OU NÃO COM RAIVA DELE?
g- humpt... Eu vou lá falar com ele.
d- Não demora que eu quero saber de tudo!
g- Fofoqueiro!
Gina murmurou um finite incantatem bem baixo e saiu do dormitório... Dessa vez falaria com Harry.

Caminhou em passos lentos e ritmados pelo dormitório e desceu para o salão comunal da Grifinória. Nem foi preciso procurar muito, ele estava fitando a lareira. Parado.

- Harry?
- Gina...
- Posso falar com você?
- Já não está falando?
- Harry, não é educado responder uma pergunta com outra pergunta! – Dei um sorrisinho, ele apenas me encarou.
- O que você quer?
- Olha... Harry! Eu é que tinha que estar brava! Você não foi no nosso encontro!
- Quem te disse isso?
- Eu vi!
- Pois eu te esperei por exatamente 35 minutos! E você NÃO foi!
- Oh! Desculpe Harry! Eu cheguei lá 40 minutos atrasada...
- E por que você não veio falar comigo?
- Ah... Eu estava chateada!!
- Entendo...
- Bom... Então eu vou pro meu dormitório! Boa noite!
- B’noite.
-
Fui dar um beijo em Harry mas ele desviou e eu acabei beijando a bochecha dele... Meninos!
Cheguei em meu dormitório e olhei em cima da minha cama. Uma carta... Seria uma carta até bonita, se não tivesse um brasão da sonserina.


Weasley,
Provavelmente você esqueceu, mas hoje eu lhe dei uma detenção. Compareça sem falta a 6° sala do último andar as 17:30. Não teremos a detenção na minha sala porque outra aluna fará a detenção dela lá.
S. R. Snape.


Subi os olhos e encarei janela. Detenção? Minhas sobrancelhas viraram apenas um traço em meu rosto. Minha expressão de dúvida era grande. Detenção... Não consegui me lembrar de nenhuma detenção... Detenção com o Snape? Não... Não hoje...
Eu nem havia ido pra aula naquele dia! Eu estava na enfermaria!
Resolvi tirar aquela história a limpo.

No meio do caminha fui pensando... S. R. Snape... O que seria isso? Severo Ranhoso Snape? Hahahaha! Acho que não... Severo Rodolphus Snape? Béeee! Resposta errada. Hum... Severo Richard Snape? Nãaaaaaaaaao! Errado!
Saí de meus devaneios com uma gostosa gargalhada, olhei para frente a procura de uma sexta porta. Olhei, comecei a contar... Uma... Duas... Três... POW. Olhei para todos os lugares da onde poderia ter saído aquele barulho. Nada... Olhei mais um pouco. Senti uma pontada de medo no fundo do meu estômago, eu estava em um dos lugares mais altos de Hogwarts, provavelmente onde comensais atacariam se houvesse um ataque!

Senti meu estômago bater nos meus rins, no meu coração, nos meus rins, no coração. Isso me deixava enjoada!
Continuei contando. Quatro... Cinco... Seis. Havia chegado. Conferi mais uma vez o relógio “17:15... Adiantada 15 minutos, isso é bom!”.
Dei mais uma olhada para o lugar da onde eu havia visto o barulho, nada. N-A-D-A . .. Estranho...

Girei a maçaneta desconfiada. Olhei para dentro da sala. Ninguém. Achei que podia ser uma brincadeira de mau gosto, mas na dúvida, entrei. Sentei-me numa cadeira perto da antiga mesa que deveria Ter pertencido a algum professor. Encostei a cabeça na madeira comida por traças e deixei que minha imaginação tomasse conta de meus pensamentos.

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