Capítulo Único



-Você tem certeza que quer isso, meu bem? – ela insistiu mais uma vez.

-Eu já disse que sim, mamãe. Por que ainda insiste?

-Porque ainda não vi aquele seu ar decidido; aquele que você sempre tem quando quer realmente fazer algo.

Hermione suspirou. – Estou muito decidida, está bem?

A mulher a sua frente deu um sorriso triste. – Está bem, querida. Como quiser...

-Não me olhe assim! – a morena pediu segurando suas mãos. – Sei o que estou fazendo.

-Eu rezo para que sim – disse apertando um pouco mais a mão da filha.

-Espero não ter demorado! – disse entrando na sala.

-Oh, meu bem, realmente não era necessário. Já estou de saída...

-Ah. Senhora Granger... Não irá me fazer uma desfeita destas não é mesmo? – Harry indagou com um olhar falsamente implorante, a mulher riu.

-Como posso negar um pedido destes? Ainda mais vindo de você – retrucou aceitando a xícara que o moreno lhe oferecia. – Sabe que não resisto a esses olhos, Harry. Chega a ser um golpe muito baixo.

Os três conversaram por um tempo, até Harry se pronunciar. – Perdoe-me, senhora Granger, mais tenho que ir... Tenho um compromisso inadiável, o qual – ele olhou para o relógio – já estou atrasado... Foi um prazer revê-la – ele beijou levemente o rosto da senhora. – Espero que venha me visitar outro dia.

-Harry, querido, posso falar um minuto com você? Em particular – A senhora pediu.

-Até dez, se preciso for – ela sorriu aprovando.

Hermione ergueu a sobrancelha. – Vou ao meu quarto por um minuto. Harry, depois você...

-É claro, Mione. Eu a chamo – a morena sorriu. Sua mãe olhou de um para o outro erguendo a sobrancelha, mas eles não notaram...

[Flash-Back]
-Então você me diz que nunca, em hipótese alguma, aconteceu qualquer coisa?

-Mamãe!

-Vamos lá, Hermione. Você quer que eu seja mais direta? Tudo bem...

-Não. Não é necessário. – A jovem mulher retrucou ruborizando. – Apenas quero que saiba que, antes de tudo, Harry e eu somos e sempre seremos apenas bons amigos...

-É visível o quando Harry é um bom amigo – retrucou. Rindo-se quando Hermione a olhou seriamente. Seriamente demais – O que é? Não diga que está com ciúmes da mamãe, me deixaria ofendida. Sabe o quanto amo seu pai, mas como já diz a sabedoria popular: “olhar nunca tirou pedaço”.

-Besteira mãe. É claro que não - Hermione forçou um sorriso, que pareceu à sua mãe tão amarelo quando a morena transmitiu, mesmo querendo omitir.

-Responda-me.

Hermione observou a mãe e suspirou, baixando a vista para seu prato logo depois. – Nós já fomos para a cama uma vez – ela corava furiosamente a cada palavra. – Mas foi um incidente – “um belo incidente, pra falar a verdade” pensou afirmando com a cabeça, sem perceber. – E nunca mais voltou a acontecer... – falou em um tom inexplicavelmente nostálgico. - Não que eu queira – completou, levantando a vista para a mulher a sua frente de pronto, como se tivesse reparado no tom estranho da frase anterior. Dando um muxoxo frustrado enquanto observava a mãe sorrir com o canto da boca.

-E o que achou?

-Mamãe!

-Vamos lá, Mione! Não me diga que não tem uma opinião formada sobre isso?!

A morena abriu a boca para retrucar, mas se viu sem palavras e, um pouco constrangida, apenas meneou a cabeça negativamente. – Isso não é da sua conta – murmurou.

A mulher ergueu a sobrancelha. – Está bem, amor. Mas, sinceramente, se você gostou dessa “experiência”, lhe aconselho a repeti-la. Várias e várias vezes – Hermione piscou incrédula. – O casamento é uma boa opção, não acha? Ficaria encantada de ter Harry como meu genro e acredito que seu pai também – retrucou com um sorriso jocoso. A morena preferiu ignorar, voltando-se para sua comida, muito concentrada.
[Fim do Flash-Back]

-E então, senhora Granger? – ela se voltou diretamente para os olhos do homem.

-Perdoe-me a franqueza, Harry... Mas não quero lhe tomar muito tempo.

-Não há problema algum. O que deseja me falar?

-Está bem – ela suspirou ainda olhando-o. – Você sabe tão bem quanto eu que Hermione não é apaixonada por aquele rapaz... E eu sei também que você não quer que ela se case – Harry arregalou os olhos. – Harry, meu bem – ela deu algumas palmadinhas nas mãos do moreno. – Não nasci ontem. E você pode até conseguir omitir para minha filha o que sente - é difícil, afinal, enxergar o que não se quer ver. - mas não para mim.

Ele deu um sorriso sem jeito. – A senhora tem toda a razão. Mas não entendo onde quer chegar... – Harry elevou os olhos para a mulher. – Isso, ao menos é o que parece, é o que Hermione quer.

[Flash-back]
-Então ele me pediu em casamento! Não é inacreditável?!

Harry lhe ofereceu um sorriso forçado. - Você não sabe o quanto – ele murmurou para si mesmo. – E o que disse? Para quando sai o casório? – brincou.

-Ah Merlim. Francamente! – Hermione disse ruborizada. – Não posso tomar uma decisão tão importante quando essa em um instante. Eu pedi um tempo para pensar.

-Aposto que é apenas charme e que você já tem a resposta, que certamente é um “sim” com um sorriso radiante – Harry retrucou com ar maroto. Só Merlim sabia o quanto o homem estava se esforçando.

A morena riu sob o comentário. – Bom, eu acho que seria bom para mim. Quero dizer, eu gosto do Jack.

-Então o que está esperando moça?! – ele indagou rindo-se, abaixando a vista para a mesa onde estava.

-Não é tão simples assim, Senhor Potter. Não estou indo morar com um amigo e sim me casar. Você, tão bem quanto eu, sabe o quão é difícil a vida a dois – retrucou.

-Se você gostar mesmo dele, valerá a pena – Harry contrapôs fitando-a, como se quisera encontrar qualquer, por menor que fosse, hesitação nos castanhos dela.

Hermione mordeu o lábio inferior e logo depois mudou a expressão. – Você tem razão! Amanhã mesmo direi a Jack, direi que aceito seu pedido – ela falou com os olhos nos de Harry e ficaria assim por todo tempo, se o homem não quebrasse o contato visual.

-Espero que seja muito feliz.

Hermione deu um sorriso forçado. – Eu só acho que sentirei falta daqui. De você, quero dizer, da gente.

Harry ergueu a sobrancelha. – Como é, mocinha? – indagou cruzando os braços. – Hermione, meu bem, você irá casar e que eu saiba, não irei morrer. Pelo menos, não tão cedo. Então por que sentirá minha falta? Acha que sairei de sua vida apenas por uma aliança?

A morena balançou negativamente a cabeça. – É claro que não. E nem mesmo eu deixaria, seu bobo – contrapôs tocando seu ombro. – Eu apenas quis dizer que será um pouco estranho acordar e saber que não terei mais aqueles seus cafés-da-manhã tão maravilhosos...

-Ah Merlim! A morena ao meu lado estava em dúvida sobre se casar porque agora terá de cozinhar... Onde esse mundo vai parar? – ele perguntou cheio de ironia olhando para cima.

Hermione virou os olhos.
[Fim do Flash-Back]

-E haja o que houver, - ele murmurou. – Nunca irei contrariá-la neste sentido. Se ela o quer, ela terá.

-Pensei que gostasse dela.

-E é por isso que a deixo escolher.

-Não! Você não lhe deu uma outra opção – a mulher retrucou franzindo a testa. – Você a está deixando ir e apenas porque quer.

Harry deu um sorriso amargo. – Porque quero?! - ele balançou a cabeça negativamente. - A senhora não sabe do que está falando.

-Eu sei, e muito bem, querido – disse fitando-o. – Não soube que havia, em algum momento de todo tempo que passam juntos, revelado seus sentimento a Hermione.

-Eu já tentei! - murmurou passando a mão nos cabelos.

[Flash-Back]
-Você... – ele a olhou de esgueira enquanto mudava o canal da televisão. – Tem certeza que quer isso?

Eles estavam na sala, num domingo chuvoso em que não tinha nada para fazer. Harry, àquela altura, já não conseguia pensar em outra coisa que não dissesse respeito a Hermione e seu apático noivo, Jack.

Hermione franziu a testa, deixando sua xícara de chocolate quente encima da mesinha de centro. – Do que está falando?

-Do Jack. E o casamento.

-Por que não teria certeza?

Harry encolheu os ombros. – Não sei. Talvez por ser um pouco repentino demais, você não acha? – perguntou ainda observando a tevê.

Ela cruzou os braços. – Não, eu não acho - Harry se calou e foi a vez de Hermione olhá-lo de esgueira. – Por que acha repentino?

-Talvez eu seja um tanto quanto tradicional – retrucou com um sorriso, olhando-a por um segundo. – Mas é que vocês se conhecem há apenas dois anos e meio, dos quais um ano e meio mantêm um “relacionamento”. É só por isso – ele suspirou. – Além do que, - disse um tempo depois, sem conseguir se controlar. - Vocês são tão desiguais, talvez não tanto quanto quando você estava com o Rony... Mas ainda assim, têm personalidades estranhamente incompatíveis.

-Eu não posso viver esperando o meu príncipe encantado, Harry – ela alfinetou cheia de ironia, mas ele não a olhou de volta.

-O que é uma pena, não é Mione? – ele retrucou por sua vez. – Se o esperasse, poderia obter a felicidade que eu sei que, bom, não irá encontrar no Jack.

-Você não sabe de nada – contrapôs secamente, desejando que ele a olhasse naquele momento, mas Harry continuava a prestar atenção naquele maldito programa.

-Não me leve a mal – ele disse ainda sem encará-la. – Só estava falando o que acho.

-Não lembro de ter pedido sua opinião. Além do que, se Jack pode ou não me proporcionar felicidade apenas eu saberei.

Ela estava muito amuada com a falta de atenção que o homem lhe detinha. Principalmente porque, com apenas uma palavra, Harry poderia fazê-la desistir de tudo.
Se ele disse que não queria que ela se casasse, ela não o faria. Mas ele não dizia e ela era muito orgulhosa para dizer que, talvez, ainda não estivesse preparada para se casar, com quem quer que fosse.

Harry apenas sorriu. Hermione se irritou e, bufando, retirou o controle remoto das mãos do moreno e desligou a televisão. – Quanto estiver falando comigo, olhe para mim. E não entendo a razão pela qual esteja sorrindo.

-Você tem razão. Não me pediu opinião alguma – Harry falou. - Então, por que eu estou lhe dando? – indagou com uma das mãos segurando o rosto, finalmente a fitando. – Algumas vezes esqueço que é adulta o suficiente para tirar suas próprias conclusões. Em outras, - ele suspirou dando um sorriso pequeno. - Tenho certeza do quanto é uma mulher em sua totalidade.

-O que está querendo dizer?

-Não é nada – retrucou perpassando rapidamente, com o dedo indicador, o nariz de Hermione. – Nada. Você pode ficar com o controle remoto – ele continuou, dando de ombros enquanto pegava a xícara dela. – Eu ainda prefiro seu chocolate – então ele se retirou da sala com um sorriso torto, sob olhar da morena, levanto a xícara cheia do chocolate quente que ela tinha feito há minutos atrás para si.
[Fim do Flash-Back]
***

-Mamãe disse que conversou seriamente com você – ela falou olhando-o de lado.

-Sim – disse pegando o jornal e bebendo, depois, um pouco de suco.

-Mas não quis me contar o que era, disse que deveria perguntar a você.

Harry levantou os olhos do prato. – Ela disse?

-Humrum. E então? Pode me contar o “segredinho” de vocês? – a mulher perguntou divertida.

Harry voltou-se para seu prato, ponderando. – Não há nenhum segredo. Estávamos falando de você.

Hermione pareceu decepcionada. – Ela foi falar com você sobre o casamento, não é? – Harry assentiu. – Ah me desculpe, Harry. É que mamãe acredita que eu não deveria me casar com Jack.

-Ah é? – ele pareceu ligeiramente interessado enquanto a fitava. – E por que?

A morena virou os olhos. – Você a conhece. Ela acha que, por eu não estar saltitando de felicidade e sorrindo pro nada, não sei o que estou fazendo.

O homem a olhou por um minuto e depois se voltou para o jornal que, agora, lia. - Talvez ela esteja certa.

-“Talvez ela esteja certa” – repetiu. – E eu posso saber por que acha isso?

Harry abaixou o jornal, para olhá-la. – Você quer minha opinião? – indagou com a sobrancelha erguida. Ela afirmou. – Bom, para começar, já lhe disse o que acho de vocês dois como um casal... E eu sempre imaginei, ao menos quando eu me casar eu espero ter, uma noiva realmente saltitante de felicidade porque, simplesmente, irá se casar. No caso, comigo – ele franziu a testa. – Penso que, talvez, sua mãe acredite que não esteja satisfeita com esse casamento. E só esteja fazendo isso por capricho.

-Você acha que é um capricho meu?

-Não disse isso. Disse que talvez sua mãe pudesse estar achando assim. O que é muito diferente.

-Mas o que você pensa sobre isso?

-O que importa sobre o que penso? – retrucou quase ironicamente, voltando-se para o jornal.

-Importa muito. Importa para mim – falou séria, ignorando o tom dele.

-Eu penso que está cometendo um erro. – Retrucou com uma placidez que realmente não tinha, virando o jornal.

-Ah é?! E posso saber qual é este erro? – foi a vez dela de apresentar suas palavras mergulhadas no chasco.

-Para começar o seu noivo. Depois, essa sua determinação forçada de demonstrar que está feliz, quando, na verdade, eu posso ver que não. E por último, a completa falta de sintonia entre você e o puto do Jack – respondeu com uma passividade fria e uma sinceridade crua que deixou Hermione surpresa.

Ela não tinha muita certeza do que a deixava mais chocada: o modo tranqüilo de Harry - que ainda insistia em não encará-la -, o que falara ou a maneira como se referiu ao Jack.

-Qual é o seu problema? – ela indagou descrente, se levantando desnorteada. Ele não poderia saber tanto dela. Ele não podia xingar o seu noivo sem mais nem menos. Não podia ignorá-la desse jeito. E não podia, principalmente, estar tão calmo enquanto fazia tudo isso...

-Você pediu minha opinião e eu a dei – contrapôs dando de ombros.

-E qual é a sua intenção? – Harry dobrou o jornal e se surpreendeu em vê-la ao seu lado, de pé. - Porque disse tudo isso?

Ele a encarou. – Porque você perguntou – respondeu como se fosse óbvio.

-Disse isso a minha mãe?

-Não, estou dizendo a você.

Hermione soltou uma exclamação de incredulidade. – Então você acha que estou cometendo um erro... Você quer me enlouquecer! – exclamou impaciente. E, então, ela buscou os olhos dele. - Por que não faz alguma coisa para me deter, então? – indagou cheia de sarcasmo.

A morena nunca saberia o que a levara a questionar aquilo. Mas se pudesse ariscar, diria que foi naquele momento que expôs seus medos. Que conseguiu, mesmo com ironia, pedir o que sempre quis que Harry fizesse: que ele a detivesse. Que lhe retirasse este dever.
E ela estava se odiando por isso, neste momento. O que Harry faria? Certamente lhe desejaria boa sorte ou diria que não poderia fazer nada, porque afinal, era sua escolha e só ela poderia mudá-la. E ele, para sua amargura, estaria errado. Já que Hermione só desejava um pedido... um pedido dele. Que, decerto, não viria...

O homem suspirou. - E se eu dissesse que não quero que se case? É algo suficientemente bom para lhe deter?

-Talvez, se você dissesse – ela retrucou sem conseguir desviar seu olhar dos olhos verdes dele.

-Hermione, eu não quero que se case com o Jack – falou se levantando.

-Por que não? – então a mulher percebeu o quão perto estavam, seus corpos não se tocavam, mas ela poderia sentir o hálito de Harry.

-Ora, mas eu já disse – murmurou. – Ele não combina com você.

-E quem combinaria? Você saberia me dizer?

-Não exatamente – falou segurando seu rosto. – Mas com o tempo, você pode descobrir...

-E se eu não quiser?

-Então não descubra.

-Talvez você tenha razão. Quem sabe possa esperar meu príncipe encantado e encontrar a felicidade que não encontrarei, como você sempre soube, nos braços do Jack?

-Não sou eu quem tem a razão. É a sua mãe. Que sempre soube que aquele rapaz não era alguém para você. E sabe de uma coisa? – ele aproximou seu rosto do dela perigosamente. – Ela está certa -murmurou em seu ouvido. – Ele nem sabe preparar aquelas panquecas que você tanto gosta... É uma negação na cozinha.

-Se fosse assim, Harry, eu deveria me casar com você, já que conhece todos os meus gostos – ela retrucou em tom baixo, enquanto deixava seu rosto na curva do pescoço dele.

Ele riu. – Isso é um pedido formal? Porque, se não for, você corre o grave risco de eu aceitá-lo e aí não poderá concretizar a sua busca pelo príncipe encantado.

-De algum modo, creio já tê-lo encontrado. Ele ainda não sabe ou finge não saber... Mas acredite, eu o farei entender logo, logo.

-Ah é? – indagou se afastando um pouco. – Antes que vá falar com esse tal príncipe, deixe-me fazer uma coisa? – perguntou, seus olhos perpassando por todo o rosto da mulher. Até parar novamente em seus olhos. Então ele tocou com o polegar os lábios dela, contornando-os.

Hermione assentiu minimamente e Harry, com um sorriso, a trouxe para si delicadamente. Suas faces estando muito próximas... Agora, no entanto, ele tocou com os seus os lábios da amiga. Beijando-a.
A morena estremeceu levemente lembrando-se de um certo dia, quando fora almoçar fora, com sua mãe:a mulher ergueu a sobrancelha. – Está bem, amor. Mas, sinceramente, se você gostou dessa “experiência”, lhe aconselho a repeti-la. Várias e várias vezes – Hermione piscou incrédula. – O casamento é uma boa opção, não acha? Ficaria encantada de ter Harry como meu genro e acredito que seu pai também.

Hermione sorriu intimamente. Sua mãe tinha razão, afinal, talvez repetir aquela “experiência” que tivera com Harry não fosse tão ruim assim. Na verdade, ela acreditava estar preparada para experimentá-la várias e várias e muitas várias vezes...

Fim
***
Ah! Eu estava louca para fazer um fiction assim. Com a mãe da Hermione.
Espero que tenha gostado. Desculpm-me os erros. E seria ótimo se você comentasse! XD
Beijão,
Yasmin

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