Venenosos!

CAPITULO 5 – VENENOSOS!

Ao ver o vestido justo que ela usava, preto, de tecido leve e sem mangas, ele imaginou se havia comido alguma coisa estranha nos últimos tempos, porque parecia que havia algo vivo dentro do seu estômago.
_ Você não está com frio?
_ Não – sacudiu os ombros em sinal de descaso – Dificilmente sinto frio... Mas não deixo de sentir fome. – completou com um olhar esperançoso à mesa de jantar conjurada minutos atrás por ele.
Ele fez uma reverência exageradamente cômica e sarcástica para ela e direcionou-se para a mesa. Ele conjurou um jantar para os dois e comeu em silêncio, ela ficou olhando para ele com um sorriso enviesado, mas na metade do jantar ficou frustrada por perceber que ele não estava muito a fim de olhar para ela, e Ellen Snape não estava acostumada a ser ignorada.
_ O que foi Snape, o gato comeu sua língua? – ele estreitou os olhos perigosamente para ela.
_ Estou apenas tentando decidir qual é pior: tomar veneno ou conversar com você!
_ Nossa... Essa foi profunda! – respondeu ela com um sorriso arrogante.
_ Afinal, você não vai comer não? Não foi você que estava quase morrendo de fome?
_ Como vou ter certeza que essa comida não está envenenada? – ele revirou os olhos.
_ Porque eu lhe envenenaria menina? Não acha que eu tenho nada melhor para fazer não?!
Ela olhou para as paredes da caverna como que procurando alguma coisa, então olhou para ele e respondeu _ Não! Eu vou lá te entender? Você que é o gênio do mal aqui!!!
_ Oh claro... Severo Snape o terror das criancinhas!
_ Me fala aí Snape, qual é mais letal: suas poções ou seu sarcasmo?
_ Você não está a fim de descobrir! – arrematou ele em tom frio.
_ Estou mortalmente preocupada...
_ Olha aqui PIRRALHA – ela inchou de indignação. “Pirralha?” – Acho que você ainda não entendeu sua real situação.
_ Não?!? Pois eu achei que eu estava em uma caverna, rodeada por gigantes assassinos, em companhia de “Severo Snape o terror das criancinhas”... – falou pesando a ironia me cada uma das palavras.
_ Se é assim, porque continua aqui? – a irritação estava prejudicando o raciocínio do nosso [ex]professor de poções.
_ Primeiro: não sou uma “suicida em potencial”. Segundo: meu equipamento de alpinismo está avariado. E terceiro: não tenho nada melhor para fazer em outro lugar. – falou ela com descaso, finalmente começando a comer numa velocidade que espantou Severo.
_ Ora ora... a senhorita Miss Independent não trabalha? – falou com desdém, ela meramente sacudiu os ombros
_ Não. Eu sou uma das pessoas mais ricas da Grã-Bretanha, mas tudo por causa de heranças, tanto por parte da minha mãe, quanto por parte do meu pai... Então... Não tenho nada que possa me levar a ir embora neste momento... Lhe incomodo?
“Nãããão... Imagiiiiiiiina... Você não me incomoda nem um pouco... E esse é o problema!”
_ Sobre seu equipamento de alpinismo, eu posso consertá-lo em um segundo. Mas se você diz que não tem pressa em ir embora... – ele voltou a observá-la comendo – Cuidado, você vai acabar engasgando.
_ E isso seria tão ruim, não é? – disse ela com uma risadinha baixa.
_ Como é que pode caber tanta comida em tão pouco espaço?! – ela meramente levantou uma sobrancelha.
_ Você vai me deixar comer em paz ou não?
_ Oh sim Vossa Alteza, perdoe-me.
_ Está perdoado, mas que isso não se repita... – ele revirou os olhos.
_ Modéstia mandou lembranças... – alfinetou ele.
_ Quando vê-la novamente peça notícias sobre sua educação Severo... Devem ter ido juntinhas tirar umas férias... – falou ela como quem comenta o tempo.
Nesse meio tempo Snape já havia cerrado os punhos. Ele abriu as mãos sobre a mesa e se inclinou de modo à quase encostar o rosto no rosto de Ellen, que permaneceu inabalável, com um sorriso enviesado no rosto.
_ Não é incrível pensar que eu já matei sangues ruins mais significantes que você e você parece não ter noção de perigo?
_ Talvez... – e aproximou ainda mais o rosto no dele e sussurrou em seu ouvido – Mas não dizem que a vida só tem graça se corrermos riscos?

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