Superações
Harry cruzou os campos de Hogwarts em direção à casa de Rúbeo Hagrid com uma rapidez impressionante. Foi tão ágil que muitos poderiam jurar que ele se encontrava montado em sua veloz Firebolt, a vassoura com que seu padrinho, Sirius Black, o presenteara. Sem dúvidas, o desejo de se manter só e a vontade de se distanciar da cena de Hermione abraçada a Rony conferiram ao maroto a capacidade de ser ainda mais célere do que já era quando se tratava de esforço físico.
Hermione, por sua vez, esforçava-se inutilmente para alcançar Potter, seguindo-o alguns metros atrás num empenho desesperado para chegar próximo daquele que ela tinha certeza de amar e, por isso mesmo, possuía tanto medo de perder. Quando a morena chegou à frente da casa de Hagrid, Potter já estava no interior desta e, apesar dos incansáveis pedidos de Hermione para que abrisse a porta, ele permaneceu imóvel sobre aquele sofá tão conhecido dos dois. Mantinha os olhos fixos em um ponto da sala e as mãos segurando a face, ainda corada pela raiva que teimava em sentir.
― Potter, você nunca tem nada que não queiram lhe tirar e o pior é que sempre conseguem - pensou com tristeza.
Enfadada de esperar Harry permitir que entrasse, Mione simplesmente pegou sua varinha e proferiu:
― Alorromora! - A porta se abriu.
Mione adentrou na casa, fechando a porta em seguida. Tinha os olhos vermelhos, cheios de lágrimas e, em verdade, entendia o que Potter estava sentindo, mas sabia também que não fizera nada que pudesse dar a entender um interesse por Rony, apesar de que o rapaz deixara transparecer uma atração por ela durante aquele abraço. O ambiente restava carregado de tensão e nenhum dos dois sabia como começaria a conversa, nem de que forma ela terminaria. Apenas estavam cientes de que haviam atingido outro momento decisivo.
― Harry - disse Hermione com a voz falhando de choro e as mãos trêmulas. - O que houve? Por que você deixou a sala daquela forma?
― Mi, não quero conversar - falou Potter com os olhos também vermelhos.
― Mas, Harry, não vou sair daqui enquanto não estivermos bem novamente.
Um silêncio se abateu entre ambos. Era a primeira vez que se viam em uma briga como casal e gostariam, desde já, que fosse o último desentendimento, porém não o último encontro.
― Mi, como você se sentiria se me visse num abraço daquele com a Cho Chang? - questionou o moreno sem encará-la.
Ele aguardava a resposta de Hermione sem se dar conta de que tocara em uma antiga mágoa da marota. Esperava uma resposta e ela não poderia negar que dificilmente ficaria à vontade na situação imaginária descrita por Potter. Tinha de ser sincera, entretanto, não lhe faltaria coragem.
― Harry, eu odiaria, mas nunca deixaria de escutar o que o homem que eu amo tem a dizer, senão eu colocaria em cheque não somente a confiança que tenho nele, mas principalmente toda a força do amor que sinto. E, Harry, eu nunca vou ter dúvidas do amor que tenho por você, nem da sua força. Entende? Nunca!
Diante das palavras tão honestas de Hermione, Potter não pôde se furtar de observá-la nos olhos. Aquele olhar castanho tão profundo, tão adorado por ele. Mione continuou:
― O que você viu naquela sala foi uma amiga consolando um amigo, apenas isto - disse Hermione ainda entre lágrimas.
― Mi, o Rony não te abraçava somente como amigo... isto eu pude ver... - Potter falou enquanto tornava a virar o rosto em direção à lareira.
― Ah, meu garoto... - Hermione suspirou profundamente. Nunca o havia chamado assim, mas existia tanto amor em sua fala que ele não conteve o arrepio que o tomou, quando ela lhe tocou a face, trazendo-a para perto de si. - Harry, o Rony pode até ter abraçado alguém que deseja, mas eu só abracei um amigo, porque eu apenas desejo aquele que amo. E este, Potter... este é você!
Harry não resistiu, calou a morena com um beijo descomunal, ardente, preciso. Naquela hora realmente já não eram mais necessárias palavras, todas já haviam sido ditas e restava presente apenas o espaço para a expressão do que sentiam em gestos antigos ou novos.
Potter ficou embevecido pela forma como Hermione se declarara, o modo convicto com que simplesmente assumira que o amava e o desejava sem limitações. Ele chegou até a pensar, em pequenas frações de segundos, o quão positivo foi aquele pequeno desentendimento. Há momentos em que situações difíceis surgem somente para certificar a existência de algo muito bom. Naquele caso, a briga fora uma oportunidade inesquecível de reafirmação do amor que ambos sentiam e a constatação do seu poder.
Hermione investiu sobre Potter mais uma vez, justamente no instante que este parecia parar. Ele já se encontrava sobre ela e se afastaria se a própria Mione não tivesse surpreendentemente o segurado pela camisa.
― Mi? Você está querendo que eu... - Harry dissera ofegante.
A marota o observou carinhosamente, beijou-lhe a testa, sentindo o cheiro dos cabelos de Potter lhe invadirem as narinas. Como era bom sentir mais uma vez aquela fragrância, pensou. Assim, tomou a mão dele entre as suas e a conduziu ao peito, queria que ele sentisse as batidas intensas do coração, desejava que ele tivesse certeza de que nenhum outro o faria bater daquela forma tão apressada, tão ávida pela presença dele, tão ansiosa por aprender junto a ele uma nova forma de viver, um novo modo de demonstrar amor.
― Meu garoto, nunca duvide disto: este coração só bate desta forma por você! É só você que quero sobre mim. Serão só tuas mãos que eu permitirei que me toquem quando eu estiver pronta.
― Mi, eu te amo! - pronunciou Harry enquanto a beijava com devoção e respeito.
― Eu também te amo. Também te amo muito - reiterou a morena com o riso largo de felicidade.
― Então, namora comigo? - perguntou Potter com um ar maroto e um sorriso inconfundível.
― Pensei que já estivéssemos... - riu Hermione divertida.
― Bem, é... acho que já estamos mesmo... e acredito que... bom, acabamos de ter nossa primeira briga... - Harry a olhava com uma expressão surpresa, mas feliz. - Sabe? Fiquei com ciúmes...
― Sei... hum. Sabe qual é a melhor parte numa briga como esta? - questionou Mione fazendo uma expressão provocante no rosto.
― E tem melhor parte? - Harry a olhou, querendo parecer preocupado.
― Claro que tem! - Hermione sorriu novamente. - Chama-se “fazer as pazes” e pelo que meus estudos dizem...
― Estudos? - Potter a interrompeu. - Você andou estudando sobre isto?
― Bem, Harry, na verdade, estou estudando agorinha mesmo. Não está percebendo?
― Acho que não - disse o maroto entre risos com ar fingido.
― Bom, então melhor demonstrar, não é? É assim... - Hermione tornou a beijar o jovem Potter, apertando o corpo dele contra o seu, demorando-se mais nas carícias e nos agrados do que das vezes anteriores. Na realidade, foi um beijo de tirar o fôlego e deixar qualquer um em brasas.
Potter surpreendia-se a cada instante, tanto com a situação, quanto com a forma como o corpo dele respondia ao dela. Era como se falassem uma língua apenas compreensível por ambos e era certo que se entendiam perfeitamente.
― Agora você entendeu qual é a melhor parte? - inquiriu Hermione sem ar.
― Compreendi um pouco, mas creio que haja ainda algumas dúvidas... Melhor me certificar... - o maroto falou isso no instante em que a beijou novamente.
Harry e Hermione haviam enfim percebido que em um amor como aquele não existiria lugar para graves desentendimentos. Talvez houvesse até espaço para um pequeno mal entendido, mas somente se a finalidade deste se contivesse no fazer as pazes depois.
Continua...
Arwen Undómiel Potter
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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”
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Agradecimentos:
Meus queridos,
vocês acharam mesmo que eu seria capaz de desapontá-los? Que eu afastaria Mi e Harry? Meus amados, a história é um romance de Harry e Hermione, então podem ficar tranqüilos! Brigas? Somente se for para fazer as pazes! E bem feitas! Esclarecido isto, vamos aos agradecimentos!
Julia, querida, fica com Deus também e espero ter te atendido!
Aline Braga, como não considerar alguém como você? Você está sempre presente, ajudando-me com seus pedidos de atualização e não poderia te esquecer!!!!
É Sarah, Harry estava sim com ciúmes! Mas quem não ficaria? Obrigada pelo pedido de atualização, viu? Quanto a Snape e Lúcio? Saberemos mais em breve...
Ana Lívia, querida, tu querias consolar Harry, foi? Não quero nem imaginar os pensamentos que você teve (risos), mas acho que Mione também os teve, não foi? Obrigada pelo movimento do “Posta logo”. Você é 10!
Otavio Bach, você percebeu o que eu queria fazer! Que bom! E confiou em mim! Isto foi lindo, viu? Pode me adicionar sim ao msn ([email protected]). Será um prazer conversar! Aliás, quem desejar pode me adicionar. Adorarei dialogar, embora esteja sem muito tempo, mas se coincidir o horário de entrada no msn, será ótimo!
Bruna, minha flor, um pouco de drama para você! Em sua homenagem, viu? E, é claro! Harry e Mi juntos!
Por último, meus agradecimentos também ao Alberto Antunes, Beto, pelo comparecimento constante e pedido de atualização! Valeu a todos! Até nosso próximo encontro!
Beijos,
Arwen Undómiel Potter.
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