A felicidade em uma poção
O dia amanheceu brilhante, parecendo partilhar aquele momento de felicidade que Harry e Hermione ainda vivenciavam. A verdade era que, mesmo em meio à ansiedade de concretizar aquela complicada tarefa, ambos não puderam deixar de se olhar sob uma ótica de amor.
Hermione acordara antes de Potter, mas se viu incapaz de perturbar o sono do seu tão querido Harry. Apenas se deixou debruçar um pouco mais sobre aquele ombro já fortalecido pelas mudanças típicas da idade, associadas ao esforço do quadribol. Ela o observava atentamente enquanto os cabelos do moreno lhe caíam sobre a face, tornando-o ainda mais belo.
― Somos tão vulneráveis quando dormimos - pensou a garota ao mesmo tempo em que imaginava como era bom velar o sono de quem se ama.
Foi, talvez sentindo o olhar de Hermione, que Harry despertou vagarosamente, percebendo, ao sentir o corpo da amiga sobre o seu, que aquilo não se tratava de mais um sonho. Era a realidade antes sonhada, apresentando-se exuberante diante da sua visão. E que visão linda!
― Mi? - balbuciou Harry. - Acho que perdi a hora. Como você está?
― Bem, Harry, impossível não estar bem assim - respondeu Hermione, se aninhando mais sobre os braços de Potter.
Ouvindo isto, ele sorriu e ainda com voz de sono falou:
― Temos de levantar, não é? Hum, aquele trabalho do Snape...
Hermione lançou um olhar sobre Harry, fazendo menção de que queria, quem sabe, permanecer ali. Mas ela sabia que não poderia. Ao notar isto, Potter afagou os cabelos da morena, ousando lhe dar mais um beijo, apenas o interrompendo sob pretexto de organizar o café da manhã.
― Mi, hoje nós vamos conseguir - afirmou Harry decidido.
Curiosamente, por mais nova que fosse aquela situação para os dois, que pela primeira vez se encaravam juntos daquela forma, não se observavam com estranheza. Os acontecimentos das horas anteriores se passaram de forma tão natural que prováveis dúvidas sobre o presente, ou confusões acerca do futuro, eram incabíveis. Ambos sabiam o que estavam sentindo, compreendiam a força que os impulsionavam ao encontro do outro e não perderiam tempo teorizando sobre aquilo que deveria, simplesmente, ser sentido. Assim iniciaram a manhã de domingo.
Harry e Hermione tomaram um respeitável café da manhã, preparado por Potter, já que a marota ainda não se recuperara completamente da torção no pé, e debruçaram-se, logo em seguida, sobre o trabalho de Snape - iriam fazer mais uma tentativa!
O caldeirão estava a postos e desta vez coube a Harry colher a raiz de roma no jardim da mãe de Hermione, retornando à sala e entregando as folhas da erva à morena, que prontamente a depositou em uma tigela, cuidando para que aquela pequena planta adquire-se a cor exata para ser adicionada ao caldeirão. Enquanto isto, Potter passou a mexer o preparado mágico.
― Harry, estou tão apreensiva... essa é a última porção de raiz que temos e sei que não podemos errar...
― Mi, vai dar certo! - reafirmou Harry, balançando a cabeça positivamente para reforçar a expressão. - Sinto que depois de tanta coisa boa que juntos tivemos, aqui, nada pode dar errado agora... - e a olhou com uma imensa ternura.
Hermione retribuiu o olhar, mas ruborizou um pouco. Ela de certo falaria alguma coisa se pudesse, entretanto, naquele instante as atenções estavam voltadas para a poção. A concentração de ambos seria exigida em cada momento. Apesar disto, a atmosfera refletia muito mais o amor daqueles dois do que qualquer tensão pelo provável resultado do trabalho que empreendiam. As horas se passaram, Harry e Hermione viram o cair da noite enquanto aguardavam o momento de acrescer, mais uma vez, a raiz de roma à nova poção.
― Harry, creio que a meu ver a raiz já atingiu o tom que precisamos - informou Hermione com seriedade.
― Mi, também acredito que os ingredientes do caldeirão já podem receber a raiz de roma.
Ambos se entreolharam, fazendo uma pausa para pensar. Estavam conscientes de que somente teriam aquela chance, no entanto, ao invés de serem invadidos pelo medo, deixaram-se tomar pelo sentimento de amor, companheirismo e cumplicidade que os unira até ali. Hermione, se esforçando, pois o pé ainda lhe doía, levantou-se e deu saltos até chegar perto de Harry, conservando a erva em mãos. Postou-se do lado dele, olhando-o igualmente com o mesmo carinho e afeto que este dispensava a ela, mesmo naquele momento, e acrescentou à poção a raiz de roma.
Naquele minuto, Potter deixara de mover a poção, aguardando junto a Hermione a tão querida mudança de cor...
― O que quer que aconteça, fizemos essa poção da felicidade com amor! - acrescentou Harry. - Mi, pouco me importa os desejos obscuros de Snape, porque esta situação me trouxe até onde eu queria estar: com você!
― Ah, Harry. Ah Harry... - Hermione não conseguia falar mais nada, apenas se via que seus olhos foram preenchidos por lágrimas enquanto ela assentia com a cabeça.
No interior do caldeirão, a mistura mágica alterava de tonalidade pouco a pouco. Os dois se abraçaram e se beijaram, esquecendo por poucos segundos o que se passava. Ao retornarem daquele breve instante de carinho, viram-se diante de um líquido de matiz completamente avermelhada. Para o deslumbramento de ambos, a Poção da Felicidade estava pronta.
― Harry! Harry! Conseguimos! - dizia Hermione sem conter a alegria.
― Sim, Mione, sim!
Estavam extremamente felizes, mas restava também, estampado no rosto dos dois, o cansaço das horas inesgotáveis de trabalho. Eles se esforçaram além do limite da exaustão. Por este motivo, optaram em viajar somente na manhã de segunda-feira, já que haveria tempo suficiente para chegarem à aula de Snape. O principal estava feito.
Após o banho, Harry e Hermione se prepararam para compartilhar o sono por mais uma noite. Haviam dividido até ali uma derrota e partilharam também a alegre vitória que acabaram de conquistar.
Hermione adormecera sobre Harry, que preferiu contemplá-la mais um pouco antes de dormir, afinal aquela seria a última noite em que estariam a sós por um longo período de tempo e ele sabia disso.
Estava ainda fitando Hermione que descansava, quando escutou, na janela do quarto, um tilintar que lembrava o bico de um pássaro. Levantou-se, com cuidado para não despertar sua garota, e abriu a janela. Era uma coruja que lhe entregou prontamente uma curiosa encomenda, um embrulho de papel pequeno e pesado.
― O que será? - pensou enquanto buscava com rapidez o pagamento da impaciente ave, a fim de evitar que a mesma acordasse Hermione.
Abriu o embrulho e o conteúdo se revelara para ele surpreendente. Tratava-se do exemplar de uma obra intitulada: A Poção da Felicidade. Folheou-a com velocidade e, só aí, deu-se conta de quem era o autor do livro... ninguém menos que Tiago Potter, seu pai.
Continua...
Arwen Undómiel Potter
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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”
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Agradecimentos:
Queridos,
estão gostando? Qual será o rumo dos acontecimentos? O que, afinal, Severo Snape pretende? Qual a relação com o pai de Potter?
Saberemos...
Quanto mais comentários, mais estimulada fico para escrever!!!!
Gostaria de agradecer imensamente a Aline Braga (por ter lido e pedido o próximo capítulo), a minha querida Bruna (sempre presente/ estou mesmo me esforçando para postar com brevidade, Bruna), a Sarah que iniciou até um movimento para a rápida postagem do capítulo 6 e também a Mari!!!! Vocês todos tem me dado um grande apoio!!! Mesmo os que apenas lêem (é bom ver que em poucos dias tantas pessoas leram!!!). Obrigada mesmo!!!
Beijos,
Arwen Undómiel Potter.
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