Surpresas
CAPÍTULO 1 - SURPRESAS
- Ainda vai demorar a chegar, mãe? - Perguntou James Potter, olhando para a mãe como se ela pudesse responder precisamente.
- Acho que não querido...Em breve você estará na escola e gostará muito, muito mesmo, aprenderá coisas novas, fará amigos novos, vai interagir com colegas e o professor...E se divertir. - Hermione completou carinhosamente, para o filho.
- Não se preocupe, Ms. Granger. Logo estaremos chegando à Guitar Hero School, e tenho certeza de que James irá gostar.
- Que bom que está perto, Richard! - Exclamou para o motorista, que apenas acenou com a cabeça, fazendo seu chapéu quase cair.
Fazia algum tempo que Hermione andara pensando em matricular o filho em uma escola de música, mais precisamente, liçoes de guitarra. Tivera alguns receios quanto à falta que o menino poderia sentir, ao perceber que os colegas tinham uma figura paterna e ele não. A questão era que o nome completo de James era James Harry Potter. Um vizinho, curiosamente, também tinha sobrenome Potter, mas não era bruxo. James notara a semelhança e perguntara a mãe se era agora que o pai tinha chegado de viagem. Hermione, de coração apertado, explicara ao filho que algumas pessoas não são parentes, mas têm sobrenomes iguais, assim como a Mrs.Elizabeth Harris não era parente do motorista da casa, Richard Harris. O menino acabou por se aquietar e nunca mais perguntara nada à respeito.
Hermione guardava um segredo, dentro de si, o qual não compartilhava com ninguém. James era filho de Harry Potter, seu melhor amigo e grande amor de sua vida. Mas ele partira para a Austrália assim que ela se descobrira grávida, e semanas depois avisaram que ele havia morrido durante uma missão.
Hermione nunca estivera tão triste quanto naquela época. Recebera tratamentos e apoio dos pais e dos Weasley, que ainda eram amigos. Apenas Ron e Gina sabiam que James era filho de Harry. Ninguém mais.
Desde então, ela conseguira um bom emprego no Daily Prophet. Era editora-chefe, e agradecia eternamente à Ron e Gina, que já trabalhavam lá e conseguiram um emprego para a amiga.
O pior de tudo era tentar esquecer Harry. Mas era impossível. James crescera um pouco, e já tinha dez anos de idade. Ele, praticamente, não se parecia nada com Hermione. Tinha cabelos muito negros, rebeldes, nunca conseguira penteá-los, embora tentasse. Olhos verde-esmeralda, intensos e brilhantes, embora o olhar fosse, indiscutivelmente, de Hermione. O nariz, rosto, corpo...Tudo era igual à Harry.
Tudo lembrava Harry naquela casa, até o filho.
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- Olá, James, querido. Como foi o dia? - Perguntou, levemente interessada, enquanto colocava a chaleira no fogão, fervendo a água.
- Humpf. - Resmungou.
- O que, querido? Por favor, repita, não entendi. - Disse carinhosamente, sentando-se ao lado dele. Ela tomou o rosto do filho entre as mãos e o ergueu, de forma que ele olhasse diretamente para ela. Notou que o filho chorava silenciosamente.
- Está chorando, James, por quê? - Perguntou, compreensiva. Refletiu um pouco e respondeu, mais calmo, encarando a mãe:
- Mãe...Porque todos tem um pai e eu não? - Soluçou.
- Ora, James, não está feliz aqui? Em sua casa? - Perguntou, temente do que ele lhe contasse.
- Mãe, estou, mas na escola, um menino, chamado Sean Thomas, me disse que eu não tinha pai. Ele tinha, e mostrou-o a mim. - Disse tristemente.
- É claro que tem! Eu já não te expliquei que ele está morando na Austrália, ocupado? - Disse, repreendedora.
- Por que ele não volta?! Desde que eu nasci ele não volta, mãe! - Gritou.
Os olhos de Hermione marejaram. Porque o filho tinha de encurralá-la com aquela pergunta?
- M-mãe, desculpe, eu não queria... - Disse triste, abraçando a mãe.
- Tudo bem, James. Agora é melhor ir dormir, okay? - Perguntou.
- Tá... - Disse, subindo às escadas que davam acesso ao segundo piso, cabisbaixo.
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Abriu a porta e ficou parado escutando a chuva cair e observando por um instante. Olhou à volta. Viu uma cama bem arrumada, coberta com um edredom azul-celeste escuro. Um abajur branco estava aceso na mesa de cabeceira, uma cartela de comprimidos para febre alta estava também ali, porque ele esteve febril na noite anterior, mas já estava melhor. Uma escrivaninha com alguns desenhos típicos de um menino de dez anos abarrotavam a mesa, já que eram feitos em papel grande.
Uma luminária branca também estava apagada. Ele entrou no quarto.
Deitou-se sobre a cama, cansado. Retirou os óculos, pousou-os na mesa de cabeceira, e adormeceu, com pensamentos confusos. Sonhou com seu pai. Ele não tinha rosto distinto, no sonho. Tamanha era a vontade de vê-lo...
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Decididamente, o dia não fora dos melhores para Hermione. James voltara a perguntar coisas sobre o misterioso pai que ele tinha, e ela sabia que se ele fizesse alguma atividade extra na escola iria acarretar este tipo de problema. Mas ele insistira tanto que ela acabara o matriculando mesmo. Lembrou-se de algo. James iria para Hogwarts no ano seguinte. Como Harry ficaria feliz em vê-lo indo para Hogwarts...
"Pena que não está aqui, Harry. Não verá James embarcar no Expresso, e nem ouvir quando ele chegar entusiasmado e contar o que fez na escola..." - Lamentou-se, chorando silenciosamente.
Um barulho na porta a assustou.
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Fora atender a porta, mas estava com medo. Que tipo de gente bateria à porta de alguém às 22hrs da noite, em plena quarta-feira? Só podia ser brincadeira de mau gosto...
Com receio, vestiu o robe e desceu as escadas, torcendo para que o filho não tivesse acordado. Se enganara. James estava vindo atrás dela.
- Volte, James! Eu abrirei a porta, fique aqui - Sussurrou. Mas o filho não obedeceu. Ficou parado, olhando, atrás da parede, enquanto a mãe descia as escadas.
Quando chegou lá, destrancou a porta, e abriu-a vagarosamente. Um rosto magro, cansado, pálido, molhado, com olhos verde-intensos era visto.
- D-desculpe estar incomodando está hora, mas cheguei agora da Austrália e preciso de... - Começou. Ao ver quem era a mulher espantada que lhe abrira a porta, quase caiu de susto.
- Hermione?! - Sussurrou incerto.
- Harry??? - Disse, se afastando, temendo que fosse alguma assombração.
- S-sim.... - Disse devagar.
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Não me matem por fazer essa short! Ficou muito esquisita, mas continuarei com ela, ok? COMENTEM!
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