Murta, Conselheira Amorosa

Murta, Conselheira Amorosa



Acordou com um incrível mau-humor. Estava muito irritado, e aquilo não era de hoje. Na última semana havia estado mais frio e insuportável do que o normal. E todo esse mau-humor tinha motivo. Na verdade, tinha até nome: Virgínia Weasley. A ruivinha não havia falado com ele, e evitava até olhá-lo. Nos ensaios, quando tinham que se falar, ela apenas passava os textos e ia embora o mais rápido possível para se certificar de que ele não tentaria perguntar o que estava acontecendo. Ela o estava evitando, e ele sabia muito bem disso. Só não entendia o porque. E aquilo o estava matando.

- Bom dia, né Draco? – cumprimentou Blaise, indo atrás do loiro, que passava pelo Salão Comunal sem nem olhar para o lado. – Agora nem cumprimenta mais os amigos, é?
O loiro continuou andando pelo corredor das masmorras, sem nem olhar para o moreno.

- Não enche, Zabine. – disse, irritado.
- Nossa Draco! Não tô entendendo o que está acontecendo com você! – comentou Blaise – Pansy disse que faz uma semana que você nem olha na cara dela. Não que isso seja grande coisa, mas ela até chorou ontem o dia inteiro por isso.

- Que a Parkinson se dane. – disse Draco, arisco.
- Tá vendo? De novo! Você está estranho! – disse Blaise, e Draco deu de ombros. Poderia até contar para Blaise o que o afligia, afinal ele era seu amigo. Pelo menos era isso que ele imaginava ser um amigo. Mas sabia que não daria certo. Blaise faria muitas perguntas e o loiro não saberia como responder. E seria estranho, pois não é todo dia que uma Malfoy fica perturbado por causa de uma Weasley. Não, era melhor ficar quieto. Mas sentia que, se as coisas continuassem daquele jeito, ele explodiria. Sentou-se na mesa da Sonserina, sem nem reparar que Pansy acenava freneticamente para ele. Pegou uma torrada e olhou para a mesa da Grifinória. Ela não estava lá. Viu apenas aquele idiota do Potter, que olhava ansioso para a porta do Salão. Estúpido. Sabia que ele a estava esperando, provavelmente para babar em cima dela. Tentou tirar esse pensamento da cabeça. Tinha nojo só de imaginar aquele testa-rachada tocando em sua ruivinha. ‘Sua ruivinha? Sua ruivinha o caramba, Draco!’ dizia uma vozinha em sua cabeça. Estava cada vez mais confuso. Definitivamente, ele ia explodir.

****
Não dormira bem naquela noite, o que não era novidade. Já fazia uma semana que ela não conseguia pregar os olhos por mais de 4 horas. Tentava esconder as olheiras, mas sabia que Naty já tinha reparado tudo há muito tempo. Não sabia o que fazer. Não agüentava mais ficar o dia inteiro com sono, e, principalmente, não agüentava mais ficar longe de Draco. Desde aquela noite na estufa teve certeza de que estava apaixonada por ele. Apaixonada é pouco, estava obcecada por ele, não queria mais ficar sem abraçá-lo, beijá-lo... e isso a assustou demais. E se ele não correspondesse o sentimento? Afinal, ele era uma Malfoy, e Malfoys não amam. Mas ela não conseguia esquecer dos seus momentos sozinha com Draco. Ele parecia outra pessoa. Tão simpático, chegava até a ser engraçado. Mas e se isso fosse só fruto de sua imaginação? Não sabia ao certo, por isso havia parado de falar com ele. Nem olhava mais na cara dele direito. Só se dirigia a ele quando estavam ensaiando, e mesmo assim, apenas falando os textos, sem conversas. Estava ignorando-o solenemente, e ele já havia percebido, com certeza. Achava que isso era o melhor a fazer. Mas, se aquilo era certo, porque ela se sentia tão mal?

- Gi? Você está bem? – perguntou Naty, saindo do banheiro, já vestida. Ginny sorriu, sem entusiasmo.
- Sim, Naty.
A morena olhou a amiga, incrédula.
- Não, Ginny, você não está nada bem! – disse Naty, sentando-se ao lado da amiga. – Porque você não me conta o que está acontecendo com você?
Ginny tentou se fazer de desentendida.
- Não está acontecendo nada comigo, Naty! Você está imaginando coisas! - disse, fazendo a amiga suspirar.
- Tá bom, Virgínia. Você finge que é verdade que não está acontecendo nada e eu finjo que acredito em você.
Ginny terminou de pentear os cabelos, sem falar nada. Naty apenas a observou.

- Olha, Gi... – disse Naty, assim que Ginny mencionou sair do quarto. – Eu não posso te obrigar a dizer nada, mas saiba que estou aberta para desabafos, ok?!
Ginny não disse nada, apenas assentiu e saiu do quarto. Sabia que Naty não se deixaria enganar por ela. Fora sempre assim. Aquela morena decifrava a ruiva como um livro aberto. Saiu do Salão Comunal sem nem olhar para o lado direito, não estava com humor para tanto. Porque aquele loiro mexia tanto consigo? Nunca imaginara que coisa parecida pudesse acontecer. E com certeza ninguém nunca imaginara. Mas agora estava acontecendo. E ela se sentia muito mal por estar ignorando Draco. Chegou ao Salão Principal muito desanimada. Foi até a mesa da Grifinória e viu um enorme sorriso se formar no rosto de Harry, que estava ali sentado com Ron e Mione. Sentou-se com eles, sem nem cumprimentá-los direito. Hermione olhou-a estranhamente, parecia já ter percebido que alguma coisa estava errada. Harry ia dizer alguma coisa, ainda sorrindo como um bobo, mas antes que ele o pudesse fazer Dumbledore levantou-se da mesa dos professores, o que fez todos se calarem em um instante.

- Bom dia! – cumprimentou o homem. Usava vestes azuis celestes e parecia muito animado, como sempre. Alguns alunos responderam baixinho – Sinto ter que interromper o café da manhã de vocês, mas tenho um aviso que com certeza todos irão adorar!

Todos os alunos olharam-se ansiosos. Parecia haver apenas dois alunos que preferiam encarar seus próprios pratos, desanimados.

- Bom... todos sabem que esse ano Hogwarts está montando uma peça de teatro, Romeu e Julieta, casal que será muito bem representado pela Srta. Weasley e pelo Sr. Malfoy.

Ginny levantou a cabeça e viu que todos olhavam para ela. Harry sorriu, mas ela apenas enxergou um certo loiro do outro lado do salão, que a encarava inexpressivo. Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo.

- E aproveitando esse clima clássico decidimos fazer um baile no último dia de aula!

Houve uma explosão de excitação ali. Todos os alunos puseram-se, ao mesmo tempo, a comentar o tal baile. Mas a única coisa que Ginny ouvia era seu coração acelerar enquanto encarava Draco. Ela não sabia, mas o mesmo acontecia com ele. Dumbledore pigarreou e o silêncio voltou a reinar no salão.

- O baile será aqui no Salão Principal, apenas para os alunos do 4º ano para cima. – pode-se ouvir resmungos dos alunos mais novos – E ele terá um tema, que será, naturalmente, Romeu e Julieta.

Porque ela mexia tanto com ele. Ela conseguia deixá-lo louco. De vontade de abraçá-la, beijá-la, tê-la em seus braços. Sentir seu cheiro... já tinha estado com muitas garotas, mas era ela única. Única. E ali, com aquela pequena troca de olhares, ele sabia disso. Não adiantava negar.

- O nosso especialista em teatro, Mister Jean... – disse Dumbledore apontando para Mister Jean, que estava sentado na mesa dos professores – Sugeriu que fizéssemos um baile de máscaras, assim como aconteceu em Romeu e Julieta. Por isso no sábado haverá uma visita a Hogsmeade, onde todos poderão comprar as roupas e tudo o que precisarem para o baile. E agora podem voltar ao café!

Outra explosão de conversas animadas no salão. Garotas comentando as roupas que usariam e garotos pensando em quais garotas convidar. Ginny continuou a encarar Draco, mas foram interrompidos por Pansy, que abraçou Draco pelo pescoço, fazendo-o desviar sua atenção. Ginny sentiu seu sangue ferver. ‘Quem aquela cara de buldogue pensa que é para abraçar o MEU Draco assim?’ pensou, mas foi interrompida por Mione, que puxava Ron da mesa.

- Ron, vamos pra sala de aula logo! – disse a morena, literalmente puxando o ruivo da mesa.
- E o que vamos fazer lá na sala antes da aula? – perguntou ele. Mione suspirou, cansada.
- Você tem que terminar aquele seu trabalho de Herbologia, lembra? – perguntou, enquanto Ron dava mais uma mordida em sua torrada.
- Mas eu tô comendo, Mione! – protestou o ruivo, com a boca cheia. Mione riu.
- Quem mandou você não terminar seu trabalho? Agora temos que ir! O Harry faz companhia para a Gi no café! – disse a morena, dando um olhar significativo para Harry e saindo com Ron do salão. Ginny estranhou, mas apenas olhou para seu café. Não estava com vontade de conversar. Mas Harry parecia querer o contrário.

- Bom dia, Gi! – cumprimentou ele, animado. Ginny abriu um sorriso amarelo, mas Harry não pareceu perceber nada de errado.
- Bom dia, Harry.

O moreno sorriu, parecendo ansioso. Ginny sentiu-se incomodada com aquilo. Encarou-o confusa.

- Algum problema, Harry? – perguntou, segurando-se para não mandar aquele garoto sumir de sua frente. Tudo bem, ela não podia fazer isso, mas estava tão irritada naquele momento que qualquer coisa era aceitável.
- Er... Ginny... – começou o garoto, parecendo nervoso. – Você não quer... não queriraHogsmeadecomigono... sábado?
- Que? – perguntou Ginny, sem entender nada. Ele havia falado tão rápido que nem ouvira direito. Harry suspirou e falou devagar:

- Você quer ir a Hogsmeade comigo no sábado?

Ginny levou alguns segundos para processar o que estava acontecendo ali. Harry a estava convidando para ir á Hogsmeade. Não pode evitar, sentiu-se um pouco triste. Á alguns dias queria mais do que tudo que Harry a convidasse para ir a Hogsmeade, mas agora só uma companhia vinha à sua mente: Draco. Olhou de esguelha para a mesa da Sonserina. Pansy quase se jogava pra cima do loiro, que não parecia estar muito satisfeito com a situação. Não respondeu nada, apenas observou a buldogue nojenta importunar seu garoto. Harry estranhou.

- Ginny? – perguntou ele, tirando a ruiva dos seus pensamentos assassinos a respeito da morena sonserina. – Estou esperando uma resposta.
Ginny pensou por um instante. Sentiu-se nervosa. ‘E agora, o que eu faço? Merlin deve me odiar...’

- Bom Harry... – começou ela, sem saber exatamente o que dizer, quando o sinal para a primeira aula tocou. Sentiu-se extremamente aliviada. – Agora tenho que ir, Harry! Não posso chegar atrasada, até mais!

Saiu quase correndo do Salão, para não correr o risco de Harry seguí-la.
Não queria ir a Hogsmeade com o moreno, queria ir com Draco. Mas Draco não a convidaria nunca, sabia disso. O que todos iriam pensar quando vissem uma Weasley e uma Malfoy passeando pelo povoado juntos? Fora de cogitação. Iria sozinha, apenas com suas amigas. Ótimo, mas como falaria isso para Harry? Há algumas semanas dissera ao moreno que ainda gostava dele, e agora simplesmente recusava sua companhia? Sentiu sua cabeça latejar. Com tantos problemas ia acabar ficando doente. Chegou à sala de Feitiços e sentou-se na cadeira, esperando Naty chegar. Sabia que não conseguiria prestar atenção nas aulas. Mais um dia de aulas completamente inúteis. Mas não conseguia tirar da cabeça a cena de Pansy agarrando seu loiro. Buldogue nojenta.

****
Saiu quase correndo da sala de DCAT, última aula do dia. Não queria encontrar Pansy mais uma vez, ela só enchera seu saco o dia inteiro. E parecia que, quanto mais ele a tratava mal, mais ela queria agradá-lo. E aquilo era insuportavelmente irritante. Pra variar um pouco, não parara de pensar em sua ruivinha nem por um segundo durante o dia. Explodira um caldeirão por colocar fatias de nabo demais na poção e, se Blaise não o tivesse acalmado, teria azarado uma turma de primeiranistas porque eles estavam ocupando o corredor.

Queria esfriar a cabeça, e o melhor a fazer era tomar um banho. Gelado, de preferência. O banheiro dos monitores estava vazio. ‘Ótimo’ pensou ele, despindo-se e entrando na banheira. Mas a paz não durou por muito tempo.

- Olha se não é Draco Malfoy, tomando um belo banho... – disse Murta, mergulhando na banheira e sentando-se ao lado dele. Olhou para as partes íntimas de Draco, o que o fez corar. – E como é belo!
Draco tampou seu corpo com toda a espuma que conseguiu, e Murta deu uma risada estridente.

- Posso saber o que você faz aqui, Murta? – perguntou o loiro. A fantasma apoiou sua cabeça no ombro de Draco, que se encolheu. Era realmente estranho ter uma garota transparente dentro de uma banheira com ele.

- Eu estava passeando por uns canos entupidos quando vi você entrando aqui. – disse ela, a voz histérica ecoando pelas paredes do banheiro escuro. – Então resolvi te fazer uma visitinha.
Draco revirou os olhos.

- Mas será que nunca nem passou pela sua cabeça que pode ser um pouco constrangedor para um homem ter uma fantasma espiando enquanto ele toma banho? – perguntou o loiro, a voz arrastada. Murta levantou-se de um súbito e flutuou um pouco acima de Draco.

- Eu venho aqui pra saber porque você estava tão triste e você me fala isso? – gritou ela, quase quebrando o vidro da janela. Ele abriu a boca pra falar, mas ela interrompeu.

- Tudo bem, Draco. Eu vou embora! – disse a Murta, fazendo-se de deprimida. Ele pensou por um instante. Só podia estar ficando louco. Com certeza, tinha que ser internado no St. Mungus. Mas tinha que fazer aquilo. Não agüentava mais guardar aquilo para si. E precisava de uns conselhos mesmo.

- Ei Murta! Espere! – a fantasma se virou para ele, sorrindo. – Vamos conversar um pouco.

****
Estava um verdadeiro bagaço. Não se agüentava mais em pé. Subiu a escada do dormitório correndo, sem nem olhar para o Salão Comunal. Bateu a porta do quarto e jogou-se na cama, abraçando forte o travesseiro. Nem reparou que havia alguém ali.

- Ótimo, Ginny, agente já brincou bastante, mas agora é hora de falar sério.
Ginny virou-se para a cama ao seu lado e enxergou Naty sentada. Ia falar alguma coisa, mas assim que abriu a boca começou a chorar. A amiga correu até sua cama e abraçou-a.

- Eu não agüento mais isso, Naty! Não agüento mais! – disse a ruiva, entre lágrimas.
- Porque você não me conta o que está acontecendo, Gi? – perguntou a morena. Ginny acalmou-se e soltou-se de Naty, olhando-a nos olhos.

- Tá bom, Naty, você venceu. Vou te contar tudo.

****
Murta parecia ter ganhado na loteria de tanto que seus olhos brilhavam. Deitou-se no chão à beira da banheira e disse:

- Conte-me o que te aflige, Draco.
O loiro demorou alguns segundos pra se pronunciar. Ainda não acreditava no que estava fazendo. Desabafando com uma fantasma? Estava louco. Mas era melhor contar para ela do que ficar remoendo tudo aquilo dentro de si.

- Eu não agüento mais, Murta. Aquela garota está me deixando louco. – disse, enterrando o rosto nas mãos, molhando seus cabelos. Murta sorriu marota.
- Vejo que a pequena Weasley conseguiu mesmo desbancar Draco Malfoy. – comentou a fantasma, e Draco encarou-a aflito.

- Isso mesmo, Murta. Eu nunca imaginei que pudesse sentir uma coisa dessas por uma garota, ainda mais por uma Weasley! Meu pai sempre me fez acreditar que os Weasleys são uma classe inferior, que não presta nem para limpar o chão que os Malfoys pisam, mas ela me mostrou que isso não existe. Mesmo sendo tão diferentes, nós nos entendemos e sentimos as mesmas coisas!

- É o amor, Draco. O amor. – disse Murta, sabiamente. Aquela situação seria cômica se não fosse trágica.


Tudo mudou, quando te vi
Jamais imaginei que havia
Um coração fora de mim,
Sentindo o que eu sentia



- Eu estou apaixonada por ele, Naty! Muito apaixonada! Não agüento mais ficar longe dele, não agüento! Ele é tudo pra mim! – disse Ginny, voltando a chorar compulsivamente. Naty apenas observava. – Eu nunca imaginei que me sentiria assim em relação a ele, mas agora vejo que não consigo viver sem aquele garoto! Eu preciso dele! Preciso!

Enterrou o rosto nas mãos. Naty passou a mão por sua cabeça.
- Posso saber de quem você está falando? – perguntou a morena. Ginny levantou a cabeça devagar, o rosto manchado de lágrimas.

- Dele, Naty. Draco Malfoy.


Foi sua voz, seus lábios talvez,
Sua forma de ser, de menina e mulher
Só sei que hoje te quero



- Não entendo porque comecei a gostar dela. Nós brigávamos muito, sempre discutindo por bobeiras. Pra mim era tudo diversão, eu adorava vê-la vermelha de tão brava. Mas chegou um momento em que vê-la vermelha não era o bastante. Eu queria chegar perto dela, sentir sua pele, seu cheiro, seus beijos... – admitiu Draco, sonhador, encarando o teto. Murta fazia o mesmo, como se estivesse vivendo tudo o que Draco dizia. – Ela é diferente das outras garotas. Não se importa com o que os outros vão pensar dela, sabe o que quer e luta por isso, mas apesar disso é uma garota doce, delicada. Ás vezes me surpreendo com sua maturidade, mas ás vezes ela age como uma perfeita criança mimada de tão teimosa. É simplesmente única.
Draco ficou em silêncio por alguns segundo, ainda encarando o teto, quando ouviu um soluço.

- Murta? Você está... chorando? – perguntou ele, ao ver a fantasma chorando compulsivamente.
- É que tudo isso é tão... tão... tão lindo! – disse ela, assoando o nariz nas vestes transparentes. Draco sorriu.
- Eu preciso daquela garota, Murta. Preciso.


Mais...
Te quero mais do que quero a vida,
Mais...
Se não te tenho do que serviria,
Mais...
Do que podia já servir a respiração,
Morto o coração



- Você está falando de Draco Malfoy, o sonserino que você dizia odiar mais do que qualquer outra coisa na vida? O mesmo sonserino que te humilhava na frente da escola inteira? – perguntou Naty, um pouco chocada pela novidade. Ginny afirmou com a cabeça, vermelha de tanto chorar. – Bem que eu reparei que ultimamente vocês estavam muito amigáveis um com o outro, considerando que antes vocês brigavam quase todos os dias...
- Ele não é aquilo que todos pensam, Naty. Ele é um garoto maravilhoso. E foi por esse garoto maravilhoso que eu me apaixonei. – disse a ruiva, segurando o choro. - Eu sei que pode parecer muito estranho, mas ele mexeu comigo. Nem se compara com que eu sentia pelo Harry. O Draco tem aquele jeito durão, frio, misterioso... mas sabe muito bem como deixar uma garota louca por ele. – disse a ruiva, encarando o dossel da cama, sonhadora. - Eu sou falante e extrovertida, pelo menos com as pessoas que eu conheço. Ele é o contrário de mim, quieto, reservado. Ele só olha, eu tento decifrar. E assim eu me apaixonei perdidamente por ele.
Nesse momento, Ginny voltou a chorar compulsivamente. Naty segurou sua mão.


Quero dizer que antes de você,
Jamais imaginei que um dia
Ia sentir algo assim,
O que um amor tão mágico vivia



- Foi bastante difícil admitir que estava gostando dela. Eu sempre falava pra mim mesmo, ‘Draco, você não gosta dela! Ela não passa de uma Weasley pobretona! Você tem que odiá-la!’. Mas chegou um momento que eu não podia mais negar, porque negar apenas me consumia por dentro. – disse o loiro, como se estivesse em outro planeta. Quem visse aquela cena não acreditaria que aquele era Draco Malfoy. O mesmo Draco Malfoy frio e cínico que todos conheciam. Murta o encarou abobada. – Eu realmente nunca imaginei que me sentiria assim por causa de uma garota. É uma coisa tão boa, tão mágica... estou impressionado com isso.

O queixo transparente de Murta foi até o chão, literalmente.
- E eu estou impressionada que Draco Malfoy esteja dizendo essas coisas. – comentou a fantasma, a voz estridente demais. – Bem você que sempre dizia que ninguém chegava aos seus pés, e que era incapaz de amar.

Foi possível enxergar uma cor levemente avermelhada na bochecha pálida do loiro.


Foi sua voz, seus lábios talvez,
Sua forma de ser, de menina e mulher
Só sei que hoje te quero



- Gi, tenho que admitir que você me deixou muito surpresa com isso. Nunca que eu imaginaria uma coisa dessas entre você e o Malfoy... – disse a morena, meio confusa sobre o que falar. – Mas tudo bem, eu até aceito isso, mesmo sem entender. Só não entendo porque você está chorando tanto se ele é tudo isso que você me disse.
Ginny limpou as lágrimas que insistiam em cair no seu rosto.

- Naty, eu sou uma Weasley e ele é um Malfoy! Você entende o que isso pode causar? – perguntou a ruiva, recomeçando a chorar – Nós nunca seríamos aceitos, nem pela minha família e nem pela dele! Foi por isso que eu parei de falar com ele...
Naty arregalou os olhos.
- Você parou de falar com ele? – perguntou a morena, assustada.
- Parei. Achei que era o melhor a fazer. Se parasse de falar com ele talvez conseguiria tirar ele da cabeça. – disse a ruiva, melancólica. Naty a encarou, triste.

- Mas isso não funcionou, não é? – perguntou a morena. Ginny voltou a chorar.
- Não! Só me fez ficar ainda mais apaixonada por ele! – disse a ruiva – Eu não agüento mais ficar longe dele, Naty! Não agüento mais! Eu percebi que não vale a pena viver se estou longe dele!

Naty pensou por um instante, medindo suas palavras.
- Bom, Gi, acho que só posso dizer uma coisa a respeito disso.
A ruiva levantou a cabeça, esperançosa.

- Lute por ele.


Mais...
Te quero mais do que quero a vida,
Mais...
Se não te tenho do que serviria,
Mais...
Do que podia já servir a respiração,
Morto o coração



- Mas o problema é que ela está me evitando! – disse o loiro, dando um leve soco no chão, irritado.
- Te evitando? – perguntou a fantasma, animada, voando para mais perto de Draco – Como assim?

- Ela simplesmente parou de falar comigo! Eu não sei mais o que fazer! Não agüento olhar pra e ver que ela não está nem aí pra mim. Isso está me matando! Do que adianta viver se ela me ignora? – disse o loiro, bravo. Murta começou a voar em círculos em cima da grande banheira, dando uma risada histérica.

- O Draco tá apaixonado, o Draco tá apaixonado! – gritou a fantasma. Draco tampou os ouvidos.
- Tá louca? Quer que alguém ouça isso? – perguntou ele, irritado, e Murta voltou a se sentar no chão ao seu lado. – Já vou te avisando, Murta! Tudo o que eu disse aqui é segredo, ok? SEGREDO! – disse ele, e Murta assentiu.

- Bom Draquinho querido... – disse ela, olhando mais uma vez para as partes íntimas do garoto, agora quase descobertas pela espuma que estava quase no fim. Mais uma vez ele corou levemente, fazendo Murta rir, mas logo ela parou e uma expressão triste chegou ao seu rosto – Eu já me apaixonei uma vez, e posso dizer que é a melhor sensação do mundo! Mas o garoto devia me achar uma garota ridícula que só chorava o tempo todo e nunca ligou pra mim! – a fantasma começou a chorar, e Draco não sabia o que fazer.

- Calma Murta! – disse ele, hesitante. Ela assoou o nariz com força em suas vestes, fazendo um enorme barulho. Draco levantou uma sobrancelha. Aquilo era definitivamente estranho. A fantasma se acalmou.

- Eu só posso te dizer uma coisa sobre isso! – disse Murta sabiamente, abrindo um enorme sorriso no rosto.
- O que? – perguntou o loiro, ansioso. Certo, ele estava pedindo conselhos a uma Murta, mas naquele momento isso era o de menos. Ela encarou-o, feliz.

- Lute por ela!


Desde o instante em que te vi,
Minha vida já não foi a mesma..











N/A: Olá meus querido leitooooores !!! Saudades ?? *se esconde atrás da cadeira pra não levar impoerdoáveis* Depois de tantos pedidos de att, ameaças de morte e coisas do tipo, tá aqui o capítulo 19 !! Sei muito bem que demorei horrores pra postar esse capítulo, mas eu expliquei no aviso que tava muuuito difícil de escrever pra mim !! Cheguei da minha viagem de formatura sem a mínima vontade de escrever, e quando finalmente veio alguma inspiração tive uns probleminhas aí que acabaram com ela !! Escrevi o capítulo meio sem inspiração, mas quando terminei ele lembrei de uma coisa que eu ia colocar em outro capítulo, mas que ia ficar legal nesse, então apaguei metade e refiz... mas agora tá aqui !! Espero que vocês gostem !! Tá beeeem meloso, né ?! Mas podem ficar tranquilos que no próximo capítulo a ação volta !! x)
A música do capítulo é Más, do Diego Gonzáles !! Fiquei com preguiça de colocar a letra em espanhol e traduzir, então pus logo a tradução mesmo!! amo essa música, ela é muuito fofa !!

Muuuuito obrigada pra tooodo mundo que comentou !! Vocês são muuuito importantes pra mim, e isso é sério !! Fico extremamente feliz quando vejo coments novos !! Mas é triste quando tem gente que entra e não comenta... quero ver muuitos coments aki, ok?!

Beijoos, meus amores !! Até o próximo capítulo!!

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