Romeu e Julieta



No dia seguinte, Ginny acordou, como sempre, às 6 horas da manhã. Foi até o banheiro, se despiu e entrou no chuveiro. Ficou aliviada quando a água fria percorreu seu corpo, pois sentira muito calor naquela noite. Tivera aquele mesmo sonho do dia anterior várias vezes durante a noite. Estava começando a ficar encabulada, pois, por mais que pensasse, não conseguia decifrar que íris eram aquelas que a envolviam tanto. Desligou o chuveiro, se enrolou na toalha e saiu do banheiro, pensativa.

- Bom dia, Gi! – disse animadamente Naty, que se levantava da cama e ia em direção ao banheiro
- Bom dia, Naty – respondeu Ginny, abrindo seu armário para escolher uma roupa, desanimada – Hum... acho que não tenho nenhuma roupa pra pôr hoje.
- Ih, não esquenta, amiga!! Pode pegar o que você quiser do meu armário. – disse Naty, que fechou a porta do banheiro em seguida.

Ginny foi até o armário de Naty. Havia milhares de opções de todos os tipos de roupa que se possa imaginar. Afinal, Naty era muito rica. Ginny não costumava reclamar quando o assunto era dinheiro, mas às vezes era chato ter que pedir coisas emprestadas pra Naty e May. Elas não ligavam, ficavam até felizes em ajudar amiga, mas Ginny se sentia constrangida. Ela tentava disfarçar, afinal seus pais trabalhavam muito, e não era fácil manter uma família de 9 pessoas. Por fim, escolheu uma saia jeans curta e uma blusa branca e se trocou.

- Bom diaaaa!! Como vai a sua tia? – gritou May ao entrar no quarto, assustando Ginny.
- May! Você quer me matar do coração? – falou Ginny, se levantando e encarando a amiga.
- Ah, Gi! Se o seu coração agüentou de ver uma menina tão linda como eu sem parar, ele não para por mais nada!
- May, May...sempre convencida!! – disse Ginny, rindo, quando Naty saiu do banheiro, enrolada em uma toalha.
- Finalmente te encontrei, Natalie – disse May, colocando as mãos na cintura e fechando a cara.
- Nossa, o que foi May? – perguntou Naty, o medo começando a tomar conta de si. Ela sabia muito bem como é que May ficava quando estava brava. – Por que você está com essa cara?
- Onde está o meu suéter preto, Natalie? – perguntou May, sua pele ficando vermelha. Ginny sentiu que a coisa ia ficar feia, pois aquele suéter preto era a coisa que May mais gostava no mundo. Ele era de sua mãe, e antes de morrer ela dera o suéter para a filha. Ginny se lembrava vagamente de May emprestando o suéter para Naty há alguns dias.
- Aaah, May! Você me assustou! Ele tá ali no meu armário, bem guardadinho! – disse Naty, com a mão no peito, aliviada.
- Como é que você se atreve a não me devolvê-lo? – perguntou May, andando devagar em direção a Naty, que já estava mais pálida do que o normal.
- Me des-desculpe May... é que eu esqueci de te entregar.
- Natalie McLite, como é que você teve coragem de esquecer de me entregar? – disse May, púrpura de fúria, agora muito perto de Naty, seus narizes quase se encostando – Eu fiquei super preocupada com ele!!

Ginny se sentou em sua cama e apreciou as amigas brigando. Era a briga mais boba que já vira, mas já estava acostumada com a briga matinal das duas. Afinal, por dentro, elas eram muito parecidas. May Su, era uma menina linda, considerada a menina mais bonita de Hogwarts. Morena com os olhos puxados, pois era índia, fazia todos os garotos babarem, pois tinha um corpo perfeito. Mas tinha uma personalidade muito forte. Fazia de tudo para defender as pessoas de quem gostava, brigava com todos que apareciam no seu caminho quando estava mal-humorada e era bem má com quem merecia. Como toda boa Sonserina, May odiava todos os Grifinórios, com exceção de Naty e todos os Weasley. Mesmo assim era uma menina muito divertida. Natalie McLite também era muito bonita. Pele muito branca, cabelos pretos e olhos intensamente azuis faziam de Naty a 2ª menina mais bonita de Hogwarts. Era muito inteligente e extremamente engraçada, fazendo qualquer um rir em qualquer situação. Ginny se achava muito sortuda de ser amiga das duas, pois era elas que haviam passado todos esses anos consolando Ginny todas as vezes que estava triste por causa de Harry.

- Meninas! Meninaaaas! – gritou Ginny, se levantando – Parem com isso! É a briga mais ridícula que já vi!!
- Ridícula não, Ginny! – disse May, passando a mão pelos cabelos – Vocês duas sabem muito bem que aquele suéter é a única lembrança que eu tenho da minha mãe!
- Sim, agente sabe disso May – disse Ginny – Mas você não precisa ficar assim só porque a Naty se esqueceu de entregá-lo. Ele está bem ali no armário, lavado e passado, eu mesma vi!
- É May... – disse Naty, receosa, com medo de mais uma explosão de May – Eu não fiz de propósito! – Ela foi até seu armário e pegou o suéter – Ele tá bem aqui.
- Ah! Meu suéter!! – gritou May, pegando o suéter da mão de Naty e abraçando-o.
- Ah, May, não precisa exagerar! – disse Ginny – É só um suéter!
- Não é qualquer suéter, Ginny... – disse May, mas Naty a interrompeu.
- Agora que já tá tudo resolvido, deixem que eu me arrume, se não nós vamos perder o café da manhã!
- Tá bom, Naty... – disse Ginny, indo em direção à porta – Agente te espera lá em baixo!
- É... – disse May, que foi atrás de Ginny – Mas vê se não demora muito porque assim nós vamos perder o café!!

As duas desceram as escadas e encontraram o Salão Comunal vazio. Havia apenas uma pessoa sentada em um sofá na beira da janela, lendo um livro. Assim que ouviu um barulho vindo da escada, se levantou e passou a mãos pelo cabelo, deixando a cicatriz à mostra.

- Bom dia, Ginny! – exclamou Harry, ignorando totalmente May, com os olhos verdes brilhando – Dormiu bem?
- Muito bem, Harry, e vo...
- Olha aqui, Potter – interrompeu May, emburrada – Você pode não gostar de mim, não me importa porque também não gosto de você, mas você poderia ter um pouquinho de modos e aprender a dizer bom dia para quem encontrar!
- Bom dia, Su! – disse Harry, sem graça – Me desculpe, mas é que...
- Tá, tá....não quero explicações! – se virou para Ginny e disse – Olha Gi, eu tô indo pro Salão Principal, não agüento mais ficar dentro desse lugar horrível! Olha só, tudo vermelho e ouro, e cheio de leões pra todo lado! Sou muito mais a Sonserina! Fui!

May foi em direção ao buraco do retrato, e ainda era possível ouvir algumas reclamações que ela fazia sobre a decoração do Salão Comunal. Ginny observou May até que ela saiu pelo buraco do retrato, virou suas atenções para Harry, e percebeu que ele a esteve fitando todo esse tempo. Sentiu seu rosto corar um pouco “Merlin, como esse garoto consegue mexer tanto comigo?” Ela o fitou por um tempo e então perguntou:

- Eh... você queria falar comigo?

Harry pareceu estar em transe. “Ela é tão linda! Como pude não reparar nela antes?”

- É... sim...tenho que falar com você – disse Harry, meio bobo, a fitando.
- Então... fale! – disse Ginny, se segurando para não rir, pois Harry estava parecendo um Hipogrifo avistando uma deliciosa e suculenta doninha – Harry!! Acorda!!
- Ham?
- Você não queria falar comigo? Fale!!
- Ah sim! – disse Harry, saindo do transe – Eu quero te avisar que hoje a tarde tem treino de Quadribol.
- Treino?? Mas eu não estava sabendo de nada!
- É que foi marcado de última hora. Precisamos treinar para acabar com a Sonserina no jogo amanhã!
- Nós não precisamos treinar pra ganhar da Sonserina – disse Ginny, se gabando – Nós somos melhores que eles!
- Eu sei disso, mas nem pense em faltar o treino – Harry se aproximou muito dela, seus corpos quase se tocando. – Por que se você não for, amanhã vai ficar no banco!
- Tudo bem, capitão! – disse Ginny, imitando um soldado – Eu estarei lá!

Ginny esperava que Harry fosse embora naquele momento, mas ele não se moveu. Continuou ali, cada vez se aproximando mais de Ginny, que agora tremia descontroladamente, sentindo o perfume cítrico de Harry penetrar em suas narinas, a deixando louca. Ele foi chegando mais perto de Ginny, e quando seus lábios estavam quase se tocando, eles ouviram um barulho que os separou imediatamente.

- Ah, Gi! Que bom que você está aí! Pensei que tinham me esquecido! – disse Naty, que descia as escadas do quarto das garotas. – Ah, bom dia Harry!
- Bom dia, Naty – cumprimentou, desanimado – Bom, eu vou para o Salão Principal... ainda não tomei café e a aula já vai começar.

Ele se moveu tão rapidamente que quando Ginny percebeu Harry já estava saindo pelo buraco do retrato.

- O que o Harry queria com você? – perguntou Naty, como se nada tivesse acontecido, quando as duas atravessavam o corredor que levava ao Salão Principal.
-Avisar que vai ter treino de Quadribol hoje à tarde – disse Ginny, omitindo o fato de que eles haviam quase se beijado. Afinal, não queria pensar que a coisa com que mais sonhara em sua vida quase acontecera.

****
Desceu as escadas do dormitório correndo. Estava atrasado. “Como pude ser tão estúpido a ponto de me atrasar pra aula?” Perguntava a si mesmo, de mau-humor. Saiu do Salão Comunal da Sonserina e subiu as escadas que levavam as masmorras até o Salão Principal. Quando chegou no Saguão de Entrada, avistou o quadro de avisos apinhado de gente. “O que será agora? Com certeza mais alguma estupidez de jornal de fofocas.” Passou a mão pelos cabelos platinados, impaciente. “Bom, não sou eu que vou ficar desatualizado.” Andou até o quadro de avisos, empurrando todos que estavam na sua frente, até que avistou um folheto pendurado, escrito com letras grandes.

“ QUER PARTICIPAR DE UMA PEÇA TEATRAL?
Jean Melville, bruxo graduado em teatro te convida para participar da peça:
ROMEU E JULIETA de William Shakespeare
Quem estiver interessado, por favor, compareça na estufa 9 na próxima quarta feira, onde serão distribuídos os roteiros para o teste.”


- Mais uma estupidez de trouxas – resmungou, mais para si do que para os outros, mas infelizmente alguém ouviu.
- Vai participar, Malfoy? – perguntou Ginny, que estava do lado de Draco, acompanhada de Naty, May, Harry e Ron.
- Você acha que vou perder meu tempo com uma estupidez dessa, Weasley? – perguntou ele, com um sorriso desdenhoso no rosto. – Não sou como você.
- Pois eu acho que está com medo! – disse Ron
- Medo? Medo do que, Weasley?
- Medo de não conseguir um papel bom na peça! – debochou Ron
- Ah, Weasley... – começou Draco – Só um traidor de sangue como você para pensar em participar de uma idiotice dessa. Teatro é coisa de trouxa! E eu não tenho medo de não conseguir um papel bom nessa porcaria, porque se eu participasse com certeza teria o papel principal.
- Pois eu duvido – disse Harry.
- Duvida Potter?! Pois saiba que a sua opinião não me interessa. Se quiser duvidar, duvide. Eu não estou nem aí.

Draco se virou e deu alguns passos em direção ao Salão Principal quando ouviu a voz de Harry atrás de si.
- Covarde!
- O que disse, Potter? – perguntou Draco, se virando e voltando ao lugar que estava.
- Disse que você é um covarde! Não quer tentar porque tem medo de não conseguir! Onde é que está o Malfoy corajoso agora?
Draco sacou a varinha e a apontou para o peito de Harry.
- Você quer brincar, é, Potter? – perguntou ele, com um sorriso irônico nos lábios finos. – Então vamos brincar. Eu aposto o quanto você quiser que eu consigo o papel de Romeu nessa merda de peça.
- Eu não vou apostar nada! – disse Harry, apreensivo.
- E onde está aquele Potter salvador de vidas que todos ouvimos falar? – perguntou Draco – Mas não precisamos apostar, pois eu confio no meu taco!
Draco guardou a varinha de volta ao bolso interno das vestes, e saiu. Finalmente, rumo ao seu tão sonhado café da manhã.
- Agora aquele testa rachada do Potter vai aprender que com um Malfoy não se mexe.





N/A: Finalmeeeente saiu o 2º capítulo!! Desculpem, mas eu demorei pq tô em semana de provas...então nem deu pra eu escrever direito durante a semana. Mas aqui está o 2º capítulo! Espero que tenham gostado!!!
No próximo capítulo: O jogo de Quadribol dá em mais do que o esperado. Coisas inesperadas acontecem, oque faz Ginny e Draco, finalmente, se unirem, mesmo que seja um pouquinho! Não percam o próximo capítulo!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.