Ordem da Fênix



Andrômeda acabara de levantar da cama. Sua cabeça latejava a cada degrau que descia para chegar a sua cozinha. Sua casa era muito diferente da casa onde fora criada: Era iluminada e alegre.


A casa de seua pais, ao contrário, era obscura, possuía quadros de seus antepassados nas paredes. As cortinas eram sempre impecávelmente engomadas. Os objetos de decoração eram adornados de ouro ou prata pura, e davam a casa um aspecto antigo e medieval.


Nunca gostou de sua antiga casa. Lá, não dava pra mostrar nada de sua personalidade.


A casa onde vive com seu esposo, Ted...sim! Era a casa de seus sonhos: Janelas sempre abertas tornavam o ambiente saudável, fresco e iluminado. Nos seus móveis, pequenos e singelos vasos com flores que Ted todos os dias traz de presente para ela. Tudo muito simples, mas tudo cheio de muito amor!!!


Os quadros que preechiam as paredes eram alegres e multicoloridos: Retratavam a união feliz deles, a infância agitada de sua única filha, Ninfadora. Não tinham tinham nada de ouro ou algum outro metal precioso exibido na sala de visitas ou algo que lembrasse a decoração medieval de sua antiga casa, mas de maneira bem mais simples, expressava a felicidade daqueles que lá viviam. Qualquer pessoa se sentiria bem-vinda naquele lar.
Androôeda podia ter tudo o que queria. Elfos domésticos fazendo todo seu trabalho em casa, lhe trazendo bandejas e mais bandejas de seja lá o que pedisse... mas... já bastava a vida de dondoca que seus pais lhe deram!



Ted, apesar de ter nascido trouxa, era dono de uma boa fortuna...Ela preferira não cometer o mesmo erro de sua mãe: Ela mesma resolveu cuidar de sua casa, de seu marido e de sua filha. Sua mãe sequer lhe trocara uma frauda quando era bebê e essa falta de contato familiar foi a causa da queda da familia Black, em sua opinião.


Ela sacudiu a varinha e, no mesmo instante houve um tilintar de colheres, panelas e chaleiras se movimentando para preparar um delicioso café para sua família. A mulher deu um profundo suspiro, sentou em uma cadeira e apoiando os cotovelos na mesa e olhou para o teto. Não dormira bem. Não conseguia parar de pensar na chegada de sua irmã Narciza, o dia anterior.


Narciza durante anos a renegou com todas as forças de sua alma, a repudiou... deixou de considerá-la da família assim como quase todos os outros parentes... mas ainda assim, não conseguia sentir raiva dela por tê-la procurado. Ela estava desesperada, não tinha mais a quem recorrer. Andrômeda era sua última esperança...


Narciza estava descontrolada , gritando muito. As lágrimas saltavam de seus grandes olhos azuis em demasia e ela tinha em seu rosto vários arranhões que provavelmente ela mesmo os tinha produzido em algum momento de insanidade.

(...)


-Andy...por favor.... pelo amor que tem a sua filha... me ajude...- Pedia entre um soluço e outro.


-Acalme-se, Ciça!- Andrômeda pedia segurando as mãos da irmã que estavam trêmulas e frias. Narciza parou de gritar, mas seus soluços se intensificaram e lhe deixavam com ainda mais dificuldade em falar- Irmã, preciso que se acalme... por seu filho, agora se acalme...


-Andy... Belatriz não protegerá o Draco... ele está sozinho... e ele é tão jovem... e está com medo... tenho certeza... e Lúcio, ainda em Azkaban...


-Eu sei Ciça... eu sei... mas você precisa descansar e...


-Não me peça pra descansar enquanto meu filho pode morrer a qualquer momento!!- Berrou Narciza em resposta, deixando Andômeda assustada. Seus olhos saltaram das órbitas fazendo com que parecesse ainda mais doente. Sua pele, outrora branca , adquirira um tom rubro ameaçador e seu rosto suado estremeceu assim como o restante de seu corpo magro e sofrido.


Andrômeda observara bem os olhos azuis da irmã e viu que ela a encarava profundamente. Talvez, esperando alguma resposta animadora sua, mas seu silêncio a fez desabar a seus pés, de joelhos, ainda segurando as suas mãos e, desta vez, não pediu, mas implorou, colocando sua alma naquelas palavras


-Andrômeda, eu sei que não mereço sua compaixão... por causa de tudo que também te fiz passar... mas, eu te imploro... me ajude... me ajude a salvar meu filho! Me ajude a salvar meu filho!!!


-Vamos, Ciça, levante-se! Acha mesmo que eu iria te virar as costas?


Narciza levantou os olhos devagar para olhar para a irmã quando Andrômeda lhe puxou para cima, ajudando-a a ficar em pé e pela primeira vez desde que chegara a casa dela, Narciza abriu um sorriso.


-Apesar de tudo, Narciza, eu nunca... ouviu bem... nunca iria te negar ajuda. É claro que vou te ajudar... só não sei ainda como vou fazer isso, mas...vou fazer algo... no entanto, quero que descanse... Venha comigo. Vou levá-la ao quarto de hóspedes.


-Obrigada, Andy!- Narciza agradeceu beijando as mãos da irmã caçula.- Você é um anjo! Se soubesse como...


-Ciça!!! Já chega!!- repreendeu Andrômeda- Pedí ao Ted que lhe preparasse uma poção do sono. Você vai dormir bem e sem sonhar. Amanhã, vou tentar descobrir o que fazer...


(...)



-Andy...


Alguém sussurara seu nome, fazendo com que abandonasse seu transe. Ela virou e viu Ted recostado a porta. Parecia estar a observando a um bom tempo.


-Com essa cara de cansada, com certeza não estava pensando em mim, não é?- brincou enquanto ía em direção a ela, e lhe dando um estalado beijo nos lábios- Bom dia!


-Bom dia, Ted!- respondeu com carinho e, com mais um aceno de sua varinha, a mesa ficou repleta de frutas e pães. O café e as torradas já estavam prontos e sendo servidos. Ted sentou ao seu lado, tomou um gole de café quente e perguntou em seguida:


-Ainda pensando na sua irmã?


-Sim...


-Só podia ser isso mesmo! Pra tirar você do meu lado a noite...


Andrômeda sorriu


-Só você mesmo pra me fazer rir....


-Sua irmã ainda está dormindo?


-Acredito que sim. O efeito da poção ainda não acabou.


-E você já decidiu o que vai fazer?


-Sim. Vou fazer o que deveria ter feito a muito mais tempo. Vou me unir a Ordem da Fênix.


Houve um momento de silêncio, até Ted tomar outro gole do café,
colocar na boca um pedaço generoso de torrada e dizer com a boca cheia:


-Então tá! Faremos o que achar melhor!


-Faremos? Não, Ted! EU tenho que fazer algo pela minha irmã. Você não tem obrigação nenhu...


Ela não chegou a terminar essa frase, pois Ted, com muita agilidade cobriu seus lábios com os dele. Ted sabia que Andrômeda se derretia com seus carinhos... Lentamente foram se afastando, e ainda com os rostos muito próximos, Ted falou:


-Quando nos casamos, juramos que fiacríamos um ao lado do outro não importa o que acontecesse. É um juramento que vou seguir até o último dia de minha vida. Então, com ou sem sua permição... eu vou com você seja lá onde for...


Ela passou a mão pelo rosto do marido e, sorrindo jovialmente o puxou, lhe dando um forte abraço e varios beijinhos.


-Obrigada, Ted! É por isso e por tudo que eu te amo!


-Sei que ainda sou gostoso.... além disso, preciso descobrir quem é a "pessoa especial" que a Ninfadora comentou na última carta, lembra?


-Ah... sabia que suas intenções estavam sendo "nobres" demais pro meu gosto...


-Claro! Se o indivíduo pensa que vou entregar minha filha de mão beijada pra ele, ele está muito enganado....


Durante um bom tempo, deixaram o assunto de Narciza longe de seus pensamentos, conversando sobre que torturas usariam caso as intenções do namorado de sua filha não fossem as melhores do mundo...

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