Capítulo Único
Querida Ginny,
Quando você ler essa carta, eu, Ron e Hermione, já estaremos longe. Não posso te falar para onde estamos indo, nem o que pretendemos fazer, caso essa carta seja interceptada. Peço que não tente entrar em contado comigo através de cartas. Seria muito alarmante corujas sobrevoando o lugar para onde vamos. Não tente pó-de-flu, aparatar, nem qualquer outra coisa. Ver seu rosto ou ouvir sua voz seria o suficiente para me fazer desistir de tudo e correr para seus braços. Tranqüilize sua família, estamos todos bem, por enquanto. Você sabe que eu te amo, e que continuarei a te amar, haja o que houver. Não há um segundo que eu não pense em você, não há um segundo que eu não sinta saudades. Mas eu tenho que fazer isso. Só eu posso fazer. Espero te ver em breve, porém talvez esse dia nunca chegue. Minha ausência pode demorar um mês, um ano, dez, ou talvez, toda a eternidade. Mas não se esqueça, que não importa o que aconteça, não importa pra onde eu for, você sempre vai estar junto a mim. No meu coração.
Com amor,
Harry.
Ginny estava, mais uma vez, sentada no gramado d’A Toca. Hogwarts fechara, e agora a garota passava todo o seu tempo em casa. Ela não suportava ficar junto de seus pais, pois eles andavam muito tristes e abalados desde a partida de Ron. Então, a garota se refugiava nos jardins da casa, e ficava olhando o horizonte com uma carta apertada nas mãos tremulas.
Já fazia mais de três meses desde que seus amigos haviam partido. Ginny leu e releu tantas vezes a carta de Harry, que a havia decorado. Mas mesmo assim, não largava a carta de modo algum. Tinha o costume de se sentar numa colina, apertando a carta contra o peito, e olhar para o céu imaginando onde Harry estaria. Releu a carta mais uma vez, e uma lágrima de dor e angústia molhou seu rosto.
No mesmo momento, a quilômetros de distância, um jovem de cabelos despenteados e com uma cicatriz na testa sentava-se numa cama empoeirada e olhava para uma paisagem seca e sem vida, através de uma janela torta.
Harry, Ron e Hermione, abrigavam-se em uma casa abandonada, num lugar deserto e triste. Harry estava sozinho no quarto, quando um certo ruivo cheio de sardas, meteu sua cabeça na porta e perguntou com a voz contida:
-Harry, tá tudo bem? – Ron o indagava com uma sobrancelha erguida.
Harry o respondeu com um resmungo, que Ron levou como um sim, e saiu do quarto deixando uma pequena fresta da porta aberta. Harry pôde ouvir vozes cochicharem no corredor estreito e escuro atrás da porta.
-E então? – Perguntou uma voz feminina num tom alarmado.
-Ele disse que tá bem. – Respondeu um cochicho masculino.
-Não tá nada, Ron! Ele não comeu nada hoje, e passou o dia todo fechado naquele quarto! – O sussurro de Hermione contestava o ruivo.
-Eu sei! E o que você quer que eu faça? – Retrucou Ron ainda em cochichos.
-Me dá licença que eu vou lá falar com ele! – Disse Hermione e Harry ouviu sons de passos.
-Não, Hermione. Ele quer ficar sozinho. Só isso. – falou Ron num tom confortante.
Harry ouviu barulho de gente descendo a escada e intimidamente agradeceu Ron. Ele queria ficar sozinho. Só ele e seus pensamentos...
Cem dias me fizeram mais velho
Since the last time that a saw your pretty face
Desde a última vez que eu vi seu lindo rosto
A thousand lies have made me colder
Milhares de mentiras me fizeram mais frio
And I don’t think I can look at this the same
E eu não sei se eu posso ver isso do mesmo jeito
Ficou admirando o mato seco ondular sob a brisa suave, e seus pensamentos, como sempre, transportaram-se para aquela ruiva que lhe tirava o sono. A ruiva que enchia sua vida de alegria e seu peito de saudades. Não havia uma noite que Harry não sonhasse com Ginny, um segundo que não pensasse nela.
Ele não conseguia imaginar como estaria sendo sua viagem sem Ron e Hermione. Além de toda a ajuda, além de tudo que Harry sabia que não conseguiria fazer sozinho, eles eram seus amigos, e isso significava tudo pra ele. Porém, Harry não se sentia completo. Por mais que o lado mandão e amigo de Hermione estivesse ali, e o lado confuso e atrapalhado de Ron também estivesse presente, faltava o lado divertido e extremamente apaixonado de Ginny.
Havia momentos, que Harry se sentia vazio e ele normalmente mergulhava em lembranças dos bons momentos que passara com Ginny, em belas tardes de verão.
Era um dos mais lindos dias de verão que Hogwarts já presenciara. O céu estava completamente azul, sem uma única nuvem. O sol refletia-se no lago, deixando pequenos pontos de luz brilhando na água lisa. Um leve vento fazia as árvores balançarem e impedia que o dia ficasse quente demais. Dois jovens apaixonados sentavam-se na sombra de uma árvore à beira do lago.
-O que aconteceria se eu te jogasse na água? – perguntou o garoto com um sorriso brincando nos lábios.
-Você estaria morto, Potter. – respondeu a garota ruiva também sorrindo marotamente.
-E como você iria me matar, Weasley? – Harry adorava suas brincadeiras.
-De amor. – Disse Ginny aproximando seu rosto do de Harry.
-Então eu quero morrer. – Sussurrou ele em seu ouvido.
A garota fechou os olhos e Harry fez o mesmo. Seus lábios se encontraram ao mesmo tempo que uma brisa suave fez os cabelos cor-de-fogo da menina ondularem sob o sol. Harry a segurou pela cintura e Ginny colocou as mãos em seu rosto. Os dois deitaram-se na grama em meio a um beijo cheio de amor. Sentiam o sol batendo em seus corpos e beijaram-se por um tempo que não podia ser medido em segundos, minutos ou horas.
-Pensando bem... – Ginny separou seus rostos o espaço o suficiente para conseguir falar. – Eu ainda não devo te matar.
-Por que não? – perguntou Harry, que tinha uma boa parte dos cabelos de Ginny em sua face.
-Você não fez nada pra merecer tal castigo. – Respondeu a ruiva sentando-se e olhando para o lago.
-Ah, é? – Harry sorriu.
Ginny deu um salto no momento que Harry se levantou. A garota começou a correr e ele foi atrás dela. Pareciam duas crianças brincando. Os cabelos da menina balançavam e o garoto tinha um enorme sorriso no rosto. E ele a alcançou.
-Harry! – Exclamou Ginny quando ele a pegou no colo. – Me solta!
-OK – Disse ele andando até o lago e a jogando na água.
-Harry! – Exclamou novamente a ruiva, agora toda encharcada. – Eu ainda te mato!
-Eu adoraria morrer. – Respondeu o garoto estendendo a mão para ajuda-la a subir.
Ginny sorriu para ele e segurou sua mão dizendo “obrigada” e então, deu um puxão e Harry também foi parar dentro do lago.
-Ginevra Molly Weasley! – Exclamou o garoto agora também encharcado.
-Sim, Harry James Potter? – respondeu a ruiva com um sorriso triunfante.
-Eu ainda te mato! – Disse ele a enlaçando pela cintura.
-Então mate-me.
E os dois beijaram-se em meio a risadas, ali mesmo, no lago.
Mesmo sentindo-se sozinho e triste, Harry sorriu ao lembrar-se do sorriso de Ginny. Sua vida estava muito turbulenta com as constantes pistas e descobertas sobre as horcruxes, e as constantes viagens que fazia. Nos poucos momentos de folga ele se sentia preso e angustiado.
A única coisa que lhe acalmava, que lhe confortava, era ficar lembrando dos momentos que ele e Ginny passaram juntos. Era inevitável sonhar com ela, e ele ansiava a hora de dormir, pois somente em sonhos eles podiam ficar juntos.
Mas todos os quilômetros que nos separam
They disappear now when I’m dreaming of your face
Desaparecem quando eu sonho com sua face
I here without you, baby, but you still on my lonely mind
Estou aqui sem você, baby, mas você ainda mora em minha mente solitária
I think about you baby, and I dream about you all the time
Eu penso em você, baby, e eu sonho com você o tempo todo
I here without you, baby, but you still with me in my dreams
Estou aqui sem você, baby, mas você ainda está comigo em meus sonhos
And tonight, there’s only you and me
E a noite, somos só você e eu
Ginny limpou sua única lágrima e viu o sol se pôr. Era difícil pensar em Harry, mas da mesma maneira, era muito fácil. Sem perceber, ela estava pensando nele, e por mais que quisesse afasta-lo de sua cabeça, ela não conseguia. Porém, se ela estava afogada em saudades e desespero, e queria lembrar dos bons momentos que passaram juntos, eles não vinham para sua cabeça.
Como o próprio Harry dissera, aqueles dias que eles passaram juntos, foram irreais. Agora, quando Ginny olhava para trás, ela via que era simplesmente impossível que tudo aquilo pudesse ter acontecido. Momentos felizes, em que eles não se preocupavam com nada e simplesmente se divertiam e aproveitavam a chance de estar juntos. Aquilo poderia ter se passado há anos atrás...
Mais lágrimas escorreram no rosto da garota enquanto a paisagem se tingia de vermelho-sangue. Ela não queria imaginar, mas era inevitável. Talvez Harry estivesse morto. Ninguém sabia por quais perigos ele estava passando. Ninguém sabia o que estava acontecendo.
Ginny já resistiu, inúmeras vezes, de cair na tentação de escrever para ele. Nada a deixaria mais feliz do que ver uma coruja voar em sua direção com uma carta no bico. Ela não se importava se fosse escrito apenas “estou bem”. Isso a aliviaria imensamente. Mas talvez, ela simplesmente estivesse a espera de algo que nunca viria. Algo fatal poderia ter acontecido sim, e talvez ela ficaria pra sempre esperando algum sinal de vida de Harry.
Talvez ela nunca mais teria a chance de sentir os lábios dele nos dela, nem de ver aquele sorriso que iluminava sua vida. Talvez, ela e Harry nunca mais poderiam se sentar à beira de um lago e se atirar na grama. Talvez ela nunca mais poderia abraçá-lo, e se sentir protegida. Talvez ela nunca mais ouvisse sua voz. Nunca mais ouvisse um “Eu te amo”. Ginny limpou mais uma lágrima e continuou sentada ali, mesmo já sendo noite, admirando a caligrafia de Harry e desejando de todo o coração que ele estivesse bem.
Os quilômetros simplesmente continuam a correr, como as pessoas que deixaram seus caminhos pra dizer olá
I’ve hear this live is overrated but I hope that this gets better as we go
Eu ouvi que essa vida é supervalorizada, mas eu espero que ela continue bem enquanto nós caminhamos
Enquanto o dia virava noite, Harry permanecia ali, junto da janela, pensando em Ginny. Viu os últimos raios solares banharem a paisagem de vermelho e a primeira lágrima desde que partira, embaçou seus óculos.
Por mais que estivesse se corroendo de saudades, ele era forte, tinha que ser forte, e sempre manteve a cabeça erguida. Quando pensava em Ginny e a saudade tomava conta dele, ele lembrava o que estava fazendo, que era Voldemort quem estava combatendo, e que nada iria o abalar e desviar seu caminho. Harry tinha que fazer isso, era o único que podia. Por todos esses dias, ele agüentou. Por todos esses dias ele suportou ficar longe dela. Mas agora, ao pensar que talvez ela estivesse sofrendo a sua espera, ele não conseguiu. Era demais para ele, a idéia que Ginny estivesse talvez, chorando por sua causa. E a primeira lágrima de todo esse tempo de angústia e saudades, rolou em sua face.
E o dia acabou.
Harry viu as primeiras estrelas surgirem no céu, e se lembrou da carta que havia deixado para ela. Se lembrou do que havia dito. Que nada iria fazer o amor deles morrer. Que ele sempre estaria junto a ela... Respirou fundo, limpou a lágrima solitária e olhou a lua...
Tudo era culpa de Voldemort. Tudo mais uma vez era culpa de Voldemort. Harry queria voltar pra Ginny e Harry iria voltar pra Ginny. Antes, claro, teria que acabar com Voldemort. E ele faria isso. Porque nada, nem ninguém, nem mesmo o maior bruxo das trevas de todos os tempos, iria impedir esse amor. Nada.
Tudo o que eu sei e em qualquer lugar que eu vou
It gets hard but it won’t take away my love
É difícil, mas isso não vai acabar com meu amor
And when the last one falls, when it’s all said and done
E quando o ultimo cair, quando isso estiver dito e feito
It gets hard but it won’t take away my love
É difícil, mas isso não vai acabar com meu amor
Ginny olhou para a lua, e inexplicavelmente, se sentiu mais forte e confiante. Não importava como ela sabia. Mas ela sabia. Ela sabia que Harry estava vivo. Ela sabia que ele a amava e sabia que o amor deles superaria tudo.
Com um último relance à carta e com um último suspiro, a garota rumou para casa. Ela ia dormir. Ela ia sonhar com ele. Porque somente a noite, somente em sonhos, eles estavam juntos...
Por enquanto.
Estou aqui sem você, baby, mas você ainda mora em minha mente solitária
I think about you baby, and I dream about you all the time
Eu penso em você, baby, e eu sonho com você o tempo todo
I here without you, baby, but you still with me in my dreams
Estou aqui sem você, baby, mas você ainda está comigo em meus sonhos
And tonight, there’s only you and me
E a noite, somos só você e eu
N/A: E aí? Gostaram? Amaram? Odiaram? Dormiram?
Eu quero coments! Muitos, muitos, muitos coments! =D
Amaram o vídeo, né? Foi a Nani que fez, agradeçam a ela.
Eu já agradeci é claro. Ela me deu de aniversário, tem coisa mais fofa?
Nani: VOCÊ é uma fofa! ><
Passem na fic dela, que é ultraperfeitosa: Pra Lembrar de Nós (H/G)
E, pessoas, comentem, viu? E passem nas minhas outras fics. E na comunidade que elas ganharam:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17192807
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