Meu Amado Amor
Ela olhava para o teto, pensando...Era bom, era bom sentir o cheiro dele, sua pele...Que lhe importava o que os outros achavam? Que lhe importava se o elfo dizia que tinha “ido com a cara dela” e não queria que se envolvesse com o Mestre, para que ela não sofresse? Não se importava! Ela o amava! E daí?! E daí?!
-E DAÍ?!
Voldemort estava parado na porta, com cara de idiota, olhando Ann, agarrada com um travesseiro, socando-o e gritando, aparentemente, com ele (o travesseiro).
=Ela-é...MALUCA! Já imaginava algo...Mas isso é demais...=
-A-ann?
Ann reconhecendo a voz e imaginando a cara do dono, corou.
-P-Príncipe? O Senhor não tinha viajado...?
-Eu voltei mais cedo...Pode me explicar o que é isso?
Ann corou mais. Ficou um clima meio tenso entre os dois e...Ela riu.
=Ela está rindo?!=
De repente reparou, Ann não era tão criança assim, não mais. Nesse meio tempo em que tinham estado separados, ela cresceu, ganhou corpo, estava realmente bonita (N/A: Bonita dentro dos limites possíveis que alguém pode ficar tendo ficado desde os três anos num quarto semi-escuro, né gente? Convenhamos, eu adoro os cabelos prateados dela...hehe)...
=No que estou pensando?! Ela é só uma pirralha! Não! Não, Voldemort e amor não deveriam estar na mesma frase. Acalme-se, relaxe...Essa...Essa...Menina. Me tira do sério, com ela eu sou menos Voldemort e mais Tom. Ela é perigosa, deve ter alguma aura de magia muito forte para fazer esse tipo de feitiço...(N/A: É impressionante como ele é maduro demais em certos aspectos e totalmente inocente em outros... Muahuahuahua! Pobre Tom, como ele sofre nas minhas mãos...)=
Ann corou mais ainda, provavelmente reparou que ele a olhava abobado. Ele também percebeu isso e tratou de desviar o olhar decidido a “Não cair no feitiço dela”.
-Eu vou trabalhar, não saia do seu quarto Ann.
Ann fechou os olhos e pensou consigo mesma:
=Ah, Príncipe...Mesmo que destroces o meu coração...Mesmo que destruas a minha vida...Eu ainda te amarei, para o resto da eternidade minha alma sempre e sempre se sentirá atraída pela sua.=
-My Lord?
Abraxas Malfoy estava seriamente preocupado com o seu senhor, há dias ele não saía do quarto, só fazia pensar, e ponto.
-Sim Malfoy?
-Eu estou preocupado com o Senhor, Milorde.
-Oh, sim, extremamente preocupado. E o que eu tenho haver com isso?
-Milorde, há dias o Senhor não come, não dorme, não se “diverte”, não nos dá instruções...Isso é sério. Mesmo um bruxo com tamanho Poder como o Senhor acabará por se esgotar...
-Mr. Malfoy, me diga, quando foi que eu pedi para o Senhor se meter na minha vida?
Malfoy ficou surpreso, não que não estivesse acostumado com as ofensas do seu Senhor, mas a aparência dele estava deplorável, havia profundas olheiras sob seus belos olhos castanhos, seus cabelos estavam desalinhados e sua aparência era fantasmagórica.
=O que houve com ele...?=
-O que houve comigo? O que houve comigo, Malfoy, é isso que quer saber?
Esquecera que seu Senhor era legimente.
-Eu te digo, Malfoy. Eu estou confuso. Sim, confuso, não consigo entender algo. E só sairei deste quarto quando compreender.
Malfoy se assustou mais ainda, havia um brilho maníaco e irredutível em seus olhos que ele conhecia muito bem.
-Posso ajudar em algo?
-Oh, sim, claro que pode.
O que estava havendo com ele? Ele estava GENTIL.
-Caia fora do meu quarto! Assim estará ajudando muito!
Saiu rápido antes que o seu Senhor decidisse se divertir as custas do sofrimento dele ou de sua família. Voldemort fechou os olhos e voltou a pensar.
=Preciso encontrar uma resposta, preciso...=
(Mudança de cena, Malfoy e outros Comensais estavam num pub de Londres não muito recomendável)
-Ele tá mal mesmo, Abraxas? Rosier, virou o rosto e chamou uma garçonete para reencher sua caneca.
-Tá Evan. Trancado num quarto, não quer sair...
-Sabem do que ele precisa? Dolohov perguntou.
-Do quê, Antony? Perguntou o mais velho de todos, Abraxas, esperando alguma pérola do caçula dos comensais.
-Mulher. Disse Dolohov com simplicidade. Todos gargalharam gostosamente com aquela tosca afirmação. Malfoy fez um ruído seco, como se estivesse dividido entre o riso e a repreensão. Dolohov se contentou em, simplesmente, agarrar a garçonete de “formas avantajadas” que o servia. Depois de um segundo, Malfoy se decidiu pela repreensão e o riso. Deu um tapa na cabeça dele e exclamou:
-Claro que não seu idiota!
-Eu sei do que ele precisa. Disse Rosier tirando do bolso um cartaz com o brasão de Hogwarts. Todos se inclinaram para ler o aviso e sorriram, concordando.
(Volta ao quarto da Ann, ela está pintando)
Ele entrou sem bater, sabia que não precisava, sabia que ela não se importava.
-Pintando de novo, Ann?
-Príncipe, não chegue assim, silenciosamente, pelas minhas costas que eu me arrepio toda!
-Se arrepia, é? Perguntou ele, zombeteiro, enquanto encostava seus lábios naquele pescoço alvo -E não me chame de Príncipe...Para você eu sou apenas Tom.
-NÃO! Me-larga! A garota, ofegante, saiu porta a fora, correndo.
-Que quadro interessante...
O homem olhava para um quadro onde se via uma mocinha de cabelos prateados presa a uma serpente em seu aperto mortal, e esta, ao mesmo tempo em que tentava se livrar expressava um louco prazer pela situação.
-É assim que você nos vê, Ann...? O homem tinha uma melancolia louca no olhar...
=Nem ela. Nem ela consegue esconder o medo...=
Concluindo isso um sorriso esgarçado surgiu em seus lábios, era bom se sentir temido.
Ann estava encolhida num canto da cozinha, lágrimas escorriam por seu rosto e uma voz ecoava em sua cabeça, era a voz de sua tia.
(...)
Ann ainda era uma menininha e chorava, encolhida num canto do quarto. Sua tia gritava com ela coisas, das quais Ann só se lembrou de uma parte.
-Você é um buraco negro! Está vendo esse guarda? Ele morreu por sua culpa!
-Ele falou mal da mamãe...
-Não interessa! Você é uma aberração! Não pode matar pessoas! Seu monstro! Foi isso o que aconteceu com a “mamãe”, sabia?! Você sugou toda a vida existente na minha irmã! E fará o mesmo com todas as pessoas que te amarem, que te odiarem, que você ame ou que você odeie! Viu?! Monstrinho!...
(...)
Ela chorava, ensandecida, puxava seus cabelos e arranhava suas faces.
=Não...Não quero machucá-lo, não quero que ele sofra...Não...Prefiro morrer!=
-Senhorita! Senhorita Ann, Hunter está aqui para ajudá-la, não chore senhorita! Por favor,...Senhorita triste, Hunter triste também...Hunter vai chamar seu senhor, seu senhor acalmará a senhorita...
Ann agarrou o braço do elfo, desesperada.
-Não...-disse ela numa voz rouca de dor-...Não o chame...Por favor...
Duas pequenas lágrimas rolaram dos olhos do elfo.
-Hunter não quer ver senhorita chorando, Hunter quer senhorita rindo...Por favor senhorita, ao menos tome uma poção para se acalmar...
Ann sorriu amargamente
-Eu não sei fazer poções...
-Hunter pedir ao seu Senhor. Hunter fazer qualquer coisa para deixar senhorita feliz...
-E-eu só quero um copo d’água. Sim?
-Hunter vai providenciar, senhorita ficar aí, sentada e esperar por Hunter, Hunter já voltar com água.
Ann sorriu, melancolicamente, tentando parecer gentil. Com aquele gesto Hunter ficou exultante.
-Hunter, por que está pegando uma das minhas taças, seu vermezinho imundo? Rosnou Voldemort entre dentes.
-A bela senhorita está chorando senhor, senhorita treme tanto que Hunter veio pegar uma taça de metal para pôr água para senhorita não quebrar o copo, Hunter está... Falou o pequeno elfo amedrontado.
-Ann? Ann está se sentindo mal? Voldemort perguntou de forma meio maníaca.
O elfo levou as mãos à boca, puxou as próprias orelhas e começou a guinchar:
-Hunter mau! Hunter mau! Senhorita ficar brava! Hunter não dever contar! Hunter mau! Hunter mau!
Voldemort ia sair, quando a figura esguia da menina entrou na sala.
-Hunter, tudo bem? Ouvi gritos...
O elfo a encarou com os olhos marejados e gritou:
-Hunter desobediente, senhorita, além de não pegar água suficientemente rápido, Hunter contar para Lord que senhorita chorar! Hunter já se castigar por isso, senhorita!
Ann o olhou, apavorada.
-Não Hunter! Não deve se castigar! Isso é horrível! Já estou abusando de sua boa vontade fazendo pegar água para mim! Não precisa de nada disso! Você não é meu escravo!
Isso só fez o elfo guinchar mais alto, desta vez gritando que não era merecedor de tamanha bondade, etc., etc., etc. Voldemort estranhou a cena, mas entendeu: era óbvio que Ann não tinha a menor noção da relação bruxos x elfos. Pegou a taça, segurou o braço de Ann com força, tirando-a de perto do elfo soluçante que ela estava consolando. Na porta, virou-se para o elfo e disse, numa voz fria:
-Prepare um lanche adequado para a sua senhorita. E rápido.
O elfo abriu um largo sorriso manchado de lágrimas e sumiu. Voldemort continuou arrastando a jovem e confusa bruxa em direção ao seu quarto.
-Tom, o que está havendo? Por que tratou Hunter assim?
Voldemort a sentou em sua cama, conjurou um caldeirão e disse-lhe, ignorando suas perguntas:
-Ainda quer a poção reanimadora?
Ann, confusa, fez que não com a cabeça.
-Não, não precisa, estou melhor, o que está havendo?
Ele disse, meio curioso, meio impaciente:
-Você nunca tinha visto um elfo antes, garota?
Ann arregalou os olhos e disse:
-Elfo?
Voldemort bufou:
-É, seres parecidos com Hunter. Elfos Domésticos. Sua família não tinha um?
-Eu me lembro de uma “elfo” baixinha e verde feito o Hunter me pondo para dormir, mas um dia a minha babá apareceu e disse que, a partir daquele momento, ela que ia cuidar de mim.
-Entendo...Ouça: Elfos são seres inferiores e repugnantes, são nossos servos, não precisa tratá-los como iguais, entende?
Ann ruborizou:
-Perfeitamente, mas...
-...Mas? Voldemort perguntou, erguendo uma sobrancelha.
Ann falou rápido, atropelando as palavras:
-...Ainda os acho criaturas fascinantes!
Voldemort riu, não sua gargalhada sarcástica e que indicava que a morte estava próxima, era uma gargalhada inédita, que mostrava, ao mesmo tempo, gentileza, dúvida, espanto e que achava graça da situação. Ann corou mais ainda e riu também. Hunter entrou e sentiu um calor ao ouvir a gargalhada da bruxinha, ela passava tranqüilidade, carinho.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!