A RAIVA DE NEVILLE
Com o passar dos dias, os jardins de Hogwarts ficaram cobertos por uma grande camada de neve, anunciando o inicio do inverno e também a proximidade do natal. As aulas ainda continuavam á todo vapor, Harry sentia que em qualquer momento seu cérebro se recusaria á receber mais informações. A quantidade de deveres por semana era inacreditavelmente enorme, graças á McGonagall e Snape. Os treinos de quadribol estavam mais intensos do que antes. Rony havia ficado extremamente nervoso, com o empate da Grifinória com a Corvinal, na opinião dele isso era inadmissível e seria uma tragédia se isso acontecesse novamente, então ele obrigava todos os jogadores á treinarem até que não fosse mais possível se mover ,devido ao frio e a neve. As aulas de oclumencia também continuavam, embora Snape já tivesse lhe falado que logo elas não seriam mais necessárias, para o grande alivio de Harry. Tudo parecia ir bem, com exceção de Rony e Mione, que ainda continuavam separados, Hermione tinha pegado duas semanas de detenção por Ter transformado os cabelos da garota sextantista em titica de galinha durante o jogo da Grifinória contra a Sonserina. Passadas as duas semanas, os quatro voltaram á poção polissuco, que já estava quase pronta.
- Harry você pegou o que eu te pedi na sala do Snape? – perguntou Hermione
- Não encontrei – respondeu Harry irritado – Você é que deveria pegar!
- Eu? – perguntou ela abismada
- Você e o Rony, porque se o Snape encontrar vocês dois lá, vocês tem a desculpa de serem monitores-chefes – falou Harry
- Oras Harry – respondeu Hermione ríspida – Eu que peguei quase todos os ingredientes dessa poção!
- Se não fosse essa frescura sua e do Rony, a poção já estaria pronta! – reclamou Gina. Hermione ignorou Gina e continuou á mexer a poção
- Eu preciso de Musgo de flor rosa! – resmungou ela
- Já sei, vamos os quatro na sala de Snape! – falou Gina ficando de pé
- Eu não vou lá – disse Rony
- Vai sim! – disse Harry ficando de pé – Ou os dois vem ou vão ficar sozinhos
Imediatamente Rony e Hermione ficaram de pé e acompanharam Harry e Gina até a sala de Snape.
- Não tem perigo dele aparecer? – perguntou Gina observando alguns vidros, com liquido azul
- Ele deve estar jantando – respondeu Hermione
- Ei Harry, o que você está fazendo aqui? – perguntou Rony, olhando para o espesso liquido prateado dentro de uma bacia.
Harry se aproximou, com Gina e Hermione em seu encalço, olhou para a penseira de Snape e viu seu pai sorrindo com o uniforme de quadribol da grifinória.
- Esse é meu pai – respondeu Harry sorrindo
- O que ele está fazendo ai? – perguntou Rony
- Isso deve ser a penseira do Snape – respondeu Hermione.
- O Snape tem uma penseira com o pai de Harry? – perguntou Rony
- Ele tem lembranças do pai de Harry – respondeu Hermione
Harry e Gina se entreolharam sorrindo. Rony e Hermione perceberam que sem querer estavam conversando um com o outro e fecharam a cara emburrados.
- Eu vou ver – disse Harry
- Harry é perigoso – Advertiu Hermione – Snape pode aparecer á qualquer momento
- Então você fica ai de vigia – respondeu Harry – Se ele aparecer você me avisa
- Mas você vai...er..levar os dois com você? – perguntou Hermione apontando Gina e Rony com a cabeça
- A Gina com certeza, se o Rony quiser vir também não vou me importar – disse Harry, com um sorriso maroto de formando em seu rosto – Á não ser que ele queira ficar aqui com você.
- Eu vou!! – respondeu Rony imediatamente
- Se Snape pegar vocês... – começou Hermione
- Mione, cala boca e vamos logo! – disse Gina impaciente. Hermione arregalou os olhos em sinal de discordância e ficou em silêncio
- Tudo bem, vamos todos – falou Harry – Gina me dê a mão, Rony também e de a mão para Hermione – mandou Harry
Rony e Hermione se olharam e em seguida encararam as próprias mãos
- Ora vamos! – reclamou Harry – Vocês não vão morrer por causa disso
Rony e Hermione continuaram estáticos
- Francamente! – exclamou Gina, se colocando entre Rony e Hermione e agarrando a mão de ambos – Vocês parecem crianças!
Harry que agora só tinha a mão de Rony segura á sua, ergueu-a lentamente e tocou o liquido prateado. A sala de Snape deu um solavanco e os quatro foram engolidos pela bacia, quando deram por si, estavam sentados em meio á torcida da Grifinória, que gritava enlouquecidamente. Harry olhou para o campo e viu o pai acenar para a torcida.
- É incrível! – exclamou Hermione observando Tiago
- Ninguém vai estranhar ver agente aqui? – perguntou Rony
- Eles não podem nos ver – respondeu Harry que agora tinha o olhar concentrado na torcida da Sonserina – Cadê o Snape?
- Harry, você pode ver seu pai e está preocupado com o Snape? – perguntou Hermione
- Mione, nós só vemos o que o Snape viu, então tenho que saber onde ele está – explicou Harry
- Aquele ali – disse Gina mostrando um garoto com cabelos oleosos, próximo ao pai de Harry – Parece com ele
- É ele mesmo! – respondeu Harry
- Aquele é o Snape?? – perguntou Rony gargalhando – Que coisinha feia!!!
- Verdade – Harry riu também, ficando de pé – Vamos ver para onde ele vai.
Os quatro desceram a arquibancada, e pararam ao lado de Snape.
- Ranhoso! – exclamou Tiago ao ver Snape – Veio me dar parabéns, ou quer que eu te transforme em um frasco de óleo??
Snape ficou em silêncio, e apenas encarou Tiago com ódio, que continuava á gargalhar e passar as mãos nos cabelos freneticamente.
- Pontas! – os quatro ouviram alguém chamar e viram Sirius, Lupin e Pedro se aproximarem
- Já tá ficando chato vencer a Sonserina! – disse Sirius rindo
- Fazer o que se eles são umas melecas?? – perguntou Tiago ainda com um enorme sorriso no rosto – Vejam só – ele agora olhava para Snape com cara de compaixão – São todos como o ranhoso!!!
Snape continuou em silêncio
- Eu vou subir – falou Tiago – Tenho que ficar cheiroso, para ver a Lily!
- Ficar cheiroso para tomar outro fora! – exclamou Lupin
- Ela ainda vai ser minha! – riu Tiago se afastando do grupo
Harry, Rony, Hermione e Gina ficaram observando Tiago se afastar. Harry novamente teve a ligeira impressão de que o pai não era exatamente o que pensava.
- Harry quem é Lily? – perguntou Rony
- Acho que é minha mãe – respondeu Harry, enquanto seguiam Snape que seguia Tiago
- Mas o Lupin disse que ele vai tomar um fora, como pode ser sua mãe? – perguntou Hermione
- Digamos que minha mãe e meu pai eram como você e o Rony – respondeu Harry e Rony e Hermione se calaram abruptamente.
- Lily!!! – eles ouviram Tiago exclamar e viram uma moça ruiva parar em meio ao corredor e respirar fundo
- Já disse para não me chamar assim Potter – respondeu ela fria
- Olha a Gina ai! –sussurrou Rony para Harry ao ver Lilian.
- Deixa ela começar á falar, ai você vai ver com quem ela se parece! – riu Harry
- Lily, até quando você vai me tratar assim? – perguntou Tiago desapontado
- Potter me de licença! – pediu ela e os quatro viram o distintivo de monitor-chefe brilhar em seu uniforme.
- Ei porque o Snape está espionando eles? – perguntou Gina, olhando para o futuro professor escondido atrás de uma estatua
- Não sei – respondeu Harry, continuando á observar os pais, era realmente estranho saber que um dia eles também tinham tido 17 anos
- Tudo bem não te chamo mais de Lily, Evans! – disse Tiago, correndo atrás dela, que andava rápido – Mas me escute!
Lilian parou abruptamente de costas para Tiago, respirou fundo e disse:
- Fale Potter!
Harry viu um sorriso de triunfo se formar no rosto do pai.
- Olhe para mim Lily – pediu ele á segurando pelo ombro e fazendo com que ela se virasse
- Evans! – resmungou ela
- Tudo bem, Evans. Olha eu gosto de você, porque você não me dá uma chance? – falou ele com sinceridade
- Você não gosta de mim – respondeu ela – Só está querendo se aparecer para seus amigos!
- Você acha mesmo, que eu ia ficar desde o meu quinto ano atrás de uma garota se eu não gostasse realmente dela? – perguntou Tiago e Lilian olhou para as mãos do rapaz, que ainda permaneciam sobre seus ombros
- Acho! – ela respondeu com a voz baixa, Tiago passou uma das mãos nos cabelos
- Acha errado! – disse ele – Eu gosto de você, e não preciso disso para me mostrar para meus amigos!
- Você tenta se aparecer o tempo todo Potter! Veja o que você faz com o pobre do Snape! – disse ela
- O ranhoso não tem nada de coitado! – respondeu Tiago – E eu só me aproveito um pouco!
- Imbecil! – resmungou Lilian
- Vai Lily fica comigo! – pediu Tiago novamente
- Olha Potter eu... – ela começou á dizer, mas antes que pudesse terminar, foi surpreendida por Tiago que a beijou.
Harry olhou espantado, ao mesmo tempo um sorriso se formava em seu rosto
- Seu pai é mais rápido que você! – riu Rony
- Se fosse eu, ele ia tomar um tapa na cara depois – resmungou Hermione
- Você não bateu no Rony quando ele te beijou! – riu Gina, Hermione emburrou
- Acho que já viram demais – os quatro ouviram a voz de Dumbledore e perceberam que já tinham voltado á sala de Snape
- Professor!? – disse Hermione sem graça
- Sorte de vocês que Severo me pediu para encontrá-lo aqui e eu cheguei antes – sorriu Dumbledore bondosamente – Harry acho que seu pai não ia gostar nada de saber que você viu essa cena!! – agora ele sorria abertamente, há tempos que Harry não o via assim – Agora vão antes que Severo apareça
Os quatro saíram da sala em silencio, porém quando alcançaram o corredor as gargalhadas começaram
- Vocês viram o Snape?! Parecia, como disse o pai de Harry, um pote de óleo!!
- Ah ele era uma gracinha!!! – Harry riu também
- E seu pai Harry! – Gina riu – Nossa ele devia ser bem legal!
- Desde que você não importunasse ele, acho que sim! – disse Harry
- É incrível, como você e a Gina, se parecem com ele e sua mãe juntos, não é Mio.. – Rony parou no meio da frase e resolveu ficar em silêncio, Hermione fez de conta que não ouviu. Harry e Gina no entanto continuaram conversando, até entrarem na sala comunal e verem Neville sentado em um canto, o garoto parecia extremamente deprimido.
- Essa é nossa chance – murmurou Harry para os quatro, observando Neville – Vamos falar com ele!
- Harry será que é a hora certa? – perguntou Hermione – Ele parece um pouco...bem..triste.
- Mione, eu não posso esperar mais, já estamos quase no natal e eu ainda não falei com ele, tem que ser agora – respondeu Harry
- Tudo bem, vamos – disse Hermione
Os quatro se aproximaram cautelosamente, Neville olhou para eles, e Harry percebeu que os olhos do garoto estavam vermelhos. Neville fez menção de se levantar, mas com um aceno de mão de Gina continuou sentado.
- Como você está Neville? – perguntou Gina
- Acho, que..bom..estou indo – respondeu ele um pouco melancólico – é difícil, acreditar que..- ele engasgou e não conseguiu terminar a frase
- É difícil mesmo – concordou Harry – Eu sei exatamente o que você está sentindo.
- Sabe.. – começou Neville, com a voz mais firme – Antes eu ao menos sabia que eles estavam vivos, mesmo estando daquele jeito.. – ele pigarreou, Harry sabia como era doloroso para o colega a situação em que os pais viviam – Mas agora nem isso eu tenho mais, eu queria tanto ir para casa.
- Você vai ficar aqui no natal? – perguntou Rony
- Vou, vocês sabem né, Dumbledore acha prudente que nenhum aluno volte para casa, por causa de Você-Sabe-Quem – respondeu Neville, e Rony e Harry se entreolharam.
- Dumbledore avisou hoje, no café da manhã, antes de vocês chegarem – falou Hermione ao ver a cara dos outros três – Eu também ia para casa, mas não vou poder.
- Mais essa agora! – reclamou Neville, seu tom agora era frio – Esse homem além de matar meus pais, agora me impede de ver minha única família! Se eu pudesse fazer algo – terminou ele irritado.
”Vai ser mais fácil do que eu imaginava!”- pensou Harry
- Neville você pode fazer algo – falou Harry determinado
- Posso? Mas o que? – perguntou Neville desconfiado
- Nós vamos te dizer como – respondeu Gina
- Do que vocês estão falando? – perguntou o garoto novamente
- É o seguinte Neville... – Harry começou á relatar a história, desde o momento em que ele e Rony tinham sido chamados por Dumbledore na aula de adivinhação até quando soube que ele e mais dois alunos eram os herdeiros. No final do relato Neville estava estupefato.
- Então eu sou herdeiro de Helga Hufflepuff? – perguntou Neville ainda pasmo com a noticia – Mas então porque eu sou da Grifinória ao invés de ser da Lufa-Lufa?
- Não sabemos exatamente o porque – disse Hermione – Mas você sabe que é a casa mais próxima da Grifinória é a Lufa-Lufa.
- Sim. Mas como eu nunca soube disso? – Neville ainda estava confuso
- Também não sabemos, o porque – disse Rony
- Neville, você tem que ajudar – falou Harry – Somente os herdeiros podem enfraquecer Voldemort.
- De que adianta só enfraquecer? Ele tem é que morrer! – reclamou Neville bravo.
Harry abaixou a cabeça, tenso.
- Neville, isso é tarefa do Harry – disse Gina
- Como tarefa do Harry?
- Somente eu posso matar Voldemort – disse Harry, com uma voz diferente – Mas se ele estiver forte como está, eu não tenho a menor chance
Neville olhou para ele. Harry viu um pequeno brilho de pena passar pelos olhos do colega, mas logo em seguida os olhos dele voltaram a mostrar uma determinação, que Harry não sabia que Neville possuía.
- Pode contar comigo – disse ele com a voz firme, embora não parecesse Ter muita certeza do que estava fazendo – Só não sei como ajudar.
- Vamos para o dormitório masculino, que eu te explico como – respondeu Harry, olhando para os alunos que começavam á voltar do jantar – Aqui está muito cheio.
Os cinco rapidamente, subiram para o quarto, que nessa hora estava vazio.
- Muito bem Neville, pegue sua varinha – disse Harry e Neville o obedeceu – Agora aponte-a para a janela e diga o sobrenome de Helga.
- Só isso? –perguntou Neville
- Vamos ver se você consegue! – respondeu Harry
- Tudo bem – concordou Neville erguendo a varinha e apontando para a janela – Hufflepuff!
Um texugo amarelo, pulou da varinha de Neville, e assim como havia feito o leão de Harry, observou todos e em seguida pulou pela janela. Neville assim como Harry, correu até a janela e olhou para baixo assustado.
- Cadê ele?
- Dumbledore nos disse, que se ele não ver nenhum perigo, ele vai embora – respondeu Harry
- E isso vai enfraquecer Você-Sabe-Quem? Ele parece tão inofensivo –disse Neville
- Segundo Dumbledore, enfraquece sim – respondeu Rony
- Que bom que você já sabe Neville – falou Harry pensativo e sério – Ainda temos que falar com a Luna e dar um jeito no Malfoy.
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