TUDO OU NADA



Cala a boca, Snape! - Gritou Voldemort. - Um Comensal da Morte não é capaz de amar. O Malfoy, o Crabbe e o Goyle estão aqui de prova...

-Essa é a prova de que eu não sou nem nunca serei um Comensal da Morte...

-O senhor das trevas mandou você calar a boca! - Rosnou Malfoy.

-Acabe com ele, Malfoy! - Disse Voldemort, calmamente.

Imediatamente, Lúcio apontou a varinha para Snape, exclamando:

-Avada Kedavra!

Ao mesmo tempo, Snape fazia a mesma coisa. As luzes de ambas as varinhas se misturaram e cada um deles foi parar longe, moribundo. Snape caiu junto da bolha de vidro onde Harry se encontrava e murmurou baixinho:

-Potter... você consegue me ouvir?

Harry assentiu com a cabeça, enquanto ouvia Snape dizer, com voz fraca:

-Diga ao Lupin que a poção está no armário da direita... do meu escritório... - Snape tossiu e Harry sentiu, com grande estranheza, que estava com pena do professor que tanta raiva lhe causara. Snape continuou, cada vez mais baixo e a custo. - E... do lado... tem a poção... a poção que eu fiz para a Hollow... as receitas... as receitas das duas, também.... também estão lá...

De repente, Voldemort percebeu que Snape ainda estava vivo e dizia alguma coisa.

-O que foi, Snape? - Inquiriu. - Diga para mim o que você está dizendo para o Potter!

Contudo, a respiração de Snape foi ficando cada vez mais espaçada, até parar. Estava morto.

-Bem... - Disse Voldemort. - Menos um. É uma lástima... O Snape poderia ser um bom aliado... se não tivesse sido traído pelo coração! - Soltou uma gargalhada fria. - O coração! O coração é um empecilho! Bom... nada que uma boa Maldição Imperius não resolva. Weasley?

Ron estremeceu ao ouvir Voldemort chamá-lo. Muito pálido, se deixou ficar no seu lugar.

-Weasley! - Voltou Voldemort a chamar. - Venha cá.

Apavorado, Ron deu um passo em frente. O senhor das trevas o olhou de alto a baixo, inquirindo:

-Me diga uma coisa, Weasley: o que você faria se eu mandasse você matar os seus amigos?

Ron não respondeu. Estava demasiado assustado.

-Weasley! - Chamou Voldemort, impaciente. - Eu lhe fiz uma pergunta! Responda! Se eu mandasse você matar os seus amigos, você os mataria?

-N...não! - Gritou Ron. - Nunca!

Voldemort soltou uma gargalhada:

-Tem certeza?

-Absoluta! - Exclamou Ron, com a voz trêmula. - Jamais mataria os meus amigos! Jamais me passaria para o lado das trevas!

-Oh, mas você não vai precisar disso! - Riu Voldemort, lhe apontando a varinha. - Imperius!

Imediatamente, Ron assumiu um ar ausente, quase sonhador e Harry percebeu, com horror, que o amigo estava sob a Maldição Imperius.

Avançando sobre Harry como um autómato, Ron lhe apontou a varinha, dizendo:

-Avada Kedavra. - Contudo, a luz verde bateu na bolha de vidro mágico inquebrável que envolvia Harry e se desfez.

-Idiota! - Berrou Voldemort. - Eu sei que o Potter é o seu melhor amigo, mas ele tem que ficar para último, para assistir a tudo! Que tal você matar a Granger?

Horrorizado, Harry viu Ron se aproximar de Hermione, de varinha em riste. A amiga começou a chorar, pálida e trêmula. Ron avançava, com ar ausente. A pouco e pouco, foi se aproximando de Hermione, até que, ao chegar mais perto, murmurou:

-Avada... - Algo o impedia de concluir o feitiço. - Avada... Avada... - Harry se lembrou fortemente dos antigos discos riscados do tio Válter e foi com enorme espanto que viu uma lágrima escorrer pelo rosto de Ron, que baixava a varinha e se deixava cair, desmaiado, no chão.

-Raios! - Praguejou Voldemort. - O que foi que aconteceu?

-Foi a força do amor, Tom. - A voz de Dumbledore ecoou no meio deles, enquanto ele se aproximava e, apontando a varinha a Harry, fazia desaparecer a bolha em redor dele.

O senhor das trevas fez sinal aos Comensais da Morte que, imediatamente, avançaram sobre os amigos de Harry e os membros da Ordem de Fênix, que logo os enfrentaram heroicamente.

A batalha começara, de verdade.

Harry empunhou a sua varinha. Estava, finalmente, livre e frente a frente com Voldemort, que exclamou:

-Accio Varinha! - Imediatamente, a varinha de Harry foi parar às mãos do senhor das trevas e se juntou à dele.

Ambas as varinhas se fundiram numa só, muito brilhante, soltando faíscas de várias cores.

Harry sentiu que era o fim. Tudo dera errado. Não havia qualquer saída. Voldemort tinha a sua varinha... tinha toda a força do seu lado...

O fim da batalha estava próximo... e Harry sentiu que tudo o que vivera até então havia sido em vão.

Ia morrer e o mundo mágico ficaria sob o domínio das trevas, do mal...

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