..:: Cap XIII ::..



- Você? – perguntou Harry surpreso


A mulher sorriu de forma irônica.


- Há quanto tempo Potter.


- Belatriz! Você deveria estar presa!


- Há muito tempo que eu e outros fugimos de Azcaban.


- Como é possível?


- Agora que nosso mestre retornou ninguém poderá nos deter. Nós vamos acabar com você Potter e desta vez de uma vez por todas!


- Talvez em seus sonhos.


Harry atacou a comensal com raiva. Ele imaginava que essa traidora estivesse morta, ou encerrada em Azcaban para sempre. Uma dúvida o assolou. Se Belatriz conseguira fugir, quem mais estava fora da ilha-prisão? Idéias sombrias o atingiram. Era possível que todos aqueles que se pensava estarem liquidados ou presos estivessem livres. Isso sem dúvida explicava a confusão em que estavam naquele momento. Com diversos antigos Comensais nas ruas, o movimento havia se rearticulado e agora assombrava novamente o mundo bruxo. Mas como era possível? Como era possível que o ministério não soubesse sobre isso?


Harry se defendia das investidas da Comensal quando avistou uma movimentação vindo da rua principal do Beco Diagonal. Um ser trajando um manto preto e capuz se movia ladeado por dois comensais da morte.


- Mestre. – disse Belatriz fora de si.


Harry aproveitou a distração para deixá-la fora de combate. Ele olhava fixamente para o ser de negro. Não era possível! Não podia ser ele! Da distância em que estava ele não podia divisar bem o rosto da figura. Pensou em se aproximar quando ouviu Gina chamando-o:


- Harry! Harry! Vamos embora daqui!


Gina agarrou Harry pelo braço puxando-o.


-Vamos! Nós estamos em menor número! Temos que sair daqui. Agora!


Chamado a razão Harry seguiu os outros e apartou.


 


Enquanto isso no ministério da magia, Hermione olhava para o relógio, apreensiva. Ela havia deixado a reunião há quase uma hora, não conseguia se concentrar direito sabendo que Harry podia estar correndo perigo. Ela andava de um lado para o outro na sala do auror. Quando viu a porta se abrir e Harry entrar por ela, se jogou nos braços dele, beijando-o.


- Você está bem?


Harry parecia preocupado. Tinha algumas escoriações e um corte na lateral do rosto. Hermione tocou o machucado.


- O que aconteceu?


Sem dizer nada ele a beijou novamente de forma desesperada. Deu dois passos para frente fazendo-a encostar-se na mesa. Sem parar de beijá-la jogou os papéis no chão e a fez sentar-se sobre o móvel. Hermione pôs a mão no peito dele para pará-lo.


- Meu amor, o que foi que aconteceu?


Harry olhou para ela, mas não respondeu. Beijou-a novamente e disse:


- Faça amor comigo.


 


Algum tempo depois Harry continuava calado sentado em sua cadeira. Hermione se aproximou dele por trás e o abraçou.


- Você vai me contar o que houve?


Harry segurou a mão dela e girou a cadeira ficando de frente para Hermione.


- Eu não sei exatamente o que houve, mas estou preocupado.


- Foi Voldemort? Você o viu?


- Eu vi alguém que pode ser ele, mas não posso dizer com certeza.


Hermione fechou os olhos e suspirou.


- Estamos em guerra novamente?


- Sim, meu amor, eu acho que sim.


Hermione segurou o rosto dele entre as mão, obrigando-o a fitá-la.


- Eu estou com você. Não importa o que acontecer, não esqueça que eu te amo.


 


O ministério da magia estava uma bagunça nos dias que se seguiram, com o mundo bruxo em pânico e todos tentando abafar os rumores que se desprendiam para os trouxas, grupos de aurores saindo para patrulhar todos os dias, reuniões intermináveis, a situação deixava a todos estressados.


Hermione havia voltado temporariamente para casa. Com o mundo bruxo a beira do caos ela não podia pedir o divórcio e para não piorar a situação com notícias sobre o fim do casamento do ministro ela decidiu fingir por algum tempo que eles continuavam casados. No entanto ela mal via o marido. Ele estava o tempo todo no ministério, aparecia apenas para dormir e saía quase de madrugada. Tão pouco via Harry, ele estava cada vez mais ocupado, assim como ela mesma. Como ela preferia que ele ainda fosse seu guarda-costas para que eles pudessem ficar o tempo todo juntos.


Naquela manhã Hermione se preparava para se mudar para a sede da Ordem quando se lembrou que esqueceu alguns de seus livros em seu quarto, subiu para apanhar e quando abriu a porta deparou-se com Wink no chão, desmaiada. Ela correu até a elfa para ajudá-la, se ajoelhou ao lado dela e a virou. Wink abriu os olhos e a fitou com um sorriso estranho. Hermione sentiu o feitiço atingi-la e tudo escureceu antes dela desmaiar.


 


Harry chegou ao ministério às nove horas, fazia quase uma semana desde o ataque dos comensais ao Beco Diagonal e finalmente as coisas estavam começando a se acalmar, os planos para combater essa nova ameaça estavam encaminhados. Á tarde, Harry decidiu visitar Hermione, com a agitação no ministério eles haviam passado apenas algumas horas juntos. Ele avisou seu secretário para onde ia, apanhou o casaco e apartou bem próximo a sede da Ordem da Fênix, se concentrou por alguns segundos e viu o prédio surgir entre os outros dois. A fachada estava ainda mais velha e desgastada, mas ainda era a mesma. Apressado ele atravessou a porta, no corredor encontrou Lupin que se preparava para sair.


- Harry! Eu não esperava vê-lo hoje.


- Eu vim ver Hermione, onde ela está?


- Hermione?


- Sim. Ela me disse que viria para cá hoje.


- Harry, a Hermione nunca veio até aqui.


- Você tem certeza? – perguntou Harry começando a se desesperar


- Tenho, mas pergunte à Molly ela nunca saiu daqui desde que reabrimos a ordem.    


 A senhor Weasley que ouvira a movimentação vinha da cozinha com um pano sobre os ombros, ao ver Harry sorriu:


- Harry querido, até que em fim você encontrou um tempinho para nos visitar.


- Sra. Weasley, a senhora viu Hermione por aqui?


- Hermione? Não. Ela ainda não veio para cá. Aconteceu alguma coisa?


Harry tentava controlar o pânico:


- Eu não sei. Hermione havia me dito que viria para cá hoje de manhã.


- Ela pode estar atrasada. – disse Lupin para tentar apaziguar Harry


- Sim, querido, ela deve estar atrapalhada com a mudança.


  Harry sentia um aperto no peito, algo estava errado. Ele tinha certeza que se Hermione se atrasasse ela iria avisá-lo.


- Você acha que pode ter acontecido alguma coisa? – perguntou Lupin preocupado.


- Não sei. Mas eu vou atrás dela!


Lupin segurou o braço dele com força:


- Não seja tolo! Se algo aconteceu de fato você só vai piorar as coisas. Temos de avisar ao outros e montar um grupo para ir atrase dela.


- Mas...


- Harry! Você pode colocar a vida dela em risco.


Harry respirou fundo e olhou para Lupin contrariado, mas aceitou esperar.


Lupin virou-se para a Senhora Weasely:


- Molly, chame Olho-tonto e os outros.


A Sra. Weasley subiu as escadas apresada.


Lupin passou o braço em torno dos ombros de Harry e eles seguiram para a sala de reuniões antes que os outros se juntassem a eles, havia algumas coisas que ele suspeitava que estivessem acontecendo e gostaria que Harry lhe explicasse melhor.


- Harry, me diga o que está acontecendo. – inquiriu Lupin


- Acontecendo? – perguntou Harry confuso


- Ora, garoto. Da ultima vez que eu os vi, você e Hermione se odiavam. E você estava no meio de uma bela confusão com a Gina Weasley. Agora você e Hermione parecem estar muito próximos de novo, mas ela é casada, não é? E como diabos você foram parar no meio dessa confusão toda com os comensais?


Harry olhou para baixo, ele sabia muito bem ao que Lupin se referia, preferiu começar pelas coisas mais fáceis de serem explicadas:


- Sim, Hermione é casada. Com o ministro da magia.


Lupin arregalou os olhos:


 - O que?


- Ela o conheceu há alguns anos e...bom, o que importa é que ela vai se divorciar dele.


Lupin balançou a cabeça, contrariado.


- E onde comensais se encaixam nessa história?


Harry explicou sobre as cartas, sobre como ele voltara a se encontrar com Hermione, sobre o ataque a mansão do ministro e a marca da ordem na parede.


- E quando vocês dois pretendiam nos deixar a par da situação?


- Lupin, olhe...


- Harry. Você sabe que eu não tenho nada contra você e Hermione ficarem juntos, mas você sabe com isso pode mexer com algumas outras pessoas da ordem...


- Sim, eu sei.


- Então é bom que vocês dois saibam bem o que estão fazendo.


Harry concordou com a cabeça. Naquele momento várias pessoas entraram na sala com uma expressão curiosa, Moody foi o primeiro a falar:


- Você mandou nos chamar, Lupin?


- Sim. Nós ficamos um pouco preocupados com Hermione... – lançou um olhar em direção a Harry – Acho melhor prepararmos um grupo para ir atrás dela.


Rony que estava atrás do grupo se adiantou:


- Aconteceu alguma coisa com ela? Ela está bem.


Harry não pode controlar uma pontada de ciúme. Lupin respondeu:


- Ela deveria ter vindo para cá hoje de manhã, mas até agora não apareceu. Pode não ser nada, mas...


- Então vamos logo! – disse Rony


Lupin observou a reação de Harry. Aquilo ia ser bem complicado.


Um grupo composto por Harry, Arthur, Lupin, Rony e Tonks deixou a sede da ordem montado em vassouras. Eles voavam em formação e o mais rápido possível. Harry ia na frente, em um determinado momento ele inclinou a vassoura e começou a descer em alta velocidade. Parou à alguns centímetros do solo dentro do jardim da mansão do ministro. Os outros o seguiram. O grupo de seguranças que Harry havia treinado apareceu, assim que reconheceram Harry um deles se aproximou com o rosto tenso:


- O senhor já soube?


- Soube o que? – perguntou Harry a beira do desespero


- A primeira dama....foi seqüestrada.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.