Quando tudo começou



Capítulo 45: Quando tudo começou


Os cobrindo com a capa da invisibilidade, Harry esperou algum sinal de movimento dentro da casa para poderem atacar.
-Tem Comensais da Morte por todos os lados. – comentou Hermione observando dois homens encapuzados em frente à entrada da Casa dos Gritos.
-De onde surgiram tantos comensais? – sussurrou Rony.
Ninguém respondeu. Tinham que arranjar um jeito de entrarem.
-É meio óbvio não acha? Dois de nós esperam aqui, enquanto um vai com a capa estuporar os dois grandalhões ali.
-Anda usando seu cérebro, hein.
-Às vezes eu tenho.
-Eu vou lá, vocês dois ficam aqui.
-Ok.
Rony e Hermione saíram debaixo da capa e se esconderam atrás das árvores esperando Harry dar algum sinal. Harry foi mais rápido que ele próprio não imaginava que fosse, nem precisava da capa para estuporá-los. Rony e Hermione correram para o acompanhou e se cobrirem com a capa, seus pés estavam à mostra, pois tinham crescido muito, mas para Harry não importava, não havia ninguém no caminho que pudessem vê-los. Puderam ouvir o grito ensurdecedor de Karen. Harry sentiu um aperto no coração, o mesmo aperto que sentira a poucos minutos em Hogsmeade.


****


William continuava a torturá-la até conseguir tirar dela o local onde guardava o livro.
-EU JÁ DISSE QUE NÃO SEI ONDE FICA! SE QUER TANTO ESSE LIVRO DEVIA TER PESQUISADO MELHOR SOBRE ELE, ENTÃO PODERIA TER DESCOBERTO QUE O LIVRO NÃO TEM UM LUGAR FIXO!
-Claro que pesquisei sobre ele! Sei que você pode trazê-lo aqui, só que parece não cooperar, Karen. Quer ver sua filha morrer? Faria isso com todo prazer! Não adianta mais resistir, Karen. Se seu amado marido estiver morto a essa hora...
-SE VOCÊ MATOU HARRY, NUNCA TERÁ ESSE LIVRO!
-Karen, vamos acabar logo com isso, diga a verdade. Dê-me o livro e tudo ficará bem, o sangue da sua filha não será derramado e muito menos o de Potter.
-NUNCA!
-Sinto muito então, foi um grande prazer conhecê-la. Gostaria de dizer algo a sua filha? Esses são seus últimos minutos de vida Karen!
Uma lágrima rolou por sua fase, Karen não deixaria a filha morrer, nem Harry. Precisava agir logo. William levantou a varinha friamente e ia pronunciar o feitiço quando Karen desesperadamente gritou:
-Você não precisa fazer isso! Você não precisa! Não é igual à Voldemort. Ele escolheu não ter amor, por que... Nunca havia recebido isso de ninguém. Ninguém o amou. Só que você... Sim.
William continuou segurando a varinha firmente.
-Do que está falando?
-Minha mãe amava você até morte. Vovó ama você mais do que tudo, mesmo que você tenha feito coisas terríveis, coisas que não foi você mesmo que quis. Elas amavam você. Shirlei não iria gostar que matasse a filha dela, muito menos a neta. Não foi essa pessoa que você se tornou, que ela queria que você se tornasse. Admita que nunca foi o Comensal da Morte que gostaria de ser, por que, na verdade, você nunca foi um.

#FLACHBACK#


Um garoto de cabelo escuro e moreno encontrava-se deitado na cama, a um canto do quarto, jogando uma goles no teto quando gritos foram ouvidos vindo do andar de baixo.
-Eu já disse que não quero vê-la com ele de novo. A família dele não é o tipo de família que uma Mitzel deve ter vínculos.
-Você nem ao menos os conhece.
Ouviu então passos apressados subirem as escadas e no corredor. William abriu a porta de seu quarto em tempo de ver a irmã entrar soluçando no quarto em frente.
-Shirlei! – chamou ele baixinho batendo na porta.
-Vai embora! – gritou ela.
Ele entrou assim mesmo. Shirlei estava sentada na cama, chorava, mas Wiliam não podia ver o rosto dela.
-O que foi dessa vez?
-Alan tentou falar com o papai só que...
As lágrimas começaram a cair em maior quantidade.
-Qual é? Ele não é assim grande coisa. – disse William sentando em uma cadeira próxima.
-Até você?
-Olha, se ele não estiver fazendo nada que possa fazê-la sofrer, por mim tudo bem. – ele disse dando com os ombros. – Você não fica muito bonita chorando sabia?
Ela riu de repente, abraçando o irmão com força.
- Você está ficando forte. O Quadribol te ajuda muito. – tentou sorriu para ele.
-Só um pouco.
Os dois ficaram se encarando por um tempo.
- Obrigado, não sei o que seria de mim sem você. Me protege tanto.
-Você é a mais velha, você que deveria me proteger.
-Sou uma péssima irmã, não é?
Ele balançou a cabeça negativamente como resposta.
-Não, eu às vezes aprendendo com seus erros e isso é bom.
-Que tipo de erros?
-O de namorar, é claro!
Shirlei riu.
-Não pretende casar?
-É claro... Que não! Você já vai trazer crianças demais para essa casa, não precisa de mais.
Ela sorriu, William adorava vê-la sorrir, não era a primeira vez que tentava ajudar a irmã a esquecer as paranóias que o pai tinha sobre o namoro dela com Alan.
-Será? Será que conseguirei fazer isso? Afinal, é muita responsabilidade sobre as minhas costas.
-Vai! Não vai ser o papai que vai impedir isso.
Os dois sorriram um para outros.


#FIM DO FLASHBACK#

Os olhos de William ficaram vidrados encarando Karen sem reação alguma, a lembrança que veio a sua cabeça o deixou atordoado. A varinha caiu de sua mão e ela continuou a fitar os olhos dele por um tempo, até os olhos se encontrarem e William ver os olhos da irmã ali na sua frente.

#FLASHBACK#


-Você sente? – perguntou Shirlei sorrindo.
William acariciava a enorme barriga da irmã. Ele balançou a cabeça afirmando, estava feliz pela irmã, esperava o segundo filho.
-Acha que é um garoto? – ele perguntou a encarando.
-Não sei! Gostaria que fosse um menino?
-Talvez, mas, ensinarem quabribol mesmo se for menina.
Ela sorriu, mas seu sorriso foi sumindo aos poucos enquanto o encarava.
-Papai me disse que andou fazendo coisas erradas na escola.
William parou de acariciar a barriga dela para olhá-la.
-O que ele disse?
-Que anda com filhos de Comensais da Morte. Excluindo Sangues ruins dos seus ciclos de amizade. Rebecca era sua amiga, só porque ela é sangue ruim você anda...
-Não quero discutir sobre isso, Shirlei.
-Tudo bem, não quero brigar com você. Estarei sempre do seu lado... Para o que precisar... Mas, não posso tolerar que faça coisas erradas. Você é meu irmão! Faça qualquer coisa, porém, não suba na vida fazendo algo errado. Comensais da Morte não ajudam você em nada, eles te abandonam quando você mais precisa deles, Lord Voldemort NUNCA estará do seu lado, como eu estarei. Eu te Amo, William. Não quero que ande com eles.
Ele não disse mais nada. Apenas encarou os olhos profundos e preocupados da irmã e saiu do quarto.
-A gente se vê. – e saiu.


#FIM DO FLASHBACK#

A partir dali o rosto de um homem mal e sem coração foi embora, deixando o rosto de um adolescente suplicante por piedade, como se tivesse voltado no tempo.
-Me perdoe pelo que eu fiz... Todo o mal... É tarde para isso, não é?


****


Comensais da Morte montavam guarda em torno de toda a casa, era impossível existir tantos comensais da morte assim, mas existiam.
-O que faremos? – perguntou Hermione baixinho por baixo da capa para Harry ao seu lado.
-Duelaremos.
-O QUE? – gritou Hermione no momento em que Harry tirou a capa com força jogando feitiços para todos os lados.


****


-Devem ter contato várias coisas sobre... O dia da morte de sua mãe. Mentiras. Você não ouviu minha versão, Karen. Precisa acreditar em mim.

#FLASHBACK#


Aquela escura noite lhe dava calafrios, a cada passo que dava em direção à casa de Shirlei, não queria que fosse assim. Não queria estar ali naquele momento. Shirlei sabia que alguém estaria a caminho de sua casa e que mataria a todos, mas não esperava que fosse o irmão. Mas foram burros, não havia nenhuma segurança para suas filhas sobreviverem a aquele ataque, também não havia tempo de proteções, afinal, ele não teve coragem de dizer a eles a tempo de pensarem em algo. Era ordem de Voldemort e só faria isso a ele, mesmo que todo o seu corpo dissesse que não seguiria aquela ordem, ele seguiu. A aldeia silenciosa deixou mais a mostra o sofrimento da irmã dentro da enorme casa a sua frente, que conhecia muito bem, e que marchava devagar.
-POR FAVOR, ALAN FOGE COM ELAS, É SÓ ENTRE EU E ELE!
-O QUE? EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ SOZINHA.
-PELAS GAROTAS, EU VOU FICAR BEM.
Ouviu uma das garotinhas chorar.
-BOMBARDA! – gritou William, segurando a varinha com força. A porta metros a sua frente se abriu com um estrondo e dela saiu uma Shirlei assustada brandindo a varinha em punho.
-William! Aí, que alívio ver vo... - ela sorriu aliviada, colocando a mão contra o peito.
-Shirlei, desculpa fazer isso. Eu te amo e você é a melhor irmã que algué...
-Então é você? – lágrimas começaram a surgir de seu rosto. – Ele escolheu você pra nos matar? Justo você?
Ninguém falou nada. Nenhum dos dois. Continuavam segurando firme as varinhas e Shirlei encarava o homem encapuzado a sua frente, com o rosto meio coberto, mas sabia que era seu irmão.
-Lembre-se Will. Errar é humano... E... Todos erram e aprendem com os seus erros. Se me matar... Bom, talvez você só vá errar porque não fez a escolha certa. Acha mesmo que é o melhor? Tenho pessoas que precisam de mim... VOCÊ precisa de mim! Deixe-me ajudá-lo.
-Não posso! Me desculpe! – uma lágrimas teimou em cair de seu rosto. –Avadakedrava!
Ela não quis reagir apenas deixou o feitiço lhe atingir. Foi quando Shirlei caiu que ele a viu, pela primeira vez, a garotinha, a cópia fiel de Shirlei à porta, vendo a mãe caída no chão. Sabia que era Karen, a mais nova, ela o encarou com os olhinhos pequenos. Então sentiu a pancada de um feitiço lhe atingir com força no peito.


#FIM DO FLACHBACK#

-Ela não precisava ter morrido! – ele chorava. Karen estava pálida, ao ouvir a história completa da morte de sua mãe. – Eu fui e ainda sou um... Completo idiota! Eu matei a única pessoa que... Esteve do meu lado.
-O que aconteceu depois? – ela perguntou fracamente, a voz não queria sair.
-Seu pai me atingiu com um feitiço e... Acordei em Azkaban logo depois. Os dementadores não me deixavam esquecer um momento sequer da noite em que a matei. Tudo que falei pra você na noite em que nos encontramos... Não era eu. As mortes e seqüestros... Todo o horror que eu causei... Não fui eu. Foi... Algo de muito ruim dentro de mim. Depois que sua mãe morreu, eu achei que devia continuar ela não voltaria mais então... Talvez não houvesse problema. Só hoje, apenas hoje, que pude cair na real e ver todos os erros que cometi... Quase matei você na guerra e... Agora de novo. Por favor, Karen! Perdoe-me!
Karen o encarou.
-Eu... Não sei o que dizer. – ela chorava.
William puxou uma faca do bolso. A lâmina iluminou a sala.
-Desculpe!
Então, em uma fração de segundos, Karen viu a faca na mão esquerda, afundar do abdômen dele e os seus olhos se arregalarem ainda mais. O Sangue jorrou e ele se ajoelhou no chão quase sem vida, mas com vida o suficiente para retirar a faca e cravá-la mais fundo na pele. Ela chorava.
-NÃO! POR QUÊ? VOCÊ NÃO PRECISA MORRER! EU AJUDO VOCÊ, ASSIM COMO AJUDARIA VOCÊ A DEIXAR DE SER UM COMENSAL DA MORTE!
Ela correu para ajudá-lo, mas já era tarde, ele já estava morto.
-Não! Eu perdôo você!
Karen girou desesperada e então a porta se abriu com um entrondo e Harry entrou todo arranhado, sujo e ofegante.
-Karen! – ele correu se ajoelhando junto dela para abraçá-la.
-Eu poderia ter o ajudado, Harry. – chorava ela, enterrando o rosto do ombro dele.
-Calma! Já acabou.
Karen puxou sua varinha que William guardava em suas vestes. Logo a sala foi invadida por outros aurores que começaram a recolher os corpos de Carlos e William.
-Mãe! – Carolyn correu para abraçá-la também. Karen chorou ainda mais ao ver a filha bem, só com apenas um arranhão profundo na bochecha. – Eu te amo tanto, querida!
-Eu também te amo, mãe. – Ela também chorava agora.
Rony e Hermione entraram logo depois abraçando as duas que continuavam abraçadas. Karen levantou encarando Harry.
-Eu sei que você não vai acreditar Harry. Vai dizer que agora só porque o Carlos está morto eu estou pedindo o seu perdão... Mas não. Aquela história de estar apaixonada por ele... Era tudo parte de um plano. – O coração de Harry deu um pulo de alívio dentro de seu peito. – Porque eu sabia que se estivéssemos separados, o livro não apareceria. Não tive coragem de entregar o esconderijo dos Comensais da Morte, por que... Tive medo de que um dos meus amigos fosse parar na prisão por uma injusta causa. Então... - ela olhou para Hermione também. - Vocês me perdoam?
Harry olhou para Hermione e esta correu para dar um forte abraça em Karen novamente. Rony abraçou junto.
-Sabe que não consigo ficar brigada com você. – murmurou Hermione.
-Eu sei! - elas riram fracamente em meio ao choro. - Obrigado por tudo, Rony.
-Não tem de que, Kaká. – Karen sorriu.
Depois que se separaram Karen olhou sem graça para Harry esperando sua resposta. Ele até aquele momento, se encontrava sério, mas quando Karen fez menção de falar, foi até ela e a abraçou sorrindo de orelha a orelha e a beijou como se nunca tivesse beijado ela na vida. Um beijo cheiro de sentimentos e necessidade de cada um ter um ao outro pelo resto da vida.
-Eu sabia. – ele disse quando se separaram.
-Sabia?
-Intuição.
Karen riu e voltou a abraçá-lo. Sentiu falta de fazer isso nos últimos dias.
-Te Amo!
-Você sabe que eu também!
-Harry! – alguém chamou interrompendo eles. Eles se viraram para ver um garoto alto de cabelos escuros vindo na direção deles. – Está tudo bem?
-Tudo, Billy. – os dois riram.
-Billy? – todos o encararam.
-Pessoal! Esse é o Bil Billy!
-Nosso cachorro era um animago? – Karen perguntou.
-Exatamente!
-Por isso não procurou por ele. – disse Carolyn abismada.
-É... Sabe, foi com ele que logo depois descobri que a sua tia estava amaldiçoada pela maldição Imperius.
O garoto balançou a cabeça afirmando.
-Na verdade, meu nome é Laury... Foi um prazer conhecer vocês. Eu vou indo. – Ele saiu com outro auror, ajudando-o a carregar os corpos, deixando eles sozinhos.
-Vamos sair!
-É, preciso ver o Andrew, a Toca está protegida, então achamos melhor deixar ele lá. – disse Hermione enquanto saíam. Outros aurores começaram a entrar no local.
-Será que todos estão bem? – Karen perguntou preocupada.
-Espero que sim! – Rony respondeu. – É melhor aparatarmos, Hermione.
Ela balançou a cabeça.
-Não dá para aparatar na casa.
-Então a gente se vê mais tarde. – disse Hermione sorrindo e então correram para fora da casa.
Assim que colocaram os pés pra fora da Casa dos Gritos e viu outros aurores ali em volta, Karen pensava nas proteções que Harry havia usado sobre eles nos últimos tempos, principalmente no animago.
-Espera aí! Então... Na escola... Que proteções você colocou sobre a nossa filha, Harry?
-A professora de Carolyn é uma auror recém formada, é trouxa e resolveu cuidar dela na escola.
-Alguém mais sabe?
-Só alguns colegas da Carolyn.
Carolyn lembrou do dia em que o pai a buscou no colégio. Peter era bruxo e provavelmente as gêmeas e Susi também eram sorriu com a idéia de Peter ser bruxo também. Karen avistou ao longe o pai, a tia e a irmã, que correram para abraçá-la.
-Viemos assim que soubemos. – disse Alan assim que abraçou a filha.
-Que bom que está bem. – Megan disse.
Alan soltou a filha e estendeu a mão a Harry.
-Obrigado por cuidar delas. É ótimo ter você na família.
Harry sorriu apertando a mão dele.



N/A: Nossaaa, eu amei escreve a noite da morte da mãe da Karen. *------* Espero que tenham gostado porque eu gostei de verdade d escreve: D beeijos;**

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