Só por uma noite



Capítulo 34: Só por uma noite


Harry e Carolyn chegaram em casa altas horas da noite. Tinham passado um dia incrivelmente divertido, como pai e filha. Os dois riam sem parar, achando que Karen já estava dormindo. Até que sentada no sofá, lendo um grande livro sobre o colo, havia uma Karen incrivelmente linda, iluminada apenas pela luz de sua varinha. Ela surpresa, fechou o livro rapidamente que desapareceu no ar junto com a varinha, então as luzes se acenderam.
-Oi! – disse ela forçando um largo sorriso. – Como foi o dia de vocês?
-Ótimo! – respondeu Carolyn correndo para abraçá-la. – Só faltava você.
-Suba Carolyn. Subo logo para colocá-la na cama.
Carolyn balançou a cabeça em resposta.
-Até amanhã, papai! – disse ela dando um forte abraço em Harry, subindo logo depois para o quarto.
Harry e Karen se fitaram.
-Então... - disse Harry indo até o sofá. – O que fez hoje?
-Não é da sua conta, é Harry?
-Vi que estava lendo. Aconteceu alguma coisa?
-Não... Nada. – mentiu ela.
-O que significa esse mapa então? – perguntou ele se referindo ao grande mapa colocado em cima da mesa. – O que está escondendo?
-Olha Harry. Não sei se sabe... Mas EU sou a Chefe da Sessão de Aurores e para a sua informação, o livro e o mapa... São para me ajudar no trabalho.
Harry sorriu.
-Sei o que aconteceu hoje. Fique tranqüila! Não vou deter você de ir atrás dele. Só lembre de uma coisa, Carolyn precisa de você.
Karen não respondeu.
-Caio vai ir comigo.
Ele riu.
-Caio? Ele não deve saber nem amarrar os cadarços dos tênis. Além de não ser um auror, ele não consegue defender a si mesmo, imagina...
-Não precisa se meter no meu trabalho, pelo que você acabou de dizer, você não irá me deter de ir lá. Então... PODE CALAR A BOCA, POR FAVOR. – berrou zangada, ainda se contendo para não berrar mais alto.
Altos passos foram ouvidos do andar de cima, no momento em que se viraram, viram Carolyn correndo para dentro do quarto.
-Ótimo! Olha o que você fez. – disse ela correndo até o quarto da filha.
Encostou o ouvido na porta e ouviu soluços lá dentro.
-Carolyn! – chamou ela abrindo a porta com cuidado.
-Prometeram que não vão mais brigar. – disse ela entre soluços. O rosto enterrado no travesseiro.
-Não estávamos brigando. Nós só...
Carolyn a encarou com os olhos cheios de lágrimas.
-Sinto muito, querida. – continuou Karen.
Carolyn limpou as lágrimas, tentando esconder o choro.
-Mamãe! Sabe... Hoje me aconteceu uma coisa estranha.
-O que houve?
-Eu falei com uma cobra e... Ela entendia o que eu falava.
-Cobra?- perguntou com um ar debochado. – Mas, você não pode falar com cobras. Isso é da... - Karen levou um susto. Cobra? Então Carolyn era ofidioclota?
-É! Já falei com cobras antes, só que essa era diferente. Mamãe? Você também sabe falar com as cobras?
Karen se virou para a porta aberta, onde Harry as observava.
-Querida! Volto num instante. Eu e seu pai precisamos conversar. Prometo que não vamos brigar.
Carolyn foi até o banheiro, Karen puxou Harry pelo braço até a sala.
-O que foi que eu fiz? – Perguntou sem entender.
-Cobra? Como Carolyn pode falar com cobras se eu e ela somos da Corvinal?
Harry olhou-a debochado.
-Então você não sabe?
-Não sei o que? – perguntou zangada, parecia que saia fogo pelas suas narinas.
-Oh não! – exclamou Harry.
-O que é?
-Eu sou ofidioclota.
-O que? Porque nunca me contou? Está brincando comigo, não é?
-Não! Não estou brincando! Descobri que Voldemort tinha passado parte de seus poderes pra mim, na noite que me fez esta cicatriz. – disse colocando a mão direita na cicatriz em forma de raio na testa. – Mas, isso não é mal, não é?
-Bom, não exatamente. Quero dizer... Ela vai ter características de três casas diferentes. Corvinal, grifinória e... sonserina. Então quer dizer que Voldemort é ofidioclota.
-Sempre achei que soubesse. Afinal...
-Não, nunca soube. Agora! Suba e diga a sua filha que ela tem esse dom.
-Porque eu? – resmungou.
-Porque é você que passou isso a ela.
Harry subiu as escadas, batendo os pés. Karen o esperou entrar no quarto para conjurar sua varinha e seu livro. Automaticamente as luzes se apagaram e um feixe de luz foi produzido pela varinha. Antes de abrir o livro, Karen leu a capa. “Como Abrir Um Livro Mágico Em 1 Dia”. O livro das herdeiras, cuja agora precisava e muito para conseguir alguma forma de derrotar William, não abria mais. Sabia que a única forma de abri-lo era beijar Harry. Mas, então...
“E se dizer a ele que quero beijá-lo, só que a trabalho?” se perguntou. “Acho melhor não.”
Karen abriu o livro que segurava.


Capítulo 1


Das poucas formas de se abrir uns livros mágicos, apenas dois funcionam.
1-


-Esse livro é perda de tempo. – disse o atirando longe.
Automaticamente o livro de Rowena Ravenclaw apareceu flutuando sobre seus olhos e antes que pudesse tocá-lo, Harry a assustou.
-Precisa de ajuda?
-Na verdade eu... O que disse a Carolyn?
-Ela foi dormir agora.
Harry desceu as escadas sem parar de encará-la. O livro ainda flutuava.
-Acontece que não tem outra maneira de abrir o livro à não ser...
Ele já estava alguns centímetros, próximo dela.
-Me beijando.
-Exata...
Harry calou-a encostando seus lábios nos dela, já se separando dela dois minutos depois. Karen o puxou para mais perto de si, lhe roubando um beijo vorazmente. O livro se abriu como previsto, mas os dois estavam mais preocupados em se beijarem no que no livro. Ela se separou dele e sem pararem de se fitar, Karen voltou a fechar o livro.
Harry a pegou no colo levando-a até o quarto, enquanto esta carregava com ela o livro embaixo do braço.
Já no quarto, Karen retirou com violência a camiseta que Harry vestia. No que Harry fez o mesmo com a camisola que Karen estava vestindo, agora envolvido em um beijo selvagem.
-A Carolyn! – exclamou Karen de repente.
-O que tem ela?- perguntou Harry beijando seu pescoço. - Está dormindo.
-Mas, você não pode dormir aqui, Harry.
-Porque não?
-Ela vai acabar achando que voltamos.
-A gente corre o risco.
Ele voltou a beijar a sua boca.
Aquela seria mais uma noite mágica, na qual não viviam há anos. A paixão entre eles, novamente renascia das cinzas.


****
Logo pela manhã, todos ainda dormiam, o único acordado era Harry. Fitava Karen que ainda dormia tranqüilamente em seus braços, desejava que aquela noite não terminasse, mas acabou. Acariciava seus longos cabelos, até que ela acordou.
-Porque acordou? – perguntou ele.
-Porque preciso acordar. – disse azeda.
Nisso sentou-se na cama, cobrindo o corpo quase descoberto.
-Olha Harry. Eu sinto muito! – disse séria.
-Do que está falando?
-Do que aconteceu com a gente... Da noite que passamos juntos. Isso...
-Mas, porque está pedindo desculpas? Essa noite aconteceu porque queríamos e não foi um acidente.
-O que?
-Isso que você ouviu. – disse ele temendo em ouvir algo indesejado.
-Acontece que foi sem querer, Harry. Eu não... Eu não queria... Está bem?
-Não queria? Não foi o que pareceu ontem à noite.
Os dois se fitavam.
-Eu sinto muito, Harry. Mas, nunca daríamos certo. – disse ela acariciando o rosto de Harry, que este se encontrava sério. Harry afastou sua mão. – Vivemos brigando. Você sempre me magoa, assim como eu também magôo você.
-Mas você ouviu... Ouviu o que Dumbledore disse. Por mais que brigamos, nunca vamos nos separar definitivamente.
-E você ouve o Dumbledore?
-Claro que sim! Porque não?
Karen se calou alguns instantes.
-Harry! Somo signos extremamente contrários, leão é um signo, extremamente oposto a peixes.
-Desde quando você ouviu a astrologia? Não importa a porcaria dos signos, o que importa é que foi comigo que o SEU livro abriu.
-Isso não importa!
-É claro que importa! – disse já ficando zangado, ao ouvir Karen dizer que nunca se dariam bem de uma forma tão esnobe. – Eu amo você. – murmurou. Karen não teve nenhuma reação. – Quer saber! Você está apenas se aproveitou da inocência de um cara apaixonado... Pra levar ele pra cama.
Harry levantou furioso, vestindo rapidamente as vestes. Ela fez menção de falar algo.
-Eu sinto muito mesmo, por não conseguir satisfazer os seus prazeres. Apenas me faça uma coisa – disse encarando-a. – Nunca mais dependa de mim pra nada. Eu não vou ficar me rastejando por você, Karen Mitzel. Passar bem! – dizendo isso saiu batendo a porta ao passar.
Karen correu até a sacada.
-Está sendo irracional! A gente precisa conversar Potter! – gritou ela.
-Morra Karen! – disse ele, sem se virar. Assim que chegou em casa, bateu a porta com força.
Karen olhou para a casa com profundo desprezo. Lágrimas caíram de seus olhos.
-Eu não posso ficar com você. – murmurou.
Correu para dentro de casa, onde pretendia ficar o resto da vida.


****


-O problema das mulheres, Rony, é que não dão valor ao idiota que quer viver a vida toda com elas. – dizia Harry.
-Acho melhor voltar pra casa, Harry.
-Por quê?
-Você já bebeu demais.
-Não!
-Sim! Você bebeu. Já é a terceira vez que você fala isso.
-Isso o que? Eu a amo cara.
Fazia duas horas que Harry e Rony se sentaram no Caldeirão Furado. Harry chamou Rony para vir com ele, porque tinha que esquecer coisas que nunca quisera ter feito na vida. Mas Harry já tinha bebido até demais.
-Harry escuta aqui! – disse Rony tirando o copo de uísque de fogo da mão dele. – Você tem que se conformar. Karen deve ter uma boa razão, para dizer todas aquelas coisas. Talvez não fosse gostar de vê-lo se embriagar por sua causa.


****


-Karen, acorda pro mundo real. Harry ama você e você o ama. Porque disse um monte de bobagens pra ele? Só imagino como ele deve estar arrasado. – disse Pâmela, sentando ao lado da amiga.
Ela em vez de se embriagar para esquecer tudo, se entupia de doces e guloseimas. Atirada no sofá como uma morta, vestindo um roupão.
-Nunca pensei que conseguiria fazer isso. Queria dizer tudo isso a ele, só que... Não dessa maneira. Não queria ter aquele deslize de... - disse ela mordendo um sapo de chocolate.
-Ir pra cama com ele? Isso não era apenas um deslize. Sei lá! Mas me diz... Porque precisou falar isso pra ele? Era só voltar com ele e pronto.
-Não é tão simples assim. Sei que juntos nos tornamos mais fortes, mas, não quero voltar a ter um relacionamento com ele de novo.
-Você é louca.
-Acontece que Harry me ama e... William deve estar em algum lugar tentando ao máximo possível me prejudicar.
-Você está se prejudicando ficando separada do Harry. Ainda não entendeu?
-Consigo pensar melhor longe dele.
Pâmela bufou de raiva.
-Não adianta, nada entra nessa sua cabeça dura.


****


Passada duas semanas, depois da grande briga entre Karen e Harry. Nenhum dos dois se quer se olhou, falou e é claro se tocou. Aquilo parecia não ter mais fim, mesmo tendo entre eles Carolyn que precisava muito dos dois juntos. Caio Smith havia voltado para o Brasil na esperança de conseguir convencer Karen de que ele era importante, isso não fazia nenhum sentido a Karen, sabendo que daqui algum tempo ele ia voltar a encher sua paciência. Harry e Rony voltaram a jogar Quadribol. Queria que fosse a única coisa em sua cabeça, no momento de tentar capturar o pomo, era, até a chegada de algo, ou melhor, de alguém no campo de Quadribol. Karen, Hermione, Carolyn e Andrew, sentaram nas arquibancadas.
-Não é uma boa idéia. Eu sou a última coisa que Harry quer ver nos dias de hoje. – sussurrou Karen a Hermione.
-Deixa de bobagem, Karen. – respondeu Hermione acenando para o marido, assim como Andrew.
Carolyn sorria freneticamente para Harry, que deu uma volta de 360º pelo campo, conseguindo capturar o pomo rapidamente.
Acabada a partida Rony desceu até as arquibancadas. Harry ficou voando sozinho sobre o campo pensando se ia até lá ou não.
-PAI! – gritou Carolyn.
Aquele chamado não podia ser ignorado e com grande relutância desceu até as arquibancadas, desejando nunca ter nascido. Harry beijou a filha e sem olhar para Karen, cumprimentou Hermione e Andrew.
-O que acham de irmos jantar? - perguntou Rony sorridente.
-Eu não posso Rony. – disse Karen, em meio às falas de aprovação.
-Porque não?
-Trabalho.
-Vamos logo pessoal. – disse Harry ainda ignorando-a.
Karen observou-o.
-Ah! Não! Você vai ir sim. – disse Hermione a puxando.


****

No restaurante, Harry parecia disposto a ignorar definitivamente Karen.
“Eu sabia que não devia vir.” pensava Karen.
Até que ver um alto homem de olhos castanhos cintilantes e cabelos castanhos, Carlos Müller, seu primeiro e ex-namorado. Estava incrivelmente atraente, olhou-a nos olhos e com um grande sorriso, seguiu até a mesa deles.
-Karen? – perguntou ele surpreso.
Karen balançou a cabeça em resposta, contornando a mesa para lhe dar um grande abraço. Harry se contorcia de ciúmes.
-Onde esteve? – perguntou sorrindo.
-Bom depois que terminei de estudar, vim para Londres e olha quem encontro... Você. Está muito mais linda.
Karen sorriu, se virando para os presentes na mesa.
-Pessoal! Este é Carlos Müller, um grande amigo meu.
-Olá! – saudou.
-Esta é minha filha Carolyn.
-É um grande prazer conhece-la.
-Oi! – disse ela sem graça.
“Grande amigo? Quem ela quer enganar?” pensava Harry.
Harry lembrou da vez em que Karen lhe contara sobre ele.

#FLASHBACK#


- Sapo de chocolate? – ofereceu Harry, para mudar de assunto.
- Ah! Claro! – aceitou ela, dando uma mordida na cabeça do sapo.
- E você! Já namorou alguém?
Ela demorou um pouco para responder, tentava imaginar Cho Chang com Harry.
- Já! Carlos Müller! Namoramos durantes dois meses. Depois disso ele se mudou para os Estados Unidos. Nunca mais o vi.


#FIM DO FLASHBACK#

Karen parecia ter esquecido de todos na mesa, Harry não agüentava mais olhar os dois entretidos.
-Era isso que queria, não é? – perguntou Rony. – Deve estar sentindo o mesmo que ela sentiu, quando a ignorou esse tempo todo.
Rony tinha toda a razão, odiava quando isso acontecia.
-Vou pra casa. Amanhã nos vemos de novo. – disse Harry se levantando.
-Já está indo por quê? – perguntou Carolyn.
-Estou um pouco cansado agora. Quero vê-la amanhã no jogo.
Carolyn balançou a cabeça, depois Harry lhe deu um beijo.
-Até mais! – disse aos outros e saiu, percebendo que Karen e muito menos Carlos perceberam sua saída.


****


Na tarde seguinte, Rony e Harry foram jogar uma partida de Quadribol. Como era prometido, Carolyn foi vê-lo jogar com Karen, Hermione, Andrew e Carlos. Parecia que Karen e Carlos não pararam de conversar desde a hora em que se viram. A única coisa que fez Harry tirar os olhos dos dois, foi um balaço que veio em sua direção a toda velocidade, ele desviou. Só que o balaço, voltou novamente pegando em cheio a sua cabeça. Ele caiu da vassoura, Karen fez um movimento e o carregou levitando até o chão.
-Droga, Harry! – disse ela para um Harry desacordado no chão.
As outras pessoas se aglomeraram em volta deles.
-Se afastem! - disse ela sem pensar. – Um hospital, ele precisa de um hospital.
-Podemos deixá-lo na enfermaria. – disse um dos batedores.
Karen olhou pra ele.
-Por sua culpa, ele foi atingido. Vamos! Vou levá-lo a enfermaria. – disse ela flutuando o corpo inerte de Harry no ar.
Ele ficaria um bom tempo naquela enfermaria, até finalmente acordar. Carolyn ficou abalada, mas Karen lhe explicou que Harry estava bem. Hermione se ofereceu de cuidar Carolyn enquanto Karen cuidava dele.
-A culpa foi minha. Se você não estivesse me olhando no momento que aquele balaço passou por você, talvez nada disso tivesse acontecido. Desculpa! – dizia ela para um Harry desacordado. – Queria que estivesse bem. – disse acariciando a mão esquerda dele, uma lágrima caiu de seu olho.
-Eu sinto muito, Karen! – disse Carlos a suas costas. – Ele vai ficar bem. – e assim, colocou sua mão sobre o ombro dela.
Karen levantou da cadeira, onde estava sentada, limpou as lágrimas do rosto.
-Obrigado por se oferecer para ficar comigo aqui.
-Não precisa agradecer.
Karen foi indo até a porta, com Carlos em seus calcanhares. Ela fechou a porta, então forçou um sorriso a Carlos que a fitava sem parar.
-Conte comigo para qualquer coisa.
Ele foi chegando mais perto, cada vez mais, até selar seus lábios com os dela, aprofundando mais o beijo.

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