A Festa Surpresa



Capítulo 20: A Festa Surpresa


Tudo estava calmo naquela manhã, enquanto Karen se dirigiu para tomar café da manhã. Ao aproximou-se da mesa Corvinal, Pâmela e Theury correram ao seu encontro.
-FELIZ ANIVERSÁRIO! – gritaram as duas sorridentes.
-Obrigado! – respondeu sorrindo, ao receber um abraço de cada uma. - Vocês viram o Harry? - perguntou olhando para a mesa da grifinória sem encontrá-lo.
-Sei lá! – disseram as duas a se olharem ainda sorrindo, Karen não percebeu, estava mais preocupada em ver se Harry estava em algum lugar.
-Então quais são as novas? Completando 17 anos! Está feliz?! – perguntou Pâmela sorrindo muito, Theury lhe deu um cutucão, que fez parar de sorrir.
-Siiiim! – respondeu fitando-a sorridente. - Vocês estão com algum problema? – perguntou desconfiada, com os repentinos cutucões de Theury.
-Não! – responderam as duas de supetão.
Karen lançou a elas um olhar desconfiado.
-Vou tomar café! – disse ainda desconfiada.
-Faça isso! – disse Theury.
Não havia nem mordido uma torrada, quando as duas a puxaram, cada uma por um braço.
-O que foi? – perguntou surpresa.
-Precisa vir com a gente. – respondeu Pâmela já a puxando para fora do Salão.
As duas a levaram até o 7º andar onde pararam em frente a uma parede.
-Não acredito que me fizeram vir até aqui para ver uma parede. – disse Karen incrédula, já dando meia volta, quando se virou havia uma porta. - Como vocês...?
Elas a puxaram de novo e levaram-na até a porta. Quando a porta se abriu, assobios foram ouvidos lá dentro. Vários alunos da Corvinal, Rony, Hermione e Gina batiam palmas.
-Sabia que era isso! – disse incrédula.
-Sabia nada! – respondeu Theury sorridente.
Um bolo e uma faixa que dizia “Feliz Aniversário Karen” foi posta no ar flutuando. Todos a abraçaram e lhe desejaram feliz aniversário.
-Eu não acredito que fizeram isso por mim! – disse ela incrédula.
-A surpresa maior vem ai! – disse Hermione quando a abraçou.
A porta se abriu e Karen se virou para ver o recém chegado. Harry chegava com um buquê de botões de rosas brancas e um enorme sorriso no rosto. Ele foi até ela e a abraçou.
-Feliz Aniversário! – sussurrou no ouvido dela. – Não sabia o que dar pra você, então achei isso o melhor presente possível.
-O melhor presente que tenho é você. – murmurou ela.
Harry estendeu o buquê, recebendo em troca um beijo.
-Fui eu que preparei tudo - sussurrou.
-Eu imaginei. – respondeu sorrindo, ao fitar as flores. - Rosas Brancas? Como adivinhou que são minhas favoritas?
-Sua irmã me disse!
Eles riram.
-Bom, eu queria aproveitar... A ocasião para... - ele colocou a mão no bolso e retirou uma pequena caixinha. - Pra pedir você em namoro.
-Já somos namorados.
-Mas agora é oficial. – disse colocando um anel de ouro no seu dedo. – Eu te amo! Não posso ficar sem você nem mais um minuto. Aceita namorar comigo?
A garota sorriu não acreditando no que via e ouvia. Karen o agarrou pela cintura dando lhe um beijo apaixonado, todos aplaudiram.
-Deve aceitar isso como um sim!
-Acho melhor comermos o bolo. – disse Hermione sorridente.
-Apoiado! – respondeu Rony, Hermione lhe deu um cutucão.
Os dois que ainda estavam abraçados sorriram com a cena e se beijaram de novo.
-Eu também te amo! – disse ela sorrindo. – Que declaração!
-O que eu posso fazer se estou apaixonado por você? – disse ele marotamente.
Karen riu fracamente, dando outro beijo nele.


****


-Você ainda não me disse se gostou da surpresa. – disse Harry, quando estavam rumando para a sala do Profº Dumbledore.
-Claro que gostei, nunca ganhei uma antes. – respondeu sorrindo.
-Também não é todo dia que se faz 17 anos.
Karen riu fracamente.
-Está preocupada com alguma coisa? – perguntou ele um pouco preocupado com o silêncio dela até ali.
-Só estava pensando no livro e nada mais.
-Só no livro?
-Também na Horcruxe que vamos buscar, nos meus pais, na minha avó, com a gente.
Harry segurou a mão dela. Ele a fitou mas não disse mais nada, porque já haviam chegado na gárgula. A sala estava silenciosa quando entraram, Dumbledore se encontrava viajando em pensamentos. Pensamentos que não podem ser lidos por Karen, porque logo ele disse:
-Chegou a hora!
Eles se aproximaram na mesa e fitaram Dumbledore com firmeza.
-Bom, aqui está o mapa do local. Trouxe sua capa de invisibilidade, Harry?
-Ah, Não!
-Bom depois você a convoca. Para irem até lá precisam aparatar em Hogsmeade, os portões ficaram abertos até a hora que chegarem, só precisam abrir com um feitiço. Quando chegarem lá, precisaram passar pelo mar como disse a vocês. Dentro da caverna, terá um local, que iram sentir que a parede está oca. Para abri-la precisaram do sangue de um de vocês, acho que é tudo. Ah, precisaram disso! – entregando uma bolsa de couro de dragão que dentro havia um cálice. – Saberão o que fazer com ele. Tragam a Horcruxe para mim quando chegarem... Saberei o que fazer com ela. Alguma pergunta?
Os dois balançaram a cabeça, pegaram o mapa e a bolsa de couro de dragão e seguiram em direção a porta.
-Boa sorte! – disse Dumbledore.
Karen fechou a porta e fitou Harry nos olhos.
-Convoque sua capa. – pediu ela séria.
-Accio Capa de Invisibilidade! – ordenou ele a varinha.
Eles aguardaram alguns minutos e a capa veio voando até eles.
-Pronto, podemos ir agora!- disse enquanto vestiam a capa que quase não cobriu eles juntos.
-Eu não disse que aqui em baixo era um bom lugar para... - disse malicioso.
-Fica quieto, Harry! – pediu ela tentando esconder o sorriso.
Realmente o portão e a porta de carvalho estavam abertos.
-Consegue aparatar sozinho? – perguntou Karen, enquanto desciam pela a estradinha em direção a Hogsmeade.
-Bom... Acho que não! – respondeu, enquanto ela olhava para o mapa dado por Dumbledore.
-Então acho melhor aparatarmos juntos, então. Segura no meu braço! – pediu ela sorrindo, como se fosse uma brincadeira.
Por alguns instantes o ar fugiu de seus pulmões, mas quando ele estava preste a pensar que morreria sem ar, tudo voltou ao normal.
-Na volta eu aparato sozinho. – disse ele se recompondo.
-Você é que sabe! – falou dando um pulo para dentro da água.
Ele nem havia percebido que haviam chegado à água salgada do mar, um vento gélido passou pelo seu rosto, pulou para dentro da água e nadou na direção em que Karen nadava. Numa caverna mais adiante Karen o esperava tremendo de frio.
-Acho que é essa caverna, não? – perguntou olhando a sua volta.
-Bom, tínhamos que chegar a uma caverna, com certeza é essa.
Uma onda de calor subiu da sua cabeça aos seus pés e suas roupas ficaram quentinhas.
-Me lembrei desse feitiço agora. – disse Karen sorrindo, Harry estava distraído olhando a sua volta. - Pega a sua varinha.
Harry obedeceu e a seguiu. A caverna estava muito úmida e com certeza fria, observando a garota bater nas paredes, ele fez o mesmo.
-É aqui! – exclamou seriamente.
A garota puxou uma adaga do bolso da jaqueta e puxou a manga mais para cima.
-Não! Espera! Deixa que eu faça isso! – disse nervoso.
-Agora não adianta mais. – disse mostrando um corte na mão passou seu próprio sangue na parede gelada da caverna. Um arco de luz brilhou em uma parte da parede fazendo os dois recuar para trás. Uma passagem foi aberta e Karen olhou da passagem para Harry.
-Onde isso vai dar?- perguntou intrigada.
-Só vamos saber se passarmos. – respondeu já entrando pela passagem com ela em seus calcanhares.
Eles depararam com uma cena extraordinária, estavam à beira de um grande lago negro, tão vasto que Harry não conseguia divisar suas margens distantes, em uma caverna tão alta que seu teto não era visível. Uma luz verde e indistinta brilhava ao longe, talvez no meio do lago, refletia-se na água imóvel abaixo. O brilho verde era a única coisa que rompia o negrume veludoso, embora seus raios não tivessem um alcance tão longo quanto Harry e Karen esperavam. Karen acendeu sua varinha e com os olhos miúdos olhou melhor ao longe.
-A horcruxe deve estar por aqui. - disse séria.
-Sério? Não tinha idéia disso. – disse irônico.
Ela o olhou o fuzilando com os olhos.
-Foi só brincadeira. – exclamou se rendendo.
-Isso é sério, Harry. Não temos tempos para brincadeiras, agora pense rápido. O que pode ser esse lago?
-Não faço a menor idéia.
Ele saiu margeando o lago e Karen o seguiu logo atrás. Seus passos ecoavam como tapas, na estreita orla de pedra que contornava o lago. Caminharam uma boa distância, mas a paisagem não variava. De um lado, a áspera parede da caverna, do outro, a vastidão sem fim do negrume espelhado, no meio da qual havia aquele misterioso brilho verde. Harry achou o lugar e o silêncio opressivos, enervante.
-Como acha que vamos passar por aqui? – perguntou ele atento ao fundo da água. - Não poderíamos tentar um Feitiço Convocatório?
-Tente. Não custa nada. – respondeu ainda observando toda a extensão do lago.
Harry apontou a varinha no ar e ordenou:
-Accio Horcrux!
Com um ruído de explosão, algo muito grande e claro irrompeu da água escura a uns seis metros de distância, antes que Harry pudesse ver o que era a coisa tornou a mergulhar na água com um estrondo que produziu ondas largas e profundas na superfície lisa do lago. Harry saltou para trás assustado e bateu na parede, seu coração ainda retumbava quando ele se virou para Karen.
-O que foi aquilo?
-Alguma coisa que protege a horcrux ou coisa parecida.
Harry olhou novamente para o lago. Sua superfície retomava a aparência vítrea, escura e brilhante, as ondas tinham desaparecido anormalmente rápidas, o coração de Harry, no entanto, continuou a bater com força.
-Será que teremos que entrar no lago?
-Eu acho que não. Seja o que for que esteja ai dentro, não nos quer por perto. De qualquer forma a horcrux não está no fundo e sim no meio. - disse apontando para a luz verde. - Karen olhou a volta. -Droga! O que a gente faz?
-Eu sei lá!
-Claro! É uma coisa tão óbvia. – disse sorrindo fracamente, o garoto oscilou na beira da água escura, e a mão dela o agarrou fortemente pelo braço e o puxou de volta. - Acho que encontrei o lugar.
Ele não fazia idéia do que Karen queria dizer. Até onde podia perceber, este trecho de margem escura era exatamente igual a qualquer outro, mas ela, pelo visto, detectara alguma coisa diferente. Desta vez, ela estava passando a mão, não na parede rochosa, mas no ar, como se esperasse encontrar e agarrar alguma coisa invisível. Minutos depois sua mão agarrara no ar alguma coisa que Harry não conseguia ver. Karen se aproximou mais da água, o garoto observou nervoso, as pontas dos sapatos dela chegaram até o limite da borda rochosa do lago. Mantendo a mão fechada no ar, Karen ergueu a varinha com a outra e deu uma pancadinha no próximo punho.
Imediatamente apareceu no ar uma corrente grossa esverdeada que se alongou do fundo do lago até a mão fechada de Karen. Ela bateu na corrente, que começou a deslizar por dentro de sua mão fechada como uma cobra e a se enroscar no chão com um ruído metálico que ecoou vibrantemente nas paredes rochosas, e foi puxando alguma coisa das profundezas do lago escuro. Harry ofegou quando a proa fantasmagórica de um barquinho veio à tona, tão verde e brilhante quanto a corrente, e flutuou quase sem marolas até o ponto da margem que Harry e Karen estavam parados.
-Como você soube que tinha um barco aqui? – perguntou espantado.
-Eu não sei. Só imaginei que isso estivesse aqui. Vamos?
-Ah, acho que sim. Será que é seguro?
-Me parece ser.
Karen subiu cautelosamente no barco. Quando estavam acomodados nele, o barco começou a flutuar suavemente pela água. Então Karen a viu branca como mármore, boiando a centímetros da superfície.
-Harry! – exclamou assustada.
-O que foi?
-Acho que vi uma mão na água.
Harry olhou espantado para a água à procura da mão que desaparecera, uma sensação de náusea subindo-lhe à garganta.
-Então aquela coisa que saltou da água... - disse Karen espantada, não consegui nem respirar direito.
-Tem cadáveres aí dentro!
Karen evitou olhar para a superfície da água de novo, segurou a mão de Harry firme.
-Acho melhor não tocar na água. – disse nauseada. - Devem ser Inferius, mortos-vivos.
A luz verde parecia finalmente aumentar, e minutos depois, o barco parou, batendo suavemente em alguma coisa que Harry a princípio não pode ver, mas, quando ergueu a varinha iluminada, constatou que tinham chegado a uma ilhota de rocha lisa no centro do lago. Os dois desembarcaram cautelosos.
A ilha não era maior do que o escritório de Dumbledore, uma extensão de rocha plana e escura em que não havia nada exceto a fonte de luz verde, que parecia muito mais forte vista de perto. Logo percebeu que a luz vinha de uma bacia de pedra muito parecida com a Penseira, apoiada sobre um pedestal.
Karen se aproximou da bacia, seguida por Harry. Lado a lado, eles examinaram. A bacia estava cheia de um líquido verde-esmeralda que emitia uma luz fosforescente.
-Que é isso? – perguntou Harry em voz baixa.
-Não faço idéia. – respondeu Karen.
Karen empurrou para cima a manga das vestes que cobria o corte que havia feito agora pouco e esticou as pontas dos dedos para a superfície da poção.
-Karen! Não toque nisso, você não sabe o que é e...
- Não posso tocar. Tente você.
Realmente não podia uma barreira invisível a uns três centímetros que o impedia de se aproximar mais. Karen olhou mais atentamente para dentro da bacia.
-A horcruxe deve estar aí dentro.
-Mas como vamos pega-la?
Karen olhou da poção para Harry muito séria.
-Lembra do cálice que Dumbledore deu pra gente?
-Lembro!
-Me dá ele aí. – pediu ela puxando das mãos dele a bolsa de couro de dragão.
Ela pegou o cálice e olhou para poção.
-Tenho que bebê-la.
-Quê? – exclamou indignado. – Não!
-Somente bebendo isso é que saberemos o que tem no fundo.
-E se não tiver nada? E se a poção matar você?
-Claro que não, Harry! Se matasse a gente, então porque Dumbledore ia mandar nós dois para buscar a horcruxe?
Ele não estava acreditando nisso.
-Karen... Foi o Voldemort que planejou tudo isso... Ele poderia querer matar quem beber da poção.
-Harry! Estamos seguros! Nada vai acontecer se seguirmos a orientações de Dumbledore direitinho.
-Ele não orientou a gente a fazer isso.
Karen olhou para ele com um pedido de piedade nos olhos.
-Harry! Escuta! Nada vai acontecer nada comigo, pode ficar tranqüilo.
-Eu vou beber isso então.
-Não! Harry! Deixa de ser imaturo, nada pode acontecer de tão horrível. Prometa que... Se eu não quiser mais a poção você vai continuar insistindo.
-Por quê?
-Porque assim não adiantaria de nada a gente vir pra cá.
Harry a olhou seriamente.
-Harry?
-Tudo bem... Eu te amo!
-Eu também amo muito você. – disse ela tristonha, dando um beijo estalado nele.
Ela olhou para a poção de novo e mergulhou o cálice na poção. Por uma fração de segundo, Harry teve esperança de que ela não conseguisse tocar na poção com o cálice, mas o cálice afundou na superfície que nada conseguira tocar, quando a taça se encheu até em cima, Karen levou-a a boca. Esvaziou a taça. Harry observou-a, aterrorizado, suas mãos apertavam a borda da bacia com tanta força que as pontas dos seus dedos ficaram dormentes.
-Karen? – chamou ele, ansioso, quando Karen baixou a taça vazia. – Como está se sentindo?
Karen sacudiu a cabeça, os olhos fechados. Harry se perguntou se estaria sentindo dores. Karen tornou a mergulhar o cálice na bacia às cegas, enchendo-a e bebeu-a.
Em silêncio, Karen bebeu três taças da poção. Então, na metade da quarta taça, ela cambaleou e caiu contra a bacia. Seus olhos continuaram fechados e sua respiração se tornou ofegante.
-Karen? – chamou com a voz tensa. – Você está me ouvindo?
Karen não respondeu. Seu rosto se contraía, como se ela dormisse profundamente, mas experimentasse um terrível pesadelo. A mão com que segurava o cálice foi afrouxando, a poção ia derramar. Harry estendeu a mão e agarrou o cálice, mantendo-o em pé.
-Karen, você está me ouvindo? - repetiu ele alto, sua voz ecoando pela caverna.
Karen ofegou.
-Não quero... Não me force...
Harry olhou para o rosto pálido que ele conhecia tão bem, e não soube o que fazer.
-... Não gosto... Quero... Parar... - lamentou-se ela.
-Karen... Não pode parar agora. Tente beber mais. Tome...
Odiando-se, sentindo repulsa pelo que estava fazendo, Harry forçou o cálice a encostar à boca de Karen e virou-a, fazendo com que ela bebesse o que restava.
-Não... - gemeu ela, quando Harry mergulhou o cálice mais uma vez na bacia e encheu-o. - Não quero... Não quero...
-Tudo bem, Karen. – disse ele com a mão trêmula. - Tudo bem, estou aqui...
Harry deu a ela a poção, tentando o máximo possível ignorar os pedidos dela para parar de beber.
-Não... Eu não quero isso... Faça parar...
-Vai ficar tudo bem, beba tudo. – disse lhe oferecendo a nona taça.
Karen engoliu o conteúdo da taça até a última gota e então, com um enorme arquejo, rolou de borco.
-Não! – Gritou Harry, que se pusera de pé para encher mais uma taça, em lugar disso, largou-a na bacia, atirou-se no chão ao lado de Karen e virou-a de barriga para cima. - Não. - disse Harry, sacudindo ela. -, não, você não está morta, disse que não era veneno, acorde, acorde. Rennervate! - gritou, apontando a varinha para o peito de Karen. Houve um lampejo vermelho, mas nada aconteceu. – rennervate... Karen... Por favor...
Os olhos dela piscaram, o coração de Harry saltou no peito.
-Karen, você está...?
-Água – pediu Karen rouca.
-Água – ofegou Harry-... Sim...
Ele ficou de pé de um salto e agarrou o cálice que largara na bacia, mal registrou o medalhão de ouro com a corrente enroscada embaixo do cálice.
-Aguamenti! – ordenou Harry, espetando o cálice com sua varinha.
O cálice se encheu de água cristalina, Harry caiu de joelhos ao lado dela, ergueu sua cabeça e levou o cálice aos seus lábios, mas estava vazia. Karen gemeu e começou a ofegar.
-Mas eu pus... Espere... Aguamenti! – tornando a ordenar a varinha para o cálice. A água desapareceu de novo. - Aguamenti! Aguamenti! Aguamenti!
O cálice se enchia e tornava a esvaziar. A respiração de Karen foi enfraquecendo. Com o cérebro girando de pânico, Harry percebeu a única maneira possível de obter água, porque assim tinha planejado Voldemort.
Ele se atirou na margem rochosa e mergulhou o cálice no lago, erguendo-o, totalmente cheio, com água gelada que não desapareceu.
-Karen... Aqui! – gritou Harry e, precipitando-se para Karen, virou a água, um pouco desajeitado, em seu rosto.
Foi o melhor que pode fazer, porque a sensação gélida em seu braço livre não era o frio prolongado da água. Uma mão branca e escorregadia agarrara seu pulso, e a criatura a quem pertencia puxava-o pela rocha lentamente de volta ao lago. A superfície não era mais um espelho, revolvia-se, e para todo o lado que Harry olhava, cabeças e mãos brancas emergiam da água escura, homens, mulheres e crianças, com os olhos encovados e cegos, moviam-se em direção à rocha. Um exército de mortos ressurgindo do lago negro.
-Petrificus Totalus! – berrou Harry, lutando para se agarrar à superfície lisa e molhada da ilha enquanto apontava a varinha para o Inferius que segurava seu braço, o morto-vivo soltou-o e voltou a cair na água. Harry se levantou, mas outras mãos ossudas o agarraram. - Petrificus totalus! Impedimenta! Incarcerous!
Alguns tropeçaram e caíram de volta para o lago, uns foram imobilizados com cordas, mas aqueles que galgavam à rocha atrás dele simplesmente pulavam por cima ou pisavam nos corpos caídos. Mas outros tantos Inferius já subiam de novo na rocha e vinham na sua direção.
Então, o fogo irrompeu na escuridão, carmim e ouro, um círculo de fogo que cercou a ilha e fez os Inferi que imobilizavam Harry tropeçarem e vacilarem; eles não ousaram atravessar as chamas para chegar à água. Largaram Harry, ele bateu no chão, escorregou pela rocha e caiu, arranhando os braços, mas tornou a se pôr de pé, erguendo a varinha e olhou assustado para os lados.
Karen estava mais uma vez de pé, pálida como qualquer dos Inferi em volta, porém as chamas não saiam de sua varinha e sim de suas mãos. Pegou o medalhão de dentro da bacia de pedra e guardou-o nas vestes. Em silêncio, fez sinal a Harry para juntar-se a ela. Distraídos pelas chamas, os Inferi pareciam não registrar que suas vítimas estavam deixando a ilha, Karen levava Harry para o barco, o anel de fogo deslocava-se com eles, cercava-os, os atordoados mortos-vivos acompanharam-nos até a beira do lago onde mergulharam, agradecidos, em suas águas escuras.
-Está se sentindo bem? – perguntou Harry ajudando ela a sair do barco. Puxou um de seus braços e envolveu-o em seus ombros.
-Estou um pouco fraca.
-Imagino! Se está muito fraca, como conseguiu conjurar o fogo com suas mãos?
-Força do hábito! – respondeu sorrindo fracamente. – Realmente terá que aparatar sozinho.
Harry sorriu e colocou-a sentada na entrada da caverna.
-Fiquei com medo achei que iria perder você.
-Não se preocupe! Não vai conseguir me perder tão fácil assim. – respondeu com um leve sorriso nos lábios.
Harry a pegou em seus braços e aparatou. Karen caiu fraca no chão, quase sem forças, quando chegaram a Hogsmeade.
-Onde está sua capa? – perguntou fracamente.
-É melhor irmos sem a capa, preciso levar você para a ala hospitalar agora.
Balançando a cabeça, Harry a pegou pelos braços de novo e a carregou para ala hospitalar o mais rápido possível, Karen perdia suas forças a cada passo que davam. Madame Pomfrey já estava dormindo, mas não recusou cuidar de Karen enquanto ele subia para entregar o medalhão a Dumbledore.
-Vou ficar um pouco aqui com você.
-Não! Eu vou ficar bem, dê logo isso a Dumbledore e vá descansar, a gente se vê amanhã.
-Tem certeza?
Ela balançou a cabeça sorrindo. Harry a beijou e saiu em direção à porta.



N/A: oooi! Td?! Postei os dois caps de uma vez só. Naum esqçam d comentar dpois. Desculpem o cap ser um poco parecido com o livro (um pouco não, mas quase totalmente) Mas como já diz na descrição da fic teria alguns spoilers. Talvez seja a última vez que um spoiler apareça. Não consegui pensar em nada melhor. J.K., tua idéia é fantástica, não tinha como escreve algo melhor ;) Vlw pelos coments. B-jão 

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