<i>Ímpeto</i>
Título: Por um Beijo
Autora: Mione_Potter_love
Shipper: Harry/Hermione
Gênero: Romance
Spoiler: 1° ao 6° livros
Status: Completa*
Só pra lembrar: Harry Potter e companhia limitada não me pertencem. Triste, porém fato.
Ímpeto
[Flash-back]
Quando, no entanto, me despedi de Harry àquele dia, não imaginei que hoje, quase cinco anos depois, estaríamos tão mudados. Não sei, ao menos, se estou preparada para essas mudanças...
[Lembrança]
-Eu sempre vou amar você – disse lhe dando um abraço.
Quando se afastaram, Hermione tocou o rosto de Harry. – Eu também – ela sorriu o fitando – Sempre vou amar você – a mulher beijou seu rosto.
Eles se abraçaram novamente e logo depois, Harry foi ao encontro de Gina, que estava a alguns metros de distância deles.
Ela sorriu para si mesma enquanto os outros dois se afastavam, hoje havia feito vinte e um anos e seus dois melhores amigos vieram lhe cumprimentar. Mas a tarde veio e passou rápida. Assim, eles tiveram que ir, pois Gina ainda tinha planos para a noite.
Hermione ainda custava a acreditar que Harry estava casado com a ruiva. E ria disso, não entendia no que Harry tinha te diferente para não poder casar jovem. “E ele só tem vinte anos...” vinha sempre a sua mente.
Talvez estivesse com um pouco de inveja, quem sabe? Seu relacionamento com Ron havia sido (há quase quatro anos atrás) um fiasco e perdurou por um semestre longuíssimo para o gosto de ambos... Quando o mesmo finalmente acabou, nenhum dos dois realmente se queixou. “O caso era que brigávamos mais que nos beijávamos...”.
E ao contrário do seu relacionamento com um Weasley, o de Harry parecia expandir a cada dia, e quando a morena achava que não ficaria maior, eles cresciam em intimidade ainda mais. Algumas vezes, não suportava ficar na presença do novo casal vinte de Hogwarts... Por tolo despeito. Por mero desalento, talvez. Porque não se sentia tão bem quanto achou que estaria quando os olhos do coração do seu melhor amigo enxergassem Gina... Não que a afinidade deles a magoasse, mas de fato, era um incomodo, simples e pequeno, mas ainda assim um incômodo... Por sorte, passou.
Contudo, ainda era estranho demais ver uma aliança em seu anelar esquerdo. Uma bela aliança de compromisso. Talvez porque sentisse em Harry imaturidade, ou melhor, por achar Harry imaturo. Harry, no entanto, demonstrava o contrário sempre que tinha oportunidade – ao ver dela – sendo em atitudes ou em seu modo de ser.
Isso, certamente, fora o mais difícil para a morena, Harry não era mais aquele menino que entrara em Hogwarts sem saber, por assim dizer, o que era magia... Ele era um homem de família agora, com trabalho, sonhos que estavam, graças a seus esforços, se concretizando, amado e feliz.
-Pelo menos é o que diz - Hermione murmurou.
Ela odiava admitir esse outro “segredinho”, mas há algum tempo Harry perdeu a transparência, ao menos para ela, pensava. Não conseguia saber mais se mentia ou não, só algumas vezes, quando conseguia penetrar em sua alma, mas Hermione julgava que conseguia “lê-lo” por ele ter permitido.
[Fim da Lembrança]
Cheguei à Londres faz pouco mais que três horas, me instalei no meu antigo apartamento, tomei um banho rápido, pus uma roupa escura e me dirigi o mais rápido possível para a igreja. Cheguei praticamente no fim da missa... As pessoas já estavam saindo, mas continuei forçando passagem. Por fim consegui chegar na primeira fileira de cadeiras, onde sabia quem estaria lá.
Sentei-me ao seu lado sem dizer nada, esperando que percebesse minha presença - suas mãos estavam segurando a cabeça, cotovelos apoiados nas pernas. -, ele me olhou de lado. Os mesmos olhos verdes com aquela intensidade incrível. Olhos verdes onde pude ver a tristeza que Harry me deixou achar... E sem mais, eu o abracei, forte. Tentando, mesmo sabendo que não haveria resultado, sugar, liquidar a angustia dele.
Nesses últimos anos realmente tudo mudou, Harry é pai agora. De uma linda menininha que se chama Ágata, tem dois anos. Sou sua madrinha, creio que um pouco distante... Mas gosto demais dela. Ágata é quase uma copia exata de Gina, até os olhos são idênticos, de um azul brilhante. Acho que a única característica que “puxou” do pai foram os lábios.
Eu hoje moro na França, fui transferida para lá alguns meses depois de Ágata nascer.Namoro Hugo Faterni há três anos, e estamos relativamente bem. Antes, eu trabalhava com Harry no departamento de mistérios, agora, estou no departamento de mistérios da França, ajudando em uma pesquisa.
-Eu não queria me atrasar, me desculpe – disse depois do abraço, que durou um longo tempo. – Eu sinto muito. Queria ter vindo mais cedo.
-Mione – me interrompeu. – Não se preocupe. Eu sei o quando você esteve ocupada. E sei que você só soube... – ele suspirou. – dois dias depois do-
-Eu sei – murmurei tocando seu rosto. – Mas eu realmente queria vir, Harry. Queria estar aqui para lhe apoiar.
-A Sra. Weasley tem me ajudado muito, assim como Ron – o olhei tristemente. – Você ainda é minha melhor amiga, Hermione – ele deu um leve sorriso. – E eu sei que se você pudesse, estaria aqui. Mas você tem a sua vida - suspirei um tanto queixosa e então levantei meu rosto rapidamente para olhá-lo.
-E o bebê? – Harry pareceu revigorar com a pergunta.
-Uma menina, está bem, mas ainda está no hospital.
Sorri aliviada. – Já escolheu um nome?
-Sim. Lílian.
-Belo nome – disse o olhando de lado. – E a Ágata?
-Está com a avó. Não quis trazê-la para cá.
-Acho que foi melhor...
-E você fica quanto tempo por aqui?
-Apenas três dias...
No mês passado, fevereiro, Gina foi levada ao hospital com dores de parto, dois meses antes do ideal... Havia inúmeras complicações no parto e nas circunstâncias do caso fora realmente sorte que a criança tenha vivido. Imagino o quão doloroso isso tenha sido para Harry e como fora atingido com o impacto da notícia.
Quando recebi aquela notícia, me deixei cair no sofá de casa. Harry, enquanto me dava a notícia, estava com a voz calma, mas muito distante... Não sei ainda de onde ele tirou as forças para me ligar. Perdi a fala e não me recuperei até o moreno me chamar, para ter certeza que ainda estava na linha.
Infelizmente, não pude estar aqui naquele mês, não me liberaram. Fiquei deprimida e quase joguei tudo pro alto para estar no enterro de minha melhor amiga, Hugo acabou me convencendo que não seria isso que Gina gostaria que eu fizesse...
-E como você está? E o Hugo?
-Bem. E com novidades – olhei para meu colo, meu rosto queimava. – Estou noiva – falei baixinho.
-Perdão?
Concentrei toda minha, er, coragem e o encarei. – Estou noiva.
Harry pareceu um tanto quanto chocado, depois ele sorriu e me felicitou me dando um breve abraço. – Há quanto tempo?
-Cinco meses.
Ele conseguiu sorrir marotamente. – Finalmente, hã?! Já não era sem tempo – por instinto revirei os olhos. O que há demais? É apenas um noivado. Não é uma data marcada para o casamento.
Acho que ficamos em silêncio por mais de quinze minutos, antes de eu tocar sua mão e chamá-lo para irmos embora.
****
Mesmo tendo meu apartamento, acabei por ficar nesses três dias hospedada na casa de Harry, que estava sozinho. Ele estava demonstrando uma força para as outras pessoas que, eu sabia, não tinha – e nas duas noites anteriores eu pude vê-lo quase em desespero e tristeza. Na minha frente ele esmorecia como se perdesse toda a vivacidade que tinha com as palavras: “Eu estou bem, vai dar tudo certo. Eu sei”.
Sua filha ficaria alguns dias na casa da avó com os tios, enquanto meu amigo resolvia algumas pendências. Como por exemplo, resolvera abandonar o trabalho. Agora que estava sozinho e ficaria – assim que Lílian pudesse vir para casa - com duas crianças em casa, sendo uma, recém nascida, teria que dispor de tempo integral. A Sra. Weasley, ontem, tentou convencê-lo de que essa opção não seria a melhor, mas Harry fora e estava irredutível.
[Lembrança]
Seu segundo dia na casa de Harry. Hermione estava tentando fazer de tudo para apóia-lo, mas algumas vezes Harry ainda se fazia de forte. Não querendo discutir com ela, não querendo falar de nada que se referisse a Gina.
-Deixa que atendo – ela falou se dirigindo a porta.
-Titia! – exclamou tentando “se atirar” para a morena.
A Senhora Weasley estava à porta com Ágata no colo. A cumprimentou e pôs a criança no colo de Hermione, já que Ágata queria lhe beijar.
-Oi amorzinho – Hermione disse sorrido enquanto a menina beijava seu rosto carinhosamente. – Harry está na sala, Molly.
-Obrigado querida – disse a mulher lhe dando um pequeno sorriso. – Harry, querido, como você está? - Hermione vinha logo atrás trazendo a menina no colo, observando a cena.
-Estou bem, Molly. E você?
-Papai! – chamou estendendo as mãozinhas.
-Estou bem – ela suspirou. Hermione se dirigiu a Harry para esse pegar a filha. – Desculpe vir sem avisar, mas a ruivinha aqui queria muito vê-lo. E quando soube que a Mione estaria aqui, então...
Harry sorriu. – Oi Ágata.
-Tá dodói? – ela perguntou olhando com a cabeça de lado. – Vovó disse...
-Só um pouquinho – respondeu. – Mas quando te vi passou! – a menina tocou o rosto dele e beijou seu rosto.
-Amo você, papai.
-Também amo você – falou dando um selinho no nariz da garota.
-Você não está pensando mesmo em largar o emprego não é? – Molly perguntou.
-Estou sim.
-Ei Ágata – Hermione chamou. – Que tal comer um pedaço de bolo lá na cozinha?
-Ah. Eu quero! – foi ao encontro da morena, lhe dando as mãos.
-Por que, meu filho?
-Sra. Weasley, tenho muitas responsabilidades. Tenho que cuidar das minhas filhas.
-Mas eu posso fazer isso.
-Não. Elas são minhas filhas. A Sra. Já cuidou dos seus sete filhos. Eu posso cuidar das duas.
-Mas Harry...
-Perdoe-me Molly se estou sendo grosseiro. Mas nada que você faça irá me convencer do contrário.
-Estou apenas dizendo que posso ficar com elas enquanto você trabalha... E-
-Já me decidi, Sra. Weasley.
[Fim da lembrança]
A verdade é que o moreno nunca precisou trabalhar... Com a herança que herdou de seus pais e de Sirius, poderia viver sem mover uma palha. E com as bonificações do emprego que tinha e que recebera ao derrotar Voldemort, sua vida estava positivamente boa.
Harry, no mesmo dia em que a Senhora Weasley veio, foi ao ministério resolver o assunto da sua demissão. Chegou em casa umas três horas depois, e com uma boa notícia: Não precisaria largar o emprego, poderia trabalhar em casa, quando tivesse um tempo livre. E o ministro ainda lhe dera alguns meses de férias para que pudesse cuidar das responsabilidades...
Hoje é minha última noite na casa de Harry, amanhã bem cedo voltarei à França. Para minha realidade...
Estamos sentados no sofá, Harry está deitado em meu colo, me fazendo relembrar dos tempos de Hogwarts.
-Eu sei que um dia tudo vai passar – ele murmurou de olhos fechados, enquanto eu acariciava seus cabelos. – Mas não sei, Mione. Vai ser tudo diferente a partir do inicio da semana.
-Se você precisar, posso vir alguns dias - ele se levantou para me encarar. – Eu não sei, talvez ficar mais alguns dias... Posso telefonar para Paris, dizer que houve imprevistos.
Ele sorriu agradecido. – Obrigado. Mas não quero atrapalhar você – disse arrumando meu cabelo. E então abaixou os olhos.
-A Gina sempre amou você, Harry. E tenho certeza que onde quer que ela esteja não quer você triste – Harry tornou a me encarar. Ele suspirou.
-É só um tanto difícil para mim – fechou os olhos.
-E eu entendo - um toque tão leve, quase inexistente, minhas mãos na face dele... Harry abriu os olhos, e agora nós estávamos nos fitando. – Ela sempre te amou, Harry – murmurei me aproximando.
[Êxtase momentâneo]
Ela não podia... Mas sua cabeça não estava a pensar direito - seu cérebro parecia ter perdido a capacidade de raciocinar, de ser lógico, eloqüente -, seu coração estava acelerado, sem condições de perceber o que realmente estava acontecendo consigo. Sinceramente, ela apenas sabia que estava no sofá, com Harry Potter bem a sua frente.
Aquele era Harry! Seu melhor amigo, que ela estava ajudando... Ajudando a... A? Sim, sim... Ajudando a passar toda sua tristeza e tentando lhe revigorar.
O que diabos Harry pôs na bebida? O que diabos estava acontecendo com ela?! O que estava fazendo? Tinha que se afastar.
“Afastar? Ah! Sim. me distanciar, me separar... Meu Deus, eu ainda estou em dúvida... Ao menos ele não se afastou... Não! De novo não! De volta aos dezessete não! Eu rezei tanto para que esses tempos passassem rápido. E agora isso...”
Os lábios dele, eles eram imã? Estava tão difícil afastar-se...
Hermione mordiscou o lábio inferior de Harry. Ela precisava experimentar, seu tempo de infância e indecisão já haviam passado, não poderia perder uma oportunidade, não importa o quão atípica seja esta. Suas mãos encaminharam-se para os cabelos negros do homem, e se perderam lá... A mínima percepção dela (a que ainda resistia), pôde contentar-se com as mãos de Harry, uma em sua cintura, a outra tinha um leve toque em uma de suas pernas. Ele queria também? Antes que formulasse uma resposta, Hermione puxou um pouco o cabelo do amigo, trazendo-o pra si, seus lábios mais firmes. Ela se sentiu puxada e também sentiu a língua de Harry rosar nos seus lábios. Era como se uma corrente elétrica passasse por ela, começando dos lábios, e dirigindo-se para todo seu corpo. Como se a eletricidade chegasse pela primeira vez numa cidade, ela quase pôde distinguir os fogos de artifício que estouravam em algum canto remoto da sua mente.
Eles se afastaram sem ar. Hermione tinha os olhos chocados, estes fitando os olhos verdes.
[Fim do mesmo]
-Me desculpe... – murmurei olhando-o extasiada.
Harry, ainda pude perceber, deu seu primeiro sorriso genuíno. Sorriso maroto. – Você não precisa se desculpar... Isso um dia iria acontecer. Acho que nós não agüentamos a curiosidade – dei uma risada nervosa. – Além do mais, um beijo não vai afetar nossa amizade, muito menos seu relacionamento com Hugo. Por via das dúvidas, isso não vai sair daqui, não falo se você não falar – ele ponderou pensativo. – Além do que, todo mundo sabe que a gente se ama – ele deu uma risada, e beijando minha testa, se despediu – Durma bem, Mione.
[Fim do Flash-back]
Num suspiro cansado a mulher, sentou-se em sua cama.
“Já deveria ter feito isso há muito tempo” pensou enquanto arrumava as malas. Mesmo tentando, a mulher não conseguia esquecê-lo, aquele momento efêmero...
Ela sorriu com amargura, como um único beijo poderia lhe revelar tanto de si?
“Ah! Hermione... Você deveria ser mais previsível”
***
Oie. Tudo bom?
Vocês não sabem o quando foi difícil para eu postar esse short... Pra variar, queria ter feito uma continuação... Mas minha criatividade não estava muito animada não. Toda vez que escrevia não achava que estivesse boa, aí, adiava e adiava postar essa parte – que por sinal, até que gostei... (milagre?! XD).
Tenho isso daqui há tempos, mas só tive coragem de postá-lo agora, primeiro porque: como já havia dito, queria fazer um segundo capítulo. E segundo: eu nem tinha um nome para ele – por sinal, to achando esse nome completamente pobre, mas eu acho que nunca fui boa em títulos...
Bom, enfim, seria legal se alguém comentassem, porque eu to mesmo precisando de comentários...
Beijos,
Yasmin
P.s.: Se o fiction estiver confuso... Me pergunte que estarei satisfeita em responder suas dúvidas^^.
P.s.2.: Eu acho que não farei a continuação... Não tenho certeza, então por isso pus o Status dele em “completo”.
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