Saudade e Mágoa
Cap. VII – Saudade e Mágoa
Quando Gina avistou suas amigas no local onde haviam se separado, se sentiu um pouco vazia. Elas estavam ali na sua frente, mais sorridentes que nunca. Provavelmente o encontro tinha corrido super bem para as duas. E ela não podia partilhar do mesmo sentimento de felicidade, pois embora tivesse vivido momentos intensos naquela tarde, estava profundamente infeliz por pensar que não iria estar mais com Draco. E sentia de novo vontade de chorar, mas estava cada vez mais próxima das amigas e não ia fraquejar naquela altura.
Liza e Bea logo repararam Gina se aproximando e correram para ela. Estavam as duas com um sorriso de orelha a orelha e um brilho diferente nos olhos.
-Gina, demorou, amiga! – disse Liza bastante animada.
-É, onde você andou? – perguntou Bea, um pouco curiosa.
-Vendo as lojas. Já tinha dito para você que era isso que ia fazer! – disse com uma cara abatida. Por mais que tentasse, não conseguia disfarçar a sua tristeza.
Bea e Liza se entreolharam. Sabiam que algo não estava certo com Gina, e isso não era daquele dia, já era de há muito tempo. Mas sabiam que as perguntas não adiantariam nada, ela não ia responder. Era estranho ver Gina assim, até porque ela não costumava esconder nada delas.
-E onde estão os sacos com as compras? – perguntou Bea.
Gina nem reparou que levava as mão vazias. Não era muito normal uma pessoa ir às compras e voltar sem nada. Tinha de inventar uma desculpa rapidamente. Mais uma, para juntar às imensas desculpas que já improvisara.
-Eu esqueci meu dinheiro no dormitório. – disse sem pensar muito – Como eu sou burra!
-E é por isso que está com essa cara de quem viu um dementador? – perguntou Liza, cruzando os braços e a encarando, desconfiada.
-Podemos simplesmente voltar para Hogwarts, sem mais perguntas? – pediu Gina, praticamente ordenando.
Bea e Liza deram ombros e fizeram apenas o que Gina lhes pediu. Voltaram para o castelo, sem grandes conversas.
Já no castelo, as três se dirigiram até à sala comunal da grifinória, onde também já se encontrava Harry e Rony. Gina não estava a fim de ficar lá perto do irmão, que ainda lançava olhares recriminatórios sobre ela, mas as amigas, com alguma dificuldade, convenceram-na a ficar. Se sentaram um pouco afastadas dos garotos, a pedido de Gina e Liza começou falando do seu encontro com Dino.
-E depois ele pegou na minha mão. Ai, meu merlim, o meu coração parecia que ia pular do peito quando ele se aproximou e me beijou! – contou muito entusiasmada.
-É, parece que hoje é o nosso dia de sorte! O meu encontro com Alex também foi maravilhoso… - suspirou Bea.
Gina olhou para o brilho invulgar nos olhos de Bea. Todo o mundo feliz e ela apenas com vontade de se desfazer em lágrimas. Queria estar de novo com Draco, queria sentir os braços fortes dele a agarrando. Mas Bella não lhe saía do pensamento. Ela tinha de descobrir a verdade sobre o garoto que a amiga gostava. Não podia viver naquela amargura sem ter certezas. E nesse mesmo momento, Bella entrou na sala comunal, dirigindo-se a elas. Não tinha muito boa cara, mas parecia um pouco mais animada.
-Oi gente! – disse sentando-se do lado delas – Então, como foi?
-Ai, Bella, foi tão… maravilhoso! – respondeu Liza, com a aprovação de Bea.
-Então e você, Gina? Saiu mesmo com quem? – perguntou Bella, esperando não ouvir uma resposta que não queria.
-Com ninguém! – respondeu com frieza na voz.
-Calma, Gi! – disse Liza – Afinal, o que está acontecendo com você?
Gina revirou os olhos. Estava ficando insuportáveis aquelas perguntas a toda a hora.
-Ah, nem venham com perguntas de novo. Eu não tenho nada, absolutamente nada!
A voz de Gina saía cada vez mais irritada, mostrando nitidamente que ela não estava bem. E por mais que tentasse disfarçar, as amigas sabiam perfeitamente que havia algo de errado.
-Gina, você nunca escondeu nada de nós. – afirmou Bea - Porquê essa atitude agora? Sabe que pode contar sempre com a gente!
A ruiva sabia que as palavras de Bea eram sinceras. Sempre foram as melhores amigas, nunca escondendo nada umas das outras. Mas aquela situação era diferente. Elas não iriam compreender e Bella nem podia saber que ela e Draco tinham estado envolvidos, caso gostasse dele. E naquele momento, mais do que nunca, desejava chorar. Mas isso só iria fazer surgir mais perguntas.
-Eu vou dar uma volta por ai. – declarou, ignorando o comentário de Bea.
-Tudo bem, você é que sabe! – respondeu a loira.
Enquanto saia da sala comunal, sentia dois olhos esverdeados seguindo-a com o olhar. Para piorar as coisas, Harry tinha que estar olhando ela daquele jeito. “Mas que vida!”, pensava. Saiu pelo retrato da Mulher Gorda e deixou seus pés a levarem pelos corredores, sem rumo algum. Até que deu por si dentro de uma sala vazia, olhando a noite cair e deixando finalmente as lágrimas rolarem no seu rosto. Já não estava conseguindo prende-las por mais tempo.
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Na sala comunal da Soncerina, o ambiente estava um pouco monótono. As conversas pareciam chatas e os poucos que estudavam pareciam faze-lo a contra gosto. Draco Malfoy estava sentado numa poltrona, sozinho, perdido nos seus pensamentos. Não conseguia compreender totalmente a decisão de Gina, mas por um lado ele também pensava que era melhor assim. Estava sentindo algo forte pela ruiva, algo que não estava nos seus planos. “Não, Draco Malfoy, você não está apaixonado, muito menos por uma Weasley!”, pensava, mentindo-se para si mesmo. Porém ele sentia uma enorme vontade de correr atrás dela e pedir-lhe que ficasse com ele. Mas nunca o faria. Ela é que queria assim, então ele não iria fazer nada contra isso. O seu orgulho falava mais alto.
-Então, Draco? – perguntou Nott, sentando-se do lado dele. – Como foi o passeio em Hogsmeade?
-Não quero falar sobre isso! – respondeu amargo.
-Hum… aconteceu alguma coisa ruim para você estar desse jeito. – concluiu o garoto.
-A única coisa ruim que aconteceu foi você me vir encher o saco!
-É, já vi que aconteceu coisa bem ruim. Que mau humor! – respondeu o moreno.
Draco ignorou Nott. Não queria falar com ninguém, muito menos com ele. Ele era o culpado daquela maldita aposta. Se não fosse a mania de se achar melhor que o loiro, ele não teria apostado nada. E agora isso era mais um problema que o preocupava em relação a Gina.
-Draco, que é isso? – perguntou, agarrando em alguns fios de cabelo que estavam na camisa do loiro – Cabelos… ruivos? Você esteve com a Weasley?
A expressão de Nott era naquele momento de surpresa. Nunca pensara que Malfoy conseguisse chegar perto da ruiva e agora ele até tinha cabelos dela nas suas roupas.
-Eu… não! – mentiu.
-Ai esteve sim, isso é cabelo de Weasley! A não ser que você tenha estado se enrolando com o irmão dela! – disse dando uma risada.
-Fecha essa boca antes de dizer besteira! – falou irritado - Tá, se você quer saber, estive com a Weasley, mas não aconteceu nada.
-Não? E como os cabelos dela vieram parar na sua roupa?
-Foi só um beijo. – mentiu Draco. Ele podia acabar com aquilo de vez, jogar na cara de Nott que conseguira e ganhar a aposta. Mas o que mais importava para ele era Gina. Não queria magoa-la.
-Deve ter sido bem intenso, para você arrancar os cabelos dela! – falou sorrindo.
Draco abanou a cabeça e saiu do lado de Nott. Não queria ficar dando explicações da sua vida para ele, muito menos naquela altura. Se ele pudesse, iria ter com Gina. Era a única coisa que o poderia animar. Mas não queria fazer isso, o seu orgulho de Malfoy não deixava. E com toda essa confusão de sentimentos se sentia um perfeito idiota.
Caminhou pelos corredores quase vazios. Estava chegando a hora do jantar, mas ele não tinha fome alguma. Ainda conseguia sentir o sabor do chocolate na sua boca. Nada mais poderia saber tão bem quanto isso.
Até que ouviu alguém chorando. Olhou pela porta entreaberta e viu uma garota sentada no chão, encostada na parede e com a cabeça junto dos joelhos. Já estava escuro, mas aqueles cabelos da cor do fogo eram inconfundíveis. E a sua roupa, exatamente a mesma que vira no corpo de Gina. Era ela. “Mas… porque está chorando daquele jeito?”, perguntava-se. Imaginava que fosse devido ao que tinha acontecido, mas ela não tinha motivos para chorar, ela mesma é que quis que as coisas acontecessem assim. E começou sentindo uma enorme vontade de chegar perto dela e a abraçar, sentir de novo o seu cheiro, o calor da sua pele e enxugar as suas lágrimas. Mas não conseguia faze-lo. De novo o seu orgulho queria falar mais alto. Não podia se render aos pés de uma Weasley. “Se ela quis assim, é assim que vai ser!”, disse para si mesmo, deixando a visão de Gina para se dirigir ao Salão Principal, onde já devia estar começando o jantar.
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Na manhã seguinte, Gina acordou com suas costas e seu pescoço doendo. Com alguma dificuldade, se levantou. Dormira naquela sala vazia onde tinha ido na noite anterior. Estava no chão, junto da parede, com as mesmas roupas do dia anterior. Olhou pela janela e viu o sol começar raiando. Ainda devia ser bastante cedo, o que a aliviou. Levantou-se e se dirigiu ao dormitório o mais rápido que pode.
Assim que chegou, olhou no espelho, e vendo o seu aspeto horrível, decidiu tomar um banho. Tirou suas roupas e sentiu que ainda havia nelas o cheiro de Malfoy, já fraco. Por momentos, quis abraçar as roupas e prende-las ali por horas. Se não tinha Draco, pelo menos poderia ter algo dele. O seu cheiro. Mas não valia a pena ficar ali naquele estado, se lembrando do que acontecera. A melhor coisa a se fazer era esquecer de tudo o mais rápido possível.
Algum tempo depois, saiu do banheiro e se vestiu, em tons de vermelho. Aquela cor lhe transmitia vivacidade, vontade de enfrentar as coisas da melhor maneira. E era assim que ela se queria sentir, capaz de enfrentar tudo. Até Draco Malfoy.
Assim que se vestiu, as amigas começaram acordando. As suas caras ensonadas mudaram para uma expressão de desconfiança, olhando Gina já preparada e com sua cama tão direitinha que parecia ninguém ter dormido lá. E ninguém dormira mesmo.
-Bom dia, Gi! – disse Bea, esfregando os olhos.
-Bom dia! – respondeu com um sorriso disfarçado.
Logo Bella se sentou na cama e chamou Liza, que era a única que ainda estava pegada no sono. A garota murmurou algumas palavras incompreensíveis e, poucos minutos depois já estava de pé, se arranjando, assim como as outras.
-Gina, você hoje… Está demais! – disse Liza, sorrindo.
Gina apenas sorriu e disse o mesmo das amigas. Se havia pessoas que, quando estavam tristes, se esqueciam de se arranjar, Gina era bastante diferente. Quando estava em baixo, fazia sempre questão de vestir as melhores roupas que encontrasse no armário, a fim de se sentir melhor. E naquele dia ela estava realmente deslumbrante. O que significava evidentemente a sua tristeza. Mas nem suas amigas tinham reparado nisso. Será que a conheciam assim tão bem?
Ao entrar no Salão Principal, o seu olhar cruzou ocasionalmente com o de Draco, o que fez seu coração acelerar. Mas logo desviou o olhar e continuou andando em frente, com ar confiante e um sorriso disfarçado. Não podia transparecer fraqueza. Tal como o vermelho, ela tinha de ser forte.
-Uau, a Weasley hoje se esmerou! – comentou inoportunamente Nott, vendo Gina passar.
Draco não apreciou muito o comentário, mas nem respondeu. A Weasley tinha de ser apenas mais uma garota de Hogwarts, mais nada. Era isso que ela queria e era isso que estava certo, segundo o que Draco pensava. Mas aquele seu jeito confiante e de satisfação o irritaram. Ela parecia bem, não fosse o seu olhar parecer vazio e os seus lábios forçarem um sorriso nitidamente falso. Estaria ela fingindo felicidade? Draco não sabia, mas isso o irritava de qualquer jeito.
-Oi Gina! – saudou Harry, olhando a garota de alto a baixo, prendendo o seu olhar um pouco no colo da ruiva – Você está linda!
Gina sorriu forçadamente e começou comendo (ou tentando, visto que não tinha ponta de fome). Pensava para si como poderia tudo aquilo estar acontecendo com ela. O garoto por quem foi apaixonada durante imenso tempo estava ali do seu lado se babando para ela, tecendo elogios e sendo carinhoso. Mas porque isso lhe era indiferente? A resposta estava sentada algures por detrás de Gina, na mesa da Soncerina. Como poderia ela estar trocando o Harry perfeito pelo malvado Malfoy? O destino estava sendo bastante irónico.
Draco via os olhares que Harry lançava sobre Gina. Estava cada vez mais furioso. “Ela é minha, Potter! Você não pode ganhar sempre tudo!”, pensava. E uma vontade de pegar nela e a levar para bem longe se apoderou do seu peito. “Bobagens, Draco Malfoy, você só pensa em bobagens!”
Depois do café da manhã, as quatro garotas foram dar uma caminhada pelos magníficos jardins de Hogwarts, acompanhadas do gato de Bella. O pequeno peludo corria sobre a grama, feliz da vida. “Até um gato é mais feliz que eu!”, pensou Gina descontente. Já um pouco cansadas decidiram se sentar perto do lago, onde se encontrava o “trio”.
-Então, meninas? – perguntou Harry, fixando o seu olhar de novo na face de Gina, que não parecia muito animada.
-Que domingo mais sereno! Felizmente não está chovendo. – disse Liza, sem assunto.
-É… - respondeu Hermione.
Rony olhou Gina de relance, ainda com desprezo. A ruiva notou os olhares do irmão. “Que droga!”, pensou. E sem mais rodeios, começou conversando com ele.
-Rony, faz o favor de não olhar para mim desse jeito? – pediu Gina, com um pouco de seriedade.
-Porquê? Está muito incomodada? Se está mal, se mude! – respondeu o ruivo, irritado.
-Deixa de ser grosso! Não vê que estar brigado comigo não resolve nada? Dá para acreditar em mim uma única vez na vida e tirar essa ideia que eu dormi com alguém naquela noite?
-É difícil acreditar nessa história – disse Rony, sendo observado por Hermione, que ainda não conseguira deixar de pensar no fato de não ter visto a ruiva na ala hospitalar, naquele dia. – Mas, se você prometer nunca mais fazer isso, eu posso ter perdoar. – concluiu com um sorriso.
Gina também sorriu e abraçou o irmão. Finalmente, menos um peso em sua cabeça. Estava um pouco feliz, afinal, por mais que se desentendessem, eram irmãos e se adoravam.
Bella olhava Gina com um pouco de desprezo. Era estranho aquele seu olhar. Tudo bem que ela gostava de Harry, que por sua vez gostava de Gina, mas isso não era motivo para olhar assim a amiga.
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-Porque não vai ter com a sua Granger e me deixa em paz? – resmungou Draco com Nott, bastante aborrecido com os comentários do moreno em relação aos cabelos ruivos que vira nas roupas de Draco.
-Nem me fala dessa Granger! No outro dia tentei chegar perto dela e levei o maior tapa de minha vida. – contou, passando a mão na sua cara.
Draco riu. Pelo menos alguém que o fizesse rir. Theodore às vezes parecia tão idiota que só dava mesmo vontade de soltar uma gargalhada. E o loiro estava imaginando a Hermione corada e extremamente furiosa dando um tapa na cara dele.
-Não tem graça! Pelo menos a sua Weasley não lhe deixa marcas na cara.
De novo, Weasley. Por mais que o assunto fosse desviado acabava sempre no mesmo. E se já era difícil para ele tirar a ruiva da cabeça, com Nott sempre falando nela se tornava ainda mais difícil. Impossível até.
Levantou-se da poltrona e saiu da sala comunal, deixando Nott falando sozinho e com cara de idiota. Não queria mais ouvir o nome Weasley. Queria andar sozinho, pensar, escutar um pouco o silêncio. Mas esse silêncio era ainda mais perturbador que a conversa de Nott. Nele, Draco podia ouvir a voz de Gina, o seu riso, os seus gemidos, o seu choro. Ele podia ouvir tudo o que não queria lembrar, mas inevitavelmente lembrava.
Respirou fundo o ar fresco, anunciando que a noite não tardaria a cair. E, sem saber como, os seus pés o guiaram até à sala onde vira Gina na noite anterior chorando. Olhou o canto onde a viu, lembrando da imagem dela. E algo lhe chamou a atenção. Uma pequena pulseira dourada encontrava-se no chão. Ele caminhou até lá e a apanhou. Ela era brilhante e tinha um pequeno pendente com um “V”.
“Virgínia”, pensou ele. “Essa pulseira é dela.”
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À hora do jantar, Draco saiu da sala e se dirigiu ao Salão. Lá estava ela, sentada de costas para a mesa da Soncerina, com as suas amigas e o Potter. “Maldito cicatriz!”, pensou. Verificou a pulseira dentro do seu bolso e começou comendo.
Do outro lado, Gina estava conversando com as amigas, tentando ignorar os olhares indiscretos de Harry. Estava odiando aquela situação. E não sabia bem porque, mas também Bella a olhava, com desprezo. Nem percebera a chegada de Draco, visto que estava de costas.
Quando acabou de comer, Gina deu uma desculpa qualquer para as amigas e foi caminhar nos corredores, de novo. Eles lhe transmitiam solidão, mas ao mesmo tempo tranquilidade, o que lhe fazia bem. O barulho dos seus saltos batendo no chão faziam um som ecoar por todo o corredor onde se encontrava, pelo silencio, perturbador até, que se sentia. Mas logo começou ouvindo outros passos sem ser os seus.
-Malfoy? – disse surpresa assim que se virou, vendo o loiro atrás de si.
-Oi Gina! – respondeu com a face inexpressiva.
Por momentos os dois se calaram, deixando outra vez o silencio inundar o corredor.
-Porque você me seguiu? – perguntou ela finalmente.
-Porque eu tenho uma coisa para te dar! – respondeu o loiro, deixando Gina intrigada.
Tirou do bolso a pulseira dourada e estendeu o braço para lhe entregar. Gina olhou admirada. Nem dera por falta da pulseira. E como ele a tinha? Estendeu sua mão, um pouco a medo, e pegou na pulseira. Sentir a pele macia das mãos dele a arrepiava. Mas ela não podia deixar se levar, havia tomado uma decisão e, por mais difícil que fosse, tinha de ser assim.
-Onde você pegou isso? – perguntou admirada.
-No lugar onde você deixou. – respondeu ele com serenidade.
Gina não gostava muito de respostas indiretas, mas não ia ficar ali falando com ele. Era difícil demais lembrar de tudo e ficar olhando nos olhos dele, tão perto. Voltou as costas, mas antes que fosse, ele pegou na sua mão e a puxou.
-Você tem mesmo certeza que é isso que quer? – questionou, fixando seus olhos nos de Gina, que se encontravam perto.
-Não. – Eles estavam tão perto, quase se beijando. Draco ouvindo a resposta se inclinou para voltar a sentir os lábios dela – Mas é melhor assim!
Assim que disse isso, ela se afastou dele, com um olhar profundamente abatido. Não queria beijá-lo de novo, isso só a faria ficar mais triste. Voltou as costas e começou andando a passos largos, enquanto Draco nem se moveu. “Ela decidiu. Só tenho de esquecer que ela existe e pronto! Não deve ser difícil, eu sou um Malfoy, não gosto de ninguém”, pensava.
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Quase uma semana se passou. Uma longa e triste semana, na opinião de Gina. Nessa semana, apenas ia nas aulas, fazer as refeições no Salão Principal e o resto passava no dormitório, estudando (ou tentando!), pensando ou dormindo. E por essa sua súbita vontade de ficar horas no dormitório, quase nem tinha visto Draco fora das refeições. Apenas se cruzaram num corredor uns dias antes, mas tanto um como o outro iam acompanhados. Gina ia com o seu grupo de amigas e ele com Theodore Nott, que Gina não gostava nem um pouco, embora ele fosse atraente. Ela e Draco apenas trocaram olhares, mas não disseram nem uma única palavra um ao outro, nem mesmo as ofensas que antigamente eram habituais.
Draco também não tinha passado uma semana que considerasse feliz. Quase não vira Gina, a sua atenção nas aulas era nula e tudo à sua volta parecia desinteressante. Passava horas a fio vagueando pelos corredores escuros, à noite. Por vezes levava a sua capa de invisibilidade, que seu pai lhe dera, para não ser pego por Filch. E, por vezes, dava consigo na sala onde encontrara a pulseirinha de Gina. Tinha muitas saudades da ruiva, mas não correria atrás dela. “Se ela me quisesse, ela estaria comigo!”, pensava.
E, naquele dia, Draco decidiu que iria começar fazendo a sua vida normal, sem Weasley e sem sentimentos inconvenientes. Se fosse preciso, pegaria uma garota qualquer. “Só preciso de ficar com outra garota para esquecer tudo isso!”, pensava decidido a faze-lo. Sentou-se numa poltrona da sala comunal da Soncerina e por lá ficou, até que Nott chegou.
-Onde você andou? – perguntou Draco, fitando as paredes.
-Fui tentar ganhar uma aposta que eu um dia fiz com um garoto chamado Draco Malfoy. Conhece ele? – perguntou irónico.
-Melhor do que você! – respondeu mal humorado.
-É, eu agora até acho que já não o conheço mais! Ele vive sumido e já nem pega garotas… - provocou.
-Cala a boca, só não pego porque tenho uma aposta para ganhar! – exclamou o loiro já irritado.
-A mim me parece que você e a Weasley se zangaram e muito, porque já nem discutem mais!
-Nott, vamos falar de outra coisa? – sugeriu ele, apertando a mão de raiva.
O moreno viu que não valeria a pena ficar provocando Draco, pois ele não andava bem já há alguns dias. O melhor era fazer a vontade do loiro e falar de outro assunto. E assim foi, começaram falando do jogo com a Corvinal que se aproximava, das garotas que consideravam as mais bonitas de Hogwarts (Nott fez questão de dizer que Gina era uma das mais gatas, não só porque achava isso, mas principalmente para irritar um pouco o loiro), entre muitas outras coisas. Draco se sentia melhor conversando com ele, pois lembrava do tempo que ainda não existia a Weasley na sua vida para a destabilizar.
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Gina cansou de ficar no dormitório o tempo todo. Precisava de ar puro, de uma caminhada ou até de ver a noite um pouco fora daquele lugar. Então, sem muitas explicações para as amigas, apenas saiu e começou andando pelos corredores, coisa que não acontecia fazia bastante tempo. Enquanto caminhava, lhe deu uma enorme vontade de ver o céu estrelado daquela noite. Então foi até à torre de Astronomia, se sentando perto da janela.
“Maldito Malfoy, porque teve ele de aparecer na minha vida? Ele vai ter que sair com a mesma rapidez que entrou! E isso só tem uma forma de acontecer… Outro garoto! Tenho de arranjar outro garoto e logo me esqueço dele!”, pensava.
Encostou a cabeça na parede e continuou pensando. Estava se lembrando da sua primeira vez. E única até ao momento. Tinha sido tão maravilhoso! Fechou os olhos e inspirou bem fundo o ar fresco daquela noite, na esperança de talvez sentir o cheiro de Draco de novo. Mas ela tinha de pensar na família, em Bella e em si própria, que com certeza iria sofrer nos braços do loiro. Ele nunca gostava de ninguém e com Gina não deveria ser diferente. E com estes pensamentos e um sono a se tornar cada vez mais forte, a ruiva acabou por adormecer.
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No dia seguinte, Gina acordou com uma tremenda dor de pescoço. Tinha dormido fora do dormitório de novo. Olhou pela janela e viu que o sol já tinha nascido. “Merda, espero que ainda estejam a dormir!”, pensou, implorando a merlim que ninguém a visse.
Dirigiu-se ao dormitório e suspirou de alivio ao ver suas amigas dormindo. Sentou-se na sua cama e começou sentindo frio. Então decidiu tomar um banho quente demorado. Era isso que realmente precisava.
Mas antes, abriu sua cama e amassou um pouco os lençóis, para parecer que tinha dormido lá. Sempre podia dizer às amigas que chegara tarde, mas que tinha dormido lá.
-Não adianta fingir que dormiu cá! – disse uma voz que fez Gina pular.
N/A - Bom, aki esta.. mas k capitulo, tao sem graça.. eh, eu sei, mas tem k ser assim... nao podia separa-los num capitulo e os juntar logo no outro.. ficava meio sem graça.. deixa eles sofrer um pkinho^^... tadinhos..
Ah, eu keria dizer uma coisa k ainda nao tinha dito, n sei pk... eu sei k o nome da Gina não é Virginia e sim Ginevra, mas... Ginevra? a j.k. devia estar delirando quando deu esse nome para ela^^...na minha fic eu keru k seja Virginia e prnt.. E mais uma vez me perdoem por est capitulo ser chatinho e eles tarem tao distantes, quase nem se falam... ainda tou pensando em cm sera o proximo.. tenho varias ideias na cabeça.. ainda n sei s eles vao logo s reconciliar mas.. vou pensar nisso...e COMENTEM.. ^^
Respondendo aos comentarios:
Miaka-ELA - brigada de novo por comentr.. e pra flr a verdade eu odeio separar os dois, inda por cima a bella nem gosta do Draco.. mas nem tudo pod ser perfeito^^... e pior e esse capitulo, ninguem merece, eu tou odiando ele, mas vai fazer o k? ficaria sem graça juntar logo eles... têm k sofrer um pouco para depois a reconciliação ser mt melhor^^ bjs..
Anne Malfoy - eh, eu gostei mt da ideia da sua fic e estou esperando vc atualizar... nao demora n, ta? espero k leia a fic e gost.. brigada pelo coment..^^
carolbacelar - eu ja tinha respondido por e-mail, mas e claro k vou responder aki tb..por merlim, adorei msm o seu comentario... k bom k vc ta gostando assim tnt^^... assim, ate da mais vontade escrever... comente spr^^
meu comentario: ^^... brincando, ne? nao vou responder ao meu comentario^^... mas atendam ao meu pedido e COMENTEM...
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