Voltando ao passado



Voltando ao passado

Choros e soluços eram os únicos ruídos que cortavam o silêncio. Esses ruídos vinham de uma mulher que se encontrava ajoelhada no meio da sala, com o rosto encoberto nas vestes, o capuz caído atrás da cabeça. Chorava desesperadamente. Na outra extremidade da sala se encontravam no mínimo 20 pessoas encapuzadas. De frente pra mulher havia uma poltrona onde um homem alto, de cabelos negros e com cara fina, com fendas no lugar de narinas se encontrava sentado.

- Por favor, tenha piedade Lord. Ele é apenas uma criança, tem apenas 17 anos. Não o castigue. O serviço dele já foi completado. P-por favor, tenha piedade. – soluçava ela.

- Cale-se. Seu filho não é mais uma criança, se fosse eu não teria entregado a ele uma missão tão importante. Ele mesmo disse que conseguiria. Não conseguiu, será punido como qualquer um que não tivesse cumprido as ordens.

- Mas o serviço foi feito Milorde. Dumbledore foi morto não foi? – dizia a mulher chorosa.

- O serviço só foi completado por que Severo fez uma promessa a você que iria cuidar de seu filho. Ele sabia que Draco iria falhar. E falou, ele foi um incompetente, podia ter matado aquele velho, ele estava sem varinha, estava indefeso. Mas ficou com medo, foi covarde. Não merece ser um Comensal.

- Lucio, faça algo. – disse ela virando pra trás.

Lucio Malfoy que se apresentava mais à frente do grupo de Comensais, não se moveu. A mulher foi até ele e falou em seus ouvidos.

- Lucio, por favor. Faça algo, não deixe ele castigar nosso filho. Draco não merece Lucio, faça algo. Suplique, peça.

- Não posso Narcisa. O Lord das Trevas não confia mais em mim, não posso pedir nada á ele até ganhar sua confiança novamente. Poderei ser castigado junto com Draco e você também será se não parar de choramingar. – disse ele ríspido à mulher.

- Você prefere um Lord que nem confia em você, que nunca te considerou como amigo, do que seu próprio filho? – agora ela berrava, todos olhando pra ela. – Nunca pensei que seria capaz disso Lucio. – e se virando pra poltrona se jogou novamente no chão e recomeçou a chorar suas súplicas. – Por favor, Milorde. Não castigue meu filho. Castigue a mim, mas não a ele. Ele é somente uma criança, ainda é meu bebê.

- Agora chega Narcisa. Lucio leve-a daqui.

O marido pegou a mulher pelos braços e começou a ser carregada para fora da sala. Ela esperneava, berrava, balançava os braços, batia no marido. Estava disposta a fazer de tudo pra que impedisse seu filho de ser castigado.

- Largue-me. Não quero sair, por favor. Solte-me Lucio, me ponha no chão. Não... – ela berrava cada vez mais alto. A porta atrás deles foi fechada e não se ouviu mais nenhum berro na sala.

- Ótimo. Macnair, sabe o que fazer. Faça-o logo, antes que Severo volte. Aquela promessa que ele fez terá que impedi-lo de agir. Vá, agora. E os outros, voltem todos a seus afazeres. – disse com a sua voz fria de sempre.

- Deixe comigo Milorde. Darei um jeito no garoto, antes mesmo de Severo saber o que está acontecendo. – disse Macnair indo pra frente se curvando e saindo da sala. Os outros presentes o imitaram e saíram também.

- Calma Nagini. A sua hora chegará minha cara. Por enquanto se contente com seus ratos. – falou Voldemort quando todos seus servos saíram da sele.

A cobra que rastejava aos pés do dono foi até a lareira onde se encontravam vários ratos mortos. Voldemort se virou sua poltrona de modo a ficar de frente pro fogo. Pensava nos planos para o futuro.

****--****--****--****--****--****--****--****--****

Depois de uma noite e um dia andando no Noitibus, os três finalmente chegaram ao seu destino final quando já era noitinha. Os jovens pararam na entrada de uma rua comprida e deserta que acabava em uma subida. Nela havia uma placa velha e torta com os dizeres: “Bem vindo à Godric’s Hollow”.

- E agora? – perguntou Hermione.

- Não sei. – disse Harry confuso. O que viam era uma rua comprida que terminava em uma subida. Parecia deserta. – Será que alguém ainda mora aqui?

- Não sei, parece que não. – falou Rony olhando para as casas.

- Vamos andando e ver se achamos alguma pousada, um restaurante ou algum lugar onde possamos passar a noite e comermos algo. Nosso estoque de sanduíches está acabando. – falou Hermione.

Os três andaram um pedaço até que encontraram um restaurante. Quando foram abrir a porta perceberam que estava fechado. Parecia estar assim há muito tempo, pois pelo que viram por uma janela quebrada, o lugar estava deserto, cheio de sujeira, pó e ratos, pelo desagrado de Hermione. Andaram mais um pouco e Harry viu o vulto de alguém no jardim de alguma casa.

- Ei, você aí. Por favor, poderia nos ajudar? – Harry chamou um homem que andava pelo terreno de uma casa que era a mais cuidada de todas. O homem pulou ao ouvir a voz do garoto.

- Que susto que me deram garotos. O que fazem por aqui e há essas horas? – indagou o homem. Era baixo e gordo. Um pouco mais idoso, tinha uma aparência cansada, de quem não dormia muito e trabalhava sem parar.

- Queremos conhecer o lugar, mas acho que chegamos na temporada de pesca, o povoado está deserto. – disse ele com um sorriso e ao olhar a cara de desaprovação de Hermione tornou a ficar sério.

- Ninguém mais mora aqui há 17 anos, quando uma tragédia aconteceu em uma casa lá em cima da colina. – disse ele apontando pra morro no final da rua. Os dois garotos olharam pra Harry com pena, sabia que essa tragédia era a morte dos pais dele. – Eu sou o único que irão encontrar por aqui.

- Ah, certo. – olhou pros amigos com cara de dúvida. Não sabiam o que fazer, quando teve uma idéia. - O senhor poderia nos deixar passar a noite aqui? Já está escurecendo e não me parece muito seguro ficar aqui do lado de fora. Não precisaremos de nada de dentro da casa, temos tudo, barraca e comida. Só precisamos de um lugar pra ficar. Poderemos pagar o senhor, se preferir. – perguntou Harry esperançoso.

O homem olhou os três garotos por alguns instantes. Há muitos anos não apareciam visitantes no vilarejo, e aqueles três pareciam muito estranhos. Além de serem crianças e estarem sozinhas sem nenhum adulto, traziam uma gaiola com uma coruja branca dentro. Mas achou que seria crueldade demais deixa-los do lado de fora e finalmente concordou. Deixou-os entrar no terreno.

- Prazer, eu sou Harry, este é Rony e esta é Hermione.

- Prazer, sou Durst Gadjo. Vocês disseram que tem barraca, então poderão armá-la perto da minha casa, venham comigo.

Durst levou os garotos até uma pequena cabana de madeira, menor que a casa de Hagrid.

- Ali. – disse ele apontando pra uma clareira atrás de sua casa – Só, por favor, não joguem lixo no terreno.

- Pode deixar, muito obrigada Sr. Gadjo. – disse Hermione muito educada.

Depois do homem entrar em sua cabana, eles começaram a montar a barraca. Se embabacaram um pouco no começo, pois não podiam usar mágica, e fazia tempo que havia armado uma barraca daquelas pela última vez. Depois de várias tentativas, risadas, xingões, eles conseguiram e puderam entrar e preparar algo pra comer.

- Mione, esse macarrão está uma delícia. Não sabia que você cozinhava tão bem. – falou Rony com a boca cheia.

- Obrigada. Aprendi com sua mãe. É bem mais fácil que eu imaginei. Mas por favor, Rony, não fale de boca cheia. – disse ela lançando um olhar de desprezo pro garoto que deu de ombros. Harry não pode deixar de rir. Achava muito engraçado o jeito dos dois namorarem.

- Mas então Harry, o que faremos amanhã? – perguntou Rony depois de engolir a comida.

- Primeiramente vamos subir a colina e ver a casa de meus pais. Quero ver como ela é. Depois iremos até o cemitério, voltamos pra cá, almoçamos e acho que podemos ir embora.

- E qual será a próxima parada? – indagou Hermione.

- Eu pensei em ir até a Borgin & Burkes primeiro. Ainda não sei onde ficam os outros lugares que combinamos de ir, então até descobrirmos isso, vamos até onde sabemos. Depois pensamos como iremos descobrir os lugares. Bom, vou me deitar, essa viagem me cansou. Boa noite. Tentem não fazer muito barulho vocês dois aí.

- Boa noite Harry. – disse uma Hermione vermelha.

Harry se deitou no beliche, na parte de cima. Esperava não ter que ouvir nenhum som que os dois amigos emitissem, já não bastava ter que servir de “vela” durante o dia, não queria ter que fazê-lo até quando queria dormir. Mas antes que pudesse ouvir alguma coisa, caiu no sono. A viagem fora realmente cansativa. Harry conhecia muito bem o jeito que Lalau conduzia o Noitibus. Não se podia dizer que era um motorista muito prestativo com seus passageiros.

O garoto teve uma noite tranqüila e gostos. Aqueles beliches eram realmente confortáveis. Quando acordou na manhã seguinte estava com as energias recarregadas, pronto pra um dia cheio de fortes emoções. Estava com um ótimo humor, apesar do nervosismo. Ao ver que os amigos dormiam abraçados novamente, resolveu primeiro fazer café e depois acorda-los.

- Onde será que a Mione guardou a chaleira? – perguntou ele pra ele mesmo remexendo em alguns armários. Sem querer derrubou um bando de panelas fazendo um enorme barulho.

- Quem está aí? – Hermione acordara com o barulho e já foi se levantando. Ao ver o garoto ajuntando as panelas se perguntou o que ele estava fazendo. – Ah, é você Harry. O que está fazendo?

- Desculpe Mione, não tive a intenção de te acordar. Só estou procurando a chaleira.

- Por acaso seria aquela que está em cima da mesa?

- Ah, sim. Que cego eu. Acho que não coloquei meus óculos ainda. – disse ele verificando. – Ah, coloquei sim, acho que foi distração mesmo então. Mas pode voltar pra cama, eu preparo tudo aqui e depois acordo vocês dois.

- Não, agora que já levantei não conseguirei dormir novamente. Vou lavar o rosto e já volto, enquanto isso coloque água na chaleira e a ponha no fogo.

Harry saiu da barraca com a chaleira a procura da torneira que haviam pegado água na noite anterior. Hermione fora até uma bacia, que os garotos encheram ontem e que se encontrava perto das camas, para lavar seu rosto.

- Nervoso? – perguntou a garota se se sentando à mesa a frente de Harry.

- Um pouco. Como sabe?

- Imaginei que estivesse. Tive certeza quando vi sua distração em não ver a chaleira. – os dois riram.

- Parece cansada. Foram dormir muito tarde? – indagou ele querendo mudar de assunto.

- Não muito. Não consegui dormir direito, tive pesadelos. – mentiu a garota. – Então fui até a cama do Rony. – ela ficara vermelha, mas fora salva pelo apitar da chaleira que indicara que a água fervera. – Vou terminar o café. Poderia aprontar a mesa, por favor?

- Claro. – disse ele rindo da desculpa da amiga e se dirigindo até as prateleiras onde se encontravam os pratos.

Após o café estar pronto e a mesa estar arrumada, os dois acordaram Rony e foram tomar café. Harry percebeu que o amigo também parecia estar cansado e não pode deixar de rir silenciosamente. O café foi interrompido por um farfalhar de asas.

- O meu Profeta. Havia esquecido que tinha reativado minha assinatura. – e correu até a mochila pra pegar uma moeda. Depois de pagar a coruja esta foi embora e a garota abriu o jornal na primeira página. Ao ler a notícia de capa ficou horrorizada.

- Alguma coisa interessante? Mione? Que foi? – indagou Rony ainda de boca cheia.

- Tome. – disse ela entregando o jornal ao namorado. Não agüentava mais ler a notícia e ver a grande foto que a acompanhava.

- “Draco Malfoy sem alma”. – Começou a ler o garoto em voz alta para que Harry pudesse ouvir. – “Noite passada o Ministério encontrou o garoto Draco Malfoy na casa de seus pais, quando recebeu um aviso de vizinhos dizendo que ouviram gritos na casa. O menino, que é filho de Lúcio Malfoy, um Comensal da Morte foragido de Azkaban, e de Nascisa Malfoy, que também pode ser uma Comensal da Morte, foi encontrado na sala sentado com o olhar aéreo. Logo os aurores do Ministério perceberam o que havia ocorrido no local. Draco recebeu o Beijo do Dementador e teve sua alma sugada. Será encaminhado ao Hospital St. Mungus para doenças e acidentes mágicos até que o Ministério tome alguma atitude com relação a seu corpo. Há suspeitas de que o Beijo tenha sido aplicado a mando Daquele-que-não-se-deve-nomear agora que os Dementadores estão ao seu lado. Os berros ouvidos pelos vizinhos foram de Nascisa Malfoy que também fora encontrada no local em transe. Ela também será encaminhada ao Hospital St. Mungus para doenças e acidentes mágicos até que se recupere do trauma, e então será interrogada pelo Ministério sobre o paradeiro de seu marido.” – terminou ele de ler passando o jornal ao amigo para que este pudesse ver a foto que ilustrava a notícia.

- Que maneira horrível de se morrer. – disse Hermione incrédula.

Harry pegou o jornal e deu uma olhada para a foto da notícia. Agora pudera entender o comentário de Hermione. Na foto Draco se encontrava sentado no chão olhando com uma cara de retardado mental da câmera para o monte de roupas e cabelos que se encontrava ao seu lado, quem Harry imaginou que fosse Nascisa Malfoy, chorando e berrando, como dizia a notícia. Harry ficou olhando a foto horrorizado. Draco e Harry se odiaram desde o primeiro dia dos dois em Hogwarts e ano passado o primeiro planejara matar Dumbledore, como não conseguiu, Snape o fez. Mesmo que Harry odiava Draco por completo, nunca lhe desejaria uma morte daquelas.

Fez-se silêncio na mesa por algum tempo. Até que Harry olhou pro relógio e percebeu que já era tarde, deveriam ir até a casa de seus pais logo.

- Acho que deveríamos ir agora. Se não iremos nos atrasar e perder mais um dia.

- Certo. Vocês vão se arrumando enquanto guardo tudo aqui, depois eu me arrumo e iremos. – disse a garota se levantando rapidamente como se tivesse acordado de um sonho.

Em 20 minutos os três estavam saindo e fechando a barraca, indo em direção da cabana de Durst Gadjo. Bateram na porta, mas ninguém atendeu.

- Estão saindo? – disse ele vindo até eles.

- Sim, só queríamos comunicar o Sr. e pedir que abra o portão pra gente. – faliu Hermione.

- Certo. Vou abri-lo.

- Sr. Gadjo, o senhor sabe onde há um cemitério por aqui? – perguntou Harry.

- Ah, sim. Do outro lado da colina. Por que, pretendem ir até lá?

- Sim. Gostaria de visitar o túmulo de parentes. – falou Harry. O homem analisou o garoto novamente, como o fizera no dia anterior. Depois deu as costas e se dirigiu até o portão para abri-lo.

O homem abriu o portão pros garotos que foram em direção da colina. Esta parecia ser bem mais perto que eles imaginavam. Andaram por alguns minutos até que chegaram ao seu topo. Harry logo reconheceu a casa de seus pais. Era a única casa que se encontrava com o portão arrebentado e a porta quebrada. Apesar desses detalhes, a casa era bonita. Era de dois andares e parecia ser confortável. Um jardim grande a rodeava.

Os garotos adentraram a casa, Harry por primeiro. Logo que entrou viu que dentro a casa estava mais destruída que fora. A casa estava repleta de poeira e folhas. Objetos e móveis quebrados no chão. Harry viu a escada que levava para o segundo andar. O corrimão de madeira estava quebrado. Imaginou então que fora ali que seu pai morrera. Ficou um tempo fitando o lugar. Os amigos o observavam quietos. Harry começou a subir as escadas, que davam para o andar de cima. Chegou a um corredor largo, com três portas distribuídas pelos dois lados. Abriu uma das portas, vira o banheiro. Abriu outra e viu que o cômodo deveria se tratar do quarto de seus pais, pois havia uma cama de casal ao centro. Ele adentrou o quarto pra dar uma olhada. Hermione e Rony logo atrás. Os três viram uma cômoda com alguns porta-retratos. Harry foi até um deles, pegou-o e passou a mão por cima pra retirar o pó. Vira uma foto dele pequeno com seus pais. Abriu o porta-retratos e retirou a foto, colocando-a em seu bolso. Fez o mesmo com os outros porta-retratos.

Saiu do quarto indo em direção da última porta do corredor. Sabia que aquela porta seria a do quarto dele. Ao chegar, viu que não existia porta ali. Ao olhar pro chão vira destroços de madeira, que antes seriam uma porta. Entrou o quarto que não tinha sinais nenhum de luta. Lembrara então da imagem que vira quando os dementadores apareceram perto dele quatro anos atrás, de sua mãe implorando pra Voldemort não matar ele e morrendo perto do berço. Harry sentiu um aperto no peito. Não podia acreditar que se encontrava ali, na casa onde seus pais foram mortos. Foi até o berço, até as gavetas da cômoda, até o sofá no canto da sala. Andou pelo quarto todo, observando cada detalhe e imaginando seus pais ali com ele, fazendo-o dormir, brincando com ele. O aperto aumentava cada vez mais. Então Harry decidira que já estava na hora de sair dali e ir até o cemitério.

Quando foi até a porta, algo no chão chamou a atenção do garoto. Olhou para o ursinho de pelúcia que se encontrava no canto do quarto. Foi até ele e o pegou. Parecia ser mais pesado que o normal, mas nem pensou nisso. Foi logo o colocando no bolso, junto com as fotos. Ao se virar pra porta novamente vira que os amigos o observavam.

- Eu nunca...

- Tudo bem. Não precisa se explicar Harry. Nós entendemos. – disse Hermione olhando pra ele. Rony concordou com a cabeça.

- Certo. Hora de ir. – disse Harry saindo pela porta. Sabia que os amigos estavam sentindo pena dele e não queria que isso acontecesse.

Os três desceram as escadas e saíram pela porta.

- Reparo porta. – falou Harry apontando pros destroços no chão da sala. Queria que a casa parecesse normal como as outras. Fez o mesmo com o portão ao passarem por ele.

Os garotos caminharam silenciosamente até a descida da colina. Ao começarem a descer, viram o cemitério no final de rua. Caminharam até lá ainda em silêncio. O cemitério era pequeno, com poucos túmulos. Não tinha portão nenhum, indicando que qualquer um poderia entrar. Entraram e procuraram os túmulos dos pais de Harry.

- Harry, aqui. – disse Hermione chamando o amigo e apontando pra duas lápides brancas em mármore.

O garoto se aproximou. Os túmulos estavam em bom estado, limpos e conservados, diferente dos outros que estavam sujos, com flores velhas e murchas. Parecia ser cuidado diariamente, mas os garotos sabiam que deveriam estar encantados, pois ninguém visitava aquela região há tempos. Harry olhou as duas lápides brancas com letras douradas que diziam “Lílian Potter” na da direita e “Tiago Potter” na da esquerda. Logo embaixo dos nomes havia uma escritura igual nas duas sepulturas que dizia “Amáveis pais e corajosos amigos”.

Harry se ajoelhou entre as duas sepulturas ainda quieto. O aperto em seu peito aumentara ao ver os nomes e a escritura nas lápides. Não sabia o que dizer aos pais, e se sentia envergonhado de conversar com eles na frente dos amigos. Tinha medo que eles rissem dele por conversar com mortos. Logo Hermione se ligou que deviam deixar Harry sozinho.

- Rony, vamos ver se achamos algum nome conhecido.

- Mas quem poderíamos conhecer que morasse aqui Mione?

- Vamos logo. – disse ela lançando um olhar de aviso pro garoto e puxando ele pelo braço. Harry agradeceu à amiga mentalmente por isso.

- Oi mamãe e papai. – disse ele ao ver que os amigos já estavam mais longes. - Bom, não sei o que falar, não sei bem se vocês podem me ouvir. Só gostaria de dizer que estou indo procurar as horcruxes de Voldemort, pedaços da alma dele que o tornam imortal. Vou matá-lo, pois sei que vocês morreram por isso, pra me salvar. Me salvei e agora devo mata-lo. Irá ser difícil, mas prometo que não irão se decepcionar comigo, irei honrar nosso nome, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Obrigado pelo presente de aniversário. Amo muito vocês e sinto falta dos dois também. Tchau.

E dizendo isso se levantou. Colocou a mão em cima das duas lápides e então sentiu algo. Um vento em seus cabelos e em seu ombro, como se alguém tivesse passado por ali muito rápido. Harry olhou pros lados imaginando quem seria. Então percebeu que ninguém estava ali, e de repente aquele sentimento ruim que sentia no peito desapareceu subitamente, assim como veio. Harry lançou um último olhar aos túmulos e foi em direção dos amigos, com um leve sorriso no rosto.

- Você está bem cara?

- Sim. Foi bom ter vindo até aqui, ver um pouco da minha infância. Sinto que meus pais ainda estavam aqui sabe, só esperando que eu viesse visitá-los.

- Claro que foi bom Harry. E não acho que eles ainda estivessem aqui, e sim que estejam sempre ao seu lado, te observando e cuidando de você. – disse Hermione séria e abraçando o amigo. Rony olhou pra cima, observando o vôo de um pássaro que não existia.

- Bom, vamos indo, ainda temos uma grande missão pela frente. Vamos voltar pra barraca, almoçar e depois partimos. – disse Harry depois de soltar a garota.

E os três voltaram pela rua até a casa onde sua barraca estava. Ainda permaneciam quietos, mas não tão aflitos. Sabiam que por mais perigoso que poderia ser o futuro, ainda tinham a si mesmos.

Durante o almoço continuaram conversando sobre os próximos dias.

- Onde iremos dormir enquanto estivermos investigando a Travessa do Tranco? – indagou Hermione.

- Eu pensei em talvez ficarmos no apartamento dos gêmeos. Você acha que eles deixariam Rony?

- Não sei, mas acho difícil. Eles não estão mais dormindo lá, mamãe falou pra eles irem pra Ordem antes de nós partirmos. Ela acha que é muito perigoso eles dormirem lá sozinhos. Nem queria que eles abrissem a loja durante o dia, mas isso não conseguiu proibi-los. Mas acredito que eles não irão ceder o apartamento pra gente, provavelmente irão pedir algo em troca, como ir conosco aonde iremos.

- É isso é uma verdade. Talvez no Caldeirão Furado. Nos hospedaremos lá.

- Mas você não acha que é muito perigoso? Alguém pode nos ver e desconfiar de algo. Ou até mesmo falar pra alguém da família do Rony, ou até mesmo abrir a boca pra Voldemort ou algum Comensal.

- Que exagero Mione. Você acha que alguém abriria a boca pra algum Comensal ou pra Voldemort? Pra que? Pra ver o Beco Diagonal ser atacado?

- Não estou dizendo que alguém diga a um deles no estado normal Rony. Há varia maneiras de se arrancar informações de alguém. E há outras possibilidades deles saberem, e se algum Comensal estiver andando por lá?

- Claro que não, você pirou garota. Imagina, algum Comensal andando pelo Beco Diagonal. Até parece.

- A garota tem nome Ronald, e é Hermione. E eles podem estar...

- Parem. – berrou Harry que já estava se cansando da discussão dos dois. – Hermione, você está certa, é muito perigoso ficarmos no Caldeirão Furado. Então não vejo outra saída se não irmos até lá somente de noite, aparatando. Verificamos a Borgin & Burques e a Travessa do Tranco de madrugada. Quando o dia nascer e as lojas abrirem iremos embora.

- Para onde? – perguntou Hermione ainda chateada com Rony por tê-la chamado daquela maneira.

- Não sei. Alguma idéia?

- Em algum lugar a salvo de preferência. – rosnou Rony que olhava feio pra Hermione.

- Que tal na sede da Ordem? Podemos ficar a salvo lá, matamos a saudades de todos e ainda podemos tentar descobrir o endereço do orfanato e da casa de Hepzibá Smith.

- Acho uma boa idéia. Mas como iremos sair à noite, sentirão nossa falta.

- Iremos assim que todos forem dormir e voltaremos antes que todos acordem. Agora irei mandar Edwiges até a sede pra avisar que chegaremos amanhã logo ao amanhecer. Enquanto isso conversem e se entendam. Não irei agüentar viajar com vocês assim emburrados. – e dizendo isso saiu da mesa e foi até a gaiola da coruja.

Harry escreveu um bilhete à Gina avisando da chegada dos três e já pediu pra Edwiges ficar por lá esperando por eles. Hermione e Rony passaram a tarde toda conversando até que se entenderam, com muito custo. Já era noite e eles estavam arrumando tudo pra partirem. Após arrumarem as mochilas e desarmarem a barraca, foram até o Sr. Gadjo e pagaram a ele uma quantia de dólares. O homem estranhou ao ver Rony se embabacando todo com o dinheiro trouxa, até que Hermione tomou o dinheiro do garoto e o pagou. Quando os garotos foram embora ele percebeu que a gaiola na mão de Harry estava vazia. Imaginando o que teria acontecido com a coruja, ele entrou em sua cabana.

Os garotos foram até a entrada da rua principal onde havia a placa que anunciava a chegada em Godric’s Hollow. Acharam que ali já estava bom pra aparatar sem serem vistos já que ninguém passava por ali há tempos. Hermione olhou pra seu relógio e vendo que já eram 10 horas da noite e que as lojas do Beco Diagonal já haviam fechado, aparataram até lá.



------------------------

Uauuuuuu, como eu demoreiii...
DESCUPEM-ME, mil desculpas...
Nossa, vocês não tem noção como minha vida está uma loucura, mais que louca...
Faculdade mudou completamente tudo... Estou tentando arranjar emprego, tendo que estudar muito e nos finais de semana eu mau paro em casa, estou sempre fora.
Nossa... Eu mesma estou ficando mal por não poder atualizar sempre...
Mas estou escrevendo quando posso e quando minha criatividade deixa...
Não posso prometer que o próximo capítulo irá sair logo, mas prometo que sairá o mais rápido possível...

Obrigada pelos comentários, pela preocupação de alguns que perguntaram se eu estava bem...
E continuem comentando...

Estou, quando possível, lendo as atualizações de vocês também... Mas se nem tenho tempo de escrever, fica muito difícil de ler as outras fic's. Mas vou dar um jeito de ler todas, PROMETO!

Beijos à todos...

E divirtam-se...

Beijos,
Mila!!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.