Capítulo único



Angústia, chuva, lágrimas... e um final feliz

Autora: Nathália Eastford

Disclaimer:
Fala sério, quem não queria ter Harry Potter e cia (principalmente os marotos! – sim, eu sou mais uma das fãs deles!) para si?





Ela abraçou os joelhos, soluçando. Por que tinha que ser assim? Era a única coisa que ela se perguntava. A única coisa que ela queria saber. Deixou as lágrimas rolarem, não havia mais nada a se fazer além daquilo. Ele se fora. Por ela. Mas ele não pensara que, sem ele, talvez a vida dela pudesse ser bem pior.

Ela fechou os olhos e a cena da noite em que eles se despediram formou-se nítida em sua mente.

— Eu não posso mais. Ele está atrás de mim. Não posso arriscar você.

— Mas eu já...

— Não fale, Gi. Por nós, faço isso por nós. Logo tudo vai acabar, você vai ver. Tudo vai ficar bem. É só até eu acabar com ele.


Logo tudo vai acabar. Mas quanto tempo mais esse logo poderia demorar? Ela não agüentava mais esperar pelo logo. A espera estava acabando com ela. E ele não queria ouvi-la. Talvez, se ele a ouvisse, saberia que ela já estava tão inclusa nessa guerra quanto ele. Ela lutara contra os seguidores de Voldemort há alguns anos, não lutara? Todos os que lutam estão na guerra.

Gina repugnava a guerra mais do que qualquer um. Se não fosse por essa guerra, pensava ela, talvez Harry ainda estivesse comigo. Ela sentia falta de ouvir a frase que ouvira pela última vez na voz dele.

— Não se esqueça. Eu te amo.

Ela soltou os joelhos e levantou-se. Tinha raiva. Raiva de Voldemort e de seus seguidores inúteis. Raiva de todos os que contribuíram para que a guerra estourasse. Raiva daquele que fez Voldemort ressurgir. Raiva daquele que colocara Harry na guerra. Raiva. Muita raiva. Uma raiva desmedida que ela não podia controlar.

O som de algo se quebrando e os cacos que jaziam no chão momentos depois desse som anunciavam que um vaso de porcelana acabara de encontrar seu triste fim na parede à frente de Gina.

Ela cerrou os punhos. O que fazia ali parada, chorando? Não deveria ela estar na guerra, ajudando o irmão e Harry a combaterem Voldemort e seus comparsas junto da Ordem da Fênix e do Esquadrão de Aurores?

Mas ela esperava. Talvez fosse tarde para fazer qualquer coisa. Ou talvez ainda fosse cedo.

Ela lembrou-se de quando o beijara pela primeira vez. Nunca fora tão feliz quanto naquele dia. Ela não acreditava no que acontecia com ela. Era bom demais pra ser verdade. Se parecia demais com um dos sonhos felizes que ela tinha todas as noites. Mas não. Daquela vez era realidade. Ela tinha certeza. Total certeza.

Mas por mais felizes que as lembranças eram, Gina estava tão amargurada e triste que nem um esboço de sorriso transpareceu.

— Quem diria, Gina Weasley, a ruiva alegre, sem conseguir sorrir — disse a si mesma, sarcasticamente.

Ela apertou a carta contra o peito. A carta que ele deixara antes de partir, há dois meses. Quando ele saíra novamente para a guerra. Quando passara por Londres pela última vez. Quando, pela última vez, saíra da incerteza. Mas logo voltara a ela.

Gina abaixou a cabeça, a fim de ler novamente a carta. Ela já perdera a conta de quantas vezes havia lido aquele pedaço de pergaminho. Deixou uma lágrima escapar, alcançando o pergaminho e manchando a última frase.

Eu te amo.

Foi então que ela ouviu a campainha soar. Seria ele? Não, pensou ela, ele me disse que voltaria apenas quando a guerra terminasse. Teria a guerra findado? Talvez sim, e então seria Harry, ou talvez Rony, ou Hermione, ou sua mãe, Molly, que tocava a campainha.

Ou talvez não. Então poderia ser um Comensal da Morte, esperando com varinha em punho para matá-la. E ela deixaria. A dor a consumia, e ela definhava. Preferia então a morte.

Gina deixou a carta sobre a mesa do quarto e foi até a porta, ansiosa. Desejava com todas as suas forças que fosse Harry, ou talvez alguém trazendo notícias. Mesmo que essas fossem as piores. Pelo menos lhe tirava a incerteza.

Ela levou a mão trêmula à maçaneta e girou-a.

— Quem está aí? — perguntou com a voz vacilante.

Não obteve resposta.

— Quem está aí? — perguntou novamente, sem resposta.

Dane-se, pensou ela. Abriu a porta rapidamente e sorriu ao vislumbrar o que se encontrava à porta.

Uma figura com roupas de bruxo e cabelos espetados. Era ele. Gina lançou-se contra o garoto, fazendo-o arcar-se para trás com o impacto, e pendurou-se em seu pescoço.

— Ei — reclamou ele. — Quer quebrar minha coluna ou o quê?

— Está insinuando que eu esteja gorda, senhor Harry James Potter?

— Mas é claro que sim! — exclamou ele, irônico. — Achava que tivesse sido claro o bastante. Você precisa fazer um regime.

Foi então que ela se lembrou de outro fator que a incomodava. Mas resolveu mudar de assunto antes que deixasse escapar no momento errado.

— Onde estão Rony e Hermione? — perguntou. — Eles não vieram com você?

— Eu não te contei? Eles vão se casar. Foram pr’A Toca rever os últimos detalhes.

— Como assim, o meu irmão vai se casar e eu sou a última a saber? Ou melhor, Hermione já sabe?

Harry riu.

— Mas é lógico! — exclamou ele.

— Então, me conta boas notícias?

Ele sabia que “boas notícias” ela queria ouvir.

— Conto. A guerra acabou, sim.

Ela sorriu e ele a beijou.

— E você? — perguntou ele. — Me conta boas notícias?

Depende do que você chama “boas notícias”, pensou ela.

— Nada de mais aconteceu por aqui.

— Você está me escondendo alguma coisa.

— Aprendeu Legilimência durante a guerra, foi?

— Não, só aprendi a reconhecer mentirosos.

— Não me chame de mentirosa!

— Não desvie do assunto! O que você me conta?

Gina engoliu em seco.

— O que você faria se... se... se descobrisse que terá um filho? — perguntou ela, apreensiva.

— Depende da situação — respondeu ele. — Se for com você, agora, eu ficaria feliz, soltaria fogos e chamaria todas as pessoas que conheço para festejar.

— Você não soltaria fogos porque está chovendo — retrucou ela. — Mas pode começar a ficar feliz e a preparar os convites.

Ele a fitou, incrédulo.

— Gi, você...

— Sim, Harry — sorriu ela. — Eu estou grávida.

Harry abriu um sorriso maior do que ela pôde deduzir que ele pudesse um dia abrir e enlaçou-a pela cintura e levantou-a, beijando-a.

Agora nada poderia abalar aquela felicidade. Nada. Agora eles estavam juntos. E nada poderia separá-los. Eles já haviam superado todas as barreiras possíveis. Não havia mais nada imaginável que eles pudessem enfrentar.




N/A: Essa fic nasceu de um surto que eu tive enquanto lia a letra da música "Amor I Love You", da Marisa Monte. Não era pra fic sair assim; era pra ser uma song Tiago/Lily. Foi então que, na cena da despedida, eu me lembrei de uma promessa que tinha feito e transformei numa Harry/Gina. A fic já estava prontinha - ainda song - quando eu reli e falei "vai ser one-shot" e tirei a música.

Dedico essa fic à minha amiga Thuani, pra quem eu prometi uma one-shot Harry/Gina há mais de duas semanas.

COMENTEM! FAÇAM UMA CRIANÇA FELIZ!!! =.='

Beijos!

Nath

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