Largo Grimmald



- Capítulo VII -
Largo Grimmald

O choque de não ver o corpo de seu pai no túmulo, abalou muito o Harry.
- Eu preciso falar com o Lupin, mas como? - repetia ele várias vezes à noite.
- Mande uma coruja a ele. - sugeriu Gina.
- Não, Harry. O Voldemort deve estar te procurando e se ele vir uma coruja saindo daqui, você
vai estar praticamente se denunciando.
- Mas então, como?
- Volte até à casa da mamãe. - sugeriu Rony.
- Também não, com certeza ele estará vigiando a casa. - falou Hermione.
- E se eu usasse a lareira? - perguntou Harry.
- É... talvez... Mas...
- Mas o que?
- Essa rede é de trouxas, seria preciso modifica-la, como os Weasley fizeram quando foram te
buscar nos Dursley.
- E qual o problema?
- Eu nunca aprendia fazer isso. - Harry ficou desapontado, Hermione sabia fazer feitiços de
nível de N.I.E.M's, como não sabia um feitiço tão importante?
- Então, o que faço?
- O melhor, Harry, é você não fazer.
Harry sentou desapontado na cama.
- Já é tarde, Harry, vamos dormir.
Havia duas camas grandes no quarto. Tiveram que dormir dois em cada: Gina dormiu junto com
Harry e Rony com Hermione.

Eles estavam há apenas um dia fora de casa, mas já parecia uma eternidade.
Harry olhava para o teto, pensando em toda história que conhecia de seus pais: ele sabia que a
história se encaixava. Mas como todos sabiam o que acontecera se ninguém estava lá? E se seu pai
não estivesse morto, como achava? E se ele tivesse conseguido sobreviver?
- Mas se ele tivesse vivo, não teria me procurado? - perguntou Harry para si mesmo.
- Talvez ele esteja morto, Harry. - disse uma voz calma atrás dele. Ele se virou: Gina estava
sentada na cama e olhava para ele. - Talvez tenha acontecido com ele, o que aconteceu com
Dumbledore: ele não caiu no chão, mas sim foi jogado para fora da torre. Talvez não tenham
encontrado o corpo.
- É... você tem razão.
Ela encostou-se à cama e o fitou. Alguns minutos depois ele encostou-se nela.
Rony e Hermione dormiam profundamente.

Ele, Harry, precisava falar com Lupin. Acordou mais cedo que todos, pois não parava de pensar
no assunto. E então:
- Hermione! - gritou Harry.
- Que é, Harry?
- O Largo Grimmald!
- O que que tem?
- Eu vou aparatar lá! Voldemort não sabe onde fica. E lá é minha casa!
- É isso, Harry! - disse Hermione virando-se tão rapidamente que derrubou Rony da cama - Mas,
e se alguém o vir?
- Au! Da próxima vez é só me chamar!
- Desculpa, Rony.
- Ah, Hermione, eu não me importa que alguém me veja!
Depois que todos acordaram, desceram para tomar café, onde contaram o que fariam.
- Vamos? - perguntou Harry depois do café, já no quarto.
- Vamos. - responderam. Gina segurou o braço de Harry, que pensou: "Largo Grimmald"
Eles estavam em uma rua deserta. Ao lado esquerdo havia o número dez, no direito o número era
treze.
Ele tentou lembrar exatamente o que estava escrita no pedaço de pegarminho, que lera dois anos
atrás, e pensou: "A sede da Ordem da Fênix encontra-se no largo Grimmald, número doze, Londres".
Uma casa materializou-se entre os números onze e treze. Ali estava, a casa que pensara que nunca
mais colocaria os pés, a casa que fora de Sirius.
Ele empurrou a porta, o corredor estava deserto. Haveria alguém na casa? Ele saiu do corredor
e foi para a cozinha, onde chamou baixinho:
- Olá, tem alguém aí?
- Quem é? - gritou uma mulher aparecendo de repente na porta da cozinha.
- Traidores do próprio sangue, imundos, mestiços, Sangues-Ruins, como ele se atreveu a deixar
essa gente entrar na minha casa? Mas agora ele recebeu o que mereceu, não é? - Harry virou-se,
lá estava o quadro da mãe que Sirius odiou. Ele correu para o quadro e o fechou com força.
- Olá, Harry. - disse Olho-Tonto Moddy, que aparecera, junto com uma multidão, quando o
quadro da Sra. Black começou a gritar.
- Olá. - ele virou-se para Lupin, que também estava ai - Eu preciso falar com você.
- Claro, Harry, venha. - disse subindo as escadas. Todos voltaram para a cozinha e Rony,
Hermione e Gina também.
Eles entraram no quarto que tinha sido dele, quando ficara ali.
- Então, Harry?
- Porque nunca me contaram?
- Contaram o que, Harry?
- Que o corpo dele não tinha sido encontrado! - explodiu Harry.
- Ah, sim, vejo que você descobriu. - disse ele, que continuava calma, mesmo à alteração de
Harry - Eu e Sirius queríamos te contar. Sempre dissemos à Dumbledore que você já tinha idade
suficiente para saber disso. - ele fez uma pausa. - Quando Sirius foi até a casa de Tiago,
entrou e subiu direto. Encontrou Lílian caída no chão e você chorando, com essa cicatriz na
testa. - continuou, apontando para a cicatriz em forma de raio na testa de Harry - Ele te pegou
e saiu do quarto para procurar Tiago. Vasculhou a casa toda e nada. Havia sangue no chão da sala,
então ele deduziu que Tiago tivesse sido morto na sala. Mas onde estaria o corpo?
"Ele saiu e viu Hagrid, quando estava indo embora. Entregou à ele, você. Mas em vez de sair
dali, ele voltou à casa e procurou melhor. Havia sangue na janela da sala, também. E atrás da
casa havia mato. Ele foi procurar. Mas nada achou. Ficou com raiva do Rabicho e... - ele olhou
para Harry - bom, o resto você sabe."
Harry ficou olhando para Lupin, como se a qualquer momento ele fosse gritar: "brincadeira!".
Mas o grito não veio.
- Como você descobriu?
- Eu fui até a casa deles. Eu fui até o túmulo. E quando eu abri, estava vazio.
- Eu sabia que você descobriria, mais cedo ou mais tarde.
- Podiam ter me contado.
- Eu queria, Harry. Queria muito. - ele olhou mais uma vez para Harry e perguntou: - Encontrou
algo lá?
Harry olhou em volta, antes de responder:
- Sim, mas...
- Não precisa falar, se não quiser.
- Nã fique chateado, é que...
- Não precisa se explicar. E é melhor não falar mesmo, porque aqui - ele apontou para o quadro
vazio de Fineus Nigellus - os quadros tem ouvidos.
Harry sorriu.
- Venha, vamos falar com o pessoal.

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