De repente.. não mais que de r
N/A: Só avisando: nessa fic tem dois sonetos do Vinicius de Moraes. São eles: Soneto da Separação e Soneto do Amor Total.
APRECIEM
Aparatei...
Ela estava e pernas cruzadas numa almofada ao chão, em frente à lareira, jogado papel picado o fogo e observando-o queimar, com bichento acomodado o seu colo, quando ele desceu pela escada do dormitório dos meninos do sétimo ano.
- Ainda está acordado? - Perguntou ela meio rabugenta. Ele por sua vez, não respondeu imediatamente. Sabia que não devia ter perguntado, prometera a si mesma e que não ia falar com ele, Que não ia mais escutar a voz dele. Ele pegou uma almofada e sentou-se ao lado dela.
- Estou. -“Como ele se atreve? Depois que ele fez... ele ainda tem a cara de pau de aparecer na minha frente!” ela pensava.
- O que quer? – perguntou ela. Não queria sofrer mais. Ele era um cafajeste, enganador. Estavam começando a brotar pequenas lágrimas no rosto dela, mas ela decidiu-se de que não iria chorar na frente dele.
- Eu… - ele parecia muito nervoso. Foi quando ela ouviu um barulho de papel sendo amassado, e notou que ele amassava um rolinho de pergaminho na mão. Num flash, ela se lembrou do que acontecera há quatro meses...
***Flash Back***
Ela estava fazendo mais uma das suas rondas pelos andares de número 5, 6, e 7. Nada no 5°, nem no 6º. Ao chegar no 7º andar, viu um grupinho de calouros explorando o castelo. Mandou os alunos para os seus dormitórios, dizendo “Eu saberei se por acaso se desviarem do caminho”. Estava com o mapa de harry, mas só usava para certificar-sede que os alunos não se desviassem do seu caminho. Mas preferia encontrar os desordeiros à maneira antiga. Estava radiante: estava namorando harry escondido há um mês, e todo esse tempo e sentiu muito feliz. Porém, tinha algo que estava martelando na sua cabeça: naquela manhã, Harry recebeu um bilhete misterioso e não quis revelar a ela.
Foi passando por um corredor perto do corredor da Sala Precisa e viu no fim do corredor um elfo doméstico. Não deu pra ver quem era, pois estava muito longe, mas reconheceu logo quem era, quando viu que o elfo estava usando um dos gorrinhos de lã, que tricotara 2 anos antes. Também estava usando uma blusinha amarela e uma saia rosa - claro tudo muito sujo de carvão. Quando se aproximaram Hermione cumprimentou.
- Oi Winky! Como vai na cozinha? – Ela estava bem melhor. É claro que ainda se recusa a receber salário como Dobby, mas pelo menos cuidava mais das roupas.
- Bem senhora. A senhora sabe se tem alguém na sala precisa?
- Não, por quê?
- Winky ficou carregada de arrumar a fechadura que está emperrando. E alguém ainda está deixando gorrinhos na maçaneta, por isso mandaram Winky. Winky não gosta disso. Winky gostaria de descobrir quem está fazendo isso.
- Vou ver se tem alguém lá. – ela pegou o mapa do maroto. – Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.
- Senhora! – surpreendeu-se Winky.
- Calma, é só o encantamento – tranqüilizou-a. Mas uma onda de terror invadiu seu corpo quando viu que a sala estava ocupada quem a ocupava. Havia dois pontinhos muito juntos, cujas legendas indicavam: Harry Potter e Cho Chang. Suas pernas enfraqueceram e ela se apoiou na parede mais próxima.
- Senhora o que foi? – perguntou Winky preocupada, mas Hermione não a ouviu e abaixou um pouco o mapa e Winky conseguiu ler o que estava escrito e deu um gritinho alto. – O que Winky faz pra ajudar a Senhora? Senhora?
- Vem comigo – sua voz tremeu de tanta raiva que estava sentindo. Saiu correndo em direção ao corredor com Winky atrás. Chegou ao corredor da sala precisa, mas Hesitou antes de abrir a porta. Fez sinal para que Winky a imitasse e abriu a porta sem fazer barulho. O Choque foi tão forte na menina, que ela sentiu como se todo do ar de seus pulmões fosse bombeado para fora de seus pulmões. Ela escancarou a porta, que bateu forte na parede e Winky segurou par que não voltasse.
- Hermione! – disse Harry, cujos cabelos estavam despenteados – eu posso explicar, eu... (N/A: eles sempre dizem isso: “eu posso explicar”)
- Então explique! Por que você tá aos beijos com a Chang!? Hein?!
- Eu ia te contar amanhã mione...
- Harry, o que está acontecendo? – perguntou Cho, botando a mão no ombro dele.
- Mione – ele começou. Ela estava chorando, mas nem ela sabia se era de raiva ou de desgosto – você sempre soube que... Eu sempre amei a Cho. Quando a gente terminou... Eu tentei esquecê-la, mas não conseguia então achei que se namorasse outra eu conseguiria...
- Então agora é isso que eu sou pra você? – ela gritava, enquanto suas lágrimas faziam uma tsunami em seu rosto. – Eu devia ter imaginado... Você terminou muito rápido com ela... – disse, apontando para Cho. Tremia de raiva agora, as lágrimas ainda escorrendo. – E todo esse tempo, eu acreditei em você! Um mês! Um mês de namoro as escondidas, promessas... Para eu te encontrar beijando uma outra qualquer! - Enxugou as lágrimas na manga da blusa.
- A Cho não é qualquer! Eu a amo. Você não entende... – mas ela estava se aproximando com a mão no bolso interno das vestes. Por um segundo ele achou que ela iria azará-lo, mas ela jogou o mapa aos pés dele e disse numa voz que era pura tristeza, e cortar o coração.
- Saiba Harry, que eu... Eu te amei... Você não sabe o quanto. Nunca mais volte a falar comigo. – e com o maior esforço do mundo, se virou e começou a sair. Cruzou com Cho, que tinha se afastado quando a gritaria começou, com mais todo o resto de forças que tinha o seu coração sussurrou, de modo que só a garota pôde ouvir:
- Cuida dele tá? – e saiu. Ainda pôde escutar Cho discutindo com harry e a voz dele, ah... Aquela voz... Mas não queria escutá-la nunca mais na sua vida. Estava fraca, não jantara, estava tarde, ela tinha gastado todas as energias que lhe restaram nos deveres, e mais a que não tinha na briga. Winky, que fora pedir ajuda, estava virando no fim do corredor, indo à direção a ela, e mais alguém surgiu depois dela. Suas pernas não agüentaram e ela se sentou. A pessoa vinha correndo em direção a ela, e a última coisa que viu foi o rosto e Rony indo socorrê-la.
***Fim do Flash back ***
Soneto de separação
De repente, do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que e repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
Não entendia. Ele mesmo disse que a amava. Não conseguia mais suportar, começaram a escorrer lágrimas lerdas pelo seu rosto, e ela levou um susto, quando sentiu uma mão enxugando seu rosto. Ela a afastou delicadamente.
- Harry, eu não agüento mais isso. – ela falou. Escutou um barulho, que indicava que ele apertava o pergaminho na mão com mais força.
- Sei que gota de poemas. Shhh... Só escute – ele acrescentou quando ela começou a falar que aquele não era o momento certo para pomas. – Por favor, só... Preste muita atenção... - Ele pigarreou fraquinho, porquê sua garganta estava seca como um deserto do Saara. E começou a recitar...
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... Não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
Ela estava em choque, olhava para ele abobada, com lágrimas nos olhos. Seu cérebro processava as informações muito lentamente: “ele te ama!” disse a sua conhecida voz intrometida. “Não seja Burra! Depois do que ele fez com a cho...”, mas seus pensamentos foram interrompidos pela voz de harry.
- Mione, eu não consigo mais ficar assim.
-“Assim?” – perguntou ela confusa.
- Eu sei que todos estes quatro meses, foram muitos difíceis pra você.
- Como sabe?
- Olhe pra si mesma – Ela se olhou: seus cabelos estavam um pouco malcuidados, já não fazia as unhas há um tempo. Tá, ela estava um caco.
- mas você passou muito tempo feliz com seu amorzinho. - ela disse bruscamente.
- não
-Sim-insistiu
-não! Ela me deu um chute naquele mesmo dia, disse que eu sou um enganador e cafajeste... No começo achei que ela estava exagerando.
- Mas ela não estava. È isso que você é.
- Eu percebi. Mione, eu vim te dizer que eu me arrependo muito de ter te usado. Muito mesmo.
- está perdoado. – disse ela, botando a mão no ombro dele. – mas prometa que não irá fazer isso com nenhuma outra. Eu não desejo isso pra ninguém – Ótimo! Tinha seu amigo de volta, mas... Porque não tinha a sensação de alívio que esperara? – Amigos? – ela estendeu a mão. Mas ele não a apertou.
- tem mais uma coisa. –
- Mas podemos resolver isso como amigos não? – disse ela, oferecendo a mão de novo.
- Não. - ela deixou a mão cair frouxamente. Pronto, ele não queria mais ser amigo dela.
-Hermione – pela primeira vez naquela noite, ele a olhou nos olhos. Aqueles olhos cor de esmeralda, profundos, expressavam um sentimento... Não podia ser... Amor? Ele chegou a almofada mais pra perto dele, de modo que ficaram com os ombros encostados - Eu quase morri nesses quatro meses. Não consegui me concentrar direito nos deveres, se não fosse o Rony... Bom, eu vim te dizer que... Eu...
- Você...?
- O poema que eu li aqui, falava de uma pessoa que... Que...
- Esse poema falava de uma pessoa que amava tanto, que apesar da saudade, do sofrimento, ama mais do que tudo. Como um bicho, que tem um amor puro e... - ela conseguia lembrar cada palavra do poema. – e que amava tanto, que chegaria a morrer de amar. Tanto que seu corpo não resistiu. Esse poema é lindo Ha... - mas foi interrompida pelos lábios dele nos seus. Tudo sumiu da sua cabeça. Aquele beijo era diferente de todos os beijos que deu na sua vida. Não era como Beijar Rony, Vitor Krum ou Draco: os três que beijara ultimamente. Não tinha nada, tipo, segundas intenções como os outros. Mas ao mesmo tempo tinha tudo: amor, carinho, felicidade. Eles se separaram e ele Sussurrou no seu ouvido:
- Eu te amo – ela estremeceu. Eles sentaram no sofá. Ela ofereceu a mão
- Amigos? – ele não apertou a mão dela, mas ofereceu a sua.
- namorados? – ela agarrou a mão dele imediatamente
- Sim, Sim! Finalmente! – ela disse e o abraçou. Eles se beijaram mais um pouco. Adormeceram no sofá mais tarde. Quando acordassem na manhã seguinte, que por acaso seria um sábado, teriam muito pra explicar...
N/A: Olá!!!
Espero que gostem dessa Shortfic. Eu tava relendo meu livro do HP e a ordem da fênix: a cena do beijo com a Cho. Então fui ler meu livro de poemas do Vinicius de Moraes e veio! Assim! PLIM!
Bom, na minha cabecinha estava bem bonitinho. Espero que aqui esteja bem também.
COMENTEM PLIX!
ASS:
A sua autora mais que querida
(modéstia a parte) Sara Longbottom
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