Primeiras Loucuras e Explicaçõ
Capítulo 3: Primeiras Loucuras e Explicações
Harry mal dormiu na noite de sua conversa com Gina. Não tinha sido uma conversa do jeito que ele esperara. Ele já não tinha esperanças de que eles voltassem assim, da primeira conversa, mas nunca ia imaginar que recebesse essa missão para entender a Gina: falar com Draco Malfoy. Mas se tinha que ser assim, seria.
No dia seguinte, Harry teve uma sorte que não estava contando, já havia planejado tudo para conversar com Malfoy no jantar, mas ele o viu antes do café em um corredor do segundo andar. Correu até ele.
-Malfoy... eu prec...
-Ah, Potter, eu não tenho tempo pra isso. Me deixa em paz!!
-Não, Draco, eu não vou te deixar em paz!
-O que vc quer agora, Potter?
-Eu só quero a verdade! O que vc fez com a Gina?
-Nada.
-E é só isso que vc tem a me dizer?
-É.
Harry saiu com raiva, foi para a mesa da Grifinória e encontrou Rony e Hermione já comendo, Hermione com o Profeta numa mão e uma torrada na outra.
-HARRY!! Veja isso!! –a menina gritou dando um pulo, minutos depois de ter visto Harry se sentar. Apenas Rony tinha percebido sua presença.
-O que aconteceu, Mione? –Harry se assustou.
-Você não vai acreditar!!!
-Fala logo, Mione!
-“Na noite de sábado, há 10 dias, os corpos de Lúcio e Narcisa Malfoy foram encontrados em sua mansão. Ao que tudo indica, os dois foram mortos pela Maldição Imperdoável, o Ministério da Magia, há tempos tentava abafar o caso...”
-O quê?!
-Isso mesmo, Harry! Eles estão mortos!
-Não posso acreditar! Tenho que falar com Dumb... –Gina chegou e Harry deu um encontrão nela.
-Me desc... Gina?! Desculpe!Mas estou realmente com pressa, desculpe pelo suco, eu já conserto... Limpar! Pronto.... Tchau! –e saiu correndo em direção a sala de Dumbledore.
-O que deu nele? –Gina quis saber
**
Harry saiu correndo em direção a sala de Dumbledore e só parou ao chegar na gárgula de pedra.
-Droga! A SENHA!
Ele ficou descansando e pensando no que faria quando...
-Potter! O que faz aqui?
Era Draco Malfoy.
-O que VOCÊ faz aqui?
-Isso é apenas do meu interesse, Harry.
Harry achou estranho, Draco nunca o tinha chamado pelo primeiro nome, e pensando bem, ele nem agia de maneira agressiva, o que sempre fora costume.
-Preciso falar com Dumbledore.
-Eu também.
-Tudo bem, abra a porta pra mim.-Harry pediu, simples
-Não.
-OK. Mandarei uma coruja a ele.
Ao dizer isso, fez menção de ir embora, mas ele se virou.
-Harry! –Draco decididamente estava estranho...
-O quê?
-Eu, er... eu tenho outra coisa a te dizer...
-Então...
-É que... eu matei meus pais!
-O QUÊ? VOCÊ O QUÊ... ?!
-Psiu! Eu matei meus pais, sim, é isso mesmo que vc ouviu!
-Mas... por que vc está me dizendo isso? E o que te levou a isso, Draco, vc enlouqueceu? Vc me odeia!
-Olha, Harry, vc não sabe o que é passar a vida dominado por Maldições Imperdoáveis, vc não sabe o que é ter pais Comensais da Morte...
Pra falar a verdade, Harry não sabia o que era ter pais, mas preferia não os ter do que tê-los assim...
-Mas... eu não entendo.... Se seus pais eram assim, por que vc não... ? Por que vc também não é um Comensal?
-Eu não... Bem, não é seguro eu falar isso aqui, Harry. Me encontre as nove na Sala Precisa e leve a Gina se puder...
-Mas... o que ela tem a ver... Como?
-Explicarei tudo mais tarde... Vá!
-Tudo bem...
Harry esquecera completamente que fora ver Dumbledore e voltou. Já era tarde e ele não queria ir pra aula de Feitiços, foi direto para o salão Comunal. Ele decididamente não acreditava que aquele fosse o Malfoy... Não acreditava em Malfoy. Como aquele garoto marrento que conhecera no primeiro ano estava confiando um segredo assim a ele, ao garoto que ele mais odiou em toda a escola? Estava muito ansioso para ouvir as explicações de Draco, mas sentia-se muito cansado. Parecia que todo o sono e toda a fome que ele vinha acumulando em toda a semana estava aparecendo naquele momento. Foi para o dormitório, havia lá algumas guloseimas da Dedosdemel que matariam sua fome.
Harry não pôde se controlar e dormiu. Ainda era horário de aula, então teria muito tempo até o encontro com Malfoy, na Sala Precisa.
Sonhou com raios verdes e brilhantes, luze e gritos. Acordou com a cicatriz latejando. Olhou o relógio.Eram vinte pras nove. Pulou por cima da cama tocou de roupa rápido esse dirigiu ao Salão Comunal. Por sorte, encontrou Gina.
-Gina! Eu precisava mesmo falar com vc...
-O que foi dessa vez, Harry?!
-Preciso que vc venha comigo. Rápido!!
-Pra onde?
-Gina, ao menos esta vez confie em mim! No caminho eu te explico.
-Tudo bem, só preciso avisar pra Mione...
-Não, não podemos perder tempo...
-Tudo bem, vamos.
Ao consultar o relógio, Harry notou que faltavam cinco pras nove. Apressou o passo.
-Estamos atrasados.
-Pra quê, Harry?!
Eles já estavam no sétimo andar, em frente ao quadro do trasgo.
-Gina, precisamos encontrar o Draco aí dentro.
E os dois deram as três voltas para que a enorme porta aparecesse. Eles entraram por ela e encontraram Malfoy lá, sentado em uma das poltronas cor-de-vinho, que haviam lá.
-Vocês estão atrasados. –disse Malfoy, calmamente.
-Isso não importa agora, Draco. O que vc quer me falar? Já trouxe a Gina, então pode começar a falar, o.k.?
-Harry, o que significa isso?! -Gina quis saber
-Calma, Gina. É que agora eu vou contar tudo ao seu namorado. Afinal, como vc mesma diz, ele tem que saber, não é?
-Do que vcs estão falando?! –Harry estava ficando nervoso.
-Harry, na verdade, eu preciso lhe contar o que aconteceu. E responder suas perguntas.
Draco respirou fundo e recomeçou:
-Harry, como vc já sabe, meus pais estão mortos. E fui eu quem os matou, o que vc também já sabe. Antes que vc queira saber por que eu fiz isso, eu direi: Eles eram Comensais da Morte.
-É, eu sei, só que vc nunca se importou com isso, vc até seria um deles também!
-Eu vivi toda a minha vida dominado pelas Maldições Imperdoáveis, especialmente a Imperius. Vc tem noção do que é um pai usar a maldição Cruciatus em um filho? E depois dominá-lo todo o ano com a Imperius? Não, vc não tem. Vc não me conhece, Harry Potter. O Draco que vc conhece é só o espelho de Narcisa e Lúcio Malfoy. Minha mãe, achava que no fundo, o que eles faziam comigo era o melhor pra mim. Não tive escolha, nunca tive vida própria e ninguém jamais desconfiou o plano brilhante dos meus pais.
-Mas se eles tivessem te criado sem esse recurso, vc seria um deles, é óbvio Vc era só uma criança, E se eles te dessem uma “educação” para o lado das trevas, se eles lhe ensinassem que Voldemort era o senhor deles e teria que ser o seu também, ele seria seu senhor, vc não acha?
-Só que eles eram inseguros, era uma época de guerra, a que eu nasci. Eles tiveram que viver as escondidas. Existiam aurores do Ministério capturando aqueles que ainda parecessem ser fiéis a Voldemort. Eles precisavam se esconder, se dessem um passo falso, podiam ir para Azkaban. Tiveram que fingir que mudaram de lado depois que Voldemort caiu. Fizeram amizade com Fudge e garantiram uma parcela considerável de proteção.
-E como vc saiu do domínio de seus pais?
-Quando meu pai foi preso depois que vc e a tal da Ordem enfrentaram ele e os outros comensais no Ministério. A participação da minha mãe era concordar e deixar meu pai usar as maldições em mim. No fundo, ela não tinha coragem de usar maldições imperdoáveis no seu filho único. Era uma situação muito difícil a dela, não tiro sua culpa, claro. Mas estava dividida entre seu marido bruto, e o seu filhinho. Eu não reclamava de nada, não tinha vontade própria, então, era fácil fingir que estava tudo bem comigo.
-E como c fez para matar seus pais?
-Quando Lúcio foi preso, minha mãe parou de me controlar. Só aí, comecei a viver por mim mesmo. Tive que entender todos os anos da minha vida em poucos dias. No início, eu fiquei muito revoltado com tudo, e exerci exatamente aquilo que eles me ensinavam. Matei minha mãe com a última maldição, aquela que eles nunca tinham usado em mim. Me senti horrível, me senti como um deles, que eram capazes de torturar o próprio filho. Quando vi meu pai, não pensei duas vezes, ele nunca ia desconfiar de mim, até porque achava que eu estava sob a maldição Imperius, ele não sabia que minha mãe havia parado com as torturas. Então eu soube que aquela era a hora. Eu já tinha começado, já tinha matado Narcisa, não ia deixar vivo meu pai, que era o pior. Ele me mataria. Puxei a varinha muito rapidamente, e antes que ele entendesse... estava morto. Mas na verdade, houve um cálculo prévio. Tinha que matar Narcisa e logo depois, matar o Lúcio, só que em um dia que pudesse me refugiar em Hogwarts antes que descobrissem os corpos, que eu escondi no quartinho dos fundos da minha casa, e coloquei muitos obstáculos, fiz encantamentos complexos para disfarçar o cheiro, enfim, ganhei tempo. Quando cheguei a Hogwarts, lia o profeta todos os dias, em busca de notícias. Falei com Dumbledore que me entendeu. Achei que ele fosse me expulsar. Ele me recomendou conversar com a Gina. E a partir daí, vc sabe o que aconteceu...
Harry estava de boca aberta. Malfoy levaria séculos para inventar uma história como essa. Ele não parecia estar mentindo... E Dumbledore! Então ele tinha uma participação no fim de seu namoro com Gina! Mas logo em seguida pensou que essa não era a intenção do diretor. Dumbledore sabia do bom coração de Gina, e decididamente tomara a decisão correta. Harry se sentia enganado, mas o próprio Malfoy fora enganado. Ele não conseguia entender como fora tão fácil de acreditar numa história contada por Draco Malfoy, que por toda sua permanência em Hogwarts, havia sido seu arquiinimigo. Mas alguma coisa nos olhos de Malfoy, dizia a Harry que ele poderia acreditar, alguma coisa só então fazia sentido. Harry sentiu como se tivesse encaixado uma importante peça de um quebra-cabeça, uma peça que possibilitaria muitas outras a acharem os seus lugares. Harry sentiu uma vontade de beijar Gina, mas se controlou.
-E por que vc queria que eu trouxesse Gina comigo?
-Pra vc ver como nós tínhamos mesmo uma razão séria pra andarmos juntos e pra vcs, enfim, fazerem as pazes. Então, Gina, vcs agora podem se entender.
Definitivamente, Harry nunca imaginou Draco fazendo isso, mas depois de tantos choques, não ia se importar logo com esse, exatamente o que ele gostara de ter levado...
-Harry... –Gina disse, finalmente- Você é capaz de acreditar em mim agora?
-Pra sempre, Gina!!! Nunca mais eu vou desconfiar de vc! – e a beijou, feliz
-Ha-ham. Aproveitando esse momento perdão... Como é que eu fico, hein?! –Draco quis saber.
-Você?! Ah, vc será nosso padrinho de casamento! –disse Gina, sorrindo
-Casamento? Já!?
-Claro que não, né?! Era só uma maneira de dizer que vc é bem vindo ao nosso lado!
Harry nunca imaginou essa cena: estava dividindo o abraço de Gina com Draco Malfoy.
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