Adeus



Correndo desabalada pelo corredor apinhado de estudantes, Rebecca corria em direção ao escritório do diretor de Hogwarts.
– Ai! Hei! Olha por onde nada! – disse um quintanista ao se chocarem na escada.
– Desculpe!- disse Rebecca indo em frente.O coração batia acelerado e a cada pessoa em que se esbarrava ela pedia desculpas sem olhar para traz. “ Não pode ser...”, pensou ela. “Não pode ser, tão rápido! Que droga!Não sei o que faço.”
E a imagem do diretor morrendo voltava a sua mente pela décima vez naquele dia.
Tentando conter as lagrimas e sacudindo a cabeça violentamente continuou correndo.
– Becca!!! – alguém chamou.Rebecca se virou e viu duas amigas suas vindo em sua direção, mas não parou para saber o que era.Tinha algo muito mais importante para fazer.
– Hei! Não esquece do meu livro! – disse uma delas correndo para alcança-la.
– Depois te entrego!Agora estou com pressa. – respondeu Rebecca quase sem fôlego.
– Que foi que acon...

Mas sua amiga nem terminou de falar e Rebecca já estava subindo as escadas. Continuou correndo sem ligar para os gritos de protestos dos outros estudantes que se afastavam para não colidirem com ela.
Parou diante da gárgula e disse a senha ofegante.A gárgula saltou para o lado dando passagem a uma Rebecca quase desesperada. Ao chegar na porta do escritório do diretor foi logo entrando sem nem ao menos bater.

– Mas que ultrage! Você não pode ir entrando assim na sala do diretor! – disse um dos quadros dos ex-diretores da escola.Rebecca não se importou, continuou olhando para o professor sentado calmamente em sua mesa.
–Muito obrigado Fineus, mas creio que o que a senhorita Brado tem a me dizer seja realmente importante para faze-la se esquecer de bater na porta. – disse o professor fechando a porta com um aceno de varinha.
– Professor Dumbledore! – disse Rebecca após recuperar o fôlego.
– Por favor! Não saia hoje!Eu te imploro!
Dumbledore a fitou com uma leve expressão de surpresa através de seus óculos de meia lua, então falou gentilmente.
– Por que eu não deveria sair hoje Rebecca?

Rebecca não agüentou mais, tinha de impedir tudo aquilo, mas como? E se o que ela fizesse tivesse conseqüências drásticas? Então perdeu sua luta contra as lagrimas que escorreram fortemente sobre a face.
– Professor, – disse baixinho – eu não posso deixar, professor, seria bom o senhor saber de tudo não é? O senhor é sábio, talvez a pessoa mais sabia que já conheci, o senhor não pode...

E emudeceu. As lagrimas rolavam livremente. O silencio continuou por uns instantes interrompido apenas pelos baixos soluços de Rebecca e pelos tilintares das varias maquininhas e bufadores das estantes, ate que o professor se levantou e foi ate a direção dela parando a sua frente. Rebecca viu que o professor apesar de aparentar mais do que nunca seu cansaço continuava alto e imponente, apesar de mais velho.Então olhou para baixo e fitou os próprios pés.

O professor então conjurou um belo lenço de ceda branco com bordados dourados e púrpuros, algumas das lagrimas do rosto de Rebecca que insistiam em cair, então disse:
– Não se desespere Rebecca. Sei que é difícil, mas você não deve me contar o que quer que seja, apesar de já desconfiar e suas lagrimas me darem certeza.
– Mas p-professor! O senhor mesmo disse que se estou aqui é p-porque algo já está mudado! Professor eu não sei de tudo, eu não sei o que pode, o q-que pode a-acontecer!

E mais lagrimas escorreram livremente por sua face caindo em suas vestes.
-P-professor deixe que eu vá com ele!O senhor precisa ficar a-aqui! Hogwarts precisa do s-senhor!Hoje mais do que nunca!
O professor Dumbledore deu um breve sorriso e disse:
– Não Rebecca, não.Preciso de você aqui, e você sabe disso.Por que acha que te ajudei a desenvolver seu dom cada vez mais todo esse tempo?
Rebecca não conseguia entender, como Dumbledore conseguia se manter tão calmo.Ela sabia que ele sabia que iria morrer.Será que teria de sacudi-lo e faze-lo abrir os olhos para a verdade!

E como não costuma esconder o que pensa segurou rudemente as vestes do professor, mas não o sacudiu, não teve forças nem animo.As lagrimas insistiam em rolar soltas e suas mãos caíram imóveis aos lados do corpo.
– Eu não entendo...Se o senhor sabe ou desconfia, como consegue se manter tão calmo!O senhor pode impedir e porque não o faz?Afinal não valera a pena...
E novamente emudeceu.
– Você sabe e eu sempre disse que á coisas muito piores do que a morte – disse Dumbledore.
Aquilo a assustou, ouvir a palavra morte da boca do professor tornava a situação mais triste ainda. Então Dumbledore lhe entregou o belo lenço e disse gentilmente:
– Seque essas lagrimas, não quero vê-la chorando assim, tão desconsoladamente.
Hesitante Rebecca pegou o lenço e enxugou o rosto.

– Professor... Por favor...- mas desistiu, era uma decisão dele, e ela sabia que Dumbledore não mudaria de idéia, estava decidido, não só ela, mas o mundo perderia o melhor bruxo daqueles tempos. Pelo menos ela havia dado a ele a chance de escolher entre a vida e a morte, pois sua consciência ainda doía por não ter feito nada para impedir a morte de Sirius Black. Ter tão grande conhecimento se tornara um fardo difícil de carregar.
Dumbledore sorriu novamente e fazendo um gesto em direção a janela disse:
– Venha Rebecca, esta fazendo um dia lindo. Não vamos entristece-lo assim.
Rebecca foi em direção a janela as mãos trêmulas apertando com força o lenço de ceda e a face queimada pelas lagrimas, realmente fazia um lindo dia apesar de dali a poucas horas se tornar o mais triste de todos.

– Você é uma excelente aluna, Rebecca. Verdade! – acrescentou ao ver o olhar perplexo de Rebecca. – Você será de grande ajuda a Harry.
Rebecca não respondeu, voltou sua atenção para o lenço e para as iniciais de Dumbledore bordadas em letras muito belas.Então Dumbledore continuou:
– Rebecca, vou precisar de você, Harry Potter vai precisar de você.Você tem que ajuda-lo a encontrar as Horcruxes restantes, só assim ele vai poder conseguir... derrotar Voldemort – concluiu Rebecca
Dumbledore sorriu
– Você e Harry são os únicos jovens que conheço que pronunciam tão normalmente o novo nome de Tom.
– O medo de um nome só aumenta o medo da própria coisa – disse Rebecca finalmente voltando sua atenção a Dumbledore que estava ao seu lado.

– Isso mesmo – disse Dumbledore – Não tema Voldemort, mas também não o subestime. Escute Rebecca, Harry vai precisar muito de sua ajuda, entendeu?
– Potter tem os amigos dele não tem? O Weasley e a Granger.Eles vão poder ajuda-lo muito mais que eu. Ele nem me conhece.
– O fato de ele ainda não te conhecer não será nem um problema e você só não conversa com ele por sua própria escolha. Lembra de quando você me disse que seria melhor ele nem saber de sua existência para que você não caísse na tentação de contar a ele o que não podia?
– Lembro.
– E certamente que Rony e Hermione vão fazer o possível para ajuda-lo também, mas sua ajuda é de extrema necessidade, e você sabe disso.
– Sim eu sei...
E o silencio novamente prevaleceu entre professor e aluna. Fawkes piou baixinho do seu canto e o som dos vários objetos pequeninos que tilintavam e soltavam pequenos vapores eram constantes.Os ex-diretores agora cochilavam tranqüilamente em seus quadros ou talvez fingiam muito bem, como era de costume.

– Então...esta é a ultima vez que nos falamos – Disse finalmente Rebecca, os olhos novamente se enchendo de lagrimas.
– Receio que sim – respondeu Dumbledore fitando o horizonte.
Todo esse tempo em Hogwarts fez Rebecca sentir em Dumbledore um parente próximo,talvez um avô.
– Professor, posso, posso te abraçar? – Rebecca perguntou hesitante.
Dumbledore a fitou por uns instantes e em seu ultimo sorriso respondeu:
– Pode.
Então Rebecca o abraçou e enxugando as lagrimas disse:
– Então é adeus.
– Creio que sim, adeus Rebecca.
E a caminho da porta Rebecca se lembrou que ainda trazia nas mãos o lenço do professor.
– Professor, me desculpe seu lenço.
E voltando na direção de Dumbledore estendeu a mão ainda trêmula com o lenço.
Dumbledore fechou a mão direita sobre a mão de Rebecca e disse:
– Fique com ele, precisa mais do que eu.
– Obrigada, professor.

E ao sair pela porta deu uma ultima olhada em Dumbledore que contemplava novamente o dia através da janela, e pode jurar que viu uma lagrima solitária saltar de um dos olhos do professor e morrer na vasta barba prateada.
Ao descer a escada circulares a gárgula saltou para o lado e Harry Potter entrou furioso passando por ela ofegante, sem nem perceber sua presença subiu e entrou.Não havia mais nada a fazer.
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N/A: Gente por favor COMENTEM!
essa fic esta sendo feita com muito carinho.
Criticas sao muito bem vindas e dicas tbm
Entaum por favor n DEIXEM DE COMENTAR OK?
desde ja agradeço

Ate o proximo capitulo
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ate o próximo capitulo
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