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Summary: Hermione tem uma reunião com o Professor Snape após o almoço, mas tanto seus amigos como inimigos, não querem que ela compareça.
escrito por SnakyRoxy
traduzido por bastetazazis
beta-read por ferporcel
Disclaimer: Qualquer coisa que você reconheça pertence ao talento imensurável de J. K. Rowling; eu só os pego emprestado para brincar um pouco!
* * * * * * *
Todos os alunos da Grifinória dormiram até mais tarde na manhã de domingo, após a agitada comemoração da noite anterior. Hermione não foi exceção e finalmente, entrou cambaleando no Salão Principal com Harry e Rony, às onze e meia da manhã. Ela e Rony jogaram um jogo sem conseqüências de xadrez, enquanto Harry os assistia. Hermione nunca fora uma boa estrategista e em vinte minutos ela estava perdendo tão feio que as peças pararam de seguir suas ordens.
Logo após o meio-dia, outros alunos começaram a aparecer no Salão Principal, junto com a maioria dos professores. Snape acenou com a cabeça brevemente para Hermione enquanto passava a passos largos pela mesa da Grifinória, mostrando que não tinha esquecido do compromisso deles para depois do almoço. Ela voltou-se para o tabuleiro de xadrez no momento em que seu rei finalmente admitiu a derrota, largando sua espada com um estridente som metálico.
– Da próxima vez, deixe-nos fazer nossos próprios movimentos desde o início, mocinha – resmungou um dos bispos preto, caído de lado no tabuleiro.
– Ora, fique quieto – ela devolveu, ignorando seu grito de indignação quando ela o arremessou para dentro da caixa junto com as outras peças.
– Então, o que vamos fazer hoje à tarde? – Rony perguntou um pouco depois. – O dia está só começando; temos muito tempo para travessuras.
– Bem, eu não sei quanto a vocês – Hermione disse, servindo-se de uma generosa quantia de calda sobre seu pudim –, mas eu tenho que encontrar o Professor Snape depois do almoço, então vocês terão que fazer suas travessuras sem mim hoje.
– Mas Mione, hoje é domingo! – Rony exclamou.
– E daí? – ela disse com impaciência.
– Ora, francamente – ele lamentou –, ultimamente você tem passado mais tempo com aquele morcego seboso que com nós, seus amigos, lembra-se? – Ele balançou sua mão grosseiramente em frente ao rosto dela.
Harry, sentado do outro lado da mesa, próximo a Rony, observava seu prato, visivelmente desistindo da oportunidade de ridicularizar o mestre de Poções, e Hermione estava grata por isso. Ela sabia que Harry ainda odiava Snape passionalmente, mas neste ano ele finalmente tinha desistido dos seus ataques constantes contra o professor, preferindo em troca, focar nos seus estudos e no confronto que se aproximava com seu verdadeiro inimigo: Voldemort.
Hermione olhou fixamente por sobre a mesa, para seu amigo ruivo, e sibilou – Se você chamá-lo assim mais uma vez, guarde minhas palavras, Ronald Weasley, você vai pegar detenções até a sua formatura.
– Você não...
– Sim, eu faria – ela interrompeu –, até você adquirir um pouco de decência e respeito por aqueles que fazem o melhor que podem para garantir que todos nós tenhamos um mundo seguro para vivermos, ou será que você ainda não percebeu que existe um mundo além do campo de quadribol?
As orelhas de Rony estavam ficando vermelhas assim que outros alunos no Salão Principal viravam-se para ouvir com interesse a acalorada conversa.
– É claro que eu percebo – ele zombou. – Eu só acho que se todos nós vamos morrer em breve, quem, em sã consciência iria querer passar seus últimos dias trancado nas masmorras com o Snape?
SMACK!
Harry, que se levantara abruptamente com as palavras de Rony, já não estava mais ao lado do ruivo Weasley, que se esparramou no chão, atordoado com a força do golpe de Hermione.
Levantando-se dolorosamente do chão de pedra, Rony se viu cara a cara com Harry, com um ódio frio queimando nos seus olhos.
– Você não confia muito nos seus amigos, não é? – Harry disse brandamente, e depois virou-se para Hermione, que ainda estava em pé, com a mão levantada e lágrimas brilhando em seus olhos, do outro lado da mesa. – Você sabe o que eu acho do Snape – ele disse a ela –, mas eu não posso negar que ele está do nosso lado e que nós precisamos dele. Então, o que quer que você esteja fazendo lá em baixo, por mim tudo bem.
Ela sorriu para ele em agradecimento e ele lhe deu um pequeno sorriso antes de virar-se e deixar o Salão Principal. Hermione o observou saindo tristemente. Era verdade que as palavras de Rony foram dirigidas a ela, mas também atingiram Harry com a mesma força, senão maior. A pressão sobre seu amigo de olhos verdes era imensa; ele já fora uma vez o salvador do mundo mágico, e agora este mundo estava pedindo, não, exigindo isso dele novamente.
Hermione passou as férias de verão e o início do ano letivo tentando ajudá-lo, mas ele apenas se fechava ainda mais. O quadribol era a única coisa que o fazia realmente feliz nos últimos meses, e mesmo depois da sua vitória espetacular no dia anterior, o brilho em seus olhos já havia se extinguido e sua mente novamente estava focada na dura realidade.
E agora, ver seu melhor amigo demonstrar tão pouca fé. Se Rony realmente quis dizer isso ou não, deve tê-lo magoado.
Rony, por outro lado, ainda estava em pé, atordoado do outro lado da mesa, com uma mão sobre seu rosto ardente, observando Hermione caso ela tentasse acertá-lo novamente. Ela não o fez, mas o veneno nas suas palavras o machucaram do mesmo jeito.
– Como você pôde? – ela murmurou, piscando furiosamente para evitar as lágrimas, não por ela, mas por Harry. Ela girou nos calcanhares e retirou-se do Salão Principal o mais rápido que pôde sem realmente correr. Ela estava atrasada para sua reunião com Snape; dividida entre ir atrás de Harry e irritar o mestre de Poções por estar ainda mais atrasada.
Rony deve ter percebido que se ele não agisse logo, ele jamais faria as pazes com seus dois melhores amigos, pois no momento seguinte, ele segurou o braço de Hermione assim que ela tinha alcançou a porta.
– Sinto muito, Hermione – ele disse. – Eu não tive a intenção...
– Não é comigo que você deveria estar se desculpando – ela interrompeu friamente. Ela não ia se entregar tão facilmente. Rony sempre teve o hábito irritante de fingir que tudo estava bem quando não estava, e agora não era uma exceção.
– Se o Harry tiver a bondade de falar com você, talvez eu também considere a possibilidade. – Com isso, ela soltou seu braço da mão dele e atravessou a porta em direção ao saguão de entrada.
Ele não era estúpido a ponto de segui-la novamente.
Hermione percebeu que estava tremendo enquanto descia as escadas das masmorras até a sala de aula de Poções. Se isso era ódio ou mágoa, ou uma combinação dos dois, ela não conseguia determinar. Ela sabia que Rony podia ser um verdadeiro idiota às vezes, mas ele nunca dissera alguma coisa tão insensível e descuidada antes.
Ela enxugou as lágrimas do rosto enquanto seguia apressada pelo corredor. Não seria bom se o Snape percebesse que ela havia chorado. Não que ele fosse se importar, ela pensou. Seria mais provável que ele zombasse da desavença nas bases do inseparável trio.
Ela estava tão distraída com seus pensamentos que não viu a figura grande e sombria de Gregory Goyle até trombar com nele.
– Desculpe... – ela começou a dizer, sem perceber em quem tinha esbarrado.
– Olha por onde anda, sangue-ruim – ele disse com desprezo, e fez uma cena limpando suas vestes com a mão, como se ela as tivesse infectado.
– Olha a língua, Goyle – ela retrucou, levantando-se do chão. Seis anos sendo insultada serviram para endurecê-la. – Ou você pode acabar dissecando sapos chifrudos por uma semana.
Como Monitora chefe, ela não tinha o poder de tirar pontos da Casa, ou designar detenções, mas bastava apenas uma palavra com algum dos professores.
Geralmente, essa ameaça já bastava para fazer o sonserino fugir covardemente, mas não desta vez. Hermione percebeu, tarde demais, que ela cometera o erro de ameaçá-lo num corredor deserto de seu próprio território.
Ela só teve tempo de soltar um grito abafado de surpresa quando ele a agarrou e a empurrou violentamente, de cara contra a parede. Seu rosto foi esmagado nas pedras ásperas da parede das masmorras enquanto uma das mãos dele segurava sua boca, e a outra segurava seus pulsos dolorosamente nas suas costas.
– Agora – ele disse calmamente –, se eu soltar a minha mão, você promete que não vai gritar? – Ele riu. – Não que alguém consiga ouvi-la, de qualquer maneira.
Ela lutou contra ele, em pânico, então ele empurrou seus braços para baixo, provocando uma dor aguda nos seus ombros. Lágrimas corriam livremente pelo seu rosto, ela procurou desesperadamente por qualquer sinal de outros alunos no corredor, mas não havia ninguém.
– Agora vejamos – ele sussurrou, a respiração dele quente na sua orelha –, o que uma pequena e imunda grifinória poderia estar fazendo aqui em baixo, sozinha, nas masmorras, num dia adorável como este?
Ela tentou chutá-lo, mas de alguma maneira ele conseguira travar suas pernas com uma das pernas dele. Ela estava encurralada.
– Sabe o que eu acho? – ele a olhou com malícia, girando o rosto dela para encará-la. – Eu acho que você está aqui embaixo a procura do Snape.
Ela olhou para ele confusa, mas ele riu novamente.
– Eu tenho observado você descendo aqui – ele continuou, acariciando seu rosto com o polegar enquanto ainda mantinha a palma da mão segurando sua boca firmemente. – Você seria capaz de qualquer coisa para continuar sendo a melhor da turma, não? Bem, eu tenho uma novidade para você, Monitora chefe – ele sussurrou. – Snape é um verdadeiro sangue-puro. Ele não tocaria numa vadia sangue-ruim suja como você.
Goyle a virou para encará-lo e empurrou-se com força contra ela, prensando-a entre o corpo dele e a parede.
– Eu, por outro lado – ele a olhou maliciosamente. – Eu não sou tão exigente quanto o velho Snape. Eu não me importo com quem me dá, contanto que eu consiga o que quero.
Seus olhos arregalaram-se em horror quando ela percebeu as implicações das palavras dele e, ao mesmo tempo, sentiu uma coisa dura pressionando sua barriga.
Ela apertou seus olhos e tentou se concentrar na sua magia. Quando era criança, antes de descobrir o que os seus “poderes estranhos” eram realmente, ela era capaz de produzir uma explosão de magia sempre que ficava terrivelmente zangada ou com medo. Agora, porém, depois de aprender a controlar sua mágica e canalizá-la através de sua varinha, sua magia espontânea não se manifestaria. Ela não tinha esperança de alcançar sua varinha, então estava jogada à própria sorte, indefesa.
– Oh, Deus – ela pensou. Por favor, alguém – qualquer pessoa – nos encontre.
Ela pensou freneticamente em alguma coisa que pudesse fazer para impedi-lo. A mão dele ainda segurava sua boca com firmeza, então, com uma inspiração repentina, ela girou sua cabeça, pegando-o de surpresa, e o mordeu.
– Aiiiiiii! – ele gritou, recolhendo a mão enquanto ela se jogou contra ele e ambos se afastaram da parede, para o meio do corredor. – Sua puta maldita!
Aterrorizada com o que ele poderia fazer agora que estava furioso, ela virou-se para correr e trombou cegamente com outra figura obscura.
– Deixe-me em paz! – ela gritou, tropeçando enquanto se afastava. Uma mão fechou-se em volta do seu braço, impedindo-a de cair completamente. Ela levantou os olhos para a figura pela primeira vez.
– Professor Snape!
O mestre de Poções soltou Hermione assim que ela recuperara o equilíbrio, analisando a cena com um olhar examinador. Goyle havia parado de avançar para Hermione novamente, e estava apertando sua mão onde ela o havia mordido, obviamente dolorida.
– Sr. Goyle – Snape disse friamente. – Explique-se.
– A maldita sangue-ruim me mordeu, professor! – ele exclamou.
Hermione fez moção de interferir, mas Snape a silenciou com um simples olhar. – E por que nossa Monitora chefe exibiria um comportamento tão grosseiro? – ele perguntou perigosamente.
– Ela trombou comigo – Goyle continuou, olhando altivamente para Hermione como se a estivesse desafiando a contradizê-lo. – Ela caiu e quando eu fui ajudá-la a se levantar, ela simplesmente agarrou a minha mão e me mordeu!
– Verdade? – Snape disse, olhando seriamente para o sonserino. – Bem, vejamos então... Srta. Granger, vinte pontos a menos para a Grifinória por brigar como uma trouxa comum.
Hermione olhou para Snape indignada, mas ele parecia não notar seu ceticismo. Será que ele não podia ver as marcas de dedo no seu rosto? Goyle sorriu com desdém para ela.
– Sr. Goyle, vinte pontos a menos para a Sonserina – Snape continuou, e o sorriso desapareceu do rosto do aluno. – Eu já avisei a vocês contra o uso desta palavra fora da sala comunal, que é para onde você deverá voltar agora.
– Sim, professor – Goyle resmungou e, com passos arrastados, passou por Snape, que virou-se para observar o sonserino até que ele desapareceu por uma entrada escondida mais a frente no corredor.
Snape voltou-se para Hermione. – Siga-me – disse bruscamente.
Ela o seguiu pelo corredor na direção oposta, desolada, fungando e puxando junto a si seu doloroso braço direito torcido. Ele andou rapidamente a passos largos à sua frente, negligenciando sua aflição evidente e despreocupado com o que Goyle estivera prestes a fazer.
O que você esperava que ele fizesse, Granger? – ela pensou amargamente. Viesse correndo para defendê-la de um filho impertinente de um Comensal da Morte?
Não, ela sabia que isso nunca aconteceria. Ela não ficaria melhor por isso, e ele estaria morto na próxima convocação de Voldemort. No entanto, ele podia ao menos ter considerado a seriedade da situação que ele acabou presenciando. Ele deve ter visto o que Goyle estava tentando fazer com ela.
– Professor... – ela começou a dizer, mas ele virou-se para ela furioso.
– Silêncio, Srta. Granger – ele rosnou. – O que quer que seja que você tenha a dizer é irrelevante ao dilema em que você se encontra, então eu sugiro que evite mais implicações contra você mesma e mantenha sua boca fechada. – Ele a segurou pelo cotovelo e a puxou levemente pelo corredor.
Certamente ele não era tão cego a ponto de não perceber o que poderia ter acontecido? Claro, ele sempre teve um ponto cego em se tratando de sonserinos. Ele sempre teve, e embora ela agora reconhecesse as razões por trás do seu favoritismo, ela nunca imaginou que ele iria tão longe a ponto de ignorar uma tentativa de estupro contra uma aluna.
Eles chegaram ao escritório de Snape e ele a empurrou para dentro sem cerimônias, batendo a porta na sua passagem.
Lá fora no corredor, mais duas formas obscuras se materializaram das alcovas escondidas na escura parede de pedra.
* * * * * * *
Continua…
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