Expextativas
Antes do Amanhecer
Expectativas
escrito por: snarkyroxy
Summary: Hermione completa a Poção de Mata-cão, e Dumbledore está pronto para se intrometer, como sempre.
traduzido por bastetazazis
beta-read por ferporcel
Disclaimer: Eu só os pego emprestados para brincar um pouco!
* * * * * * *
Hermione esticou e massageou os músculos de trás do pescoço, doídos depois de ficar inclinada por tanto tempo sobre o caldeirão fumegante. Já fazia quase três horas desde que o Professor Snape fora convocado, deixando-a encarregada da Poção de Mata-cão; embora concentrada como estava, mal percebera o tempo passar.
Agora, ela apreciava verdadeiramente as habilidades e a dedicação que deviam ter sido necessárias para Snape se tornar um Mestre em Poções. Um elixir mágico como este que ela tinha acabado de preparar era apenas uma amostra superficial das capacidades muitas vezes ignoradas de um Mestre, e mesmo assim, requeria a maior precisão possível. Tanto o número quanto a velocidade da agitação deveriam ser precisos, os ingredientes adicionados nos momentos exatos, e a chama do queimador cuidadosamente controlada.
Como em todas as poções que ela preparava, a aparência desta estava exatamente igual à descrição no livro. A prova final, entretanto, seria a mudança de cor quando a poção esfriasse. Se devidamente preparado, o líquido cinza-esverdeado escuro deveria clarear para um cinza pálido assim que esfriasse. Qualquer traço de verde significaria um erro no preparo, e a retenção do componente venenoso do heléboro. Tal mistura seria fatal para quem a bebesse.
Ela ficou olhando a poção esfriar ansiosamente, procurando por sinais de mudança. Nada ainda. Consultou o livro novamente: “No momento exato em que a mistura atingir setenta e nove graus Celsius, a mudança de cor deverá começar.”
Ela mordeu os lábios nervosamente. Conhecia alguns feitiços para a detecção de temperatura, mas estava com receio de usar qualquer um deles numa mistura tão volátil. O que eu não daria por um termômetro Trouxa agora, pensou ironicamente. Se tinha uma coisa que ela aprendera durante todos esses anos no mundo mágico, era que os bruxos nem sempre faziam as coisas da melhor maneira. Na maioria das vezes sim, mas nem sempre.
Ela espantou-se subitamente quando o caldeirão deu uma bela baforada. Depois, ela ouviu um leve assovio e a poção clareou para o cinza pálido, sem nenhum sinal de verde.
– Dez pontos para a Grifinória, Srta. Granger – disse, imitando Snape e depois bufou: Está para nascer o dia. Eu preparei uma poção de nível de Mestre e aposto que ele não vai nem ter a dignidade de dizer “muito bem”.
Ela limpou boa parte do laboratório rapidamente, enquanto esperava que a poção esfriasse completamente. Conforme lhe foi instruído, encheu um cálice com a poção e engarrafou o resto, depois limpou o caldeirão. Olhando em volta, sentiu-se satisfeita ao ver que havia deixado o laboratório particular de Snape em condições impecáveis. Checou mais uma vez se todas as bancadas de trabalho estavam limpas, e então pegou o cálice com a poção para entregá-lo ao Professor Lupin.
A porta fechou-se num estalo atrás dela assim que saiu da sala, a mesma luz azul fraca brilhou como antes, indicando o reaparecimento das proteções. Um rápido Lumos murmurado deu-lhe luz suficiente para percorrer a escadaria e a galeria estreita, antes de encontrar-se de volta no escritório da sala de aula dele.
Da passagem até o escritório, do escritório até a sala de aula e da sala de aula até o corredor principal das masmorras, todas as portas ativaram suas próprias proteções com o mesmo feitiço assim que ela as fechava. E eu que achava que Moody era paranóico, pensou. Uma coisa era proteger uma sala cheia de perigosos ingredientes de poções, mas isso era ridículo!
Deixando as masmorras para trás, tomou seu caminho subindo cuidadosamente três lances de escada e atravessou a sala de aula até o escritório do professor de Defesa. A porta no alto da escada de pedra estava entreaberta, e ela pôde ouvir vozes baixas vindo de dentro da sala. Ela bateu na porta, hesitante, e momentos depois a porta se abriu, revelando o Professor Lupin e o Diretor sentados um de cada lado da escrivaninha, com um bule de chá de porcelana redondo e duas xícaras entre eles.
– Ah, Srta. Granger! – disse o Diretor, olhando para o cálice que ela ainda segurava cuidadosamente em suas mãos. – Eu acredito que o preparo da poção foi um sucesso.
Ela assentiu. – Acho que sim, professor.
Ela entregou o cálice a Lupin e o observou cheirar a poção e torcer o nariz.
– O cheiro é esse mesmo – disse, e bebeu o cálice todo num gole só. – Ughhh – estremeceu, colocando o cálice vazio na mesa. – Certamente o sabor é o mesmo. Esperava que Severo, com toda sua genialidade, pudesse ter encontrado uma maneira de deixá-la com um gosto melhor depois de todos esses anos.
O Diretor riu.
– Obrigado, Hermione – Lupin disse sério. – Eu tenho sorte de ter uma, ou melhor, duas pessoas capazes o suficiente para preparar esta poção para mim. Você realmente é uma jovem bruxa muito talentosa.
– Obrigada, professor – ela respondeu, enrubescendo um pouco. – Mas o Professor Snape ainda fez a maior parte do trabalho. Tudo tinha que ser tão preciso. Eu levaria horas para completar o que ele fez em minutos. Ele é realmente brilhante quando o assunto é Poções, não é? – acrescentou.
Os dois professores concordaram com um gesto de cabeça, Dumbledore de certa forma melancólico.
– Isso ele é, Hermione – Lupin elaborou. – Eu estive nas aulas com ele por sete anos, e a única vez que uma poção dele ficou menos que perfeita foi quando-
- Hã, hã.
A voz de Lupin morreu com a interrupção alta e obvia do Diretor; Hermione endereçou a ambos um olhar indagador.
– Eu acho que já falamos demais sobre o passado de Severo por hora – ele disse calmamente.
Agora foi a vez de Lupin endereçar ao Diretor um olhar curioso.
– Bem – disse Dumbledore, fingindo não perceber o olhar confuso de Lupin. – Acho melhor nós deixarmos a poção fazer efeito, Remo. Venha comigo, Hermione. Gostaria de ter uma palavrinha a respeito dos seus deveres como Monitora Chefe.
Hermione deixou-se ser conduzida para fora do escritório do Professor Lupin, e não falou até chegarem ao gárgula de pedra ao pé da escada secreta do Diretor, que recuou sem que o velho bruxo falasse uma senha.
– Diretor, o Professor Snape ainda não tinha voltado ao laboratório quando eu saí, mas eu deixei tudo arrumado como estava antes. Eu não sabia como ele gostaria de proteger os armários de ingredientes, mas a sala pareceu se trancar sozinha quando saí.
– Deve estar tudo bem, Srta. Granger – assegurou-lhe, enquanto chegavam ao final da escada e entravam no escritório dele. Ele fez um gesto para ela sentar-se numa poltrona perto da lareira. – Certamente eu mencionarei seu sucesso com a poção ao Professor Snape quando ele voltar. Posso até conseguir persuadi-lo a lhe conceder alguns pontos para a Grifinória.
Se Hermione fosse qualquer outro estudante, naquele momento, ela estaria imaginando com grande satisfação a expressão no rosto de Snape se ele fosse forçado a conceder pontos para a Grifinória. Mas nestas circunstâncias, ela mal ouviu o comentário sobre os pontos.
- Ele não voltou?
- Ainda não – disse Dumbledore pesaroso. – Embora, freqüentemente, ele não volte até um pouco antes do amanhecer, dependendo das circunstâncias da noite.
Dependendo de quantos ataques ocorrerem, Hermione pensou, seu estômago revirando com a idéia de mais uma reportagem de primeira página do Profeta Diário; com outra família massacrada.
– Não tenha medo, Srta. Granger – Dumbledore assegurou-lhe. – Severo vem fazendo isso por muito tempo. Eu tenho a mesma confiança em suas habilidades como espião como no seu talento como mestre de Poções. A cada convocação que ele atende, ele nos leva um passo mais próximo de descobrir os planos de Voldemort para o confronto final.
– Também leva o Professor Snape há um passo mais próximo da morte – ela murmurou triste, quase para si mesma.
Dumbledore considerou-a cuidadosamente por cima dos seus óclinhos de meia-lua.
– Perdoe-me, Srta. Granger – disse, conjurando um serviço de chá (prateado, desta vez) com um aceno de sua mão. – Ás vezes eu me esqueço o quanto você é perceptiva.
Ela assentiu com um sorriso amarelo enquanto aceitava a xícara de chá fumegante. É verdade, ela era perceptiva, mas ela descobrira que isso nem sempre era uma coisa boa. Certamente, sua percepção lhe dera muito mais com o que se preocupar nestes últimos dias.
– Eu espero que Severo não tenha dirigido nem um pouco de sua raiva contra você esta noite – Dumbledore indagou.
Ela balançou a cabeça. – Não, professor. Ele estava irritado, mas tudo o que disse foi que nós estávamos no laboratório para trabalhar, e que ele não daria atenção a nada que não fosse relacionado à poção.
– Ah, isso realmente soa ao Severo – meditou. – Ele é um homem brilhante, e muito dedicado ao seu trabalho, mas ele tem a tendência de usar isso como um pretexto quando está aborrecido.
Hermione não teve tempo de digerir o comentário porque naquele momento, um grito estridente atravessou a sala, e a fênix Fawkes apareceu em uma explosão de cores magníficas. O belo pássaro circulou na sala duas vezes antes de descansar no seu poleiro, próximo à mesa de Dumbledore.
– Falando no diabo; não é esse o ditado Trouxa, Srta. Granger? Acho que Severo se juntará a nós em breve.
– Eu vou sair, professor – ela disse, levantando-se rapidamente.
– Na verdade, acho que devo pedir que fique – o Diretor respondeu, gesticulando para ela sentar-se novamente.
Ela permaneceu em pé, indecisa por um momento. Por um lado, ela queria ver o professor de Poções e certificar-se que ele realmente tinha retornado inteiro. A sensação que teve na boca do estômago a noite toda, sabendo que ele poderia estar em perigo, era algo que ela não queria mais sentir.
Por outro lado, ela estava com medo da reação dele ao vê-la agora, sem a Poção de Mata-cão requerendo o máximo da sua atenção. Talvez, resolver isto na presença de Dumbledore seja uma boa idéia. Ainda assim... lhe parecia errado.
– Professor, não é minha função – ela começou a falar, mas o Diretor levantou a mão.
– Eu quero que fique – disse firmemente. – Além disso, se Severo tem alguma coisa para relatar, pode ser bom nós termos um ponto de vista diferente. Como eu disse, você é muito perceptiva.
Ela sentou-se novamente, retorcendo as dobras de suas vestes nervosamente com as mãos. Dumbledore também se sentou, depois de conjurar outra poltrona para juntar-se as outras duas perto da lareira.
Momentos depois, eles ouviram o barulho de botas pesadas nos degraus de pedra, e a porta de madeira abriu-se rapidamente.
* * * * * * *
Continua.
N/A: Obrigada a todos que gastaram tempo deixando reviews. Eu realmente aprecio seus comentários.
N/T: Obrigada a Ferporcel pela enorme ajuda como beta-reader!
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