Visitas Noturnas



CAPÍTULO XVI


Visitas Noturnas


 N/A: Primeiro: gostaria de dar alguns créditos por esse novo cap., a começar por Den Chan, agora Guerreira Mística, autora da fic "A Lógica do Coração". É que uma cena deste cap. é baseada no mesmo livro da Day Le Claire em que se baseia a fic dela, mas como ela disse que não usaria essa cena, pois não se encaixava em sua estória, eu resolvi aproveitá-la. Obrigada, Den.


Segundo: Esse cap. Tem umas cenas um pouco mais fortes, nada muito explícito, nem pornográfico, só mais forte. Quem não gosta desse tipo de cena, por favor, me desculpe. Agora, espero que todos gostem do capítulo. Por favor, deixem muitos comentários, sim?


 


*************************


 


- E então, Remo? Descobriu alguma coisa?


Remo suspirou ao ouvir a pergunta de Tiago. Achara que com a disputa dos dois com Lílian e Kristyn, os amigos esqueceriam os mistérios dos Donovan. Ledo engano.


- Já disse, Tiago: o que eles fazem não é da nossa conta.


- Aluado! Estou decepcionado com você! - o tom de Sirius seria o mesmo usado por uma mãe desiludida. - Nem parece um Maroto!


- Não adianta esse drama, Almofadinhas. Eles não traíram o meu segredo, e eu não trairei o deles.


- Ahá, então você sabe de alguma coisa!


- Não, Tiago, a única coisa que eu sei, e já contei para vocês, é que a revelação desse segredo seria muito perigosa para Ana e os outros.


- Mas, por quê?


- E por que eles saem escondidos quase todas as noites? Aonde vão?


Tinham descobertos por acaso aquelas saídas noturnas dos Donovan. Uma noite Sirius estava deitado num sofá afastado no salão comunal, quando os vira, exatamente como naquela noite antes do primeiro ataque de Voldemort. Desde então os Marotos tentavam descobrir o que faziam.


- Tem que admitir que isso tudo é muito suspeito, Remo. Ainda mais nesses tempos.


- Acredita realmente que eles têm alguma ligação com Voldemort, Sirius? - Remo fixou um olhar penetrante no amigo.


- Não, claro que não...


- Pois então! Também tenho certeza de que não é o caso. E tem mais! Aposto como Dumbledore tem algo a ver com tudo isso.


- Será?


- Faz sentido, não é? Quem vocês acham que providenciou para que toda e qualquer informação sobre aquela família sumisse repentinamente da biblioteca? Por que estava lá, podem ter certeza!


- Então, seguindo sua linha de raciocínio, Remo, - começou Tiago, pensativo - deve ser o Diretor quem eles procuram nessas saídas misteriosas.


- É, realmente tem lógica. - concordou Sirius, animando-se - Agora, só falta descobrirmos o motivo de tudo isso!


- Vocês não desistem, não é? - comentou Remo, cansado.


- Nunca, Remo!


- É, pelo menos a gente não esqueceu o que é ser um Maroto! - o tom de Sirius era desdenhoso.


- Ok, ok, vamos deixar isso de lado por enquanto, tá bom? - propôs Lupin, mudando o rumo da conversa - Vocês têm é que bolar suas próximas estratégias com as garotas, esqueceram?


 


********************


Naquela noite os Donovan fizeram outra saída misteriosa.


- Ele está atrás do Livro da Senhora. - declarou Sebastian, sentado no escritório do Diretor.


- Então ele sabe que Avalon não foi destruída? - Sebastian assentiu, provocando um suspiro cansado em Dumbledore - Isso complica ainda mais as coisas.


- Com certeza. - concordou Kristyn - A Ilha deveria ser um segredo altamente protegido, até mesmo entre os bruxos. Como ele soube, é um mistério.


- A sorte é que ele não conhece sua localização. - completou Ana - Ainda.


- E devemos impedi-lo de descobrir. - decretou Dumbledore, os olhos brilhando atrás dos óculos de meia-lua. - Não posso nem pensar no que aconteceria se ele se apossasse do poder da Ilha Sagrada, e do Livro.


O Livro da Senhora, era uma espécie de diário, iniciado por Caillean, a primeira Suma Sacerdotisa – a Senhora - da Ilha, após sua separação do dito mundo real. Esse diário foi continuado pelas Senhoras que a sucederam, e continha o maior poder que um bruxo poderia almejar.


- Professor, sabe o que isso significa, não é? - perguntou Kristyn, fixando os olhos inteligentes de Dumbledore - Se ele se aproximar da Ilha, teremos que agir. É nossa missão.


- Eu sei, srta. Donovan, eu sei.


- Queríamos saber se, num caso de emergência, há um meio de chegarmos lá rapidamente, professor. - perguntou Ana - Quer dizer, sabemos que o Castelo é protegido de diversas formas, mas acredito que o senhor deva ter seus meios, não é?


Ele sorriu para garota, satisfeito por sua perspicácia.


- É verdade, srta. Donovan. Podem ficar tranqüilos. Se precisarem, basta me procurarem, que estarão lá num instante. Agora acho melhor entrar em contato com Dierna. Ela precisa ser avisada.


- Diga-lhe que não reforce a mágica externa da Ilha, pois é o que ele quer. - informou Sebastian - Isso lhe revelaria a localização deles.


- Muito bem colocado, sr. Donovan. Podem deixar que nós descobriremos um meio mais discreto de reforçar a segurança da Ilha.


Quando Sebastian voltou ao dormitório, deparou-se com Sirius e Tiago a sua espera.


- Ora, se não é a Santa Inquisição! - debochou da postura ameaçadora dos rapazes.


- Por que não nos poupa tempo e trabalho, Donovan?


- O trabalho enobrece o homem, Black. E tempo parece ser algo que vocês têm de sobra, visto como o desperdiçam.


- Chega de gracinhas, Donovan. O que andam aprontando? Onde têm ido todas as noites?


- Isso, meu caro Potter, não é da conta de vocês. - parecia extremamente entediado - Sabe, vocês realmente me impressionam.


- Obrigado. - ironizou Sirius.


- É sério. São os únicos em toda a escola que descobriram nossos dons, e perceberam o mistério que nos envolve. E ainda são capazes de me bloquear, o que não é um feito pequeno.


- Tão modesto!


- Realista. - corrigiu - Começaram até a enganar a Ana, e isso sim é uma surpresa. É mesmo muito triste ver tanto talento e poder desperdiçados assim.


- Decida-se, Donovan. Está tentando nos elogiar, ou nos insultar?


- Nem um, nem outro, Potter. Estou apenas constatando os fatos. Vocês são inteligentes e poderosos, mas também são egoístas e inconseqüentes demais para perceber o que está a sua volta. Não me admira que a Lilly viva te escorraçando, Potter, apesar de estar claramente apaixonada por você.


- Você acha? - interessou-se Tiago.


- Até um cego vê isso. Mas também é óbvio que ela não vai te dar chance enquanto você agir como se tivesse cinco anos. E você, Black, - virou-se para Sirius - é bom agir rápido, se quiser algo sério com minha prima. Talvez não tenha muito tempo. - concluiu, deitando-se e fechando o cortinado de sua cama, deixando os dois remoendo suas palavras.


 


*********************


- Ana, preciso falar com você.


Ele interrompeu a conversa da garota com as amigas, e levou-a para fora da biblioteca.


- Remo, você está agindo de forma muito estranha. O que aconteceu? Cadê os rapazes?


- Estão por aí. - fez um gesto de descaso, continuando a levá-la pelos corredores. Tinha deixado os amigos nos jardins, onde Pedro se divertia vendo Sirius e Tiago descontarem sua frustração em Malfoy e seus guarda-costas. Quem estava por perto ria muito com a imitação de nado sincronizado que eles faziam em pleno ar, e quando os deixara, os amigos decidiam se deviam ou não fazê-los repetirem a performance dentro do lago.


- Muito bem. - declarou Ana, cruzando os braços quando finalmente entraram numa das salas secretas que Remo conhecia. - Agora pode me dizer o por quê disso tudo?


Ele ficou algum tempo encarando-a, pensando na melhor forma de abordar o assunto. Decidiu ser direto.


- Ana, desde que começamos a namorar, concordamos em não fazer perguntas sobre nossas... bem, você sabe.


- Vejo que está prestes a mudar isso. - comentou temerosa, analisando-o.


- Estou. Seu primo disse aos meus amigos que talvez vocês partam em breve. É verdade?


- Sebastian disse isso?


- Não exatamente com essas palavras, mas o sentido é esse. E então? É verdade?


Ana suspirou, indo sentar-se no pequeno sofá.


- É, sim. - ela fixou os olhos nos dele - A qualquer momento, podemos ser obrigados a partir.


- E você não ia me contar nada? - viu a mágoa nos olhos dele.


- Não.


- Droga, Ana! - reagiu com violência a resposta murmurada, chutando longe a mesinha baixa - Pensei que você me amasse!


- E amo! Faça o que quiser, Remo, mas nunca duvide disso!


- Oh, claro, Ana! Por que eu faria isso? - a ironia fria dele a feria como navalhas - O seu amor está muito óbvio na confiança que tem em mim!


- Por favor...


- Por favor, o quê, Ana? Por favor, não te magoe, como você me magoou? Não quer que eu demonstre como estou ferido? Sinto muito, mas não consigo! - ele andava nervoso pela sala, sem lhe dar chance de interrompê-lo - Não posso me comportar como o rapaz responsável e certinho o tempo todo. Sou só um cara, apaixonado pela garota mais sensacional da escola, com medo de perdê-la a qualquer minuto. E esses seus mistérios não ajudam!


Ele parou de gritar ao virar-se para a garota, que estava tremendo, as mão cobrindo o rosto. Sentiu o arrependimento invadi-lo. Tinha despejado uma gama enorme de sentimentos negativos sobre ela, e sabia que a machucara.


Sentou-se ao lado dela, puxando-a para seu colo.


- Ana, me perdoe, por favor, eu não queria... - ela o abraçou muito forte, o corpo sacudido por soluços, enquanto Remo acariciava seus cabelos, tentando confortá-la - Por favor, Ana, me perdoe...


- Eu é quem peço perdão, Remo. – respondeu, erguendo o rosto banhado em lágrimas pra ele, os olhos azuis mais brilhantes que nunca - Perdão por te esconder tantas coisas. Eu te amo demais, acredite, e se pudesse, te contaria tudo, mas eu prometi...


- Shhhh... - ele cobriu seus lábios com o indicador - Eu sei, tudo bem. Só me descontrolei um pouco, diante da possibilidade de perder.


- Você nunca vai me perder. Mesmo que eu seja obrigada a partir, serei sempre sua.


- A qualquer momento, você disse?


Ela assentiu.


- Então não vamos desperdiçar nosso tempo brigando, está bem? - ela retribuiu seu sorriso, e o beijo que lhe deu, abraçando-o ainda mais forte.


 


********************


Alguns dias depois, os Marotos estavam reunidos no campo de quadribol, pois Tiago e Sirius queriam treinar para o campeonato, e os amigos foram ajudá-los. Era fim de tarde, e apenas os quatro estavam lá fora, pois caía uma chuvinha fina, e fazia frio.


De repente uma enorme coruja cinzenta invadiu o campo, indo até Sirius, deixando uma pacote cair sobre sua cabeça.


- Ai!!! - gemeu, pegando o pacote, enquanto a coruja saía satisfeita - Bicho doido! - esfregava a cabeça, observando carrancudo o animal. Os amigos aproximaram-se para saber o que acontecia.


- O que é isso, Sirius?


- Sei lá, Pedro.


- Então abre logo, estamos curiosos!


- Pontas, o pacote é pra mim, vocês não tem nada... Ei!!! - Tiago pegara o pacote, abrindo-o rapidamente.


- Um binóculo? Quem te mandou isso, Sirius? - perguntou, mostrando o objeto.


- Talvez isso explique. - ironizou, mostrando o pergaminho que a coruja deixara com o embrulho. Abriu-o, antes que o amigo resolvesse fazê-lo por ele. Leu em voz alta.


"Só mais um pouquinho de inspiração. Terceira janela a direita da Torre."


- O que... - foi interrompido por Tiago.


- Uau!!! Que vista!!!


O amigo olhava animado com o binóculo na direção da Torre. Sirius tomou-lhe rapidamente o objeto, e quase caiu na vassoura ao olhar também. Um pôster enfeitava a janela indicada. Um pôster em tamanho natural de Kristyn usando o presente que lhe dera, piscando e fazendo poses sensuais.


- Essa garota é louca! - murmurou, sem despregar os olhos da imagem.


 


****************


- Ficou louca, Donovan?!


Kristyn sorriu ao vê-lo irromper daquele jeito no salão comunal. Sorte que apenas ela e as amigas estavam ali.


- Está estressado, hein, Black? Que foi, não gostou do meu presente?


Ele pousou as mãos na mesa, inclinando-se até seu rosto ficar bem próximo do dela.


- Querida, eu teria adorado o presente, se você tivesse sido mais discreta.


- O que quer dizer com isso? E por que o Potter está com um olho roxo? - apontou para o rapaz, que acabara de entrar com os outros Marotos, os três parecendo muito divertidos.


- Ele teve um pequeno acidente. - respondeu sucintamente.


- O Sirius o socou quando ele tentou pegar o binóculo de volta. - entregou Pedro, rindo.


- Era só para provocá-lo, Lilly, eu juro! Não que você não seja uma visão e tanto, Kristyn, você é, mas eu só tenho olhos para minha Lilly.


As garotas riram do jeito dramático dele, enquanto Lílian revirava os olhos.


- Obrigada, Tiago. - Kristyn voltou-se para Sirius - Que feio, Black! Agredindo seus amigos!


- Quem manda ele ser um intrometido? - afastou-a dos outros, levando-a para um canto do salão - O que pensa que estava fazendo, hein? Qualquer um poderia ter visto aquela foto!


- Não, Black, ela só pode ser vista através do binóculo que te dei.


- Sei... - ele a olhou de forma penetrante, provocando-lhe um arrepio - E quais as chances de eu ganhar o pôster também?


- Nulas.


- Temia que dissesse isso. Mas vai deixá-lo lá, não é?


- Claro... que não! Até já o retirei.


- Ora, Donovan, isso é uma maldade!


- Ora, Black, - imitou ela - eu só quis te mostrar como ficou o presente, já que você foi tão gentil em me dá-lo.


- Realmente parece ter ficado bem. Mas seria melhor avaliar mais de perto, ao vivo, sabe? - propôs, sedutor.


- Esqueça.


- Sempre me desiludindo! - ele suspirou dramaticamente, fazendo-a rir, enquanto voltavam para junto dos outros.


Mas uma idéia instalara-se na sua cabeça, e ela pensava em pô-la em prática naquela noite mesmo.


 


*****************


- Você vai mesmo fazer isso, Kris?


- Claro que vou, Ana.


As duas estavam no dormitório, e Ana divertia-se vendo a prima se preparando para a aventura daquela noite.


- Não está sendo muito impetuosa?


- E quando eu agi diferente? - brincou - Relaxe, prima, não é nada de mais.


- Duvido que Sirius vá pensar do mesmo modo.


- Ele está precisando de um incentivo a mais. Afinal, podemos não ter muito tempo, você sabe.


Nesse momento, Lilly entrou no quarto, espantando-se em ver Kristyn, que sempre dormia com uma enorme camiseta, toda produzida e usando a sensual camisola que Black lhe dera.


- O que é isso, Kris? Vai em alguma festa do pijama? - brincou.


- Mais ou menos, Lilly.


- Nada disso, pode parar com o mistério, que eu quero saber tudinho!


- Nossa, Lilly, não tem mistério nenhum! Eu só vou fazer uma visitinha a um certo Maroto.


O queixo de Lilly literalmente caiu. Agora sim ela estava surpresa! Virou-se para Ana, que apenas acompanhava a conversa, divertindo-se.


- Ela tá brincando, não é? - Ana negou, e Lilly voltou-se novamente para Kristyn - Você ficou louca?!


- Sabe, Ana, acho que tia Sandra tem razão quando diz que poucos na família negam o sangue. - falou em tom pensativo - Já é a segunda pessoa que me faz essa pergunta, só hoje.


- É porque não sabem que você é louca, querida prima, aliás, como todos da família.


As duas riram da antiga brincadeira familiar, enquanto Lílian continuava a observá-las, incrédula.


- Kristyn, isso é sério! Você vai realmente entrar no dormitório dos rapazes para encontrar o Black, e vestida assim?


- Não exatamente.


- E qual é exatamente a diferença? Será que podem me explicar o que está acontecendo?


- Calma, Lilly, eu explico. - Ana interviu, enquanto Kristyn ria da confusão da amiga - Kristyn resolveu fazer uma Conexão Sensorial.


- Uma o quê?!


- Conexão Sensorial. É uma espécie de viagem astral, com algumas diferenças.


- Tá, eu sei o que é uma viagem astral, mas nunca ouvi falar nessa outra versão.


- Não é uma técnica muito difundida, apesar de ser muito antiga. Em nossa família nós a aprendemos desde cedo.


- Ela começa como a viagem astral, com a saída do corpo. Só que nesta técnica você permanece na mesma dimensão, podendo ser vista ou não por pessoas conscientes, tudo dependendo da sua vontade.


- Daí você vai até a pessoa com quem quer se conectar. Para que isso aconteça, é importante que a pessoa esteja adormecida.


Lílian escutava as amigas avidamente. Aquilo era muito interessante.


- Isso porque quando você se conecta, tudo o que acontece é como se fosse um sonho da pessoa, entende?


- Esta técnica tem esse nome porque tudo o que é feito pelas pessoas envolvidas, é sentido por seus corpos. Por exemplo: se um leva um soco durante a conexão, vai acordar com um olho roxo. Entendeu?


- Entendi, sim. - respondeu lentamente, estreitando os olhos na direção da amiga - Agora compreendo sua animação. Coitado do Sirius.


- Pode deixar, depois eu te ensino, pra você fazer uma visitinha ao Potter, ok?


Elas riram, e Kristyn continuou com seus preparativos.


 


*****************


Era pouco mais de meia noite quando Kristyn entrou no dormitório masculino do sexto ano. Teve a precaução de bloquear qualquer canal externo, para evitar que Sebastian percebesse a sua presença. Com o primo, todo cuidado era pouco.


Passou pelo cortinado que envolvia a cama de Sirius, e parou para admirá-lo. Ao contrário da maioria de seus conterrâneos, adeptos do uso de pijamas, ele dormia apenas com um short preto, que o deixava ainda mais sexy, com aquele corpo maravilhoso a mostra. Depois de devorar aquela imagem por alguns segundos, ela fez a conexão.


Estremeceu ao ver o brilho em seus olhos quando a viu ajoelhada ao seu lado na cama.


- Parece que a inspiração funcionou. - era a vez dele devorá-la como o olhar.


Ela sorriu, a malícia brincando tanto em seus lábios quanto no olhar que lhe lançou.


- Acha que está sonhando?


- E não estou?


Ela sorriu novamente, e inclinou-se sobre o rapaz, suas mãos acariciando o seu peito, enquanto seus lábios desciam numa trilha de fogo até a barra do short, que ela puxou levemente com os dentes, provocando-o. Ergueu novamente o olhar para ele, que parecia hipnotizado.


- E agora, que acha?


- Que isso pode ser até uma alucinação, contanto que não termine tão cedo!


Ela riu, e ergueu o corpo, deitando-se sobre ele e beijando-o. Depois de algum tempo, Sirius havia assumido o controle da situação. Sem saber exatamente como, ela viu-se deitada de costas, sua camisola baixada até a cintura, com Sirius acomodado entre suas pernas, enquanto beijava seus seios.


Perdida nas sensações que a invadiam, uma das mãos mergulhada nos cabelos dele, enquanto a outra acariciava suas costas, ela tentava reunir força de vontade para romper a conexão, interrompendo o interlúdio que saíra do controle.


Suspirando, ela ordenou o rompimento da conexão. Espantando-se, percebeu que esta se mantinha. Abrindo os olhos, deparou-se com os de Sirius, que erguera a cabeça para encará-la.


- Onde pensa que vai? - sua voz rouca estava repleta de malícia - Estamos apenas começando. - cobriu seus lábios num beijo ardente, enquanto afagava seus seios.


Kristyn tentava raciocinar - tarefa muito difícil em sua atual situação - e descobrir o motivo da sua falha. Tentou novo rompimento, e dessa vez percebeu. Estava lá. Uma forte barreira envolvia a conexão, impedindo seu rompimento. Uma barreira erguida por Sirius.


Ainda tentando romper a conexão, sentiu as mãos dele descerem até suas pernas, fazendo-as envolverem sua cintura, para depois fixarem-se em suas nádegas, puxando-a de encontro ao seu corpo, de uma forma muito íntima, que lhe mostrava exatamente o estado em que ele se encontrava - tão excitado quanto ela.


E então ela percebeu. Quando ele assumira o domínio da situação, passara a dominar também a conexão. Ela não conseguia rompê-la devido aos ataques dele aos seus sentidos. Quanto mais ele a sentia tentando acabar com a conexão, mais voraz tornavam-se seus beijos e suas carícias.


Precisava de um ataque surpresa aos sentidos dele, e simultâneo a uma tentativa de romper a conexão. E tinha que agir rápido, pois já tinham ido longe demais, e logo não haveria retorno.


Subitamente, num movimento decidido, Kristyn enfiou a mão em seu short, acariciando-o intimamente, o que o fez ofegar e baixar a barreira por tempo suficiente para que pudesse agir.


 


*********************


Acordando ofegante, Sirius socou o colchão, enquanto gritava mentalmente.


"Droga, Kristyn, volte aqui!!!"


 


*********************


Ao mesmo tempo, Kristyn acordava em seu quarto, tão ofegante quanto ele.


- Ufa, essa foi por pouco!!!


 


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