Táticas de Guerra - ou de Conq
CAPÍTULO III Táticas de Guerra - ou de Conquista?
- Ai, não, de novo não!
Ana riu ao ouvir a exclamação de Lilly. Já faziam três semanas do começo do ano letivo, e aquela cena se repetia com certa regularidade.
As três estavam descendo para o salão comunal, quase deserto àquela hora, já que mais uma vez tinham se atrasado para o café da manhã. Cortesia de Kristyn, que sentia dificuldade em se levantar cedo. E quais eram as únicas pessoas na Torre?
- Bom dia, meninas! - disseram, em uníssono, Tiago e Sirius, sorrindo. Lupin também as cumprimentou, mais timidamente. Pettigrew não estava por perto.
Lilly e Kristyn cumprimentaram Lupin e ignoraram os outros dois. A animosidade de Kristyn em relação a Sirius só fizera crescer desde que se conheceram.
- Bom dia, rapazes! - respondeu Ana, sorrindo para todos. Gostava deles. E entendia por que suas amigas ficavam nervosas perto deles. Olhou para Lupin e corou. Oh, entendia muito bem! - Por que ainda não desceram? - perguntou, fingindo inocência, enquanto atravessavam o retrato da mulher gorda.
- E por que mais seria, Ana? - perguntou Sirius, alegremente.
- Estávamos esperando as garotas mais bonitas de Hogwarts! - completou Tiago, fazendo-a rir, e as outras revirarem os olhos e apressarem o passo. Os dois as seguiram, deixando Ana e Remo para trás.
- Uma coisa ninguém pode negar.- comentou Ana, divertida - Eles são mesmo persistentes!
- Pode ter certeza disso! - respondeu Lupin, um pouco nervoso por estar a sós com ela.
- E então, Lupin, animado para mais uma aula de Adivinhação? - perguntou Ana, marotamente.
Foi a vez de Lupin revirar os olhos, fazendo-a rir. Ninguém gostava ou levava a sério aquela disciplina.
- É ridículo! Deviam retirar essa palhaçada da grade curricular! - exclamou, revoltado.
- Até que é divertido. A gente consegue saber a disposição da prof.ª pelas previsões que ela faz.
Remo não comentou que a disposição da prof.ª era o que menos o interessava. Estava satisfeito por poder estar com Ana. Ela era muito doce, e uma companhia muito agradável. Seguiram trocando idéias até o salão principal.
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- Lilly, ei, Lilly!
Tiago se apressava atrás de Lilly, que praticamente voava na direção do salão principal. Kristyn, passada a primeira onda de irritação, recusara-se a "cometer a indignidade" de fugir pelos corredores, e passara a caminhar normalmente, no que foi acompanhada por Sirius.
- Eu gostaria de saber quando foi que eu te dei intimidade para me chamar de "Lilly"! - exclamou irritada. Potter agora estava ao seu lado, acompanhando seu ritmo, aparentemente, sem esforço algum.
- Ontem à noite! - respondeu prontamente. - No sonho que tive de nós dois. Quer saber como foi? - perguntou, sedutor.
- Nada me faria mais feliz! - exclamou, sarcástica - Saber como eu figuro nos sonhos lunáticos da criatura mais arrogante que eu já conheci.
- Ah, mas eu não descreveria esse sonho como lunático, não - rebateu Potter, de um jeito pensativo. - A palavra que me vem a mente não é essa. Sabe por quê?
- Não faço idéia. - respondeu entediada.
- Por isso!
Ele agiu tão rápido, que quando Lilly se deu conta, ele já a prensava contra a parede do corredor.
- Ora, seu!...
Foi calada pelos lábios de Tiago, que a beijou ardentemente. Tentou esboçar algum protesto, mas logo as mãos que o empurravam, estavam acariciando e abraçando. Depois de alguns instantes, porém, conseguiu empurrá-lo, desferindo uma forte bofetada em seu rosto.
- Seu idiota!!! Nunca mais se atreva a uma gracinha dessas, senão eu juro que te transformo no verme que você é!!! - gritou e saiu em disparada, deixando pra trás um Tiago com sorriso de orelha a orelha, esfregando o rosto onde ela o atingira.
Ela ficaria ainda mais furiosa se visse o gesto de comemoração que ele fez.
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- Por que você insiste em forçar sua presença? - perguntou Kristyn em tom entediado - Não existem outras garotas nessa escola?
Sirius sorriu de forma arrogante. Agora que ela resolvera parar de correr, eles caminhavam lado a lado pelo corredor.
- Claro que existem. Mas são fáceis demais. Não representam nenhum desafio. - provocou ele.
Kristyn lançou-lhe um olhar irônico.
- É isso o que pensa que sou? Um desafio?
- E não é? - desafiou Sirius.
- Não, meu caro. - respondeu, com um olhar superior. - Sou uma meta inatingível.
Sirius riu com gosto e, num átimo, prensara-a contra a parede.
- Veremos! - sussurrou, aproximando o rosto do dela. Viu seus olhos brilharem ameaçadores um instante antes de receber um forte golpe nas suas "partes baixas". Com um gemido, caiu de joelhos, tentando recuperar o fôlego.
Ela deu a volta por ele calmamente, e inclinou-se ao seu lado.
- Como eu já disse, querido, uma meta inatingível - falou sedutoramente em seu ouvido. Soprou um beijinho em sua direção e virou-se, caminhando arrogantemente.
Tinha dado apenas alguns passos quando ouviu as suas costas "Vingardium Leviosa", e sentiu suas vestes erguendo-se. Segurou-as a tempo de evitar o pior, mas suas pernas ficaram totalmente expostas.
Voltou-se furiosa para o rapaz, que a observava avidamente, praticamente devorando-a com os olhos.
- Você me disse que, contanto que eu não tocasse, podia olhar à vontade! - defendeu-se, sorrindo maliciosamente.
- Seu... seu... cachorro!!! - gritou e partiu furiosamente, ouvindo a gargalhada de Sirius atrás de si.
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Pouco tempo depois, Sirius encontrou com Tiago, que o aguardava na entrada do salão principal.
- E então, Almofadinhas? Como foi? - perguntou Tiago, assim que viu o amigo - A Donovan passou por mim como um furacão.
- As coisas não saíram exatamente como eu imaginei - disse Sirius, displicentemente - Mas o saldo final foi muito positivo. E você, Pontas?
- Ah, foi exatamente do jeito que eu imaginei! - exclamou, sorrindo e passando a mão pelo rosto. Sirius acompanhou o gesto atentamente.
- Já sei - começou Sirius - Ela meteu a mão na tua cara!
- Foi. - concordou Tiago. - Mas valeu a pena!
Eles ainda estavam rindo quando, logo depois, chegaram a Ana e o Remo.
- Bom, se vocês estão tão bem-humorados, minhas amigas devem estar furiosas. - brincou Ana. - Acho melhor eu ir encontrá-las. Tchau, rapazes. Até mais tarde, Remo.
Depois que ela se afastou, eles se voltaram para Lupin, as sobrancelhas erguidas interrogativamente, os olhos brilhando maliciosos.
- O que foi? - perguntou Remo, de forma ríspida.
- Até mais tarde, Remo. - Tiago imitou a voz doce de Ana, e o olhar meigo que ela dirigiu a Lupin.
- Aí, Aluado! - provocou Sirius, dando um tapinha nas costas do amigo.
- Se deu bem, hein! - ajudou Tiago.
- Ah, vão caçar gnomos, vocês dois!
Remo foi irritado para o salão, seguido pelos amigos, que riam, felizes.
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