O Pedido
CAPÍTULO XXIV O Pedido
N/A: Galera, muito, muito obrigada pelos comentários!!! Ah, queria dedicar esse capítulo a Tonks, que é minha grande colaboradora (fica ouvindo minhas idéias loucas), e para Rafaela Black, que pediu cenas pós Hogwarts, sem saber que esse cap. já seria assim. Enfim, chegamos ao penúltimo capítulo, espero mesmo que gostem, não deixem de me dizer depois, ok?
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- O que você está fazendo aqui?
Lílian estacou no meio da sala do apartamento que dividia com as amigas.
- Eu moro aqui, esqueceu? - respondeu, irônica.
- Pensei que ia passar a noite com o Tiago. - retrucou Kristyn, tomando mais uma colher de sorvete de chocolate. Estava sentada numa das banquetas altas, um pote de sorvete aberto sobre o balcão que separava a sala da cozinha.
- As coisas não saíram conforme o planejado. - respondeu, sentando-se ao lado da amiga. - E você, não tinha saído com o Sirius?
- Posso dizer o mesmo que você. - respondeu, pegando outra colher e estendendo-a para Lilly - Aqui, pegue. Não há nada melhor para aplacar frustração sexual do que chocolate. Nada além de sexo, é claro!
- Você é terrível! - Lilly riu do jeito da amiga, sem dispensar o sorvete - E então, o que aconteceu?
- Levei o Black para assistir o novo filme do Harrison Ford, e ele ficou todo irritado com alguns comentários inocentes que eu fiz. - contou, com sua habitual pose displicente.
- Que absurdo, não é? - comentou Lilly, sarcástica. Conhecia bem os comentários inocentes da amiga. - Por que será que ele reagiu assim?
- Também não sei. Tudo o que disse foi que trocava dois de vinte por aquele de quarenta, e que por ele, dava casa, comida e roupa lavada. - falou como se fosse a coisa mais normal do mundo - Ele é muito sensível!
Lílian não conseguiu conter a gargalhada ao imaginar a cena. Naqueles seis anos desde que os amigos começaram a namorar, já presenciara aquilo muitas vezes. Sirius revelara-se muito possessivo, e Kristyn não resistia a provocá-lo, o que sempre resultava em brigas muito divertidas. A amiga, porém, não ficava atrás quando se tratava de ciúmes, mas sabia disfarçar bem, e ao invés de brigar, fazia o gênero de sempre, dizendo que deviam dar um tempo, que estava na hora de terminar, e blá blá blá, o que deixava Sirius louco. Pouco tempo depois, os dois estavam de novo se agarrando.
- Vocês dois não vão mudar nunca! - comentou, rindo.
- E você e o Tiago? Brigaram outra vez?
- Pra variar, não é? Acho que mesmo quando estivermos bem velhinhos, vamos continuar a brigar. - ficou com um ar pensativo - Acho que vai ser divertido acertar a cabeça dele com uma bengala.
Foi a vez de Kristyn rir. Foi assim que Ana as encontrou, aparatando pouco depois no meio da cozinha.
- Oba, noite das meninas, é? - foi logo se aboletando sobre uma banqueta, servindo-se de sorvete.
- Ei, não é assim não, viu? - protestou Kristyn, afastando o pote da prima - Isso aqui é exclusivo para mulheres que estão sofrendo de depressão, desilusões amorosas ou frustração sexual.
- E em qual das opções vocês se enquadram?
- E precisa perguntar? - retrucou Kristyn, indignada - Frustração, é óbvio!
- Você também, Lilly?
- Ora, Ana, você sabe que com todo esse trabalho que os Comensais estão dando a Ordem e ainda todo o serviço no Ministério, nós estamos sem tempo até pra conversar, quanto mais pro resto. - explicou Lílian, encolhendo os ombros - E quando conseguimos um tempinho para nos curtimos...
- ...eles brigam! - concluiu Kristyn, com ar resignado - Tem gente que não sabe mesmo aproveitar o seu tempo.
- Bom, só tenho a dizer que eu também tenho direito ao sorvete.
- Não!!! Você e o Remo brigaram?
- Ou também estão sem tempo para se divertirem? - perguntou Kristyn, maliciosa.
- Segunda opção. - Ana deu de ombros, com um sorriso sem graça.
- Sabe, essa guerra está acabando com nossas vidas amorosas. - comentou Lilly, estendendo o pote para Ana.
- Concordo, esse Voldemort deve ser bicha!
- Kristyn!!!
- É verdade! E bicha reprimido, por isso não quer ver ninguém feliz e atazana a vida de todo mundo! - discursou dramaticamente.
Mais uma vez as risadas foram interrompidos por alguém aparatando. Dessa vez era Marlene.
- Chegou a Sra. Inominável!!! - cumprimentou Kristyn, gesticulando para Marlene aproximar-se - Junte-se ao nosso clube. Estamos numa discussão filosófica sobre a natureza sexual do lord das trevas.
- O quê, Kristyn? - perguntou, confusa, a expressão muito cansada, enquanto jogava-se no sofá, de frente para as amigas.
- Deixa isso pra lá, Marlene. Como foi a ronda?
- Quase pegamos três deles, Ana, mas no último minuto conseguiram escapar. Pelo menos impedimos que matassem uma família de trouxas.
- Conseguiram descobrir as identidades? - perguntou Lílian, ansiosa.
- Tenho quase certeza que um deles era o Malfoy, mas não posso provar. - respondeu, desanimada. Voltou o olhar curioso para as amigas - Por que estão reunidas tão tarde?
- Segundo a Kristyn, estamos aplacando nossa frustração sexual com um pote de sorvete de chocolate.
- Isso, coloquem toda culpa em cima de mim! - Kristyn fingiu-se de indignada - Mas todas concordaram comigo, senão não ganhariam o sorvete!
- Bom, então tratem de me dar um pouco também.
- Não acredito!!! - a expressão de Kristyn era cômica - Nunca esperei isso de meu primo!!! Ah, a vergonha se abateu sobre minha família!!!
- Sem melodrama, por favor. Sabe muito bem que seu primo está sempre entre Londres e a Ilha, e parece que os Comensais sabem quando ele está em Londres, porque sempre me dão mais trabalho nessa época.
- Viram? Isso só vem corroborar a minha tese!
Novo estampido, e Alice surgiu em frente as amigas.
- O Frank é um idiota! - e desatou a chorar, ao que as amigas correram a tentar consolá-la.
Kristyn analisou o pote já quase vazio em suas mãos, com ar pensativo.
- Acho que vamos precisar de mais sorvete.
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- Então, foi isso. - Frank concluiu a narrativa, com um suspiro desanimado.
- Vamos recapitular, Frank: você chegou em casa, encontrou Alice em uma camisola super sexy, o quarto arrumado num cenário romântico e sensual, e pediu desculpas, alegando estar cansado?! - Sirius parecia prestes a bater no amigo.
- Sirius, eu estava chegando de uma jornada de 15 horas de trabalho! Tinha acabado de enfrentar um grupo de Comensais! Nem aquela poção do amor da Alice seria capaz de me animar! - Frank andava nervoso de um lado para o outro da sala, enquanto se defendia.
Estavam no apartamento que os amigos dividiam, no centro de Londres. Na verdade o apartamento era de Sirius, mas Tiago, Remo e Sebastian também moravam ali, dividindo as despesas. Pedro preferiu ficar na casa dos pais.
- Tudo bem, Frank, até aí dá pra fazer um esforço pra desculpar. - concedeu Sebastian - O que agrava mesmo a sua situação é você ter esquecido completamente o primeiro aniversário de casamento de vocês. - completou, tomando um gole da lata de cerveja que segurava.
- Se conheço bem a Alice, ela deve estar furiosa. – comentou Tiago, divertido.
- Se está! Eu não acabei de contar que ela me expulsou de casa?
- Frank, meu amigo, você é um idiota.
- Obrigado, Sirius, você é realmente de grande ajuda! - Sirius retribuiu o sarcasmo erguendo sua latinha num brinde - É uma pena que o Remo esteja na ronda, ele seria muito mais útil que você.
- Não ligue para esses dois, Frank. - interviu Sebastian, irônico - Eles não podem falar de ninguém, quando o assunto é esse. Pergunte por que estão aqui, quando deviam estar com as namoradas. - na mesma hora Sirius fechou a cara, enquanto Tiago desviava o olhar, envergonhado. Aquilo divertiu Frank.
- Parece que não sou o único idiota, hein?
- O Donovan fica aí cheio de gracinhas, - comentou Tiago - mas também não o estou vendo com sua namorada.
- Mas não por algum gesto idiota nosso, posso te garantir. Ela está trabalhando. Mas não fuja do assunto, Potter. Você não ia fazer o pedido hoje?
- Ia. - respondeu, observando triste a caixinha que tirara do bolso e agora rodava nas mãos - Mas quando estava prestes a fazer isso, começamos uma discussão idiota, não sei bem por que, e quando dei por mim, ela já tinha ido embora.
- Juro por Merlin que nunca vi casal mais complicado. - bufou Sebastian, impaciente.
- Acho que o que todos nós estamos precisando é de uma folga dessa loucura toda que está acontecendo no mundo bruxo.
- Você tem razão, Frank. - concordou Tiago, animado - Acho que podíamos arrumar um passeio em grupo amanhã, que tal?
- Ótima idéia, Tiago! - empolgou-se o outro - Alice pode estar zangada comigo, mas não vai rejeitar um inocente passeio entre amigos.
- Acho que nós podemos dizer o mesmo. - concordou Sirius. - Donovan, fale com as garotas para ver o que acham.
- Black, eu não sou um telefone, sabia? - retrucou, aborrecido - Além disso, elas não estão em condições de me ouvirem nesse momento.
- É verdade, elas devem estar bem deprimidas com essa situação toda.
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"Ah, ah, ah, ah
Yeah, shake it up baby
Twist and shout
Come on, come on, come, come on baby
Come on and work it on out
You know you twist, little girl
You know you twist so fine
Come on and twist a little closer
And let me know that you're mine
Well shake it, shake it, shake it, baby
Well shake it, shake it, shake it, baby
Well shake it, shake it, shake it, baby
Ah, ah, ah, ah"
Tiago quase não conseguia acreditar no que via de dentro da lareira. A música era ensurdecedora e as cinco garotas dançavam alucinadamente, rindo muito, brindando com algo que ele nem queria imaginar o que era, considerando-se a desordem que podia avistar na cozinha. Teve que gritar, até conseguir atrair a atenção de uma delas.
- Tiaguito, mi amore!!! - Kristyn parou em frente a lareira, parecendo mais louca que de costume, com a camiseta gigantesca de time de hóquei e as enormes pantufas de leão. - Veio pra nossa festa, foi? - ela continuava a se balançar no ritmo da música.
- Hã... na verdade, Kris, vim aqui em nome dos rapazes convidar vocês para um passeio em grupo amanhã. - Tiago arregalou os olhos ao ver Alice (que supostamente estava chorando em casa) virar um copo da bebida, soltando um grito animado quando começou outra música. Apontou para o copo na mão de Kristyn - O que é isso, afinal?
- Uma velha tradição da minha família, "Margaritas à meia-noite". Passeio amanhã, é? Ok, nós iremos.
- Não vai consultar as outras?
- Não, elas não estão em condições de responder nada agora. - fez um gesto de descarte, rindo - Amanhã, é só falar que elas concordaram.
- Quem sou eu para reclamar! - Tiago riu - Vê se não aprontam nada, viu?
- Pode deixar, e fala pro seu amigo nervosinho que por culpa dele tive que devorar litros de sorvete!
Sem entender bem o que aquilo significava, Tiago se despediu, divertindo-se ante a idéia de contar a Frank como sua esposa estava inconsolável.
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Como sempre, os casais logo se acertaram – afinal , com aquela guerra, não podiam desperdiçar o pouco tempo livre que tinham – e eles passaram um dia muito agradável, em um parque no centro da cidade.
- Você está muito sério. - comentou Marlene, acariciando o rosto do namorado. Estava sentada no colo do rapaz, que apoiava as costas no tronco de um carvalho. Os outros casais espalhavam-se pelo parque. - Pressente algo?
- E quando eu não pressinto? - retrucou, em tom resignado - Mas não vamos falar nisso, hoje o dia é apenas para coisas boas. - com essas palavras começou a percorres o pescoço dela com os lábios, seguindo até o lóbulo da orelha, que mordiscou.
- Coisas boas, é? - falou maliciosamente, arqueando o corpo para melhor aproveitar os carinhos dele, enquanto acariciava os cabelos negros do rapaz. - Então acho melhor procurarmos um local mais reservado.
- Srta. McKinnon, acho que você está me assediando...
- Vai me processar por isso? - retrucou no mesmo tom, fixando os olhos brilhantes de malícia nos dele.
- Vou pensar no assunto... - murmurou, antes de beijá-la com sofreguidão.
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- E então? Estou perdoado?
- Não sei... - Alice brincou, sentindo os braços do marido rodeando sua cintura, e o calor do seu corpo as suas costas. - Será que devo?
Frank a fez virar-se para ele, encarando-a intensamente.
- Sabe que eu te amo mais que tudo, não é, Alice? Eu não conseguiria viver sem você, e se tenho errado é porque...
- Chiiii.... - Alice pousou o indicador sobre seus lábios - Eu sei, Frank, não precisa ficar assim. É essa maldita guerra que estraga tudo. - ela o abraçou bem forte, pousando a cabeça em seu peito, enquanto ele acariciava seus cabelos.
- Um dia ela vai acabar, querida, - beijou-a com ternura - e nós vamos ser muito felizes, e poderemos criar nossos filhos em paz, você vai ver.
Ficaram assim, abraçados, aproveitando a paz daquela tarde de outono.
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- É tão bom ver todo mundo aqui, reunido.
- Estou ofendido. - protestou Remo, fingindo-se de magoado. Estava deitado sobre a toalha do picnic, um braço sob a cabeça, enquanto a outra mão traçava desenhos na perna da namorada, sentada ao seu lado. - Pensei que ficaria mais feliz em estar sozinha comigo.
- Deixe de ser bobo. - ela inclinou-se para beijar seus lábios suavemente - Sabe muito bem o que eu quis dizer.
- É, eu sei mesmo. - ele seguiu a direção do olhar dela, vendo os amigos espalhados pelo parque, rindo, brincando e namorando. Sorriu ao ver Kristyn pulando sobre as costas de Sirius, que rodopiou, espantando os pombos ali perto. Mais adiante, Tiago e Lílian dançavam alegremente, as folhas de outono caindo sobre eles, enquanto Alice batia fotos de todos. - Temos amigos maravilhosos, Ana. É uma pena não podermos aproveitar mais a companhia deles.
- Tenho esperanças que essa guerra acabe logo, Remo, e que possamos enfim viver o nosso "felizes para sempre". - apesar da tentativa de brincadeira, sua voz soou melancólica, e seus olhos tinham um quê de tristeza.
- Ei, hoje é um dia de alegrias, esqueceu? - Remo ralhou, puxando-a para junto de si, e abraçando-a com força - Hoje não existe nada além desse momento, dessa felicidade, e eu não quero saber de vê-la triste, ouviu, mocinha?
- Sim, senhor! - respondeu em tom militar, batendo continência. Riu quando Remo virou o corpo, dizendo que ia fazê-la pagar pela impertinência. Entregou-se aos beijos e carinhos, feliz em poder estar com ele.
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Tiago sentia-se feliz e nervoso ao mesmo tempo. Feliz por estar junto aos amigos e a mulher que amava, e nervoso porque se preparava para fazer a pergunta mais importante da sua vida. Rodopiou cada vez mais, afastando-se com Lilly em direção ao bosque ali perto. Logo estavam entre as árvores, protegidos da vista de qualquer pessoa, e ele sentiu-se jogado contra um tronco, e o corpo de Lilly pressionando o seu.
- Ótima estratégia de fuga. - comentou Lílian, beijando-o com ferocidade. Tiago rodeou-lhe a cintura, puxando-a mais para junto de si.
- Ei, você está ficando muito saidinha, sabia? - comentou, ofegante, quando interromperam o beijo.
- A culpa é sua, quem manda ficar brigando comigo quando já temos tão pouco tempo pra gente? - retrucou, beijando o pescoço do rapaz, fazendo-o arrepiar-se.
- Eu?! Eu briguei?! Essa é boa! Foi você que... - Tiago se interrompeu, percebendo que se continuassem por esse caminho, acabariam brigando de novo, e ele não queria isso. Ainda mais quando ela estava abrindo sua camisa e distribuindo beijos pelo seu tórax. - Vamos discutir isso depois. - determinou, virando o corpo e prensando-a contra o tronco, cobrindo seus lábios com um beijo voraz. A caixinha em seu bolso podia esperar mais um pouco.
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- É um cachorro.
- Não, já disse que é um coelho! Olha lá as orelhas!
Deitados lado a lado na grama, Sirius e Kristyn discutiam as formas das nuvens que passeavam pelo céu. Kristyn virou-se de lado, apoiando-se no cotovelo para observá-lo, as mão cruzadas sob a cabeça, a mesma expressão arrogante de sempre no rosto.
- Você só está vendo um cachorro porque acha que tudo gira a sua volta.
- E você só está vendo um coelho para não concordar comigo. - retrucou de pronto, observando-a com os olhos brilhantes.
- Você é irritante, sabia?
- Obrigado, você também. - ele brincou, segurando pensativamente uma mecha do cabelo dela, que tombara sobre seu peito - Quando nós vamos parar de discutir, hein?
- Acho que não nessa vida. - respondeu rindo, deitando sobre o peito dele. - Afinal, é bem mais divertido assim.
- Você é maluca. - ele concluiu, em tom resignado. - Deixa eu sentar, quero te mostrar uma coisa.
Os dois sentaram-se um de frente para o outro, e Sirius tirou um pequeno embrulho do bolso, entregando-o a ela.
- Eu ia te dar isso ontem, mas você preferiu o coroa.
- Ciumento. - respondeu, desembrulhando rapidamente o presente. - Que lindo, Sirius!
Era uma coração de ouro branco, pendendo de uma corrente do mesmo material. A peça era muito simples, e ao mesmo tempo, encantadora. Era óbvio o talento do ourives que a fizera.
- Abra-o. - obedeceu o pedido, e pequenas estrelas de diamantes flutuaram numa órbita acima do coração - Essa é a constelação do Cão Maior, e aquela - ele apontou para a estrela mais brilhante - é a estrela Sirius. - ele fixou o olhar no dela - Agora vou estar sempre no seu coração. - concluiu, sorridente.
- Há muito tempo que você está, seu bobo. - retrucou, puxando-o para um beijo emocionado.
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- Lilly, precisamos conversar. - Tiago interrompeu o beijo, a contragosto.
- Você escolhe cada hora pra ficar falando... - Lílian suspirou, brincalhona, abraçando-o carinhosamente, enquanto inspirava seu perfume. Adora o cheiro dele.
- Desse jeito você me desvia do meu caminho... - foi a vez dele suspirar, enquanto acariciava os cachos acaju que tanto o fascinavam.
- Ok, ok, vou me comportar. - respondeu ela, afastando-se com as mãos erguidas, em rendição - Estou curiosa para saber o que de tão importante você tem a me dizer.
- Bem, é que... eu... - Tiago atrapalhou-se com as palavras, passando a mão nervosamente pelos cabelos já revoltos. Respirou fundo, tentando se acalmar, e levou a mão até o bolso onde estava a caixinha. - Lílian Evans, você quer...
Foram interrompidos pela voz de Ana, que os chamava em tom de urgência. Correram de volta para junto dos amigos, que já estavam todos reunidos, e pelas expressões, algo tinha acontecido.
- Vários ataques simultâneos. - explicou Sebastian, quando se aproximaram - Nossas forças estão divididas, e precisam de reforço urgente.
- É só dizer onde. - disse Sirius, já preparado para batalha.
- A situação mais crítica - começou Sebastian, com um olhar estranho para Tiago - É na Mansão Potter.
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O lugar que Tiago sempre chamara de lar estava um verdadeiro inferno. A mobília fora completamente vandalizada, e havia fogo em algumas janelas. Mas o pior foi encontrar os corpos de seus pais, imobilizados, obviamente atingidos pela Maldição Avada Kedavra.
- Não!!!! - ele abraçou o corpo da mãe, tentando conter a dor que o atravessava.
- Que cena tocante! - soou uma voz debochada a suas costas. Olhando em sua direção, viu um grupo grande de Comensais, todos parecendo muito satisfeitos. Tiago ergueu-se, tomado pela fúria.
- Vocês vão se arrepender por isso! - bradou, empunhando sua varinha.
- Acho que não, Potter. Você está sozinho, contra muitos de nós. - mal ele terminou de falar, várias pessoas aparataram na sala.
- Ele não está sozinho. - retrucou Lílian entre dentes, colocando-se ao lado do namorado, a varinha já em posição de ataque.
- Isso mesmo, ele só se adiantou um pouco ao resto de nós. - completou Remo, pronto para iniciar o combate.
O que não demorou a acontecer. Em pouco vários jatos verdes e vermelhos cruzavam a sala, e os outros aposentos por onde a luta se estendia. Surpreendidos pelo número de adversários, os Comensais logo perceberam que a situação não mais lhes era favorável, e se preparavam para bater em retirada, quando algo mudou.
Tiago acabara de estuporar o Comensal com quem duelava, e voltou-se, dando de frente com Voldemort em pessoa. Alto, magro e encapuzado, sua medonha cara ofídica pálida e magra, seus olhos vermelhos de pupilas verticais encarando-o.
- Então, nos encontramos outra vez, Potter. - sibilou, com evidente prazer.
- Tiago! - Lílian correu para junto dele, pronta para ajudá-lo na luta.
- Ora, e a bela Lílian também, como esse mundo é pequeno, não? - ele era puro deboche, enquanto prolongava o momento em que atacaria os dois - Essa é, deixe-me ver, a terceira vez que temos o prazer de nos encontrar?
- O prazer é todo seu, demônio desprezível! - rebateu Tiago, furioso.
- Deveria aprender a ter mais respeito, Potter. - falou, sério dessa vez - Aliás, deveria criar juízo, e ficar do meu lado nessa guerra.
- Eu prefiro morrer.
- Que seja. - retrucou, erguendo a varinha para atacá-los, mas Tiago havia transfigurado uma pesada mesa de estanho, transformando-a em escudo, que conseguiu bloquear o feitiço, ficando em pedaços, ao mesmo tempo em que Lílian o atacava com um poderoso feitiço, o qual foi bloqueado sem esforço aparente. Voldemort atacou novamente, mas dessa vez seu feitiço foi bloqueado por um escudo invisível. Ele bufou, impaciente - Dumbledore, seu velho louco, deixe seus pupilos me enfrentarem!
- Eles já fizeram isso, Tom. - respondeu calmamente, como se estivessem numa sala de aula - E viveram para contar, ao contrário do que você costuma dizer sobre seus oponentes. E viverão mais uma vez. - voltou-se para os dois - Saiam daqui. Agora! - completou, ao ver que iriam argumentar.
Eles obedeceram, no exato instante em que um jato verde cruzou o espaço onde estavam.
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Eles aparataram no apartamento de Lílian, ofegantes. A garota logo voltou-se para o namorado, muito preocupada. Afinal, ele acabara de perder os pais, e ainda enfrentara grandes perigos.
- Fale comigo, por favor, Tiago.
Tiago ficou olhando-a em silêncio, vendo sua ansiedade, sabendo o que ela estava pensando, e no que ele devia estar pensando. Mas olhando para aquele rosto tão amado, que poderia ter perdido para sempre naquela noite, só uma coisa vinha a sua mente.
- Quer casar comigo?
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N/A: E então, o que acharam? Bom, esse cap. era pra ficar maior, mais abreviei, senão não acabava a tempo. O próximo é o último, e junto com ele vou publicar o primeiro cap. da continuação. Bjks.
P.S.: pela penúltima vez: Pelo amor de Deus, comentem!
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