A nova aluna
Capítulo I – A nova aluna
Era uma manhã mormacenta, e se alguém estivesse na estação de Kings Cross nas primeiras horas do dia, poderia ver uma garota estranha e solitária, parada entre as plataformas 9 e 10.
A única pessoa que havia reparado na presença da garota era um guarda gordo e mal-humorado, chamado Sr. Whittier. O Sr. Whittier era um homem sério e se orgulhava disso. Levava uma vida absolutamente normal, e repudiava tudo o que fosse estranho ou fugisse de seu controle. Jamais havia deixado que coisas suspeitas acontecessem na estação, mas certamente, hoje alguma coisa estava fugindo à sua atenção. A plataforma estava cheia de pessoas esquisitas, com roupas absurdamente ridículas, e havia também a tal menina, olhando distraidamente para o relógio. Ela parecia normal, mas ainda sim ele sentia que alguma coisa diferente envolvia aquela menina. “Mas que bobagem” disse o senhor Whittier para si mesmo. “O que uma garota de 16 anos pode ter de suspeito?”
Mandando a educação às favas, ele se aproximou da menina com um ar muito eficiente e armou seu rosto com a expressão mais ameaçadora que alguém que pesa mais de 150 quilos pode ter.
_Olá, eu poderia ajudá-la?
Para a sua surpresa, a garota sorriu docemente.
_Sim, obrigada – disse ela alegremente –, você pode me dizer como eu faço para chegar à plataforma 9 e ½ ?
O Sr. Whittier arregalou os olhos. Seu dia não estava sendo bom, decididamente: Ele havia brigado com a esposa, e o seu chefe andava nervoso com ele, além de que já haviam passado por ali vários jovens perguntando pela tal plataforma. Arruaceiros, certamente, e ele fazia questão de expulsá-los um por um.
_Não há nenhuma plataforma 9 e ½ aqui – disse ele entre os dentes – e aconselho que você vá embora se está pretendendo fazer alguém aqui de bobo.
_Eu não tenho a intenção de fazer ninguém de bobo – disse ela rindo – Eu apenas pensei que você tinha me oferecido ajuda.
O Sr. Whittier estava realmente irritado. Que espécie de afronta era aquela?
_Por favor, moçinha, retire-se ou eu serei obrigado a chamar o juizado de menores – grunhiu ele, brandindo o dedo ameaçadoramente em direção à garota, já um tanto alterado.
Ele apontou para a outra extremidade da estação, e colocou as mãos na cintura. Olhou para a garota, e viu que ela havia se levantado. Ela já não sorria, e pela primeira vez parecia pouco confiante. Sem nem mais uma palavra, ela pegou a sua pesada mala e saiu, pisando duro.
O Sr. Whittier olhou satisfeito. Ele odiava arruaceiros. Mas a menina havia se afastado apenas alguns passos, quando um garoto ruivo surgiu (até hoje o Sr. Whittier se pergunta de onde) e agarrou a garota brutalmente pelo braço, conduzindo-a em direção ao coletor de ingressos entre as duas plataformas. O Sr. Whittier olhou curioso. Certamente eles iriam colidir contra a sólida parede de tijolos, e ele estava ansioso para ver. Mas um grupo de turistas (malditos sejam!) passou pela plataforma, e impediu o velho homem de ver o que quer que fosse. Assim que os turistas foram embora, o Sr. Whittier esticou o pescoço, pressuroso, esperando ver aqueles dois provavelmente caídos no chão devido à colisão contra a parede de tijolos. Mas não havia ninguém na plataforma.
~*~*~*~
O que aconteceu foi o seguinte: Ronald Weasley, o tal garoto ruivo, vinha vindo pela plataforma junto com sua irmã e sua mãe, quando viu o guarda brigando com a garota. Quando ela saiu andando, ele foi atrás dela, e a guiou através da parede de pedra até a plataforma 9 e ½ , onde o expresso de Hogwarts estava parado. A garota estava muito assustada, primeiro por ter sido simplesmente arrastada por um garoto que ela nem conhecia, e segundo por que Rony havia segurado em seu braço de maneira muito forte, de modo que um feio hematoma podia ser visto na pele clara da garota.
_Meu deus aquele guarda não estava no seu normal – disse ela distraída, até que viu Rony ainda segurando o seu braço – Hei, por que você fez isso, você podia ter me machucado, sabia? Aliás machucou – comentou ao ver as marcas dos dedos do garoto na sua pele.
Rony soltou o braço da menina, e abriu os braços em atitude defensiva. E foi então que a garota percebeu a placa sobre a sua cabeça, que indicava claramente “plataforma 9 e ½”.
_Ah, então você também é um bruxo?! – perguntou ela parecendo ligeiramente surpresa, já esquecida do hematoma – Você pode me explicar como se faz pra entrar nessa plataforma maluca?
Rony suspirou, resignado.
_Olha – disse ele, como se estivesse falando com uma garotinha de três anos, adorável porém teimosa –, tá vendo aquela parede ali? É só você sair correndo e atravessar ela – e ele fez um gesto como que o de alguém pulando numa piscina. Então aquela terrível e falsa amabilidade sumiu de seu rosto, e ele disse com a voz um pouco alterada – Você é maluca? Já viu o jeito com que falou com aquele guarda, caramba, é normal que ele tenha ficado tão irritado! Por favor, da próxima vez não aja feito uma idiota, se não fosse eu você estaria perdida.
A garota não gostou da ênfase que ele deu à palavra eu.
_Não precisa ser grosso!– rebateu a garota – Ninguém pediu pra você bancar o herói, certo?Eu estaria melhor se você não tivesse feito questão de esmagar o meu braço, é bom aprender a ser gentil às vezes!
O garoto revirou os olhos, impaciente.
_ É bom aprender a ser grata às vezes. Maluca... – Ele fez um gesto obsceno e saiu pisando duro.
A garota sacudiu a cabeça, incrédula, e pegando a sua mala entrou no grande trem escarlate.
Vários jovens já haviam entrado no trem, e a plataforma estava repleta de pais despedindo-se de seus filhos. A garota gostaria que seus pais estivessem ali também. Arrastando sua mala com dificuldade, foi andando pelos vagões em busca de uma cabine vazia. Ao chegar no último vagão, a bruxinha constatou que não restava mais nenhuma cabine desocupada, então munindo-se de coragem bateu na porta de uma cabine que estava ocupada por quatro pessoas.
_Com licença – disse ela envergonhada –, as outras cabines já estão cheias, será que eu poderia me sentar aqui com vocês?
Os ocupantes da cabine se entreolharam por uns instantes, e depois assentiram com a cabeça. Uma garota de longos cabelos ruivos se levantou e com dificuldade ajudou a posicionar a pesada mala.
_Meu nome é Annie Wenddel - disse a garota ao se sentar, e em seguida foi apresentada a todos os outros que estavam na cabine.
A garota ruiva que havia a ajudado a guardar a mala se chamava Gina Weasley, e ao seu lado estava sentado um garoto de cabelos negros e rebeldes chamado Harry Potter. Os outros dois era um garoto gorducho chamado Neville Longbotton e uma menina loira de olhos azuis e saltados que se chamava Luna Lovegood. Luna estava olhando para Annie com um interesse constrangedor, o que fez a menina desviar o olhar para fora da janela.
_Você é nova aqui. – disse Luna, mais constatando do que perguntando.
_Hum, é, sou – respondeu Annie confusa.
Gina resolveu entrar na conversa.
_Bem, o que a Luna quis dizer é que você não parece ser uma novata, afinal já tem a minha idade, eu acho... Em que ano você está? – perguntou ela gentilmente.
_No sétimo ano, eu não sou uma novata mesmo... – respondeu Annie rindo – eu venho de outra escola de magia, a Wax Flynder. Na Finlândia – acrescentou ela, perante os olhares inquisidores de todos.
_Eu sei que escola é essa! – exclamou Neville, batendo palmas – meu tio avô Auntie estudou lá, quando minha bisavó morava na Finlândia.
Annie sorriu timidamente.
_É uma escola pequena, nem se compara a Hogwarts, mas eu gostava de lá.
_Mas por que você mudou para Hogwarts, tão adiantada? Seus pais mudaram pra Inglaterra? – falou Harry
Annie suspirou, como alguém que vai começar uma longa história.
_Eu não tenho pais – disse ela com a voz pesarosa –, morava num orfanato especial para bruxos e bruxas órfãos. Era um bom lugar, mas nada é capaz de substituir uma família, mesmo... Meus pais morreram quando eu era um bebê, quando Vold... Você-sabe-quem estava no ápice do seu poder. Eu vivi com a minha avó paterna até os cinco anos, ela era uma mulher extraordinária, mas era muito velha e mal tinha condições de cuidar de mim. No dia do meu aniversário, ela caiu doente, e foi internada no hospital da região. Sem ter mais onde ficar, eu fui enviada por uma assistente social do ministério para o orfanato Sir. Nicholas de Mimsy-Porpington para Bruxos e Feiticeiros.
“Eu cresci lá – continuou Annie –, e como já era de se esperar, ao completar 11 anos recebi a carta de convocação para a escola de magia. E nos seis anos que se seguiram minha vida foi assim: Passava o ano todo na Wax Flynder, e nas férias de verão ia para o orfanato. No ano passado, mais ou menos na metade do segundo semestre, recebi uma carta do diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, me convidando para ir estudar na sua escola. Conversei com o diretor da Wax Flynder, Rudolph Canfield, e ele me autorizou a mudar para Hogwarts. Não precisaria mais viver em orfanatos, lógico, já completei 17 anos. Assim, quando o ano letivo na minha antiga escola acabou, eu fui autorizada a usar a rede de flu para chegar até Londres, e me hospedei no “Caldeirão Furado”, até o dia do início do ano letivo. Ainda não tenho a mínima idéia do que vou fazer depois desse ano em Hogwarts, mas pretendo continuar morando aqui em Londres, já que não tenho família nenhuma...
_Como assim – admirou-se Harry –, o próprio Dumbledore enviou uma carta convidando você para estudar em Hogwarts?
Annie confirmou com a cabeça.
_Mas por quê? – perguntou Gina – Você podia simplesmente ter continuado na Wax Flynder...
_Bem... – Começou Annie – Eu não gosto de ficar alardeando isto, mas o caso é o seguinte: meu pai era descendente direto de Godric Griffindor. Quando se casou com a minha mãe, que é trouxa, mudou-se, e as pessoas nunca mais ouviram falar dele. Foi como se ele tivesse sumido no mapa. Lógico, eles não haviam simplesmente sumido, mas pouca gente sabia que eles haviam sido assassinados após o meu nascimento. Há anos Dumbledore estava procurando o último herdeiro de Griffindor, até que soube que meus pais haviam morrido. Foi um choque quando souberam que um dos últimos herdeiros de um dos fundadores da escola estava morto. Durante anos foi desconhecido o fato de que havia ainda uma herdeira viva... Até que Dumbledore me encontrou, através de Rudolph Canfield – concluiu a garota.
_Meus pais também foram assassinados por Voldemort – falou Harry de repente.
Os olhos de Annie se estreitaram e ela fitou longamente o garoto.
_Eu sei que você é... – disse ela – Você é o menino Potter, o menino que sobreviveu, lógico, mas eu não tinha ligado a pessoa ao nome... Lamento pelos seus pais...
Não houve resposta pela parte de Harry. O garoto simplesmente segurou mais forte a mão de Gina, e fechou a boca, segurando todo o tipo de palavras de ódio que poderiam escapar dela. Ódio por aquele homem que havia destruído a vida de tantas pessoas inocentes. Neville, Annie, ele mesmo, haviam todos sido afetados de alguma forma pelos terríveis atos de crueldade daquele que se autodenominava o Lorde das Trevas. Harry sentia-se cada vez mais seguro de sua missão, a missão de resgatar as horcruxes e destruí-las uma por uma.
~*~*~*~
De certo modo, alguma intimidade já havia se estabelecido entre os ocupantes daquela cabine. Depois de toda aquela conversa séria, alguns minutos de tensão haviam se seguido, mas agora o sol estava se mostrando por trás das nuvens, banhando a todos com uma gostosa claridade dourada. Quando a bruxa que levava o carrinho de doces passou pela cabine deles, todos compraram o máximo podiam agüentar, com exceção de Annie. Ao perguntarem o motivo, ela encolheu os ombros e disse:
_Não tenho dinheiro algum. Para poder comprar os livros da escola, usei o dinheiro de um dos cofres de Hogwarts, mas eles liberaram apenas uma quantidade mínima para comprar alguns livros de segunda mão, vestes usadas e um conjunto para a fabricação de poções...
Antes que Annie pudesse protestar, Gina, Harry e Neville já haviam colocado vários doces no colo da garota. Annie rira constrangida, mas aceitara agradecida a oferta dos colegas.
Em certa altura da manhã, ouve uma batidinha na porta e a cabine foi invadida por mais duas pessoas: a primeira era Hermione Granger, e a segunda, para o horror de Annie, era Rony.
Eles se jogaram em seus assentos, exaustos, e se puseram a devorar alguns sapos de chocolate. Gina apresentou os garotos a Annie. Hermione a cumprimentou educadamente, mas Rony olhou para ela mortificado.
_Ah não.
Annie revirou os olhos.
_Já está mais calmo ou vai continuar dizendo grosserias? – disse ela com certo sarcasmo.
Gina olhou de Rony para Annie, espantada.
_Você já conheceu a Annie, Rony? – perguntou ela.
Rony não respondeu; estava muito ocupado olhando para Annie com os olhos apertados e a boca contraída.
_Já, já nos encontramos – falou Annie, tentando cortar o desconforto.
Gina percebeu que os dois tinham se estranhado, e rapidamente desviou de assunto, apresentando Annie melhor para Hermione. Hermione não parava de pedir detalhes sobre a vida de Annie, de modo que no prazo de meia hora já seria capaz de escrever uma biografia completa da garota.
_Quer dizer então que você veio da Wax Flynder? Há um capítulo inteiro em “Hogwarts, uma história” dedicado às relações entre essas duas escolas.
Annie sorriu surpresa.
_Então você também leu “Hogwarts, uma história”! É uma das únicas pessoas que eu conheço que já leu.
Hermione riu gostosamente, afinal Harry e Rony sempre haviam perturbado ela por ter lido esse livro, e agora ela encontrava outra pessoa que lera também.
_Como se isso mudasse alguma coisa... – murmurou Rony.
_Ronald, quando você invoca com alguém, realmente fica muito irritante e chato. – retrucou Hermione impaciente.
Gina tentava a todo custo manter a conversa em níveis adequados.
_Não ligue Annie – disse ela –, pode não parecer, mas o Rony é uma ótima pessoa... – e aqui lançou para o irmão um olha como se dissesse “me contradiga e morrerá”.
Hermione emendou impaciente:
_Ótimo Gina, só falta dizer agora que ele é uma pessoa sensível e atenciosa. Sensível como um hipogrifo e atenciosa como um rabanete.
Depois dessa, todos caíram na gargalhada, até mesmo Gina e Rony.
~*~*~*~
Já havia escurecido, e uma chuva fina e insistente caia quando o Expresso de Hogwarts finalmente chegou à estação de Hogsmead. Os alunos desceram do trem apressados, e puxando a capa sobre a cabeça, se dirigiram à tropa de carruagens que os levariam até os portões da escola.
Harry, Gina, Annie, Rony e Neville correram para pegar suas carruagens. Hermione, como monitora-chefe (ela ganhara o cargo neste ano) teve de ir em outra carruagem, guiando o grupo.
Harry já havia se acostumado à visão dos testrálios, os terríveis cavalos reptilianos que puxavam as carruagens da escola, mas para Gina e Rony era uma novidade assustadora. Eles não cansavam de apontar para as criaturas, e fazer comentários como “Por Merlim, como eu tive coragem de voar em um desses” ou “Seria mais agradável se fossem hipogrifos”. Empenharam-se ao máximo em explicar para Annie a aparência dos animais, mas acabavam se atrapalhando, em meio a gestos e exclamações.
Então, após alguns minutos de viagem, as carruagens pararam todas enfileiradas, perante os portões da escola. Annie desceu da carruagem e olhou boquiaberta para o enorme castelo, com suas torres e torrinhas.
Hogwarts se abria para ela pela primeira vez.
~*~*~*~
Parte 2
~*~*~*~
Capítulo II – A Seleção.
Os alunos entraram no salão principal fazendo grande estardalhaço. Todos aproveitavam para cumprimentar os amigos, que não viam há tempos, e havia um barulho de conversa ensurdecedor.
Todos se sentaram à mesa, e como de praxe, a professora McGonnagal veio trazendo o banquinho de três pernas com o chapéu seletor em cima.
A porta do salão principal se abriu com estrondo, e por ela veio avançando o meio gigante Hagrid, conduzindo os alunos do primeiro ano. Um pouco mais atrás, vinha Annie, parecendo maravilhada com o castelo.
_Os alunos do primeiro ano... – anunciou McGonnagal.
Os novatos pararam em fila. O barulho no salão caiu imediatamente, e todas as atenções se voltaram ao chapéu.
De repente, o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca, e o chapéu começou a cantar:
“Quando os quatro eram um só,
E a união era perfeita,
A harmonia que reinava em Hogwarts
Parecia que nunca seria desfeita.
Pois bem,
Se quatro amigos com um mesmo ideal
Se unissem para concretizar o sonho
Como haveria de ter um final?
Mas, como tinha de ser,
A harmonia e a união começaram a perecer.
Disse Slytherin: - ensinaremos os de sangue puro.
Disse Ravenclaw: - ensinaremos os de mente aguçada.
Disse Griffindor: - ensinaremos os justos e corajosos.
Disse Huffle-Puffle: - ensinaremos a todos, como iguais!
E assim foi feito
Cada fundou a sua própria casa
E ensinava de acordo com seu conceito.
Até que o astuto Salazar
Resolveu o grupo deixar
E a harmonia que fora perdida
Jamais seria reconstituída.
Mas escutem: ainda podemos a essa história dar
Um final de que se orgulhar
Por isso eu digo: Unam-se! Fortaleçam-se!
Pois é de dentro que o mal vem
E quando as quatro forem novamente uma só
(e eu sei que esse dia virá)
Os Fundadores de seu sono eterno irão acordar
E sorrindo, contentes dirão:
Agora sim, há do que se orgulhar!
Vamos agora à seleção.”
O salão inteiro prorrompeu em aplausos, quando o chapéu terminou de cantar.
_Dessa vez ele se caprichou nas rimas – Cochichou Rony no ouvido de Harry.
Harry concordou sério.
_Mas o que será que ele quis dizer com “Os Fundadores de seu sono eterno irão acordar”? –indagou ele.
Rony deu de ombros, e apoiou os cotovelos na mesa para assistir a seleção.
Os novatos iam experimentando o chapéu, e logo a fila já havia se diminuído muito. Só depois de todos os alunos do primeiro ano terem sido selecionados, chegou a vez de Annie. A professora McGonnagal levantou-se e anunciou para todo o salão ouvir:
_Essa é Annie Wenddel, ela vem de outra escola ela irá passar o resto do ano letivo conosco. – em seguida, fez um aceno com a cabeça e Annie avançou em direção ao chapéu. Comparada aos outros alunos que já haviam passado pela seleção, ela parecia um tanto deslocada, por ser mais alta que todos.
Annie se sentou no banquinho. Mal o chapéu havia tocado em sua cabeça, e já anunciou para o salão inteiro:
_Grifinória!
Annie saiu correndo, e se sentou entre Gina e Hermione, sorrindo alegremente.
Quando estavam todos acomodados, a professora McGonnagal levantou-se. O burburinho cessou imediatamente.
_Bem vindos a mais um ano em Hogwarts. – disse ela – Primeiramente, gostaria de apresentar o novo membro de nossa equipe – Ela fez um gesto indicando uma jovem de cabelos rosa-chiclete sentada na outra extremidade da mesa. – Vamos saudar a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, Ninfadora Tonks.
Uma grande ovação se seguiu, quando Tonks se levantou e acenou para todos animadamente. Harry, Gina, Rony e Hermione, em particular, aplaudiram muito entusiasticamente, assobiando e dando vivas. Quando foi se sentar novamente, derrubou uma grande taça de hidromel, tingindo a branca toalha de linho com uma cor dourada.
A professora McGonnagal esperou os estudantes se acalmarem, e tornou a se levantar.
_Eu estarei substituindo o professor Dumbledore no cargo de diretora – disse ela, com a voz pesarosa. Ela fez uma pausa antes de continuar, com a voz já mais animada. – Bem, então... Ao banquete!
Com um grande OHHHH de apreciação, as travessas de ouro de repente se encheram de comidas e mais comidas.
Durante o banquete inteiro, Annie não fez outra coisa senão conversar com o mui digníssimo fantasma da grifinória. Rony cutucou Hermione e apontou, rindo do modo com que Annie se assustou quando Nick quase-sem-cabeça mostrou o porquê de ser digno deste apelido. Já Hermione achou muito engraçado quando Annie disse que existia um orfanato com o nome do fantasma.
_Eu sou uma pessoa de grandes feitos – gabou-se Nick, com ares de importante –, não me admira...
Nesse momento, Rony entrou na conversa.
_Mas por que então decidiram decapitar o senhor? – perguntou, com a voz debochada, sem ligar para o pisão que Hermione deu-lhe no pé – quantos homens importantes costumam ser decapitados?
_Pessoas importantes costumam despertar a inveja dos outros. – disse ele, e pedindo desculpas à Annie, saiu flutuando majestosamente e foi se sentar perto de Harry.
_Esse nick é muito dado à gabolices – comentou Rony, sem ver a careta que Annie fez quando ele virou as costas.
Quando todos já estavam com as barrigas inchadas de tanto comer, a Professora Mcgonnagal levantou-se, e o burburinho cessou imediatamente.
_Só mais uma palavrinha antes de vocês subirem – disse ela. – Este ano teremos normas mais rígidas referentes à segurança do castelo. – ela elevou a voz, perante o muxoxo geral que percorreu o salão. – Não será permitido que os alunos (nem mesmo os do sétimo ano) permaneçam fora de suas salas comunais após as dezenove horas. As visitas a Hogsmead terão seu horário reduzido, ocorrendo somente das quatorze horas até as seis.
A professora fez uma pausa, indicando que as novas providências de segurança eram somente aquelas.
_O senhor Filch pediu para lembrar a todos que não é permitido praticar mágica nos corredores durante os intervalos das aulas. Os alunos do primeiro ano devem observar que não é permitido passeios pela floresta de nossa propriedade, e faria bem a alguns dos nossos estudantes mais antigos se lembrar desta proibição.
A professora McGonnagal já ia dispensar os alunos, quando de repente Tonks se levantou de sua cadeira e pediu a palavra.
_Na minha época – disse ela, passando a mão nos cabelos rosa-chiclete – Era tradição de Hogwarts cantar o hino da escola no banquete de abertura.
Ela passou os olhos pelos alunos. Vários deles estavam empolgados, afinal não se cantava o hino da escola havia seis anos.
_Eu acho – continuou Tonks, limpando a garganta – que nós devíamos continuar a tradição, como homenagem a Dumbledore.
A professora McGonnagal assentiu com a cabeça, e Tonks fez um pequeno aceno com a varinha e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.
E a escola toda entoou em altos brados:
“Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos as cabeças precisadas
De idéias interessantes
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena
Faça lembrar o que já esquecemos
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.”
A escola toda estava emocionada quando terminaram. Parecia que novamente a escola era uma só, sem a divisão entre as casas. Tonks regeu animada os últimos versos, e aplaudiu muito alto quando terminaram.
Enfim, todos os alunos subiram para os seus dormitórios.
“Ah, a música” pensava Annie, enquanto subia uma escada “uma magia que transcende todas as que fazemos aqui...”
~*~*~*~
N/A: Bom, primeiro capítulo no ar, espero que vocês gostem. O próximo naum sei quando, mas acho que até segunda feira...
eu sei que o cap fico muito grande, por isso eu dividi em duas partes. Eu ia separar em dois capítulos, mas naum ficou muito bom, enfim, espero que vcs gostem
Vlw Babi que me ajudou com a canção
Comentem, galera, vcs naum sabem como estimula quando vcs comentam...
beijos...!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!