A Carta de Rony
Era um dia perfeitamente normal. Harry ainda estava deitado, com a cabeça enfiada no travesseiro. Sua cicatriz formigava desconfortavelmente. Ele passava a mão sobre a testa e a cicatriz doía ainda mais. Voldemort estava por perto? Estava amanhecendo. Edwiges havia saído para caçar e ainda não havia voltado. Havia muitos esqueletos de animais pequenos na gaiola da coruja branca. Ele conseguia ouvir os pingos de águas caindo do telhado, já que uma hora antes havia chovido. Tia Petúnia ainda estava dormindo e pelo que Harry pode notar, Tio Válter havia se levantado. Podia ouvir alguns sussurros dele e alguma palavras extremamente grosseiras. Duda ainda dormia. Era fácil indentificar isso, pra começo de conversa, ele roncava. E muito. Harry se levantou sem fazer barulho, sentou-se na frente da janela e apoiou o rosto na mão. Apertou os olhos e conseguiu ver que um pássaro extremamente branco voava piando alegremente. Edwiges estava chegando. Harry silenciosamente abriu a janela e deixou a coruja entrar. Ela pousou sobre a gaiola e deixou cair um rato morto.
-Isso é muito nojento.-comentou Harry com a coruja que piou baixo.
Edwiges com o bico, abriu a gaiola e entrou com o rato no bico. Harry teve que desviar o olhar daquele canibalismo. Olhou pela janela. Começou a chover de novo. Se vestiu e sentou-se na cama. Olhou de novo pela janela. Uma coruja mínima estava batendo com o bico no vidro da janela. Harry se levantou e abriu a janela. A pequena coruja voou pelo quarton deixou cair uma carta e foi se sentar em cima da gaiola de Edwiges que a olhava de um jeito ameaçador.
-Píchi!-disse Harry animado.
Ele pegou a carta, abriu-a devagar e a leu.
"Harry, eu e meus pais vamos buscá-lo aí amanhã. Esteja pronto. Espero que o Píchitinho tenha conseguido chegar a tempo. Hermione está aqui. Um abraço. Rony."
Harry ficou super animado. Guardou a carta, e arrumou o malão. Foi obrigado a tirar os pequenos esqueletos da gaiola de Edwiges que pela cara da coruja, não gostou nada dessa história de ter que viajar e a gaiola ficar balançando pra lá e pra cá. Era muito chato. Harry ficou super feliz ao terminar de ler a carta. Ele iria para a casa de Rony! Ficaria livre dos Dursley. Isso era um milagre de verão.
Passar a última semana de férias na Toca com os Weasley e Hermione. Seria simplesmente demais, fantástico, maravilhoso, esplêndido, super legal e...ótimo. Essa série de adjetivos bons. Mas como será que viriam para a Rua dos Alfeneiros, número 4? De carro, vassouras, Flu? Que pensamentos nada agradáveis. Tio Váltes, a esposa e o filho, odiavam qualquer coisa relacionada a magia. Mágica então, era a palavra proibida da casa.
Como ele, um mero bruxo de 14 anos, faria para convencer o tio gordo, com a cara púrpura, a deixa-lo ir passar as férias na casa dos Weasley, que eles nem ao menos conheciam. Desejavam que ele nunca tivesse ido para Hogwarts e que toda essa história de magia acabasse. Mas graças a Hagrid, Harry foi para Hogwarts, fez grandes amigos e virou o mais novo apanhador de Hogwarts do último século. Tinha é claro, rivais e inimigos. Draco, Snape e Voldemort estavam no topo da lista. Bem, seria um ano extremamente "calmo" como todos os outros.
Tia Petúnia se levantou, colocou o robe e foi até a porta do quarto de Harry. Bateu na porta mau-humorada.
-Hora do café garoto.
-Já vou.-disse Harry de má vontade.
Ele desceu as escada e entrou na cozinha. Tia Petúnia não tinha feito café da manhã.
-O que vamos comer?-perguntou Harry indignado.
-Duda está de dieta.-disse Tio Válter fazendo careta.
-Comeremos...um morango, cada um.-disse Tia Petúnia sorrindo.
-Só um?-perguntou Duda fazendo manha.
-Apenas um, a menos que queira a metade.-disse Tia Petúnia.
-Um está bom.-disse Duda faminto.
Tia Petúnia entregou para cada um, um pequeno morango bem vermelho. Harry olhou para o seu com desgosto. Gostava muito de morangos, mas comer apenas um de café da manhã não era muito satisfatório. Comeu o morango rapidamente e voltou para o seu quarto. Podia ouvir Duda gritando. Ele provavelmente queia bacon, ovos, um hambúrger, ou provavelmente, mais morangos. Harry riu baixo e olhou para Edwiges. Ela havia acabado de comer o rato. Harry tirou o pequeno esqueleto Edwiges o olhou com desgosto. O telefone tocou. Tio Válter atendeu. Ele foi até o quarto de Harry e bateu na porta.
-Telefone pra você. Seja rápido.
Harry foi correndo para a sala de estar. Atendeu o telefone sorrindo.
-Alô?
-Oi Harry.-era Hermione.
-Mione!
-É. Bem, amanhã Rony irá busca-lo.
-Como ele virá?
-Acho que com um carro do Ministério.
-Ah. Legal.
-E as férias. Boas?
-Não. Resolveram que Duda ficaria de dieta. E todos temos que fazer também.
-Hm...
-Só comi um morango!
-Um só? Isso é trágico. Vou te mandar umas tortinhas de chocolate ok?
-Ok. Obrigado Mione.
-De nada. Preciso ir Harry. Nos falamos amanhã.
-Tchau!
E desligou sorrindo. Subiu para o quarto. Deitou-se na cama. Dali a uns instantes, uma coruja chegou trazendo um embrulho. Píchi foi embora e a outra coruja deixou cair o embrulho sobre a cama de Harry e foi embora. Quando ele abriu, havia três tortinhas de chocolate. pelo menos ele sobreviveria até ir para a Toca.
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