O Beijo
Capítulo 11 – O Beijo
Ao fim da aula, Draco e Gina tinham se destacado como os melhores alunos da turma, com direito à uma última dança sozinhos e ganharam dois vale capuccinos na lanchonete que tinha lá embaixo.
Ao fim da dança, Draco e Gina estavam quase tão juntos que Gina não conseguiu segurar um leve gemido ao sentir a mão de Draco segurando-lhe a perna firmemente e Draco não pode evitar de dar um beijo de leve no pescoço alvo da ruiva.
Ela deu um novo gemido, baixinho, que fez com que Draco engolisse em seco e perdesse completamente o controle sobre seu corpo, sentiu quando beijou novamente o pescoço dela e abriu de leve o boca, mordendo-lhe de leve a pele, fazendo-a dar um novo gemido, e fazendo-o sentir um longo arrepio.
Mas, logo, ele afastou-se.
Aquilo era insano.
Eles não podiam.
Ele não podia!
Quando eles se soltaram, sem graça, receberam palmas mais fortes da maioria dos alunos, enquanto outros olhavam sentindo inveja, não só pelo talento nato de ambos, mas porque poucos tinham a chance de dançar com pessoas tão lindas quanto eles.
Os alunos começaram a se dispersar e Gina estava prendendo os cabelos em um rabo-de-cavalo, enquanto o loiro havia se encaminhado ao toalete para descarregar as tensões – podem pensar o que quiser.
“Deus, posso saber o que há entre vocês?”, perguntou a professora, para Gina.
“Entre nós? Nada...”, disse Gina, com sinceridade.
“Querida, se eu pegasse uma câmera e filmasse vocês dois dançando, eu poderia calmamente vender como um filme pornô”, assegurou a mulher, com um olhar irônico, fazendo Gina rir.
“Ah, você acha?”
“Eu tenho certeza...”, riu-se a professora “Posso saber o que há entre vocês?”
Gina deu de ombros.
“Nada”
“Hum... é proibido?”
“Acho que sim...”, falou Gina, vagamente.
“É sempre mais gostoso quando ninguém pode saber”, disse a professora, piscando e saindo da sala, deixando Gina sozinha esperando por Draco que voltou apenas dez minutos mais tarde.
“Merlim, por que você está tão molhado, o que houve?”
Draco fitou-a, sério e pensou:
“Você acha que é fácil tomar banho frio com uma pia?”, perguntou ele, em pensamentos, mas deu de ombros.
“Eu... vamos embora", desconversou.
Os dois haviam ficado rodando pela cidade até que o sol se pôs, trocando poucas palavras.
Draco não conseguia acreditar que aquela ruiva o havia deixado daquela maneira e a frase da professora – ‘É sempre mais gostoso quando ninguém pode saber’ – ecoava em sua cabeça.
Não podia acreditar que estava atraída por Draco Malfoy, aquilo era contra as leis. Malfoys e Weasleys se odeiam. Não tem esse lance romântico! Não pode ter! Era proibido.
“É sempre mais gostoso quando...”, a frase começou a Gina fechou os olhos, tentando evitar que ela terminasse, mas não foi possível “quando ninguém pode saber”
Gina fechou os olhos e sentiu-se frustrada.
“Gina?”, chamou Draco, que havia freado o carro próximo ao meio fio e agora a encarava.
“Por que é tão complicado, Draco?”, surpreendeu-se, deixando aquela frase entre os dois.
Draco fitou-a, mordendo o lábio inferior, soltou o cinto de segurança, porque, de certa forma, ele sabia exatamente do que ela estava falando.
“Porque, se não fosse complicado, nós não daríamos valor”, disse ele, passando as mãos no cabelos ruivos dela, e ela deixou que uma lágrima de frustração caísse de seus olhos.
“Eu odeio isso! Queria nunca ter saído daquele lugar idiota! Queria não ter fugido com você, queria nunca ter te conhecido...”, ela começou a falar, com a voz fraca.
“Gina...”, ele chamou.
“Eu queria que você não me abalasse como abala...”
“Gina, por favor...”, ele disse mais uma vez.
“Eu queria que você me achasse bonita, e que me visse como você vê as outras garotas, e não como uma pateta que se pendurou em seu pescoço procurando por proteção e acaba se entregando para qualquer um como a imensa idiota que eu sou...”
“Você não é idiota, Gina... olha para mim...”, pediu ele, e assim Gina o fez.
Ele levou a mão até o rosto dela, acariciando-o. Fazendo ela fechar os olhos, apreciando o momento.
“Você é a garota mais linda que eu tive o prazer de conhecer, você é especial, Gina, e o fato de ser tão complicado, tão difícil...”, ele murmurava assim, com dificuldade, enquanto parou de acariciar a bochecha dela e começou a contornar os lábios dela com o dedo indicador “... tão... tão proibido... é o que torna tudo isso ainda mais especial...”
Gina sentiu um arrepio tomar conta dela, quando sentiu os dedos dele desenhando seus lábios, ficou em silêncio, as lágrimas ainda escorriam, não conseguia pará-las, de maneira alguma.
Sentiu a respiração dele contra seus lábios, sentiu quando os lábios dele tocaram os seus de leve, ela sentiu o quanto ele também a havia desejado todo esse tempo, ela percebeu que aquela tortura não era só para ela, ele também sofrera.
Draco estava quase para transpor a boca de Gina com sua língua quando uma buzina forte soou às costas deles, fazendo com que Draco se afastasse de Gina imediatamente.
“Gina, nós não podemos. É sério. Não podemos!”, disse ele, começando a andar com o carro e parando na frente da lanchonete.
Gina sentiu as lágrimas descendo ainda com mais rapidez pelos seus olhos, passou as mãos pelos olhos e respirou fundo, fitando-se, em crise. Estava pálida e abatida.
“Gina...”
Ela deu um sorrisinho.
“Você está certo, não pode acontecer nada. Então, eu vou simplesmente continuar fingindo que te odeio e que não sinto nada por você, mas me matando por dentro, porque você, certamente, não sente nada por mim!”, berrou ela, abrindo a porta do carro e pondo-se de pé.
“Gina...”, começou Draco, fechando os olhos e xingando-se mentalmente. Não devia ter beijado Gina se não tivesse a intenção de ficar com ela. Beijá-la só para depois dizer um ‘bem, sinto muito, mas não vamos ficar juntos’, e saiu do carro, trancando-o e correndo até ela.
“Gina!”
Ela se conteu e olhou-o, com dureza.
“O que você quer?”, perguntou ela, e os olhos dele pararam sobre seus lábios que há poucos minutos ele tocava, com cuidado, alguns minutos atrás, então sentiu o ímpeto de passar os dedos naqueles lábios novamente, de beija-los com mais avidez do que antes, de morde-los e fazê-la soltar aqueles leves gemidos que ela havia feito quando eles tinham dançado juntos.
Ao ver que ele estava como se em transe, Gina balançou a mão, fazendo-o o piscar.
“Draco, o que você quer?”, perguntou ela.
Draco ficou um silêncio, ainda fitando-a, com aquele corpo maravilhoso, aqueles lábios convidativos e então falou a primeira coisa que veio em mente.
“Um capuccino, você que quer?”, perguntou.
Gina fitou-o, confusa.
“Certo, eu... sim... eu gostaria de um capuccino”, disse ela, com um sorrisinho fraco e tristonho.
Draco caminhou em direção à lanchonete, com os dois vale-capuccino e Gina sentou-se no meio-fio da outra rua, fitando-o, enquanto sentia frio e se encolhia.
“Uau, o que uma menina bonita como você faz aqui?”, perguntou uma voz seca e fria atrás dela, ela se voltou, fitando-o, em silêncio. Era um homem estranho, com um brilho ainda mais estranho no olhar.
Draco pegou os dois capuccinos e virou-se, procurando por Gina com os olhos. Onde ela estava?
“DRACO, SOCORRO!”, berrou uma voz e ele viu que tinha um beco do outro lado da rua, deixando os capuccinos caírem no chão, ele saiu correndo, atravessou a rua e encontrou Gina sendo prensada contra a parede por um cara que estava com a mão quase dentro do blusão dela, prestes a alisar a pele alva dela.
O loiro olhou para o homem, morto de raiva, ele tapara a boca dela, para evitar que ela berrasse, e tinham mais três garotos que fitavam aquilo tudo extasiados.
Draco correu até o cara, e levou a mão até o bolso da calça, mas a varinha havia ficado dentro do carro. Puxou o cara pelo ombro e deu-lhe um soco forte, depois jogou-o contra a parede, dando um chute forte nas costelas dele.
Puxou Gina pelas mãos e os dois saíram correndo.
“PEGUEM ELES, CARAMBA!”, berrou o homem que antes tentara violentar Gina, Draco saiu puxando-a pela mão e correram pelas ruas, até que acharam um pequeno beco entre dois prédio que tinha pouco mais de um metro de largura.
“Aqui!”, berrou ele, puxando-a para dentro e puxando-a contra o seu corpo, sentindo a respiração rápida dela.
“Draco...”, ela começou, com a voz trêmula.
“Shh...”, fez ele, pondo o dedo indicador e médio sobre os lábios dela, fazendo-a sentir o calor dos dedos dele e ficar quieta.
Os três homens que haviam ficado observando a cena, passaram correndo por eles, fazendo com que Draco puxasse Gina para mais perto e ela escondesse o rosto contra o peito forte e protetor dele.
Quando Draco teve certeza de que os homens tinham passado, ele passou a mão pelos cabelos dela e depois segurou-a pelo queixo, fazendo Gina erguer o rosto e os dois se fitaram, carinhosamente.
Draco caminhou, pressionando o corpo de Gina contra a parede e fitando-a, acariciou seu rosto novamente.
“Draco, eu...”
Então, ele se inclinou. Beijou-lhe e antes que ela pudesse se dar conta, ele pedia passagem com a língua, Gina entreabriu a boca, deixando ele entrar e os dois se beijaram sofregamente.
Ele tirou a mão dele que acariciava seu rosto e colocou-a no meio dos fios de cabelos ruivos da garota, começou a beijar-lhe mais sofregamente, movimentos lentos, mas desejosos.
Gina arranhava lentamente a nuca dele, enquanto aprofundava o beijo. Draco afastou-se, mordendo de leve o lábio inferior dela, fazendo-a gemer de leve. Era quase impossível recordar-se que há poucos segundos atrás, um outro cara tentava fazer isso com ela.
Um cara que não fosse ele.
Isso o fez descontrolar-se e pressionar seu corpo com mais força contra o dela, os beijos tornaram-se mais urgentes, e a mão que estava no cabelo dela, segurava-se aos fios ruivos com mais força.
Não queria acabar aquele momento.
Não queria perdê-la para ninguém, nunca mais.
Beijou-lhe o pescoço alvo, enquanto ela respirava dificilmente, devido às batidas rápidas do seu coração. Draco ergue-a, de modo que Gina envolveu a cintura dele com as duas pernas, sentindo-se mais confortável naquela posição, enquanto ele começava a mordiscar de leve o pescoço dela.
“Draco...”, ela começou, tentando juntar sua sanidade.
“Shhhh...”, fez ele, calando-lhe com um beijo “Vamos esquecer isso por hoje, OK?”
Gina sorriu de leve e deixou que os beijos voltassem a ser vorazes como antes.
Era tudo o que ela queria.
Viver em outra realidade por alguns segundos, onde ela e Draco pudessem ficar juntos sem que isso soasse como uma insanidade.
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