Descobertas



Capítulo 13 – Descobertas

“Minha filha! Onde você esteve?”, Molly saltou da mesa e abraçou-a com força, cheirando o cabelo da filha, Gina não pôde evitar um sorriso.

“Estou bem, mamãe, sinto muito por ter sumido daquela maneira”, desculpou-se Gina, sinceramente, uma vez que, de fato, preferiria nunca ter ido àquela viagem estúpida.

O que mais poderia ser pior do que aquilo?

Apaixonada por Draco Malfoy.

Chutada por Draco Malfoy.

Menosprezada por Draco Malfoy.

“Ele tentou dizer algo, lembra-se?” , disse uma voz na cabeça dela.

E uma certa segurança a envolveu...

“Talvez tenha significado algo para ele também!”

Foi então que Arthur chegou e, ao invés do que Gina achou que ele faria, a abraçou com força e sorriu:

“Como está, minha filha?”

“Quanto tempo eu vou ficar de castigo?”, perguntou Gina, estranhando a atitude dos pais.

Quer dizer, eles deveriam estar furiosos... não é?

Molly e Arthur trocaram olhares significativos.

“Nós andamos pensando, Gina, e a culpa é toda nossa... queremos dizer... te protegemos demais, não foi?”, perguntou Arthur, sem jeito, dando de ombros.

“Vocês... não podem estar falando sério... é uma piada, certo?”, perguntou Gina, com os olhos arregalados “Quero dizer, eu sumo por quatro dias e... nem... um castigo? Não que eu esteja reclamando! ”, adicionou ela, rapidamente.

Arthur riu, e deu um tapinha brincalhão no ombro dela.

“Vá dormir, deve estar cansada”, ordenou ele, e Gina obedeceu, porque era verdade.

Bocejou e subiu as escadas, mas encontrou com Rony no meio do caminho.

“Por onde esteve?”, quis saber ele, com um olhar curioso.

“Por aí”, disse ela, vaga, com um riso maroto.

XxXxX


Sede!

Gina levantou-se da cama e bocejou, pôs os pés no chão e sentiu o frio gostoso contra a sua pele quente e espreguiçou-se.

Seria um caminho um pouco longo até a cozinha, mas ela não se importava, sentia falta daquela casa, seria bom caminhar um pouco, com tempo para apreciar tudo em seu devido tempo.

Caminhou lentamente pelos corredores e desceu as escadas, silenciosamente, até que viu um vulto atravessando um corredor que ficava bem longe da escada, mas mesmo assim, conseguiu reconhecer instantaneamente: Draco Malfoy.

“Ele veio para me pedir desculpas!” , foi seu primeiro pensamento. E, sorrindo, resolveu seguí-lo.

Mas, foi quando viu que ele caminhava em direção a um aposento que ela conhecia muito bem, que seus pensamentos começaram a se confundir. Aquele aposento era o escritório de seu pai. O que ele queria ali?

“Malfoy?”, perguntou seu pai, mas a voz não parecia estar surpresa, de fato... “Está atrasado!”

“Sinto muito, senhor Weasley, eu estava cansado...”

“Entre!”, ordenou a voz do pai dela, e Gina arregalou os olhos.

O que estava acontecendo?

Gina esgueirou-se nas pontas dos pés e ficou parada, com as costas encostadas contra a parede, próxima a porta entreaberta.

XxXxX


“Foi um ótimo trabalho, sr. Malfoy, eu devo admitir que por um momento achei que tinha tido uma péssima idéia, mas acho que...”, Arthur deu um sorriso orgulhoso “Você é digno do cargo de Chefe de Segurança”, brindou Draco com um sorriso.

“Obrigado, sr. Weasley...”, murmurou Draco, sem saber se era exatamente isso que queria “Gina é uma boa garota, o senhor sabe...”, murmurou, tentando controlar a sua mente, mas Gina era a única coisa que conseguia pensar desde que haviam se despedido, algumas horas atrás.

“Bom, vamos só rever nosso acordo... Em termos bruxos, havíamos combinados que se você ficasse de guarda de Gina, lhe concederia um dos meus cargos de maior confiança, uma vez que você já foi inocentado... E também, seu nome seria permanentemente retirado da lista de suspeitos...”, Arthur falava daquilo como se estivesse comentando sobre o tempo “Certo?”

Draco engoliu em seco e assentiu.

“Sim, senhor”

“Amanhã mesmo esperarão por você no Ministério”, sorriu Arthur.

Draco lhe deu as costas.

“E... Malfoy?”

“Sim?”, perguntou Draco, voltando-se para ele.

“Foi um ótimo trabalho”, parabenizou-o Arthur, brindando-lhe com um sorriso mais largo “Parabéns e... obrigado”

Draco assentiu.

XxXxX


Gina saiu correndo assim que percebeu que Draco estava caminhando em direção à porta, subiu as escadas tão rápido que mal as sentiu. Jogou-se na cama e sentiu tudo começando a fazer sentido.

Porque o Malfoy a havia ajudado a fugir.

Porque a havia agüentado todo esse tempo.

Porque o pai não se alterara com ela no telefone.

Porque os pais não estavam furiosos quando ela chegou.

“Tudo era uma encenação” , pensou ela.

O beijo, tudo que para ela parecerá incrível, para Malfoy nada mais era do que fingimento. Com certeza. Fazê-la de palhaça, era isso o que ele queria.

O que eles queriam.

Gina mordeu o lábio com força, tentando não chorar e, com esforço, conseguiu fazê-lo.

Era isso o que eles achavam dela?

Uma piada? Uma pobre coitada que precisava viver um roteiro?

Que achassem!

Estava cansada.

Queria esquecer tudo aquilo, aquele estranho vazio que se instalara em seu coração, todo esse horrível sentimento de que nada fazia sentido.

Uma piada.

E, lentamente, enquanto adormecia, Gina começou a pensar que, talvez, fosse exatamente isso que ela fosse.

Uma idiota que se deixa levar.

Um Malfoy?

Merlim, onde ela estava com a cabeça?

Continua...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.