Nova Vida
[b][center]Capítulo 1 – Nova Vida[/center][/b]
Gina levantou naquela manhã de verão e estava pronta para não ficar dentro daquela mansão mais um dia sequer. Colocou uma saia bem curta, bastante provocadora e uma blusa curta e decotada. Era assim que as garotas comuns se vestiam.
“Garotas comuns, Gina, não a filha do ministro”, disse ela, para si mesma, tirando a saia e a blusa e colocando uma calça jeans e uma blusa justa.
Arrumou-se para o café, mas parou um pouco antes, na porta do quarto de Rony, de onde vinham alguns gemidos fortes.
Gina franziu o cenho.
“[i]Allohomora[/i]”, sussurrou, e tentou a porta, mas ainda estava trancada. Franziu o cenho e então deu um sorriso maroto.
“FRED... JORGE!”, berrou ela, enquanto abria a porta do quarto dos irmãos, mas encontrou-o completamente vazio. “Ah, é... a loja... como eu pude me esquecer... BOM, não importa! Cadê?”
Gina jogou-se embaixo da cama à procura do objeto mais sagrado que havia naquela casa. Ele se assemelhava àqueles dois copos ligados por um barbante, que os trouxas usavam para brincar de “telefone-sem-fio”.
“Achei!”, berrou Gina, pegando-o e correndo até o quarto do irmão.
“Ah... Ron... Ah...”, era mais do que Gina precisava ouvir.
Guardando o objeto dos irmãos dentro da bolsa, ela começou a espancar a porta.
“Hermione! Hermione-e-e-e-e-e!”, berrou ela, num fingido tom de urgência “Os seus pais vieram buscá-la!”
Um “PUFT” fez-se ouvir lá dentro – provavelmente um dos dois havia caído da cama – e, depois de mais alguns barulhos estranhos, que Gina assemelhava com Hermione correndo como uma desesperada atrás de suas roupas, ela abriu a porta.
“O que você disse, Gina?”, perguntou ela, com um sorriso amarelo “Meus pais? Eles estão aí?”
Gina ensaiou a maior cara de santa que encontrou.
“Oh, puxa, Mi, eu sinto muito! Achei que fossem eles, mas não eram!”, depois, fazendo-se de santa, Gina deu as costas e saiu assobiando.
“O que foi?”, perguntou Rony, surgindo um pouco depois.
Hermione deu um sorrisinho.
“Me lembre de, na próxima vez, usar um feitiço para que a Gina não consiga ouvir nada que nós fazemos lá dentro...”, Ron corou “Vamos, você deixou uma coisa inacabada” e ela empurrou-o para dentro.
Gina sentou-se à mesa do café.
“Bom dia, querida”, disse a Sra. Weasley que não havia se habituado muito bem às novas regras que era, simplesmente...
“PELO AMOR DE MERLIM, SRA. WEASLEY! EU SOU A COZINHEIRA, LARGUE ESSES PRATOS!”, berrou Nyara, uma bruxinha rechonchuda, enquanto empurrava a ruiva rechonchuda para fora da cozinha.
“Oi, mãe!”, fez Gina, se controlando para não rir da cena.
“Gina, por favor, fale para a srta. Que está usando a minha cozinha que eu lavarei quantos pratos eu quiser, pois eu mando nessa casa!”
“Bom, acho que você ouviu”, a ruiva disse, dando de ombros.
Gina sentou-se na mesa e olhou para o calendário.
31 de Julho.
“Hoje é...”, começou ela, mas sentiu um nó na garganta.
“O aniversário de Harry, querida”, disse a sra. Weasley, pondo-se ao lado dela “Ainda sente falta dele?”
Gina sentiu os olhos embaçarem.
“Mãe, não quero falar sobre isso. Não hoje, não agora... não nunca”, disse ela, levantando-se.
“Sinto muito, querida, mas hoje teremos uma festa em homenagem à ele e eu acho que você deva ir...”
“Eu não quero ir, mãe!”
“Sinto muito, mas você irá! Não há espaço para sentimentalismo, querida, deve prestar homenagem a ele como todos faremos!”
“Ele está morto, mãe!”, retrucou Gina, e, sem dar atenção à mãe, subiu as escadas de novo.
“Harry, pára!”, disse Virgínia Weasley, enquanto o moreno corria atrás dela e a derrubou em um campo verde, onde tinham, de extra, um ruivo e uma morena sentados, aparentemente lendo um livro sobre Horcruxes, o assunto do momento.
Harry derrubou-a, na grama, e começou a fazer cócegas nela, tirando-lhe gargalhadas entrecortadas por repentinas faltas de ar devido às longas gargalhadas.
“Harry, acho que achamos algo!”, berrou Hermione e Hary largou-a imediatamente “Sinto muito, Gin...” e abaixou-se, beijando sua testa, mas ambos sentiram uma vontade imensa de que aquele beijo tivesse sido em outro lugar “mas em algum lugar, lá fora, outras pessoas precisam de minha ajuda, e com certeza, não é para fazer cócegas”.
Gina riu gostosamente do comentário e ele saiu, sentando-se junto com os amigos.
Eles eram assim, agora. Os beijos ferozes que tinham antes haviam ficado repentinamente proibidos, devido à preocupação anormal de Harry, e Gina o entendia. Agora eram como dois melhores amigos que anseiam, desesperadamente, pelo momento em que finalmente poderão ficar juntos.
Naquela mesma noite, alguns dias antes da grande Guerra explodir, Harry puxara-a pela mão em meio aos corredores de Hogwarts.
“Harry...?”
“Shh...”, fez ele, capturando os lábios dela num beijo longo, que fez com que ela estremecesse. Pensando agora sobre aquele fato, era como se ele soubesse que não sobreviveria.
Naquela noite, Harry a levou para uma das salas desocupadas da Grifinória e eles passaram a noite juntos, como se não houvesse amanhã, e, no entanto, houve. E tiveram muito menos amanhãs para Harry do que para qualquer outra pessoa presente àquela noite.
Esse era o peso que Virgínia Weasley carregava.
Havia sido a primeira e última garota que Harry Potter havia dedicado de corpo e alma todo o seu carinho. A primeira noite de ambos havia sido juntos como poderia, algum dia, olhar para outro homem sabendo que o maior herói da história, seu grande amor, morrerá com ele em mente?
Virgínia limpou uma lágrima que estava por cair.
“Eu não vou à essa festa idiota!”
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