A Cura



A chave de portal levou Harry de volta ao hotel em Cuneo. Imediatamente ele desaparatou e aparatou no hospital. Disparou pelo corredor até a enfermaria onde estava Hermione. Chegando lá, ele a viu. Estava muito branca. Dois curandeiros retiravam a agulha da sua veia e o tal líquido verde parou de ser injetado.

- O que está havendo? – Harry perguntou, entrando na enfermaria.

- Desculpe Sr. Mason, mas não podemos fazer mais nada.

- O quê? Ela está viva, não é? – virou-se para ela - HERMIONE? – voltou ao curandeiro – ELA ESTÁ VIVA? DIGA-ME! – disse gritando e praticamente segurando o curandeiro pelo colarinho da camisa.

- Calma sr. Mason! Sim, ela ainda está viva! Mas não durará muito. Estamos apenas aliviando o sofrimento. Ela está muito febril e se debatendo muito. A agulha a estava ferindo, rasgando a pele. Não há mais jeito. Eu sinto muito.

- Há jeito sim! – disse Harry arregaçando a manga da sua camisa – Vocês precisam fazer uma transfusão de sangue agora! Ela precisa receber um bocado do meu sangue! Vamos, rápido!

Os dois curandeiros entreolharam-se assustados.

- Sr. Mason..., nós...

- Não podemos perder mais tempo. Me fura logo e dê meu sangue a ela! Depois eu explico!

- Mas não podemos fazer assim. Primeiro recolhemos o sangue do doador e depois o testamos, antes de fazer...

- Amigo – Harry falou entredentes – você não está entendendo! ELA VAI MORRER!

Então, sem mais perda de tempo, Harry sentou na cama ao lado dela e os curandeiros começaram a agir. Logo em seguida o sangue de Harry corria por um tubo diretamente para a veia de Hermione. Harry abria e fechava a mão para bombeá-lo, enquanto contava toda a história para os curandeiros e o diretor do Hospital. Cerca de 20min depois, pareceu a Harry que as feições de Hermione estavam mais rosadas. Ele não pôde se levantar, porque ainda tinha o tubo preso a ele. Um curandeiro chegou próximo a ela e sentiu sua temperatura. Deu um sorriso para Harry.

- Sr. Mason, ela já não tem febre. Sua pulsação parece estabilizada. É um milagre!

- É o milagre do meu amor! – foi o que Harry conseguiu dizer, com um enorme sorriso e lágrimas descendo pelo seu rosto.

Depois de retirados os tubos, Harry tentou se levantar para chegar próximo a ela, mas se sentiu fraco e deitou novamente.

- Sr. Mason, é melhor que descanse um pouco. O senhor doou muito sangue e está fraco. – disse o curandeiro fazendo-o beber um líquido - Estamos lhe dando esta poção que vai fazê-lo se recuperar. E o senhor vai dormir um pouco.

- Eu não quero dormir. Eu quero vê-la acord... – e ele caiu no sono imediatamente.

Harry sonhou que estava com Hermione em um lindo jardim cheios de flores, de todos os tipos e cores. Eles passeavam de mãos dadas e, mais a frente, ía uma garotinha de uns 5 anos. Ela tinha os cabelos castanhos como os da mãe e os olhos verdes como os do pai. Era a filhinha deles. Harry sorria feito uma criança. E ainda sorria, quando uma mão tocou de leve em seu rosto, o fazendo despertar. Assim que abriu os olhos, ele viu Hermione, de pé, junto à sua cama, com uma expressão divertida.

- Pelo jeito que sorria, aposto que seu sonho foi um daqueles em que você está rodeado de mulheres sem roupa.

- Bem, você acertou em parte o meu sonho. Realmente eu estava rodeado por duas lindas mulheres, mas elas não estavam sem roupa. – ele riu – Vem cá! - ele levantou e a abraçou forte.

- Ai... – ela gemeu.

- Desculpe, esqueci que você está fraca ainda. – disse soltando-a – Como está se sentindo?

- Como você mesmo disse: fraca. Mas os curandeiros disseram que vou melhorar com o passar dos dias.

- Que bom! Você não imagina como eu estava, vendo você daquele jeito.

Ela olhou para ele e depois baixou os olhos.

- Harry..., os curandeiros me contaram a história toda.

- Toda?

- Toda! Eu..., bem..., eu queria agradecer a você.

- O que é isso? – disse encabulado – Para que servem os amigos? – e a olhou nos olhos, procurando a sua reação.

“Amigos! Claro! O que você queria mais Hermione? A amizade forte que ele tem comigo foi o que deve ter compensado o fato de ele ser um bruxo puro-sangue de apenas uma geração.” Ela deu um sorriso para ele.

- Claro, Harry, a nossa amizade é maior que qualquer veneninho por aí. – brincou e deu-lhe outro abraço.

Harry queria que aquele abraço durasse pela eternidade, mas foi interrompido por Sophia, Luigi, Marieta e o namorado desta, que entraram na enfermaria.

- Sra. Mason! – Sophia foi até ela e a abraçou – A senhora não pode imaginar a minha alegria de vê-la assim, bem!

- Obrigada! – Hermione disse.

- Por favor, eu quero muito me desculpar. Quando Nicola reservou um chalé do meu hotel para um casal de bruxos, eu desconfiei, mas eu estava nas mãos dele e não pude fazer nada. O que eu fiz foi uma abominação, mas...

- Eu já sei..., os curandeiros me contaram..., não se preocupe. Eu posso imaginar a sensação de perder um filho e tenho certeza que a senhora não pôde pensar em mais nada.

Hermione lembrou que ela mesma havia perdido um filho. Era apenas um feto, num aborto espontâneo, mas sabia o quão horrível era o sentimento. Entendia perfeitamente as razões de uma mãe e perdoou a italiana.

- Filha – Sophia abraçou-a novamente – o que o seu marido fez pela senhora foi maravilhoso. Com certeza ele a ama muito.

Hermione corou e olhou para Harry, que disfarçou limpando seus óculos. Marieta se aproximou e também lhe deu uma abraço.

- Hermione, que bom que está bem! E que bom que eu pude ajudar com meu namorado. Aliás – ela puxou o homem para perto – este aqui é aquele que eu comentei com você. – e piscou para Hermione, acrescentando – Agora você tem que se recuperar rápido, a tempo de curtir ainda a sua lua-de-mel. – e desta vez piscou para Harry, que sorriu.

Então Luigi se aproximou de Harry.

- Isto aqui caiu do bolso daquele Nicola quando eu aparatei com ele aqui. Achei melhor entregar a você. – e entregou-lhe um pergaminho meio velho.

Quando Harry abriu, viu a letra do maldito Seboso, com a fórmula da poção venenosa. Harry enfiou no bolso e agradeceu ao rapaz. Logo depois eles se despediram e saíram da enfermaria. O curandeiro chefe veio depois, juntamente com o ministro Pietro.

- Srta. Granger, não imagina o quão feliz e aliviado eu estou, vendo que está recuperada.

- Graças ao meu amigo aqui! – sorriu para Harry.

- Claro! A srta. não imagina o que este moço fez para buscar sua cura. Realmente eu admiro a forte amizade de vocês.

Eles sorriram meio encabulados e Harry desviou o assunto.

- E Nicola?

- Morreu essa madrugada. Os curandeiros não conseguiram estancar o sangramento. As balas da arma trouxa fizeram um estrago imenso. – ele disse – Bem, não posso dizer que sinto por isso. O que ele fez não tem perdão.

- Já lhe contaram sobre a cura, eu suponho. – disse Harry.

- Sim, e eu devo isso a você! – deu um sorriso – Você não imagina como ficou este hospital depois que souberam como curar os doentes. Vieram famílias inteiras de amigos de vários deles para ajudar. Infelizmente nem todos tiveram a sorte de ter estes tipos de conhecidos com afinidade forte. Estamos trabalhando agora para acabar de vez com toda bebida que ainda está envenenada e, em poucas semanas, acredito que acabaremos com esta praga!

- Que ótimo! – disseram Harry e Hermione ao mesmo tempo.

- Bem, vou deixar vocês descansando, ainda tenho muito o que fazer. Rufus tem muita sorte em ter pessoas como vocês trabalhando para ele. Muito obrigado! – e saiu.

O curandeiro então disse:

- Bem, vou deixar vocês mais um pouco aqui, mas creio que poderei liberá-los logo. A sra. Mason já está melhor e esta fraqueza é normal, por tudo o que passou. Ela só precisa se alimentar bem e procurar se distrair. Logo, logo estará pronta para outra.

- Obrigado. – disse Harry.

Depois que eles ficaram sozinhos, Hermione falou meio triste:

- Bem, acho que então poderemos voltar a Londres.

- Não, não, sra. Mason. Acha que vai voltar, se enfurnar naquele apartamento e ficar sozinha? Nem se recuperou direito! Vai fazer exatamente conforme disse o curandeiro: alimentar-se bem e se distrair. E eu vou ficar no controle da situação.

- E o que quer dizer com isso, Sr. Mason?

- Que nós vamos ficar mais um pouco em Cuneo e aproveitar o resto da nossa “lua-de-mel”.


N/A: Perguntaram-me porque eu coloquei a Marieta na história e no Hotel, sendo que a Sophia era a responsável pelo envenenamento da Hermione. Respondendo então: O personagem da Marieta foi introduzido na história apenas para criar uma “distração” a quem lia a fic, pois eu queria fazer um suspensezinho e uma surpresa sobre a verdadeira culpada, por isso fiz todas as pistas levarem a entender que Marieta era a culpada. Por que então ela estava no hotel? Ela conta isso para Hermione, no dia em que ela bebeu a água envenenada. Ela estava saindo com um bruxo casado, por isso eles preferiam se encontrar em um lugar trouxa, para não levantar suspeitas.
Bem, é isso. Beijos em todos e continuem lendo, porque faltam só 3 capítulos para acabar.

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