Os Preparativos
Harry e Hermione deixaram o Ministério logo após terem pego as coisas no Setor de Pessoal.
- Harry, o que você acha que está se passando por lá? Por que será que estão envenenando os bruxos?
- Mione, teremos tempo para conversar sobre isso. Vamos pensar nisso quando estivermos no avião, está bom? – e continuou, mudando de assunto – Bem, você conhece as lojas trouxas de Londres melhor do que eu. Meus tios praticamente não me deixavam sair de casa. E então?
- Depende do tipo de roupas que vamos comprar. Estamos no verão, então devem ser roupas leves e...
- Você já passou por uma lua-de-mel oficial, eu não. O que vocês vestiam?
- Eu e Ronald? Bem, na maior parte do tempo, nós não vestíamos nada! Esqueceu que era lua-de-mel? - Harry riu junto com ela. – Vamos andar por aí e ver o que achamos.
- Você manda patroa! – e eles riram novamente.
Eles passaram toda manhã e parte da tarde comprando coisas, desde roupas e sapatos, até artigos de higiene. Enquanto ele ficava em lojas masculinas, ela ía às femininas. Em algumas eles iam juntos. Harry encheu tanto Hermione que ela acabou comprando maquiagem e bijuterias também.
- Mulher minha tem que estar perfeita! – ele dizia e eles riam. No fundo, ele queria que ela voltasse a se cuidar, como fazia quando era casada.
- Bem, você já escolheu como vamos nos chamar? – ela perguntou.
- Eu chamo você de docinho e você me chama de garanhão, que tal? – brincou ele.
- Harry! – ela exclamou, corando.
- Caramba, eu não acredito que você ainda fica vermelha com estas brincadeiras. Você e o Rony sempre ficavam quase da cor dos cabelos dele.
- Por favor, não vamos falar dele, ok? – ela baixou os olhos e depois o encarou sorrindo – Ok, garanhão de quê?
- Que tal Sr. e Sra. Mason?
- Hermione Mason... – ela disse em voz alta – Parece bom.
- Hermione não, Docinho Mason! – e eles riram. – E para você ver como eu serei um bom marido, eu quero dar uma coisa a você. Vamos sentar ali naquele banco.
Ela o acompanhou, não entendendo nada. Assim que se sentou, ele se ajoelhou a sua frente e, com toda pompa que pôde dar ao momento, Harry tirou uma caixinha preta do bolso e disse a ela:
- Hermione Granger, você quer ser a minha esposa, para sempre? – e abriu a caixinha, revelando um lindo anel.
A princípio ela ficou um tanto aturdida. As pessoas que passavam por ali, apenas sorriam para eles, entendendo serem o casal mais feliz do mundo. Depois ela “voltou” ao mundo real. Decidiu entrar também no papel de atriz.
- Oh, meu amor! É maravilhoso! Claro que eu quero ser sua mulher! – e deu-lhe um beijo rápido nos lábios, arrependendo-se imediatamente. – Desculpe Harry, acho que me empolguei com o momento. – disse rindo e fazendo a voz mais divertida que pôde achar.
Ele ficou meio surpreso, mas acabou rindo com ela.
- Que bom que aceitou! Agora experimente! – ele pegou na mão dela e colocou o anel – Ficou lindo! – mas soltou-a imediatamente ao sentir uma inesperada quentura no corpo.
Ela olhou para sua própria mão e teve que concordar com ele.
- O Ministério está gastando mesmo!
- Tudo pela causa! – ele brincou.
De repente, Hermione olhou o relógio e exclamou:
- Caramba Harry, já está ficando tarde! Tenho que arrumar as malas e você também. É melhor irmos. – ela lhe deu um beijo no rosto – Vê se vai direto para casa hein. Nos vemos amanhã.
- Ok, nos vemos no aeroporto.
Enquanto Harry viu a amiga se afastar, avistou um Pub trouxa ali perto. Foi direto para lá.
Em seu apartamento, Hermione aprontou tudo e deixou as malas, já fechadas, próximas à porta. Sentou no sofá e pegou um livro para ler. De repente seus olhos miraram as malas e ela teve uma sensação de déjà vu. Pensou em Rony. O que será que ele anda aprontando? O nome dele sempre esteve na mídia esportiva bruxa, mas há algum tempo que ela não via nenhuma notícia. A última foi o escândalo da sua separação da jornalista. Segundo as notícias, ela havia “abocanhado” grande parte do dinheiro que ele acumulara nestes anos. “É, Ron, mais um casamento e você vai à falência.” Ela pensou na época. Chorou muito depois da separação deles e até teve uma pontinha de esperança que eles voltassem, depois de ler a tal notícia, mas Rony não a procurou. Hoje, olhando aquelas malas e lembrando dele, ela não sentiu nada, nenhuma saudade, nenhuma raiva ou ressentimento, apenas nada. Olhou de relance para o anel na sua mão esquerda. Teve ali a certeza de que Ronald Weasley era parte de seu passado, definitivamente. Leu mais um pouco e depois foi dormir.
Harry ficou no Pub um tempo. Enquanto tomava umas bebidas, começou a focar sua atenção em uma mulher muito bonita que estava sentada sozinha do outro lado do bar. Ela era morena e tinha os cabelos cheios e levemente cacheados. Ela lhe lembrava alguém, mas ele não se deu conta a princípio. A mulher também o olhava com interesse. Pediu 2 bebidas ao homem do bar e foi até ela.
- Olá! – ele cumprimentou.
- Oi. – ela devolveu.
- Parece que seu copo está vazio – ele apontou para o copo dela – Eu acho isso um desperdício. Veja, trouxe outro para você. – e entregou-lhe a bebida, sentando ao seu lado. – Posso beber com você? – ele perguntou.
- Claro! – ela disse – Obrigada pela bebida. – ela deu um gole e o encarou sorridente – Posso saber o nome deste cavalheiro que não gosta de copos vazios?
- Harry! – ele disse – Harry Mason! – Ele nunca dava o seu nome verdadeiro e não soube na hora porque escolhera justamente aquele. De repente lembrou o que Hermione lhe dissera no Ministério: “Por acaso você lembra o nome de alguma delas?” – E o seu? – ele se viu perguntando.
- Alícia Parkinson.
“Parkinson?” Ele se lembrou da aluna da Sonserina que foi do mesmo ano que ele em Hogwarts e de como Hermione gostava de chamá-la: “A vaca da Pansy Parkinson.” E ele riu.
- Desculpe – ela disse – mas por que está rindo?
- Ah, desculpe eu..., eu... lembrei de uma coisa..., eu...
Então ele se deu conta de quem ela lhe lembrava: Hermione! Era muito parecida com a amiga. Os cabelos, o formato do rosto. De repente lhe deu uma vontade louca de beijá-la. “O que está acontecendo Harry Potter?”
- Ei, Harry? – ela chamou-o, tocando sua mão.
- Hein... desculpa. Ë que eu fiquei meio hipnotizado com a sua boca.
Ela deu um sorriso maroto.
- Você é bem rápido! Quer sair daqui?
- Muito!
Ele pagou as bebidas e foram ao apartamento dela. Mal ela fechou a porta e Harry a agarrou por trás, beijando seu pescoço e acariciando-a por baixo da blusa. Ela se virou e rapidamente suas bocas se uniram e suas línguas se enroscaram. Harry arrancou a blusa dela, enquanto ela desabotoava a calça dele e descia o zíper. Ele a empurrou contra a porta, beijando-a e lambendo-a, boca, rosto, pescoço, seios. Suas mãos subiram a saia dela e ele a levantou. Ela então envolveu-lhe com as pernas, enquanto ele tentava manter o equilíbrio ali, em pé, encostados na porta. Harry a segurava pelos quadris. Os dois estavam febris.
- Hermione..., eu... te... quero... – sussurrou com o rosto enfiado entre os seios dela.
De repente ela parou.
- Hermione?
Harry estacou e a desceu até o chão. Passou a mão pelos cabelos, tenso. Olhou para ela e novamente o rosto da amiga apareceu na sua mente. Ele subiu suas calças e fechou-a. Abaixou e pegou a blusa e o soutien da moça, entregando-os a ela.
- Desculpe, não vai dar.
- Quem é Hermione?
- Ninguém. – ele se desculpou novamente e saiu.
A caminho de seu apartamento, Harry pensava no que havia acontecido com ele: “Por que o rosto dela voltava a todo momento? E por que eu chamei o nome dela naquela hora? Justo naquela hora?” Decidiu não pensar nisso. Tinha que se concentrar em fazer suas malas agora.
Hermione acordou e pensou na tal missão. Na verdade não era na tal missão que ela estava pensando. Era no fato dela ir com Harry. Em 3 anos, haviam trabalhado em diversos casos juntos, mas nunca tiveram que viajar para tão longe e muito menos dormir no mesmo quarto de Hotel. Sentia-se um pouco estranha. Há 3 anos não dividia um quarto com um homem. “Mas o que está acontecendo comigo? Por que a preocupação? Ele é só Harry Potter, meu melhor amigo. Eu conheço ele há 14 anos. Não preciso ficar desse jeito”. Ela levantou e tomou um banho demorado. Saiu do banheiro e olhou-se no espelho do quarto. “Será que meu corpo é feio?” Ela se perguntou. “Acho que não” ela se virava na frente do seu reflexo. “Então por que você não se arruma, mulher?” Ela disse em voz alta. Deu um sorriso. Ora bolas, estava indo para sua “lua-de mel”, então tinha que estar bonita. Decidiu escolher a dedo a roupa de viagem. Se arrumou com gosto, colocou um dos colares que comprara e fez uma maquiagem discreta, sem exageros. Olhou-se novamente no espelho e ficou satisfeita. Certificou-se que tudo estava na bagagem, checou se tudo estava em ordem em casa e foi para o aeroporto.
Harry não dormira direito. Ficou pensando no que tinha acontecido na véspera. Nunca havia chamado nenhum nome durante uma transa. Nem quando estava com Gina, ele balbuciava o nome dela nessa hora. Por que o nome de Hermione surgiu naquele momento? “Eu hein”. Ele então desistiu de tentar dormir. Ainda era cedo para ir para o aeroporto, pegou um roteiro da Itália, que comprara em uma loja no dia anterior e começou a folhear. Quando deu certa hora, ele tomou um banho, se vestiu, pegou as coisas e saiu.
Quando Harry chegou ao aeroporto, encontrou Hermione já na fila do check-in, acenando para ele. Ele notou imediatamente a diferença. Estava linda! Usava as roupas novas e podia se ver o brilho do batom nos seus lábios. Harry desviou rapidamente o olhar de lá.
- E então? Está com medo? – ela perguntou – É a primeira vez que viaja de avião, não é?
- Bem..., é, mas... – e se aproximou do ouvido dela – não é a primeira vez que eu vôo. – e ficou um pouco tonto com o perfume dela.
- Talvez você tenha razão. Bem, pelo menos aqui tem cinto de segurança e eu prefiro assim.
Harry sorriu ao lembrar como ela era desajeitada numa vassoura e como ela estava assustada enquanto estava em cima de Bicuço, no 3º ano deles em Hogwarts.
- Do que está rindo?
- Lembrei do Bicuço agora.
- Eu também! – e ambos sorriram.
Então chegou a vez deles na fila e Hermione tomou a frente, pois já tinha passado por aquilo. Eles circularam mais um tempo pelo aeroporto, até a hora do embarque. Ao entrarem e sentarem nos assentos, Harry pegou na mão dela e disse:
- É Sra. Mason, aqui vamos nós!
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