Velhas Lembranças...
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Kassi andava calmamente por um dos corredores do dormitório feminino da Sonserina. Até que ouviu um grito. Parou na porta do quarto de onde o grito tinha vindo e não teve surpresa ao ver Bellatrix quebrando alguns de seus objetos pessoais...
- Reparo... – Kassi entrou no quarto refazendo o que ela tinha quebrado.
- Aquele imbecil, idiota...! Eu odeio aquele nojentinho que se acha melhor que todo mundo!
- Então por que você continua correndo atrás dele?
- Você tá louca Queen???! Eu não corro atrás dele, eu não me rebaixaria a isso!
Kassi se sentou na cama da prima, observando o pedaço de pergaminho jogado lá. Uma “carta” de Sirius:
- Só por que ele teve a coragem de sair de casa, só por que ele acha que possui aquela imbecilidade de ‘coragem grifinória’, ele pensa que pode falar assim comigo! – Bella andava de um lado pra outro, falando.
- É um filho da puta mesmo... – Kassi queimou a carta – na hora de te levar pra cama nas férias, tudo bem... uma delicia...! Agora que ele volta pra Hogwarts e praqueles amiguinhos dele ele te renega...! Mas... escuta aqui Bella, você não tem ficado atrás dele não... né?
- Eu só correria atrás daquele infeliz se fosse pra lançar uma cruciatus nele!
- Calma Bella...! – Kassi riu, sentando-se ao lado dela. – por mais que a gente goste a cruciatus ainda é ilegal...!
- Eu quero matar aquele imbecil!
- Eu sei...! – Kassi riu. Se conhecia bem Bellatrix (e conhecia), no fundo, no fundo ela queria mata-lo sim, mas de prazer... – Mas eu cuido disso, tá? O Sirius vai se ver comigo...!
Horas depois Bellatrix ria desvairadamente ao ver Sirius amarrado em uma das árvores dos jardins de Hogwarts, vestido com uma mini-saia roxo berrante e um corpete rosa pink enquanto Kassi anunciava que ele estaria vendendo beijos, a dois nuques cada, mas um uma condição: só para os garotos! E Kassi, mais maldosa que nunca desafiava os rapazes que estavam por perto a beija-lo, jurando pagar 10 galeões a quem o fizesse”.
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Um ano depois de ter terminado Hogwarts Kassi apareceu na casa de Bella e Narcissa. As duas ainda estavam na escola, então elas pouco se viam agora. Ao menos, agora nas férias, teria a possibilidade de se encontrar com suas adoradas “irmãs”. Mas achou a casa estranhamente vazia. Os Elfos estranhamente quietos.
Ainda era muito cedo, é verdade e ela só tinha chegado aquela hora por que tinha a intenção de se deitar com Bella e Cissy na cama de uma delas e as três dormirem juntas, como tinham o costume de fazer, há anos.
Quando tentou entrar no quarto de Bella um elfo desvairado veio até ela:
- Não senhorita, a senhorita não pode entrar aí! Não pode! Srta. Bellatrix pediu que ninguém entrasse! Não pode!
- Ah, claro... – Ela riu com desdém – vá pra cozinha e não saia de lá até que eu mande novamente.
- A srta... a srta... não pode... – ele resmungou enquanto se afastava dividido entre as duas ordens. – não pode... não pode...
- Ousando desobedecer à ordem de um Black...? – ela insinuou, maldosa.
- Não srta... não srta... não pode... não desobedeço srta... não pode... – ele resmungou até se afastar totalmente.
Kassi abriu a porta lentamente. A penumbra do lugar contrastava com o sol que inundava o corredor. Fechou a porta atrás de si, e andou pé ante pé na direção da cama de Bella. Parou no meio do caminho: ela não estava sozinha.
Reconheceu instantaneamente os cabelos negros e o rosto sem vergonha da pessoa ao lado dela: Sirius.
Suspirou profundamente: até quando eles ficariam nesse vai e volta?
Deu meia volta e deixou “os pombinhos” a sós, mas tendo certeza que dali a meia hora, quando acordassem estariam querendo se matar.
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- Eu quero matar aquele infeliz! Aquele bastardo nojento...!
- Ah, Bella, cala a boca! – Kassi jogou o livro que lia longe.
Não que ela estivesse realmente tentando estudar pro seu curso de Curandeiros, mas é que ouvir, anos a fio, essa mesma ladainha já estava cansando. – cansei desse seu vai e volta com o Sirius! Será que você ainda não entendeu que vocês só se acertam na cama...? Passou disso, vocês estão tentando se matar!
- Você quer saber Queen? O Sirius que se fôda! Ele que queime no inferno, eu não o quero mais!
- Realmente não se importa...? – Narcissa perguntou, descrente
- Certeza absoluta. Ou em algum momento você duvidou de que isso não passava de diversão pra mim...? – Bella encarou friamente a irmã. – em algum momento Cissy, você achou que eu estava me apaixonando pelo Sirius?
- Não, mmm... Claro que não. – Narcissa nunca tinha tido muita coragem pra enfrentar a irmã. Muito menos quando ela mantinha aquele olhar frio e decidido.
- Se existia algum prazer nesse joguinho, ele acabou. – Bellatrix encarou as duas com firmeza enquanto sentenciava isso.
Calada, Kassi assentiu. Bella falava tão decidida que ela pensou que tinha ouvido aquela reclamação pela ultima vez na vida.
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Tentando espairecer do inferno que era o Curso de Curandeiros Kassi entrou no Caldeirão Furado disposta a beber tudo que conseguisse até vomitar e ser expulsa do bar.
Mal sentou-se em uma mesa e percebeu algo que iria a fazer relaxar mais do que qualquer bebida: Sirius sentado a um canto, cabisbaixo com um pequena caixa preta nas mãos.
Ela riu maldosa e se levantou indo até o primo. Em instantes estava na frente dele, sorrindo:
- Ah, nem vem...! – Sirius grunhiu pra ela. – quando não é a Bellatrix pra me assombrar aparece você... que diga-se de passagem é pior que ela Kassiopéia...!
- Kassi, Sirius. Kassi. – ela sorriu. – tô vendo que você tá abatidinho... Cabisbaixo... O que aconteceu...? Seu namoradinho Potter te trocou por outro...? Ou pior: por outra?!
- Ah, num enche...! – ele ia se levantando.
- Tá esquecendo algo... – ela apontou a caixinha negra que tinha ficado em cima da mesa. A pegou e abriu, sem cerimônia alguma – oh, céus... parece que a coisa foi feia mesmo, né...? Seu namoradinho Potter recusou seu pedido de casamento? Ah, mas deixa eu te desapontar um pouco mais Sirius: casamento homossexual ainda não foi autorizado no mundo mágico!
- Claro que não, se não você já teria se casado com a Bellatrix não é mesmo...? – ele tinha desdém na voz
- Ah, com o maior prazer! – Kassi riu bebendo um pouco do whiski de fogo que tinha pedido. – parece que eu estou detectando certo ar de dor no seu rosto... a coisa foi feia mesmo não...? – ela pegou o anel de noivado que havia lá e o colocou no dedo – quem era a felizarda ... ou felizardo?
- Sophie Robbins. – ele não a encarava. Devia estar precisando mesmo desabafar por resolver falar com ela.
- Ela recusou...?
- Veementemente. – ele falou desamparado
- Mmm... garota esperta essa Sophie. – ela sorriu maldosa. Ele fez uma careta de dor. – ohhh a dor...! Sufocante não...?
- Você diz como se a conhecesse bem...
- E como! Eu amo a dor, ou ela me ama... ainda não entendi isso muito bem. – ela secou o copo de bebida com um gole. – sou, a cada dia, rejeitada pelo “homem” que... Por falta de palavra melhor, amo. Não que ele me recuse totalmente, ele está sempre perto de mim quando quer se divertir um pouco numa noite fria... mas nada além disso.
- Ainda correndo atrás do Lestrange...? – foi a vez dele sorrir enviesado
Ela tomou a garrafa de whiski nas mãos e encheu o copo dela e o dele:
- Isso nunca foi nenhum segredo não é mesmo? – sorria, enquanto virava o segundo copo.
- E o Lestrange continua correndo atrás da Bellatrix? – a conversa estava servindo pra distraí-lo
- Invariavelmente sim. Mas tudo bem, eu não sou ciumenta. Não me importo de dividi-lo com ela!
- Você é estranha... – ele murmurou enchendo os copos deles, que já tinham se esvaziado pela terceira vez.
- A gente sempre acha a própria família estranha.
- Eu não pertenço mais a sua família...
- Por que...? Só por que não tem mais seu nome numa tapeçaria imbecil?
- Vejo que você já visitou minha casa depois que eu saí... – ele resmungou
- Sangue é sangue Sirius. Por mais que você renegue você herda as coisas... – ela tornou a virar o conteúdo do copo na boca e enche-lo de novo.
- E você pelo visto herdou o gosto por bebidas do seu pai... – ele sorriu, mas ironicamente a acompanhava no mesmo ritmo enchendo e esvaziando seu copo.
- Pelo menos algo de bom ele tinha que ter me deixado, não? – ela riu, e começou a tirar a capa que vestia – quer saber, esse lugar tá ficando quente!
- Tem certeza que é o lugar que está ficando quente...? – ele deu um sorriso malicioso.
Kassi sorriu mais maliciosa ainda, e atirou a capa nele. Encheu o copo de Sirius e depois tomou o resto de whiski que tinha na garrafa direto do bico:
- Isso queima... – ela sussurrou sentindo a garganta arder pela bebida que descia por ela.
- Deve ser por isso que o chamam de Whiski de fogo! – Sirius pediu outra garrafa.
- Ah, claro...! – Kassi se recostou na cadeira, o corpo jogado sendo tomado pela bebida. – realmente deve ser esse o motivo! – riu animada – a bebida já tá fazendo seu total efeito... daqui a pouco já não vou estar falando nada com nada...!
- Como se você falasse algo que tem sentido...! – ele encheu os copos com a nova garrafa – enquanto você ainda está relativamente sóbria, me diz: o que te trouxe aqui... só a idéia de se embebedar loucamente?
- Basicamente foi, mas existia um por que...: você pode imaginar que inferno é fazer um curso pra se tornar Curandeiro...?
- Atualmente não já que o que o curso que eu estou fazendo é pra auror...!
- Auror?! – ela riu. Era uma pena pensar que dali a algum tempo Sirius poderia estar sendo morto por um Comensal da Morte enquanto cumpria serviço. Mais pena ainda se fosse ela que o matasse. Seria um desperdício de homem bonito. Afastou esses pensamentos da mente por um instante – pena... Bem, você então realmente não sabe o que é ter que decorar o nome de todas as artérias do corpo humano e ainda se lembrar do exato manuseio da varinha que você deve ter pra desentupir uma delas se for preciso. É um horror...!
Sirius riu. Viu ela abrir os primeiros botões da blusa que ela vestia: o whiski estava fazendo seu corpo arder. Os outros fregueses do bar começavam a se irritar com as maneiras dela.
- Oh céus... – ela revirou os olhos, abriu um pouco mais da blusa, o sutiã negro aparecendo sob pele muito branca. – essas mentes pequenas...!
- Você está chamando atenção... – ele murmurou tomando mais whiski e observando o colo bem torneado dela...
- Quer saber... – ela se debruçou sobre a mesa pra pegar a capa que tinha jogado nele. Ele deixou os olhos correrem por entre o contorno dos seios dela. – eu vou pra casa, beber em paz e tirar quantas peças de roupa eu quiser. Esse povinho provinciano me dá nojo.
Se levantou, parou na frente de Sirius, abaixou-se pra dar um beijo no rosto dele:
- Foi um prazer te encontrar nessa noite, priminho...!
- Prazer... – ele refletiu um segundo sobre o significado da palavra. Levantou-se rapidamente – espera Kassi... eu acho que quero te fazer... companhia!
Ela simplesmente soltou uma risada incrédula, sem ao menos olhar pra trás.
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Bella abriu a porta da casa de Kassi na manhã seguinte com a maior naturalidade do mundo. Aquele lugar era como se fosse sua casa e, desde que os pais de Kassi tinham morrido, Bella passava mais tempo lá do que na sua própria casa.
Subiu as escadas contemplando a falta de arrumação incrível que o lugar tinha: roupas pra todo lado, quadros quebrados, vasos caídos, flores secas em alguns deles. Kassi não sabia viver sozinha mesmo.
Abriu a porta do quarto dela, pedindo mentalmente que Kassi e Severus não tivesse se embebedado na noite anterior e resolvido dormir juntos e que ela não tivesse que visualizar tal cena...
Ia dando as costas quando percebeu dois corpos nus na cama, mas parou reconhecendo o corpo do homem. Deu alguns passos a frente pra se certificar. Sirius.
Estreitou os olhos perigosamente, sentindo certa onda de fúria se apossar dela. Respirou sonoramente algumas vezes: não ia deixar isso transparecer e perder titulo de “fria” e de quem tinha “um cubo de gelo no lugar do coração”.
E Kassi se mexeu na cama, despertando. Congelou totalmente quando percebeu Bella parada no meio do quarto, um brilho estranho em seus olhos.
- Bella... a que devo o prazer da sua presença? – Kassi se levantou, enrolando o lençol negro da cama em seu corpo.
- A um mero acaso, minha prima. – um sorriso frio nos lábios e a voz congelante. – e infelizmente ele não vai durar muito mais, já estou de saída.
- Bella... espere... – a voz de Kassi vacilou. Era impressão sua ou Bella tinha um ar de quem poderia tortura-la e mata-la com requintes de crueldade...?
- Arrrgh...! – Sirius começava a se levantar – que puta dor de cabeça...! o que aconteceu aqui...?
- Bella! – Kassi puxou o lençol da cama e correu atrás da prima, que saía da casa em disparada – Volta aqui!
***
O quarto tinha o chão coberto de cacos de vidro e tocos de cigarro. Num canto uma caixa com alguns poucos comprimidos: a maioria já tinha sido tomado por ela. Jogada no meio daquilo tudo Kassi tinha passado o dia relembrando o seu mísero passado, do inicio das suas desavenças com Bellatrix. Se arrastou, de quatro, entre alguns cacos de vidro: os joelhos foram cortados novamente e os cortes novos e os remanescentes começaram a sangrar. As mãos que se apoiavam no chão também. Chegou perto dos comprimidos e pegou três deles: os únicos que conseguia alcançar sem ter que parar pra tirar o caco de vidro que tinha se enfiado no seu joelho e estava incomodando... os jogou na boca e regou com um pouco de bebida da única garrafa do quarto que ainda não tinha sido quebrada. Limpou um canto com o antebraço que estava menos cortado e se sentou. A mente começou a se enevoar mais uma vez, efeito dos calmantes. Uma pena que eles não fizessem seu real efeito mais: ela não dormia, só ficava naquele estado de transe estranho, sua mente sem conseguir formar pensamentos coerentes.
Pegou um cigarro pela metade no chão e o acendeu com a varinha: a mira não estava muito boa então ela queimou um pouco o rosto e a mão. Praguejando contra a maldita varinha tragou o cigarro.
Como ela queria simplesmente apagar. Merda de calmantes que não faziam efeito mais! Por que o Sev não podia chegar e lhe enfiar a porra da poção do sono goela abaixo e ela dormiria em paz?!
Oh céus, como o seu coração quebrado doía!
- Por Slytherin! O que aconteceu aqui?!
Uma linda mulher adentrou o quarto: alta, morena, cabelos castanhos levemente ondulados e olhos amendoados extremamente verdes.
Kassi apertou os olhos pra conseguir enxergar através da sua mente enevoada:
- Jessy........?
- Queen! O que aconteceu aqui...? – ela se agachou no chão ao lado da amiga, pasma ao observar seu corpo totalmente cortado e em muitas partes vermelho de sangue. Às vezes ela tremia vestida somente com um top e uma calcinha. – quem te fez isso?
Kassi riu bobamente:
- Eu, oras...! Quem mais?
- Ah, deixe-me adivinhar: brigou com a Bellatrix?
Os olhos de Kassi começaram a se encher de lágrimas:
- Eu a amava, Jéssica... amava...! Por que ela tinha que estragar tudo?! Por quê?!
- Por que ela é uma orgulhosa estúpida, sempre foi.
Jéssica ajudou Kassi a se levantar, pensou em a colocar na cama, mas preferiu primeiro fechar os cortes, coloca-la na banheira. Vestiu-a depois do banho e a colocou na cama. Ficou por uns segundos a observando. Olhou o quarto: sedá-la com uma poção não seria nada mal, antes que ela começasse a se agredir de novo.
Calculou mentalmente se uma poção lhe faria mal somada aos comprimidos e a bebida: acabou achando que mais mal faria se ela ficasse “sóbria”.
- Bebe isso, vai Kassi... – a outra bebeu avidamente do frasco que ela estendia.
- Sabe de uma coisa Jessy... – ela falou com a voz embargada – você é um anjo. A Drak Angel, mas ainda assim um anjo...
E apagou.
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Pessoas que comentaram, obrigada, fico feliz com a apreciação de vocês...
Para Jessy: enfim você chega xuxu... e esse capitulo tbm é em sua homenagem, afinal, só vc mesmo, "garota-que-deveria-fazer-publicidade-e-propaganda"!!! Haushaushaushuahsuas...
Enjoy!
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