Banho de chuva



Cap 22 – Banho de chuva.

- Hermione, Hermione! Acorda! – chamava Gina insistentemente. A amiga abriu os olhos vagarosamente e olhava o quarto ao redor, como se precisasse se certificar de onde estava. Quando a morena ia abrir a boca pra falar algo, a amiga a abraçou demoradamente, deixando-a momentaneamente sem falas. – Parabéns Mi! – desejava a amiga. Aqui está o seu presente... queria poder dar algo melhor mas... – começou envergonhada
- Mas eu tenho certeza que o quer que seja eu vou adorar! – disse Mione sentando-se. Ganhara um belo porta retrato com uma foto dela, Giny, Harry, Ron, Fred e Jorge tirada nas férias e um belo cartão. – Não precisava Gina! Brigada! – agradeceu com um abraço, que a amiga retribuiu com um lindo sorriso.
- Agora se arruma que hoje tem visita a Hogsmeade.
- Ah é... – recordou-se dos “planos” de Harry e Rony para esse dia, ou melhor, a falta deles. Gina saiu de seu quarto e foi pro salão comunal espera-la para o café. Quando Mione desceu, a garota já aguardava ao lado de Harry e Ron.
- Mione! – saudou Rony quando ela se aproximou. Ele a abraçou e desejou um feliz aniversário, entregando-lhe seu presente em seguida, uma grande caixa com os melhores doces bruxos. Separou-se do amigo e foi logo abraçada por seu namorado, e permaneceram assim por algum tempo até que ele se afastou para que pudesse entregar o presente, uma edição especial de um livro famosíssimo sobre Aritmancia, que ela queria há tempos. Após agradecer devidamente os presentes e deixa-los no dormitório, ela desceu as escadas de caracol pra juntar-se novamente a eles. Largou-se no banco ao lado dos amigos, que pareciam conversar animadamente. O estranho foi que na hora que chegou suas expressões mudaram.
- Uai... o que foi? – perguntou – estavam falando de mim por acaso?
- Imagina Mi! – disse Giny – estávamos apenas... divagandosobre a sua pessoa, nada demais – riu a ruiva.
- E sobre o que faremos hoje. – acrescentou Ron.
- e o que a gente vai fazer? – perguntou animando-se
Aí é surpresa... se contar perde a graça – disse Harry, sorridente.

Logo após o café, juntaram-se a fila que aguardava impaciente no saguão de entrada o “fisco” de Filch antes de partirem para Hogsmeade. Ele revistava um por um e conferia seus nomes na lista. Seguiram para a saída de Hogwarts. O vento cortante toca suas faces, deixando-as coradas.
Embora ventasse muito, o céu não deixava de exibir um belo sol, embora este não aquecesse o suficiente e algumas nuvens o encobriam algumas horas. Entraram no Três Vassouras e recostaram-se numa mesa ao canto.
- Quatro cervejas amanteigadas, por favor! – pediu Rony à madame Rosmerta. Passaram toda a manhã ali, conversando, rindo... Mas um certo alguém disfarçava e muito uma tristeza contida. Por mais que estivesse na companhia de seus amigos numa conversa animada, não conseguia animar-se, apenas não sabia o porque. – Talvez porque você esperava algo mais pra hoje – disse uma vozinha em sua cabeça, que ela supôs ser sua consciência – ou então porque, na verdade, você queria estar nesse exato momento com seu namorado - “mas eu estou com ele”! – protestava a parte lógica de sua mente. – “Ótimo... agora fico aqui discutindo comigo mesma... Isso é... ridículo”. – Perdida na “batalha” que ocorria em sua cabeça, nem notou Harry chamar seu nome.
- MIONE! – gritou em seu ouvido. Ela pulou da cadeira.
- Ai Harry! Que susto! O que foi? – perguntou recompondo-se.
- Estava perguntando em que planeta você estava. – respondeu simplesmente.
- Eu... estou nesse aqui mesmo! – respondeu sorrindo.
- Tanto que nem prestou atenção no que Rony e Gina disseram.
- Lógico que prestei. Cadê eles? – perguntou ao notar a ausência dos amigos.
- Se você tivesse realmente prestado atenção, teria ouvido eles dizerem que estão na Dedosdemel. – Hermione se deu por vencida.
- E então... posso saber no que a Srta. estava pensando?
- Em você – respondeu sincera e simplesmente, olhando-o naqueles olhos verdes que tanto amava. Ele sorriu marotamente, aquele sorriso reservado pra ela, que a fazia derreter. Então disse:
- Então saiba que essa pessoa que você está pensando está nesse exato momento planejando uma maneira de te “seqüestrar” daqui a pouco.
- Me seqüestrar? – perguntou divertida. – e posso saber quais são as intenções do Sr. fazendo isso?
- As piores possíveis. – respondeu num tom rouco, antes de estender sua mão e dizer:
- Vamos? Afinal você não vai querer passar o dia inteiro aqui, suponho. – Ela segurou sua mão de bom grado e levantou-se. Soltaram-se logo em seguida, não queriam levantar suspeita. Foram andando pelas ruas de Hogsmeade, embora não soubesse ao certo aonde iam. Perguntou a Harry, mas a única coisa que ouviu foi: “Você é muito curiosa, sabia?”. Entraram por uma rua, viraram em outra, e em outra... Quando percebeu, estavam em frente a um pub que adorava, pouco conhecido. Só não imaginava que Harry também o conhecia. Entraram e teve uma das maiores surpresas de sua vida. A decoração estava diferente. Não eram mais mesas dispostas pelo lugar, combinando com os tons quentes das paredes, paredes daquele lugar tão pouco freqüentado, lugar que já foi seu refúgio em um dia distante em que se encontrava confusa. As mesas estavam mais ao canto, balões pendurados por todos os cantos. E, no centro, seus amigos. Não aqueles que se aproximavam por ser amiga de Harry Potter ou pra pedir ajuda em uma questão. Tampouco eram aqueles que se aproximavam por interesse. Eram, realmente, os meus amigos. Emocionada, sorriu ao notar Gina se aproximando com um bolo. Comemoraram, e ela fez questão de abraçar a todos que ali estavam. Os pensamentos que estavam em sua cabeça se esvaíram. Como pôde
pensar que eles não teriam feito nada?

- Tá gostando da festa Mi? – perguntou Giny. Trabalhara com Harry e Ron incansavelmente para que tudo saísse perfeito.
- Gostando? Estou amando, isso sim! – disse sincera. – Obrigada Giny...
- Agradeça ao seu namorado, ele que teve a idéia de fazer algo pra você. – disse bem baixo, de modo que apenas ela pudesse ouvir. Hermione sorriu. A festa transcorria perfeitamente bem, quando ela ouviu Rony chamar a atenção de todos.

-Gostaria de chamar agora a aniversariante para um discurso – disso sorrindo maldoso. Hermione lançou-lhe um olhar mortífero, mas não teve escolha quando todos começaram a bradar: “discurso”! Foi ao lugar em que Rony se encontrava, este que saiu com um sorrisinho cínico no rosto.
- Bem... não preciso nem dizer o quanto estou nervosa, preciso? – começou envergonhada – Não sei sinceramente o que eu to fazendo aqui, considerando que estou realmente sem graça – os presentes riram – Primeiro queria dizer que agradeço a presença de cada um de vocês aqui, de verdade. Vocês fazem parte da coisa mais inacreditável da minha vida, a magia. Na verdade, vocês são a magia em minha vida. Gostaria muito de agradecer individualmente a cada um de vocês, mas vou ficar devendo essa. No entanto, gostaria de agradecer algumas pessoas em especial. - Olhou alegremente para os amigos. – Lupin, Tonks... Aprendi muito com vocês, muito mesmo. Não aprendi apenas ensinamentos, lições mas também aprendi como é bom saber que você está sendo protegido, que pessoas se preocupam com você. A todos que participaram da armada... Alguns de vocês eu conhecia há tempos, e tive a maravilhosa oportunidade de amadurecer com vocês. Outros, apenas no ano passado pude conhecer melhor e me arrependo por não o ter feito antes. Vocês são pessoas maravilhosas e quero que saibam que tudo que eu puder fazer por vocês, eu farei. Giny – parou por um momento e olhou diretamente pra amiga. – Sei nem como dizer algo sobre você! Tenho em ti uma irmã, uma irmã que eu não tive, minha melhor amiga, aquela que sabe tudo de mim... e eu de você. Obrigada pela amizade incondicional.
Rony... mesmo com todos os desentendimentos nesses 6 anos de amizade, devo dizer que agradeço a Merlim por ter colocado você na minha vida. Não importa o que aconteça, saiba que sempre que precisar tem uma amiga pronta pra te ouvir ou principalmente, ralhar com você. – Eles riram.
E por ultimo mas não menos importante, Harry. Não teria palavras pra expressar o que você representa pra mim. Sempre se preocupando, cuidando de mim, salvando minha vida ou até mesmo me aprontando surpresas como esta. Só posso dizer uma coisa: Obrigada.
Agora, se não se importam... prefiro descer daqui porque é realmente embaraçoso sentir-se alvo de tantos olhares e além do mais... não tenho mais idéia do que dizer... Obrigada a todos! – os amigos a aplaudiram, alegres. Algumas horas depois começaram a ir embora. Primeiro Gina, dizendo que tinha compromissos inadiáveis mas que depois os encontraria. Lupin e Tonks tinham trabalho a fazer... Por fim, restara apenas ela, Harry e Rony.

**********
Gina adentrou na casa dos gritos, sentindo algo que não seria capaz de descrever. Procurou Malfoy com os olhos, e não o encontrava, mas jurava que era capaz de senti-lo. Encarava as paredes frias daquele lugar deserto, ora pensando em ir embora, ora pensando em deixar-se ficar por ali. E tudo isso em segundos. Foi quando sentiu uma forte presença atrás de si. Chamou, receosa:
- Draco?
- Achei que não viesse mais – disse ele despindo-se da capa da invisibilidade, assustando-a.
- Estou aqui, não estou? – respondeu desafiadora, os olhos parecendo arder em chamas. Não sabia o porque, mas toda vez que ele estava por perto ela sentia-se assim... incandescente. – Porque me chamou até aqui?
- Queria alguém pra, sei lá, conversar.
- E porque você não chama um de seus amigos da sonserina pra isso? – perguntou desdenhosa
- Porque eles não são meus amigos... apenas se interessam pelo poder, só isso.
Gina o encarou duvidosa. Estava ele ali, mostrando que confiava nela, disposto a ser seu amigo, demonstrando realmente o quanto mudara. Resolveu dar uma chance.
Conversaram por muito tempo, os fazendo esquecer as horas e o mundo a sua volta. Não se delongavam num assunto, passearam por suas infâncias, seus medos, seus anseios. Se não fosse Draco tocar no nome de Hermione, talvez Gina nunca se lembraria do que prometera a Harry.
- Confesso até que admiro muito sua amiga, Hermione Granger. Além de inteligentíssima, é uma pessoa de muita coragem, embora a lembrança dolorosa de um tapa ainda esteja na minha mente.
- Hermione?! – Gina não ouviu mais nada. Adoraria continuar conversando com Draco por mais tempo, mas tinha que ajudar Harry. E se demorasse mais alguns minutos, iria se atrasar. – Draco, mil desculpas, desculpa mesmo mas eu vou ter que ir agora. Hoje é aniversário de Hermione e preciso fazer algo pra ela realmente importante, me atrasei se ficar mais. Você não fica chateado, fica? – perguntou atenciosa.
- Um pouco – disse parecendo ofendido. – Claro que não! – disse ao notar sua cara. – Eu entendo... pode ir. – Ele deixou Gina ir embora, sorrindo para a ruiva. Gostara de sua companhia, mas justo quando ele chegaria na parte importante da conversa ela teve que ir embora? Vestiu novamente sua capa e seguiu para o castelo, adentrando no salão comunal sonserino próximo as masmorras de Snape.
*************

Andavam tranqüilamente pelas ruas de Hogsmeade quando viram uma ruiva correndo afoita em sua direção.
- Gina! Estávamos te procurando! – disse Harry.
- Desculpem, tive que resolver uma coisa – disse tentando recuperar o fôlego.
- Onde você estava ein mocinha? – perguntou Rony, inquisidor.
- Não é de sua conta – respondeu ríspida. Já eram umas cinco horas, teria agora que “desgrudar” Rony dos amigos. “por uma boa causa” – pensava risonha. – Ron... Fred e Jorge estão precisando de nossa ajuda.
- Com o quê?
- Eles compraram o terreno pra fundar a filial da loja deles aqui em Hogsmeade. Eles queriam nossa ajuda pra ver o estado e dar uma força na arrumação.
- E se eu não quiser ir? – perguntou desafiando-a.
- Ai eles vão ter que dizer pra mamãe que você não está disposto a colaborar... Deixa de besteira Rony! Eu também não to nem um pouco a fim de ir mas... fazer o que? São nossos irmãos! – argumentou.
- Mione... você ficaria chateada se eu fosse? – perguntou Rony esperançoso. Para sua tristeza, Hermione respondeu:
- de forma alguma! – Entendo que tenha que ir Rony. Você já fez muito por mim hoje – disse compreensiva.
Rony, sem opção, despediu-se e acompanhou Gina. Harry e Hermione decidiram voltar para Hogwarts. Enquanto adentravam pelos jardins, com as folhas caindo de suas respectivas árvores, que abrigavam alguns segundanistas que insistiam em passar o dia do lado de fora do castelo, Hermione comentou:
- Hoje foi um dos melhores dias da minha vida sabia?
- E quem disse que esse dia acabou? – replicou enigmático. Hermione sorriu. Sabia que de nada adiantaria perguntar o que ele ainda guardava para esse dia. Passaram pelo saguão principal e caminharam silenciosamente até o salão comunal. Percebeu que em muitos momentos da vida as palavras não se faziam necessárias, o silêncio tornando-se o grande esclarecedor de todas os pensamentos e desejos. E aquele momento era um desses. Não precisavam dizer, apenas sentiam que não precisavam de mais nada além da presença do outro. Ficaram lá por alguns minutos, sendo observados curiosamente pelos ainda novatos, que não se acostumaram ainda com a presença de Harry Potter no mesmo ambiente que eles.
- E então, descansada? – perguntou ele.
- Acho que sim...
- Então vamos! – ele estendeu sua mão como fizera mais cedo, embora ela notasse um brilho diferente em seu olhar. O que ele tá aprontando? - pensava insistentemente, mas deixou-se levar pelas mãos daquele belo moreno de olhos verdes. Quando deu por si, estavam no vestiário do campo de quadribol. Observou Harry abrir um grande armário e retirar de lá sua firebolt.
- Desde quando você guarda sua vassoura aqui? – estranhou
- Desde hoje de manhã antes de irmos pra Hogsmeade. Sabia que viria aqui.
- Não vai me dizer que vai treinar quadribol agora, vai? – perguntou incrédula.
- Porque, você quer treinar comigo? – replicou divertido. – Lógico que não. Apenas vamos dar um passeio, só isso. – E eu sei que você odeia alturas, mas não estaria a chamando pra ir fazer isso, em pleno dia do seu aniversário, se não soubesse que é por algo que acho realmente que valha a pena.
- Eu odeio alturas sim. Mas não sinto medo quando estou com você lá em cima. Não mais. – respondeu sincera. – Mas não acha que já tá ficando tarde para isso não? Quero dizer, falta uns trinta minutos para o pôr-do-sol. Logo vai anoitecer.
- Eu sei... mas não dava pra te tirar no meio da sua festa de lá e te trazer não é mesmo? E além do mais, esse é o melhor horário para ir. – parou por um momento, a encarando como se dissesse: “Confia em mim?!” e completou – Podemos ir? – Ela não hesitou, confirmou com a cabeça, seguiram pro campo e levantaram vôo em seguida. Não foram nem muito rápido, nem muito devagar. Pela primeira vez, ela sentia-se livre ao voar, sem medo, sem nada, apenas adorando intensamente aquele vento que batia em seu rosto, a visão que tinha do céu que aos poucos ia tomando um tom laranja-avermelhado, adorando o contato de seu corpo com o de Harry... Harry. O motivo daquilo tudo. Porque era assim que ela se sentia quando estava com ela, imensamente alegre, imensamente livre. Imensamente apaixonada. Não se importou quando notou que estavam um pouco distantes de Hogwarts, quando olhou para baixo e viu o lago negro ficando para trás. Aos poucos começaram a descer. Quando chegavam próximos a ter uma visão do local, Harry parou a vassoura e pediu:
- Quero agora que feche os olhos. – ao dizer isso, fez com que ela olhasse pra trás, pois durante o caminho trocaram de posição para que ela pudesse ter uma visão melhor do mundo que os cercava.
- Porque? – perguntou curiosa.
- Porque é surpresa. Só abra quando eu pedir, ok?
- E se eu não estiver disposta a fazer isso? – desafiou.
- Se você não fizer isso... eu simplesmente vou ter que tapar seus olhos, tirando assim minhas mãos da vassoura. Você quer isso? – retrucou sorridente.
- Não, não mesmo. Prometo que fico de olhos beeem fechados.

E ela o cumpriu. Ao aterrissarem, ele a desmontou delicadamente da vassoura e a conduziu um pouco pra frente, virando-a algumas vezes. Por fim, a abraçou por trás e disse:
- Pode abrir.
Hermione não soube atribuir palavras para aquilo. Era simples e puramente, a imagem mais linda que vira em toda sua vida. O sol já havia se posto, mas o céu agora mesclava os tons azul, violeta, laranja e vermelho todos de uma vez. Uma imponente lua cheia surgia no céu, e as estrelas em sua volta começavam a brilhar. Sem contar o ambiente ao redor deles. Assemelhava-se a um grande jardim, mas um jardim natural, sem qualquer interferência humana. Podia sentir o cheiro suave das flores, observar algumas estrondosas árvores, a grama muito verde e nivelada a seus pés... E tinha Harry. Não podia sentir-se mais completa do que naquele momento.
- Lembra que no meu aniversário você me mostrou um lugar perfeito, que você considerava um porto seguro, um lugar que você adorava ir não só pela beleza indescritível mas também para por os pensamentos em ordem? Ali você me mostrou um pouco mais do seu mundo, de você e nesse mesmo dia me deu a maior felicidade do mundo. Então quis fazer o mesmo por você, te trazendo pra um lugar que considero um dos mais belos que já vi, um segundo porto seguro pra mim. – disse suave em seu ouvido. Ela não sabia o que responder, embora soubesse que qualquer coisa que dissesse não seria necessária. Ele podia sentir o quanto ela se sentia bem ali. Então simplesmente perguntou:
- E qual seria o seu primeiro porto seguro?
- Você. – disse sorrindo sincero, antes de beijar-lhe o pescoço. Hermione se virou para ele aos poucos, emocionada. E então eles se beijaram. Era impressionante, podiam se beijar milhares de vezes mas sempre sentiam o mesmo frio na barriga, as mesmas emoções intensas percorrendo seus corpos. Não que sempre fosse igual, monótono. Todas às vezes descobriam um pouco mais deles mesmos, daquele amor que sentiam. Parecia com o primeiro beijo: calmo, incerto, ansiado, desejado... mas parecia-se também com um beijo de despedida: desesperado, intenso e sempre desejando não ter que se separar nunca. – Ele lentamente separou-se dela, apenas o suficiente pra olha-la nos olhos. – Você é meu porto seguro Hermione. Porque não importa que o mundo esteja desabando, não importa todos os problemas e medos que eu tenha, todas vezes que estou com você eles se tornam inexistentes. Você faz com que mesmo quando eu estou fraco eu consiga encontrar forças. Faz com que supere meus medos e tenha uma coragem que nem mesmo acredito que exista. Faz com que eu me torne invulnerável a todos que tentam me prejudicar, mas faz com que todas vezes que estou perto de você sinta que baixo todas minhas armas e me torne extremamente vulnerável em relação a você. Faz com que todos os dias me surpreenda com você e me sinta capaz de te amar ainda mais, mais até do que amo agora...

As lágrimas agora escorriam livremente pelos olhos da garota, só que de felicidade. Tinha o namorado mais perfeito do mundo e a certeza de que o amava mais que tudo. Não conseguindo falar nada, apenas o puxou para mais um beijo, doce mas ao mesmo tempo ousado. Perderam noção de tempo, espaço enquanto estavam ali, sentindo a presença um do outro, seus lábios unidos não querendo se soltar, deitados e entregues àquela magnífica energia que os envolvia.

Porém tinham que voltar. E antes de acabar o jantar, Gina não conseguiria segurar Rony por muito tempo sem que este desconfiasse de algo. Voltaram então para Hogwarts. No trajeto porém, a chuva os alcançou. Chuva que lhes molhava o corpo e a alma, e eles não se importavam, até mesmo se divertiam. Quando voltaram ao chão, completamente ensopados, Harry a observou:
- Acho que você está molhada, sabia?
- Nem tinha percebido! O que seria de mim se você não tivesse falado. – disse irônica, mas alegre. – Mas to começando a sentir frio.
- Acho que tem um jeito de te esquentar... – disse sedutor, puxando-a para perto de si e tomando seus lábios novamente. Foram para dentro do vestiário onde Harry mais uma vez abriu o armário e depositou sua vassoura ali, a pegaria depois. Retirou nesse momento a capa da invisibilidade de lá.
- Harry, não é perigoso guardar suas coisas ai? Nunca se sabe quem pode abrir.
- Não... Apenas os donos dos respectivos armários conseguem abrir. Só os capitães de cada time, não há nenhum encantamento para arrombar ou algo assim que funcione. Eles seguiram até entrada cobertos pela capa. A chuva agora estava fraca, menos que um chuvisco. Antes de entrarem, porém Hermione executou um rápido feitiço. Em poucos segundos estavam completamente secos. Entraram e seguiram diretamente para o salão, parando antes num canto para tirarem a capa. Deram uma justificativa qualquer para Rony e alegaram cansaço, subindo para os respectivos dormitórios, agora com a certeza de que se amavam cada dia mais.

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