Reconhecendo o Território
As cartas que as meninas receberam, continham a seguinte mensagem:
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INSTITUTO AVALON DE ENSINO MÁGICO
Diretor: Frinni Bonafides (Ordem de Merlin, Terceira Classe)
Vice-diretora: Régia Rabello
Inspetores: Néris Kamel
Ernesto Folderis
Don Fangianoukas
Prezada Senhorita,
Temos o prazer de informar que a senhorita possui uma vaga na Classe Intensiva de Recuperação em Magia (CIRM) de nosso estabelecimento mágico-educacional. Todo o esclarecimento necessário lhe será proporcionado, juntamente com uma visita ao colégio, guiada por um de nossos confiáveis inspetores. Aguardamos-lhe na próxima segunda-feira, às 9:00 da manhã em ponto.
Atenciosamente, O Diretor
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Já se pode imaginar que os dias depois dos acontecimentos daquele sábado não foram nada normais. A princípio, as meninas imaginaram que tudo não passara de uma brincadeira, ou mesmo loucura, o que fosse. Mas cada dupla de amigas, em lados opostos da cidade, tentava imaginar o que estava ocorrendo, sem sequer pensar que às outras acontecia o mesmo.
Então, a segunda-feira chegou. Era o primeiro dia de aula antiga escola das garotas, um lugar que amavam muito e onde passaram por momentos que, mesmo sem saber, eram mágicos. Mariana, Thaís, Priscila e Carol se encontraram para rever amigos que ainda lá estudavam e aqueles que, como elas, também já haviam terminado seus estudos e foram apenas para reencontrar os outros. As quatro foram visitar sua antiga sala de aulas, e acabaram ficando para assistir uma aula de Geografia, ensinada por um antigo professor do qual gostavam bastante. Se divertiram o quanto puderam, relembrando os bons tempos, e nem notaram como as horas haviam passado rápido. Conversaram um pouco mais com o professor depois que a turma saiu, até ele anunciar que já era hora do recreio. Antes que ele entrasse no elevador, Thaís perguntou-o que horas eram.
- 8:56 h. - ele disse calmamente e se despediu quando a porta automática se fechou - Tchau, meninas. Venham sempre nos visitar!
Porém as garotas não encontraram forças para respondê-lo. Faltavam 4 minutos para a visita do inspetor da tal escola de magia. Com todo o alvoroço do reencontro com as velhos amigos, ninguém parou para pensar como seria o dito encontro, pois na carta não havia indicação de lugar nem coisa alguma. E, mesmo que tentassem acreditar que tudo era fruto de sua imaginação, no fundo elas sentiam que algo muito importante iria mudar suas vidas para sempre.
As amigas encontraram umas os olhos das outras...
- A gente tem que contar uma coisa pra vocês. - as quatro falaram em uníssono.
Nada mais foi dito. Logo perceberam que havia acontecido a mesma coisa a todas elas.
- Vocês receberam a carta? - Carol perguntou.
- É. Vocês também, né? - disse Priscila.
- Isso mesmo. E agora são 8:59. - Mariana havia pego o celular para ver a hora. - E agora, o que a gente faz?
- Ai, não... - gemeu Thaís com insegurança - Acho melhor a gente ir embora.
- Tem certeza de que não foi bricadeira da Pri2 com a gente? - Mary indagou à Carol.
- Eu conversei muito com a Pri2 ontem pelo telefone e ela jura de pés juntos que não tem nada a ver com as cartas. Mas ela pareceu um tanto confusa quando eu contei o lance das corujas e...
Ouviu-se um estampido baixo e uma fumaça tranlúcida e esbranquiçada começou a invadir o fim do corredor. Aos poucos a fumaça foi se desfazendo e a silhueta de um homem alto foi surgindo. Ele caminhou na direção das meninas que, assustadas, mal podiam se mover. O homem parou próximo a elas e disse, bem humorado:
- Bem, então eu encontrei vocês já prontas pra ir, ãhn?
O homem aparentava ter uns quarenta anos e se vestia com uma longa capa preta sobre um terno cinza, uma roupa completamente desconfortável para o calor que costumava castigar o Rio de Janeiro naquela época do ano. A capa tinha bordada na altura do peito um brasão que as meninas logo reconheceram por ser o mesmo impresso nos envelopes das cartas recebidas dois dias antes: um escudo envolto por ramos de uma folha diferente, que tinha cor de fogo, um belo unicórnio no centro e uma faixa com os dizeres "Nosce Te Ipsum" em linha púrpura bem embaixo. Na manga havia uma larga faixa vermelha onde estava escrito "Inspetor".
- Então... Vamos? - ele perguntou.
As amigas permaneceram imóveis, chocadas, olhando para ele fixamente.
- É... Parece que tantas novidades fizeram o cérebro de vocês travar. - ele continuou, exibindo o mesmo sorriso bem-humorado - Ok, vamos começar pelo começo: sou Ernesto Folderis, inspetor do Instituto Avalon. E vocês? - e ofereceu a mão para que apertassem. Olhando para cada uma e notando que nem se moviam, ele recolheu a mão estendida às costas - Então vou ter que apelar para o antigo método do choque psicológico impetuoso. - deu uma risadinha divertida - Odeio fazer isso, mas a maioria dos nascidos trouxas, definitivamente, não está preparada para esse tipo de revelação.
- Q-q-que revelação? - perguntou Mariana, num fio de voz.
- Bem, não adianta fingir, eu sei quem são vocês: - ele apontava para cada uma, enquanto mencionava seus nomes - Ana Carolina, Priscila, Mariana e Thaís. Eu sei que o baque vai ser grande, mas vocês vão ter que aceitar o fato de que são bruxas!
Os olhos da Mariana se encheram de lágrimas que, até agora, não se sabe se foi de emoção ou nervosismo. Priscila mantinha os olhos esbugalhados e fixos em um ponto indefinido. O queixo de Carol caiu de vez e Thaís, ainda aparvalhada, reuniu um pouco de força, só sufuciente para afirmar:
- Não... Isso não pode ser... Isso não existe.
- Céus! Todos dizem isso quando descobrem. Até eu disse! Vamos ver... Pergunta clássica para iniciantes desacreditados: vocês se lembram de alguma coisa estranha que tenha acontecido com vocês alguma vez?
Depois de um silêncio de alguns segundos, Priscila respondeu, desta vez, encarando o inspetor:
- Pensando bem, aconteceram muitas, muitas coisas...
- Como fazer as nuvens saírem pra poder enxergar melhor a lua. - disse Mariana, olhando diretamente para Carol.
Folderis franziu o cenho. Desde quando bruxas recém descobertas produziam mudanças climáticas? Mesmos as reações mágicas involuntárias que os jovens semi-trouxas apresentavam antes de descobrirem seus poderes eram feitos modestos (como mover coisas do lugar ou fazer o cabelo crescer mais rápido). O inspetor anotou mentalmente que deveria ficar de olho naquelas jovens bruxas e prosseguiu com sua explicação:
- Quem tem a magia fluindo nas veias não precisa pensar muito pra recordar algum momento que antes parecia inexplicável. Pra isso que nossa escola foi fundada: para desvendar os mistérios do mundo mágico a todos, nascidos bruxos ou não. - e vendo que as garotas estavam entrando em parafuso novamente, disse depressa - Meninas, antes que vocês achem que estão delirando, eu preciso da autorização de vocês para levá-las a Avalon e explicar tudo, desde o começo. Não se preocupem, têm outros adolescentes como vocês à espera na escola. Por isso, não podemos nos atrasar nem mais um segundo. Para me acompanharem, vocês só precisam pegar essa chave de portal aqui. - ele mostrou um objeto semelhante a um castiçal de cobre.
Todas estavam sentindo muito medo, mas alguém tinha que fazer alguma coisa. Não havia outra explicação plausível para tudo o que andava ocorrendo desde o fim de semana. Carol foi a primeira a reagir, quase involuntariamente, mas quando esticou seu braço para tocar no castiçal, Thaís a interrompeu:
- Não... Carol, não... faz... isso. - porém a menina não foi rápida o bastante.
Carol já encostara um dedo sobre a superfície do objeto e uma fumaça começou a subir lentamente do chão e se enroscar em volta do corpo da garota. Mariana, vendo a amiga sumir em meio à neblina, disse:
- Então, se a Carol vai...
E segurou o castiçal com força, quase soltando-o das mãos do inspetor. A mesma fumaça começou a se enroscar em torno dela também. Thaís, sem outra opção, se adiantou alguns passos e também tocou na chave de portal, sendo imitada quase que imediatamente por Priscila.
Agora que já estavam sendo tranportadas dentro das colunas de fumaça, a idéia de aceitar o convite de um homem desconhecido de poderes sobrenaturais pareceu completamente estúpida às garotas. Pensando nisso, Carol até tentou localizar o braço de alguma das amigas, mas aquela neblina leitosa não era apenas densa. Era sólida. Era praticamente impossível enxergar alguma coisa que não fosse o branco perolado à frente. Quando Mariana começou a cogitar a possibilidade de dar um grito de socorro, a fumaça foi se dissipando e a paisagem se revelou totalmente diferente da anterior. Parecendo satisfeito, o homem disse:
- Bem, meninas, chegamos. Aqui é o Instituto Avalon de Ensino Mágico.
Eles se viram no meio de um enorme prado, que não continha o mínimo vestígio de uma escola de magia. Mas Folderis bateu palmas duas vezes e um enorme portão de ferro surgiu do nada, com grossas barras de ferro marcadas com símbolos de runas e encimado por um enorme pássaro de ouro. O portão começou a se abrir lentamente e Folderis pediu às meninas que entrassem. Todas ficaram imediatamente boquiaertas ao perceberam que o interior do terreno era extremamente diferente do que se via fora do portão. Um enorme campo gramado se extendia até a orla de uma floresta, adornada majestosamente com uma espécie de cachoeira que mais parecia um meio arco-íris. Suas águas não vinham de uma nascente, mas pura e simplesmente do ar, e cada queda possuía uma das sete cores do arco celeste. Ele terminava numa pequena lagoa rodeada de flores brancas em forma de sino. Um imenso castelo ocupava o centro do campo, exibindo três torres enormes e mais outras tantas menorezinhas ao redor delas. Próximo à torre esquerda havia uma gigantesca árvore de madeira esbranquiçada, cuja copa de folhas vermelhas e alaranjadas davam a impressão de que estava em chamas. Um modesto grupo de jovens observava de olhos arregalados um ponto onde fiapos de fumaça esbranquiçada pairavam.
- Ei, garotos! Estou aqui!
O grupo pareceu tão chocado ao vê-lo novamente que alguns até recuaram quando o inspetor se aproximou, acompanhado das quatro garotas. Um garoto de cabelos negros e cacheados, disse com uma voz rouca de medo:
- Você estava lá. Você sumiu de lá no meio de uma fumaça branca. Agora você está aqui. E isso tudo você fez em menos de um segundo...
Folderis puxou um fino cordão dourado de dentro das suas vestes e mostrou o pingente em forma de ampulheta a todos.
- Isso é um vira-tempo, aposto que já ouviram falar nele. - nem deu tempo de ninguém se pronunciar (e era difícil que isso acontecesse, pois todos estavam muito chocados ainda) e o inspetor continuou - Bem, agora vamos nos acomodar para conversarmos. Deixe-me ver algo bem confortável para nós. Ainda está cedo, mas acredito que vocês estejam cansados com a viagem e todas essas revelações... Pelo menos eu estou. Sabem, usar um vira-tempo três vezes seguidas acaba saindo caro para o meu fôlego...
Puxando uma varinha, ele conjurou um imenso sofá de veludo azul-escuro e uma cadeira forrada de seda da mesma cor para ele.
- Ah, agora sim podemos começar. - ele disse, sentando-se e apontando o sofá para os jovens - Como todos estão a par agora, vocês são bruxos. Nasceram com dons que seus pais não possuem e posso garantir: isso não é nada mal. Este lugar onde vocês estão agora nada mais é do que uma escola de magia onde, obviamente, apresentamos os segredos do mundo mágico a todos aqueles que possuem tais dons. Imagino que todos aqui conheçam profundamente a saga do nosso herói Harry Potter.
Todos moveram suas cabeças afirmativamente. O garoto de cabelos cacheados tornou a falar:
- Eu nem gosto muito disso, sabe? Mas minha namorada fala de Harry Potter o tempo todo, parece viciada. Tem revistas, jornais que só falam disso... Ela até arranja umas publicações que eu nunca vi na minha vida, em banca alguma. "Super Bruxa", "Meia-Noite", uns nomes assim estranhos. Acabei pegando o costume, de tanto que ela me pedia pra ler essas coisas.
Folderis sorriu e perguntou:
- Desculpe, jovem, mas qual é o nome e sobrenome de sua namorada?
- Fernanda Ribeiro. - respodeu o menino meio receoso.
- Fernanda Sidárius Ribeiro, é isso?
O menino, assustado, respondeu balançando a cabeça positivamente.
- Então não é nada estranho que sua namorada tenha a assinatura da Super Bruxa, já que ela é uma de nossas alunas. Inclusive, conheço muito bem os Sidárius, são boa gente.
- O que a família da Fê tem a ver com isso tudo? Não me diga que eles...
- Parece, hum... Guilherme, não é? - o menino acenou positivamente de novo, completamente pasmo - Parece, Guilherme, que você terá muitas surpresas hoje. Sim, Fernanda e sua família são bruxos.
Guilherme abriu a boca para falar alguma coisa, mas não teve forças e voltou a fechá-la, completamente atordoado. Parecia estar desesperadamente confuso com aquilo tudo. Folderis continuou sem se preocupar com a reação do jovem:
- Enfim, é praticamente impossível um bruxo ou bruxa, mesmo criado como trouxa, não ter algum tipo de contato com a história de Harry Potter. É sua essência falando mais alto. Para todos vocês que já conhecem as histórias, vai ser mais fácil explicar. Cães de três cabeças, Azkaban, Voldemort e, acima de tudo, Harry Potter existem ou já existiram algum dia. Harry Potter derrotou o Lorde das Trevas no ano de 1997, porém não sobreviveu. Infelizmente, esse sacrifício foi necessário. É uma longa história, portanto, sugiro que vocês procurem se informar nos livros, pois há coisas que somente Hermione Granger, os Weasley, Remus Lupin e, claro, Dumbledore sabiam. Nossa biblioteca tem um grande acervo e então vocês...
Thaís não suportou e interrompeu:
- Então o Sirius morreu mesmo?
- Thaís, isso é pergunta pra se fazer num momento desses? - ralhou Priscila.
- Fala sério, Prip'z. Se nós fomos transportadas através de uma chave de portal pra uma escola que ensina magia, por que a história do Harry não pode ser verdade?
Folderis riu, mas respondeu:
- Thaís, se você quer mesmo saber, Sirius está realmente morto. Bom, ainda não se sabe o que há atrás daquele véu no Departamento de Mistérios. Mas Sirius não retornou de lá para nos contar. A Segunda Guerra nos trouxe a perda de pessoas muito importantes para o mundo mágico: Sirius Black, Potter, Dumbledore...
- Dumbledore? - todos falaram ao mesmo tempo.
- Você estragou a surpresa! - indignou-se uma menina de traços indígenas - Ainda nem foi lançado o sexto livro e eu já sei o final da história...
Thaís lamentava:
- Isso não é justo... A J.K. não podia ter feito isso!
Mariana inclinou um pouco a cabeça para poder enxergar a amiga, que estava uns lugares depois dela, e disse impaciente:
- Thaís, acorda! Você não acabou de ouvir que não foi a J.K. que escreveu o livro? Que dizer, escreveu, mas não... inventou... a história. - ela foi desacelerando a fala enquanto se dava conta de um fato estranho - É verdade. E a J.K Rowling?
- Joanne é sim uma bruxa. Estudou na mesma época que Harry Potter em Hogwarts, e inclusive era sua amiga. Quando terminou os estudos, a pedidos da comunidade mágica, escreveu livros contando a história do garoto.
Houve um burburinho geral. Um menino esguio, de olhos muitíssimo azuis e cabelos bem escuros espetados se levantou revoltado. Ele parecia ter sido arrancado da cama, pois estava de chinelos, uma camiseta e samba-canção. Carol rapidamente olhou de esguelha para Mariana, que não conteve um sorrisinho interessado, pois o garoto era de fato muito bonito.
- Só falta você me dizer agora que J.K. Rowling é um pseudônimo de Hermione Granger!
Folderis encarou o garoto de uma forma que confirmava sua afirmação, por mais que ela tivesse sido sarcástica.
- Ah, pára! Isso é brincadeira... - o garoto disse - Cara, eu tava no meu quartinho, no décimo quinto sono e você me traz pra cá e começa a me falar dessas paradas esquisitas... Chega, vou me acordar logo que esse sonho já tá ficando sinistro e hoje eu tenho que comprar minha passagem pra Austrália. - ele se beliscou, deu um berro e, vendo que não estava dormindo de fato, voltou a se sentar, alisando o braço beliscado.
Mariana virou-se para Carol e afirmou categoricamente:
- Só podia ser... BB: bonito e burro.
Só que ela disse alto demais, o pessoal que estava em volta riu e o menino olhou-a feio. Folderis pediu silêncio e prosseguiu:
- É, apesar de todos os problemas normais de trouxas que descobrem ser bruxos, vocês já estão começando a aceitar. Já estou acostumado, todo ano é a mesma coisa. Quando vocês saírem daqui, já estarão prontos para entrar no mundo dos bruxos. Vamos lá, então, continuando... Seus pais não são bruxos, por isso vocês ficaram vivendo como trouxas até terminarem seus estudos, assim terão tempo para fazer nosso curso em tempo integral. Os outros alunos que têm pais bruxos ou cuja magia aflora mais precocemente entram aqui logo após o primário. Muitos alunos cursam o ginásio e o colegial paralelamente à nossa escola e nós respeitamos quem também deseja prosseguir coma educação trouxa. A maioria dos jovens mora aqui para ter mais contato com o mundo mágico. E vocês, que farão tempo integral durante 3 anos, porque é um curso intensivo, também terão de morar.
- E nossa família? E minha mãe? - perguntou Thaís com uma voz chorosa.
- A essa hora, eles estão tendo uma reunião semelhante a essa com nossa diretoria. Podem ficar tranqüilos, pois vocês não terão nenhum tipo de problema com isso.
Alguns deram muxoxos de tristeza com a notícia de ter que abandonar suas casas, mas logo se recuperaram quando Folderis disse, levantando-se muito sorridente:
- Agora acho que vocês devem voltar às suas casas. Têm muito o que pensar e conversar com seus pais. Se alguém tiver alguma dúvida...
- Eu tenho, Folderis, quero dizer, inspetor. Afinal, em que parte do Brasil ou do mundo, sei lá, nós estamos? - o garoto bonito de olho azul tomou a palavra.
- Ah, Arthur, essa é uma boa pergunta. Pena que não posso respondê-la. Só o que posso dizer é que estamos no Brasil, sim, numa local imapeável chamado Ilha das Maçãs. Avalon é a escola de magia do nosso país. A maioria dos países têm uma, assim como têm um Ministério da Magia próprio. O modo de vida dos bruxos é praticamente igual em todo o mundo, mas cada país possui características específicas, claro. Alguma outra pergunta?
- Eu quero ir pra casa logo, estou ficando com dor-de-cabeça. - Mariana sussurrou para as amigas - Se algum idiota quiser fazer mais perguntas... -
- Eu quero fazer mais uma pergunta! - disse Arthur.
Mariana girou os olhos e soltou um suspiro impaciente.
- Sempre tem um idiota!
- Não vejo a hora de aprender uma maldição imperdoável pra... - Arthur murmurou na direção de Mary, mas foi interrompido por uma tossida significativa do inspetor. - Esquece, melhor eu não perguntar nada.
- Então, antes que vocês partam, gostaria de lhes entregar em mãos mais uma carta que contém as informações do que vocês devem fazer daqui por diante. Tomem.
E distribuiu envelopes idênticos aos que foram entregues pelas corujas, porém bem mais recheados, a todos. Depois, olhou-os bem fundo e disse contente:
- Isso tudo o que vocês puderam ver não representam sequer o mínimo do que esta escola é realmente. Porque a verdadeira mágica provém das pessoas que circulam nesses terrenos e das quais vocês fazem parte agora. Não se assustem com o que verão nem se esquivem do que viverão, apenas aproveitem -positivamente, é claro- tudo o que pudermos lhes oferecer a partir de agora. Bem vindos a Avalon, alunos!
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