O que aconteceu comigo?
Capitulo 18 – O que aconteceu comigo?
- Eah, dormimos. – Falou o garoto com a voz embolada.
- Como assim? – Gina estava abismada.
Draco rastejou até o outro lado da cama, e ficou mais próximo da garota. Ele abriu um largo sorriso, mas a grifinória não conseguiu decifrar o sorriso... se era irônico, de felicidade, de malícia...
- Simplesmente assim... dormimos – ele rolou os olhos – Eu e você... nessa cama. – Gina começou a ficar quase roxa, seu coração acelerou quando o loiro começou a rir. Uma risada escandalosa, a garota podia jurar que o loiro estava quase chorando de rir. Ele levantou o braço, fechou a mão em punhos e deu uma leve batidinha com a mão no topo da cabeça de Gina.
- Idiota. Acorda.
- Eu estou acordada! – gritou a garota
- Eu disse que dormimos... e foi isso mesmo o que aconteceu... dormimos, simplesmente dormimos... Em que mundo você vive?
A garota arfou, não sabia se sentia raiva de si mesma, se sentia aliviada, se sentia revoltada, apenas levantou-se do chão.
- Eu não devia ter te contado... Deveria ter curtido mais da sua ingenuidade. – Draco continuou a rir – Viu, não sou tão mal quanto você pensa. – finalizou esboçando uma “auréola de anjo” no topo da própria cabeça.
- Você é desprezível, isso sim!
A garota largou Draco rindo sozinho no quarto e foi tomar banho. Ele foi até a cozinha (ainda rindo sozinho) e preparou um lanche com pão, presunto e queijo. Pegou a caixa de leite e colocou numa vasilha para o “Ovelha”.
Enquanto sentia a água quente do chuveiro em seu rosto, Gina pensava em tudo o que estava acontecendo, era como uma retrospectiva em sua mente. Desde o dia que descobriu que teria que passar 30 dias com Draco Malfoy, lembrou-se das brigas, dos xingamentos, dos momentos engraçados, lembrou-se do primeiro dia que Draco beijou-a, com isso ela sentiu que seus lábios estavam esboçando um sorriso... Não escondeu o sorriso e nem se repreendeu, toda aquela situação era estranha demais... fugia da realidade. O que era tudo aquilo? Que sentimentos eram todos aqueles? A pessoa que ela mais odiava na vida, não era tão odiosa assim. Mesmo com raiva do jeito como ele a tratava às vezes, dos sorrisos irônicos que ele lançava a ela, das brincadeiras e do jeito que ele seduzia ela... nada podia mudar a atração que sentia por ele. Parecia que apesar do que acontecia, a raiva desaparecia... dissipava... como a neblina da madrugada que, com a chegada do sol no amanhecer, some.
”A cada dia que passa sinto que estou perdendo a minha sanidade”. Pensou, e no interior sabia que isso não era bom, não era lícito... Era perigoso. E não era só isso... ela podia até assumir para si mesma que talvez gostasse dele, mas o que importa? Ela sabia perfeitamente que não existe luz nas trevas. Ou ele apagaria sua luz e carregaria ela para as trevas, ou ela iluminaria a vida dele ”Definitivamente isso está fora de questão”. Terminou seu banho inundada de dúvidas e sentindo-se outra pessoa, procurando a grifinória que existe dentro de si mesma. Buscando se havia ainda o sentimento por Harry Potter, sim... ainda estava lá, mas não da mesma forma. Não sabia o que isso significava, mas isso perturbava sua mente.
Vestiu-se e foi para a cozinha, Draco já havia terminado seu café. Assim que ela entrou, o garoto saiu da cozinha. Ela preparou seu café da manhã, comeu e fez um chá para tomar enquanto assistia televisão.
Minutos depois viu que Draco já havia acabado seu banho e que estava indo em direção à porta para sair.
- Vai sair? – perguntou.
- Vou.
- Posso ir junto? – arriscou, mordendo o lábio inferior.
- Não. – respondeu enquanto abria a porta
Gina sentiu seu rosto queimar. “Que vergonha, não acredito que ele disse isso! Não acredito que eu pedi aquilo!!”.
- Trago uns doces quando voltar. – falou ele de costas para ela, tentando parecer indiferente.
- Não se preocupe – disse a ruiva soltando um sorriso sarcástico – Não precisa voltar.
- Você já está convivendo demais comigo – foi o que ele disse antes de fechar a porta atrás de si.
Ela mostrou a língua com raiva, mas foi em vão, ele já havia saído. A ruiva estava sentindo novamente dor de cabeça, levantou e tomou um remédio. Alguns minutos depois, já estava adormecida no sofá.
***
Horas depois, Gina acordou, o relógio marcava 15hrs. Realmente, o remédio fez um efeito bem mais forte do que o esperado. Levantou-se e preparou algo para comer, estranhou o fato de Draco não ter voltado ainda. Mas ela não tentaria entender, ele nunca faz o que é de se esperar.
Após comer, a grifinória voltou para a sala e ficou assistindo TV, estava passando um filme de seu interesse. Algumas horas depois o filme chegou ao fim, Gina fitou a porta esperando em vão que ela abrisse. Bufou de raiva com seu pensamento, levantou e foi à cozinha fazer um bolo, ela sentia a necessidade de ocupar sua mente.
Enquanto separava os ingredientes, começou a fantasia cenas de romance com Draco, dele chegando em casa, deles indo ao cinema... deles comemorando a vitória da Grifinória na copa de Quadribol. ”Grifinória?”. A ruiva deu-se conta, que todas essas cenas imaginadas, sempre tinham outro “papel principal”, sempre eram ocupadas por Harry Potter, e não por Draco Malfoy... A garota levantou a cabeça, fitou o teto e respirou pesadamente ”O que está acontecendo comigo? O que aconteceu com meu amor por Harry, pensar nele deveria me deixar animada, deveria aumentar o nível da minha adrenalina... pensar naqueles olhos verdes aumentava os batimentos do meu coração.. mas agora? Nada.”. A garota voltou ao que fazer, continuou preparando o bolo. Enquanto colocava a assadeira no forno, foi surpreendida pelo pensamento: “Espero que Draco goste”. Soltou um gritinho histérico, e abanou a mão na frente do rosto, tentando afastar o pensamento como se fosse uma fumaça.
Aguardou o bolo ficar pronto assistindo televisão. O relógio marcava: 20hrs. E Draco não voltara. O bolo já estava pronto, mas continuava em cima do fogão, a garota não estava com vontade de comê-lo ainda. Ela jantou o mais devagar possível, trocou-se e arrumou o sofá para dormir. Assistiu outro filme que estava passando. Já eram 23:30hrs e Draco não voltara ainda. A certo ponto ela já estava preocupada com ele. ”Será que aconteceu alguma coisa?”, ela começou a imaginar o que podia estar acontecendo com ele... Seqüestrado? Assaltado? Ferido? Talvez os Newton tenham fugido da prisão... Ou será que era apenas paranóia... talvez ele deva estar com outra pessoa. A garota lembrou-se que desde o começo, Draco saia, não falava nada, e demorava a voltar...
Mas isso era antes dela saber do perigo.
Clic.
E a porta abriu-se.
Sem N/A! vide o próximo capítulo :D
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