A Casa das Maldições



N/A: Primeiro eu queria esclarecer o negócio que o Rabicho fez no último capítulo, muitos não entenderam. Não sei se vocês lembram, mas no terceiro livro, o Harry salva a vida do Rabicho, e isso, como o próprio Harry descobre depois, é algo muito forte no mundo bruxo. Ao salvar a vida de alguém, essa pessoa fica com uma divida com você. Rabicho acredita que ao descobrir a tal informação e contar para o Harry, ele pagou a divida. Mas isso só iremos descobrir no futuro, ou não. De qualquer jeito, não dêem muita atenção para essa parte, ela não vale muito a pena!

Eu to meio ocupado aqui... Então agradeço a todos que comentaram no geral!


Como se vê no título, esse capítulo é sobre a aventura deles no ex-orfanato, e se vocês acham que é apenas subir a escada, entrar no quarto, abrir o armário e pegar a Horcrux... Vocês estão muito enganados...


Capítulo 10: A Casa das Maldições



O tempo passou devagar desde a última palavra que os quatro trocaram. Estavam quietos e imóveis. O único que se movimentava era Harry, que olhava do relógio e pela janela, do relógio e pela janela... Apenas esperando anoitecer.

- Pára Harry! – exclamou Gina – Você ta me deixando maluca!

- Eu não consigo. É muita ansiedade. – o rosto dele demonstrava toda inquietação que sentia. Não conseguia ficar parado. Ou olhava o relógio, ou pela janela, ou levantava e depois se sentava. – Talvez se agente conversasse, o tempo poderia ir mais rápido.

- Harry, o tempo passa na mesma velocidade em qualquer situação. – “ensinou” Hermione. Todos olharam para ela.

- É uma expressão, Mione. – disse Rony.

- É eu sei, mas essa demora me deixou um pouco confusa, e eu acabei descontando na pobre expressão. – falava ela quando Rony deitou ao seu lado e fazia carícias em seu cabelo. – Sobre o que você quer falar?

- Nós poderíamos falar sobre os tipos de dificuldades que iremos encontrar naquela casa. – disse Harry.

- Por mim tudo bem. Qual sua opinião? – perguntou Rony.

- Eu faço a menor idéia, apenas sei que não será fácil.

- Por mim pode haver tudo, menos aranhas.

- Ah, claro. Porque aranhas são muito piores que Quimeras. – debochou Hermione.

- Quimeras? Você acha mesmo que pode haver esse tipo de animal lá? – perguntou Gina.

- Duvido nada.

- Mas as Quimeras são animais classificados com XXXXX, eles são muito perigosos. – falou Gina.

- É, Gina, mas nós não estamos lidando com qualquer desafio, isso não é uma prova de Hogwarts, isso é a vida real. E o pior, é que o inimigo é Voldemort. – falou Hermione.

- E também, esse é mais um motivo para você ficar em casa. – Harry sugeriu com tom de ordem. O garoto e a ruiva estavam deitados, abraçados, em uma das camas. Ao ouvir Harry, Gina “se soltou” e saiu do quarto, sem mais nem menos, sem falar o motivo.

- Não se preocupe Harry, quando nós voltarmos ela já estará normal. – comentou Rony.

- É eu sei. Não posso acreditar que ela queria ir junto. Se eu pudesse escolher, com certeza eu não iria.

Hermione e Rony olharam para o garoto e começaram a rir, como se duvidassem do que ele falara. E, obviamente, duvidavam, pois esses últimos anos de convivência com ele, provaram que Harry não era do tipo que fugia das confusões, se bem que, na maioria das vezes, eram as confusões que o procuravam.
Novamente em silêncio, os três olharam para o céu lá fora, que agora começava a ficar com um tom mais escuro.

- Estou com um pouco de medo, isso é mal, não é? – perguntou Hermione, que realmente parecia assustada.

- Claro que não, isso é totalmente normal. Nós todos estamos com medo, Mione, afinal, literalmente, a hora chegou. – respondeu Harry consultando o relógio.

A lua brilhava lá fora, e as estrelas iluminavam a noite, quando alguém finalmente resolveu dar o primeiro passo. Harry levantou-se, pegou sua varinha e colocou algumas coisas na mochila que levaria junto, não tão lotada como antes. Hermione e Rony repetiram os passos do amigo, que aproveitou e pegou alguns galeões (iriam viajar de Nôitibus, novamente). Estavam preparados e decididos. Parados em frente á porta, respiraram fundo e a abriram; desceram e a Sra. Weasley os esperava para se despedir (Gina não estava presente). A mãe dos Weasley, aquela que sempre acolheu Harry, abraçou os três, emocionada. Teria que deixar seu filhinho querido partir novamente para uma aventura perigosa, não poderia fazer nada para impedir. Não queria que algo ruim acontecesse a ele ou a Harry ou à Hermione. Algumas lágrimas caíram dos olhos dela, mas Hermione tentou acalmá-la.

- Não se preocupe Sra. Weasley. Logo estaremos de volta.

Ela assentiu com a cabeça. Os três acenaram uma última vez, e desapareceram pela porta de entrada. Sem demora, encararam o vento gelado daquela noite. Ergueram a mão e, como se fosse num aparatamento, o grande ônibus roxo apareceu. Imediatamente, eles entraram.
Ao ser perguntado para onde iriam, Harry logo respondeu “Rua Frank N. Gerrard, 14”, o que deixou Lalau nada satisfeito.

- O que vocês irão fazer lá? Sabiam que aquela casa é amaldiçoada? Já ouvi todos os tipos de boatos...

- Nós sabemos, mas temos que des... – Rony foi interrompido.

- Vendar uns mistérios, tirar umas fotos do local. É uma aposta que fizemos. – completou Hermione, antes que Rony dissesse “temos que destruir uma Horcrux”. A garota olhou para o ruivo e fez um sinal, com a cabeça, que claramente queria dizer: “Cala a boca”; o garoto respondeu com outro, mas não foi ofensivo, ele pareceu ter percebido o erro, e pediu silenciosas desculpas.
A viagem seguiu silenciosa, por parte dos três. Por outro lado, Lalau não parava de mencionar os boatos que ele havia ouvido. Harry olhava pela janela, desolado, talvez pensando em algo que iria encontrar na casa, ou talvez pensando em algo que deixou para trás. Rony e Hermione fingiam prestar atenção nas coisas que Lalau contava, mas não estavam. Concordavam com cabeça em alguns momentos, para não darem bandeira da desatenção total. Após poucos minutos, o Nôitibus parou. Por estar vazio, ou era alguém que queria entrar, ou era o lugar onde Harry, Rony e Hermione deveriam ficar. O “suspense” terminou quando Lalau clamou “Rua Frank N. Gerrard,14”. Os três levantaram-se e desceram, esperaram o ônibus partir e se viraram para a casa. Uma casa velha, parecendo cair aos pedaços, não era pra menos dizerem que ela estava amaldiçoada. Eles se aproximaram, pararam em frente à porta; Harry levou a mão ao trinco e a abriu.
Dentro da casa se via nada, estava tudo muito escuro.

- Lumus!– falou Hermione sem demora. E, literalmente, era a palavra mágica, pois logo pronunciada, acendeu todas as luzes do aposento, e agora tudo estava bem visível.
Em frente aos três, havia três portas.

- Certo, acho que vamos ter que nos dividir. – Hermione e Rony concordaram com ele, e cada um entrou em uma porta. Nenhum dos três gostou do que viu. Cada um deles tinha mais três portas à sua frente, mas dessa vez não poderiam se divir, pois já haviam se dividido. Escolheram aleatoriamente uma porta para entrar; o problema estava apenas começando.

Na frente de Harry um corredor vazio com uma escada do outro lado, o que fez o garoto pensar que tinha dado sorte na escolha da porta. Mas logo que deu o primeiro passo, percebeu que não tinha sido tão sortudo assim. A tábua simplesmente desapareceu, o garoto teve que dar um passo para trás rapidamente para não cair naquele imenso fundo cego. Ou ele voltava pela porta e tentava outra, ou simplesmente saía correndo. Tentou a primeira opção, mas a porta havia se trancado sozinha. Virou-se para o corredor vazio novamente, teria que correr pulando de uma tábua para outra rapidamente, antes que essa desapareça. Harry se preparou, respirou fundo e foi. Pulou uma, duas, três, e a quarta, ao invés de desaparecer, cresceram espinhos grossos de ferro nela e nas outras em volta; o garoto foi obrigado a dar um salto por cima delas, e ao pousar na tábua seguinte, já teve que dar mais um pulo em direção a escada, pois a madeira voltara a desaparecer.

Agora lá estava ele, no primeiro degrau da escada, que parecia ser bem sólida. Começou a subir, mas antes que chegasse ao terceiro, os seguintes viraram degraus inclinados, como rampas, iguais aos de Hogwarts quando um guri tentava invadir o dormitório feminino.

- Droga! Será isso igual à Hogwarts? – perguntou-se Harry, em voz alta.

- Parabéns, Harry! Vejo que você se virou bem sozinho. – dizia uma voz que vinha do patamar. Era Hermione. A menina vinha em direção a ele. – Você está bem?

- Pode se dizer que sim. E você? – perguntou ele.

- Ótima. Não tive muito trabalho com aquele bicho papão, e muito menos com aquela esfinge. Mas você parece que teve barreiras mais complicadas, olhe sua perna.

Harry olhou para baixo, havia um corte nela.

- Devo ter arranhado nos espinhos, mas não está doendo.

- Episkey! – falou Hermione apontando a varinha para o machucado, que desapareceu instantaneamente.

- Obrigado.

- Você viu o Rony? – perguntou ela.

- Não, mas ele deve estar por aí. Daqui a pouco ele...

- Ahhhhh – berrava Rony, que aterrissou de costas em cima de um degrau.

- O quê aconteceu? – perguntou Harry.

- Eu estava andando, normalmente, até que, derrepente, eu caí por um escorregador que me jogou aqui, nesse degrau. – disse ele, massageando suas costas. – Mas, afinal, vamos subir ou não?

- Não dá. É uma daquelas escadas que só as garotas podem subir. Parece que Voldemort achou que nenhuma garota tentaria desafiar seus poderes. – explicou Harry. – Se eu ao menos tivesse trazido minha vassoura.

- Então, eu acho que tenho uma boa notícia. – comentou Rony olhando em sua mochila. – Não é uma Firebolt, mas serve.
Rony havia trazido sua vassoura. Hermione deu um grande beijo no ruivo, como forma de agradecimento. Os dois montaram na vassoura, e em pouco tempo se encontraram com Hermione no patamar.

Os três seguiram pelo caminho contrário de onde Hermione tinha vindo.

- Sabem, eu estou achando isso fácil demais. Vocês não? – perguntou Rony.

- É, talvez. Mas a gente apenas começou, talvez o pior ainda esteja por vir. – falou Harry.

- Esteja por vir não, veio! – comentou Hermione. – Olhem, o chão está tremendo. Será que é um terremoto?

- Num sei, mas se segurem, a força está aumentando.

Eles tentaram se segurar na parede, mas não era possível.

- E se a gente sentar, o terremoto talvez não nos afete. – sugeriu Hermione.

- Acho melhor não sentar. – opinou Rony.

- Por que não?

- Olhem! – ele apontou para uma coisa gigante que vinha em sua direção. – Um trasgo!

Um trasgo montanhês vinha caminhando na direção dos três, com seu bastão em uma das mãos.

- Que tal se nós corrermos? – sugeriu Rony assustado.

- Não! Nós enfrentamos um desses no primeiro ano, não será pior agora. Estupefaça! – Harry tentou atacá-lo, mas o trasgo se protegeu com o bastão, devolvendo o feitiço pra cima dos três, que escaparam por um triz. – É, acho melhor correr!

Os três correram na direção oposta, o mais rápido que podiam.

- Não adianta ir para lá, a porta por aonde eu vim se trancou. – explicou Hermione.

- Então sobe nessa escada aí (Uma daquelas escadas que ficam na parede).

Hermione subiu rapidamente, mas não conseguia abrir a parte por onde deveria passar.

- Não abre, não abre! – Rony tentou puxá-la para baixo, para ele tentar, mas ela o impediu. – Espera, tem algo escrito aqui: “Nada se protege em dois lugares ao mesmo tempo.”.

- Você acha que essa tampa, que mais parece uma tampa de bueiro vista por baixo, vai-nos dizer algo? – berrou Rony desesperado com a aproximação do trasgo.

- Espera um pouco, tive uma idéia. Harry, você é o mais ágil, passe pelo meio das pernas do trasgo. Vamos atacá-lo pelos dois lados. – ordenou ela descendo da escada. Quando o trasgo se aproximou, Harry não demorou em começar o plano, mas quase foi pego pelo bastão. Se os trasgos fossem mais ágeis, talvez o garoto não sobrevivesse para contar história. Enquanto isso, Hermione e Rony se posicionaram de frente para a fera que, no instante em que Harry passou, parou. Olhou para o lado em que estava à dupla, e para o lado em que o garoto estava sozinho.

- Agora! – berrou Hermione.

- ESTUPEFAÇA! – os três ao mesmo tempo não deram nem chance para o trasgo, que desmoronou. Harry ainda teve que correr para não ser acertado pela cabeça. Rony subiu pela escada, e com as duas mãos na alça da tampa conseguiu abri-la.

- Certo, vocês dois vão por aí, e eu irei seguir por aqui mesmo, talvez tenha algo da onde veio esse trasgo. – falou Harry. Rony e Hermione passaram pela a abertura, que os levou há outra parte da casa. Harry continuou o caminho que estavam fazendo antes do trasgo ataca-los.


Algumas horas atrás, na fortaleza de Voldemort:


- Rabicho, que bom lhe ver.

- Mestre, o que o senhor faz aqui embaixo? O quarto não estava confortável? – perguntou o pequeno ser, que se encontrava na frente de uma “coisa” encapuzada.

- Não, o quarto está perfeito. Mas eu estava esperando por você.

- Ah, é? E a que devo essa honra? – perguntou Rabicho assustado.

- Rua Frank N. Gerrard,14. Lembra-te alguma coisa? – perguntou Voldemort, perdendo o jeito cordial de antes.

- Não, nada. Deveria, senhor? – falou ele tentando não olhar para o lorde.

- Rabicho, Rabicho. Você sabe que você não pode mentir para mim. Mas não importa, você não precisa me contar o que eu já sei. Só tenho mais uma pergunta: morte lembra-te alguma coisa? – Voldemort voltara ao jeito cordial e despreocupado.

- Meu senhor, eu não fiz por mal. Eu só queria levá-lo até a morte. Só queria que ele fosse procurar o tal lugar, e morresse lá. – Rabicho se ajoelhara no chão.

- Então, aparentemente, você se lembrou de alguma coisa?

- Mas entenda mestre, eu nunca ajudaria o Potter. Eu precisava acabar com aquele encantamento estúpido.

- Então, você achou que assim você se livraria daquilo? Como você pode ser tão ingênuo? Ele te salvou a vida, o que eu até agora não entendi o porquê, e você acha que apenas dando o nome de uma rua idiota vai conseguir escapar? Não, não. Se ele na te matou naquele dia, pelo menos agora eu vou poder terminar o trabalho.

- Não! Meu senhor, eu imploro. Bela, me ajuda! – falou Rabicho olhando para um ponto futuro. Voldemort virou-se, mas estava vazio. Era apenas um plano, para Rabicho se transformar em rato e fugir, ou, pelo menos, tentar fugir. Quando Voldemort virou-se novamente para Rabicho, agora como rato, ele tentava passar por debaixo da porta.

- Ah, seu rato estúpido. Essa é a fortaleza mais bem protegida. Você não acha que vai escapar assim, não é? – Voldemort soltou uma gargalhada. – Não, não. Só você pra me fazer rir assim. Mas agora, preciso fazer o que tenho que fazer. – Voldemort apontou a varinha para o rato. – AVADA KEDAVRA! – sem chances para o pequeno Rabicho, que simplesmente parou e caiu de lado, morto.


Voltando à Casa das Maldições:


- Ok Rony, ok. Você é o mais forte do mundo. Parabéns por ter conseguido abrir aquela tampa, mas agora, por favor, fica quieto e se concentra. – falou uma Hermione que parecia estar começando a se irritar com o ruivo.

- Como será que está o Harry?

- Ele se vira, sempre foi assim. – falava Hermione enquanto andavam por um corredor. – Olhe, duas portas. – a garota apontava para duas portas de madeira, uma à frente, e uma ao lado. Tentaram entrar na que estava em frente, mas estava trancada. Então, tentaram a da direita, e conseguiram.

A sala não tinha paredes (Na verdade, tinha. Mas eram do mesmo tipo daqueles espelhos que os policiais usam nas salas de interrogatório.). Nas “paredes” laterais, não se via nada através, pois estava muito escuro. Mas através da parede à frente, se via uma sala, com uma porta e um armário. Os dois analisaram aquela sala por alguns minutos, quando a porta se abriu. Um ser, que aparentou ser um gnomo, adentrou. “Elfo-da-Bavária” sussurrou Hermione. O bichinho entrou no armário. Rony e Hermione continuaram olhando para a sala, e em pouco tempo a porta se abriu novamente. Era Harry. Os dois tentaram bater com todas as forças na “parede”, mas nada acontecia, ele não podia escutar. O garoto vasculhou um pouco a sala, e depois se dirigiu ao armário.

- Cuidado Harry! É uma armadilha! – berrou Rony

Harry seguiu seu caminho, sem escutar. Abriu o armário, e lá de dentro saltou o pequeno elfo para cima do garoto. O pequeno ser agarrou-se em Harry e mordeu seu pescoço tão forte, que parte dele ficou na própria boca do elfo, e fazendo jorrar muito sangue. Harry, pela pressão exercida, caiu no chão. As partes interiores de seu corpo já eram visíveis, mas o elfo, que parecia não ter terminado o trabalho, continuou a morder Harry, e parecia satisfeito ao devorar as tripas do bruxo. O sangue era muito, espalhado por toda sala, o que dificultava a visão dos dois amigos, que não conseguiam acreditar que aquilo podia ter acontecido. Hermione derramava lágrimas, e Rony tentava não olhar para a cena, e apenas acalmar sua namorada, mas também não conseguiu segurar o choro.

- Harry! Não! – berrava Hermione desesperada, e abraçando-se em Rony.

- Calma Mione! – tentava Rony.

- Hei, será que dá pra vocês ficarem quietos? Eu to tentando ver a minha morte! – falou uma voz parada à porta.

Rony e Hermione se viraram, e ao avistar Harry quase desmaiaram.

- Harry? É você, cara? Como é lá no céu? Você virou um fantasma? – Rony o metralhava de perguntas.

- Claro que sou eu. Olha, pelo que eu sei do céu, posso te dizer que ele é azul. E, sobre virar um fantasma? Não, eu não ia agüentar ficar muito tempo sem vocês.

- Mas, se você não virou um fantasma, o que aconteceu? Nós acabamos de ver você ser m... Devorado. – falou Hermione limpando as lágrimas.

- Ah, aquilo? Deve ter sido um plano do Voldemort para atacar vocês psicologicamente. Mas, legal, não é?

- Legal? Que parte você achou legal? A parte em que você perde mais de seis litros de sangue, ou aquela em que a gente chora pela sua morte? – “brigava” com ele Hermione.

- Ah, desculpa.

- Mas, como você chegou tão rápido aqui? Desistiu no meio do caminho e voltou?

- Não. Eu cheguei até uma porta, entrei por ela e continuei correndo. Aí, acabei chegando aqui, vocês não desceram em algum lugar? – perguntou Harry desconfiado.

- Não. Talvez você tenha entrado em uma passagem secreta. – opinou Rony. Harry assentiu. Os três se dirigiram à porta. Quando os dois já tinham passado, Harry deu uma olhada para o sangue todo que estava no outro lado da parede, e apenas sorriu, como se pensasse “Muito boa Voldemort, quase nos pegou nessa”.

Ao saírem, estranharam. A porta à frente, que antes estava trancada, agora estava aberta. Os três passaram por ela, temendo o que estaria por vir. Era apenas mais um corredor, largo dessa vez, e o chão não era de madeira, e sim, feito de grama, com um lago à frente, e um cavalo com crineira de folhas de tábua bebendo sua água; a porta se bateu às costas deles quando já haviam passado por ela. Pareciam ter sido levados para um lugar completamente diferente, uma floresta.

- Olhem, eu acho que é para a gente montar nele! – falou Rony ansioso – Eu irei primeiro! – o garoto saiu correndo em direção ao animal.

- Que estranho, não é? Uma floresta dentro dessa casa. – falou Harry.

- Mas Harry, isso é nada perto do que Voldemort pode fazer, eu só não entendo onde está nosso desafio aqui, onde está o nosso problema. – respondeu Hermione preocupada.

- É. O que seria mais legal do que um cavalo num lago? – disse Harry.

- Cavalo num lago? Cavalo num lago!? – perguntava-se Hermione, tentando lembrar algo. – Rony pára!

O garoto não ouviu, montou no cavalo como se fosse à coisa mais importante no momento.

- Hermione, qual o problema? – perguntou Harry.

- Isso é um Cavalo-do-Lago. – explicou Hermione. – Ele vai matá-lo! Vamos!

Harry chocou-se com a informação, olhou para Rony e o cavalo, e tudo parecia tão certo. Ele e Hermione começaram a correr para o local, exatamente no mesmo momento em que o cavalo relinchou, e depois empinou; não se demorou muito fora d’água, logo mergulhou. Harry e Hermione, logo que chegaram à beira do lago, já mergulharam também. O fundo era praticamente transparente, o que ajudava para visualizar o animal e o amigo. Harry tinha dois pensamentos em mente: o primeiro era algo como ter que salvar Rony a qualquer preço, o outro, “Como Voldemort colocou um lago no meio de uma casa, junto com uma floresta e um cavalo, e ainda conseguiu nos enganar?”. Logo ele balançou a cabeça para afastar esse pensamento. A falta de ar começava a tomar conta do garoto, afinal, ele não tinha trazido seu guelricho no bolso, “como ele sempre faz”. Hermione deu uma pequena cutucada na perna dele, ele virou-se. A garota tinha uma grande bolha em volta da cabeça, como é de costume, ela tinha sido mais esperta que ele. Harry não demorou em realizar o mesmo feitiço. Melhorou muito o fato do garoto agora poder respirar, mas ainda assim não encontravam Rony. Deram uma olhada geral no local, e conseguiram avistar Rony desmaiado no fundo do “lago”, com o cavalo ao lado, pronto para atacá-lo.

- Relaxo – pronunciou Hermione. Uma massa de ar acertou o cavalo, dando tempo para os dois se aproximarem. O cavalo empinou e caiu com as patas dianteiras em cima de Rony, o garoto nem se moveu, o que deixou em Harry um mau pressentimento.

Quando os dois conseguiram chegar até onde estava o cavalo, Harry agarrou no pescoço do animal, impedindo-o de atacar Rony. O animal, que era mais forte que o garoto, cravou seus dentes no braço de Harry, fazendo o sangue espalhar na água. Hermione usou novamente o feitiço, e a fera largou Harry que, mesmo ferido, montou no cavalo e voltou a agarrá-lo pelo pescoço. O animal novamente empinou e sacudiu-se até Harry cair. Hermione aproveitou a chance, e com mais um Relaxo derrubou a fera. Aproveitando a queda do bicho, ela logo usou um Feitiço de Colocação, que tornou o animal obediente e manso. Ao fazer isso, a abertura do lago acima deles começou a se fechar. Harry agarrou Rony, e com um Ascendium saíram logo de lá. Hermione veio logo atrás, passando na hora em que o lago virava grama, e o chão em volta tornava-se um corredor de madeira. Na ponta contrária a que eles vieram, apareceu uma porta, escancarada. Parecia que tinham passado pelo último desafio.

- Você está bem, Harry? – perguntou Hermione. – Me deixa ver esse braço.

A garota se aproximou dele, apontou a varinha para o corte no braço, e com um feitiço não-verbal, cicatrizou a ferida.

- O que vamos fazer com o Rony? – perguntou Harry, preocupado. – Ele está respirando, mas eu já tentei um feitiço de reanimação, e nada aconteceu.

- Não se preocupe. – falou ela tranqüila, o que assustou Harry. – Se eu não me engano, ele deve acordar em 5, 4, 3, 2, 1...

Os dois olharam para Rony, que como Hermione falara, acordou. O garoto parecia meio perdido, mas sem problemas visíveis.

- Como você sabia? – indagou Harry.

- Sabia do quê? O que aconteceu? – Rony parecia um tanto quanto confuso no momento.

- Depois eu te conto, Rony. – falou Harry. – Agora me diz, Hermione, como você sabia?

- Veja, Harry. Olhe ao seu redor. – dizia ela apontando para as coisas em volta. – Você está vendo alguma floresta, ou algum lago?

- Não, mas o que você quer dizer?

- Que aquilo não era real

- Como não era real? Aquela mordida me pareceu bem real.

- Sim, pois o cavalo era. Mas tudo em volta não. Por que você acha que nada aconteceu com o Rony, mesmo ele ficando esse tempo todo sem respirar?

- Mas eu senti que a minha respiração ia acabar, eu senti que poderia me afogar lá se não fosse o feitiço.

- Sim, Harry, eu também senti. Mas não era real, eu digo, você tendo visto aquela água, e toda a sensação, aplicou um truque em seu cérebro e lhe enganou. Acho que era um feitiço posto na água, mas nada realmente aconteceria caso você não tivesse usado o feitiço. Talvez um desmaio, o que seria o bastante para o cavalo lhe matar se você estivesse sozinho.

- Certo. Mas se o lago não era real, por que o “Cavalo-do-Lago” acreditava que era? Ele não deveria “morar” em um lago?

- Com certeza. Mas pense, ele foi enfeitiçado para ficar aqui, um feitiço muito poderoso, que também fez com que ele ficasse mais violento também, não que esse tipo de animal seja bomzinho. Igual ao Elfo-da-Bavária que “te atacou” àquela hora. Eu, no começo, não acreditei que aquilo poderia ser verdade, pois os Elfos, como esses, normalmente atacam as crianças mais novas. Porém, nós estamos lidando com Voldemort, temos que esperar de tudo. Entendeu? – perguntou a garota. Harry assentiu com a cabeça.

- Bom, acho que está na hora de eu seguir em frente. – falou Harry.

- Você não, nós. – retrucou Hermione.

- Não. Você vai ficar aqui para cuidar do Rony. Claramente, ele não está em condições de continuar, e não podemos deixá-lo sozinho aqui, pois pode aparecer algum perigo e ele não teria como se defender. – explicou Harry. Hermione fez cara de quem queria seguir com Harry, mas mesmo assim aceitou as condições do amigo.

- Alguém pode me contar o que está havendo? – perguntou Rony.

- A Mione vai contar pra você Rony, não se preocupe. – respondeu Harry virando-se para a porta e andando até ela. – Depois a gente se vê. – disse ele para os dois.

- Primeiro nós chegamos aqui e tinha um lago e uma floresta... – começava Hermione a contar o que acontecera, enquanto Harry havia entrado na porta.

O garoto olhou para os lados, e tomou um pequeno susto quando a porta bateu, e se trancou a suas costas. A sala à sua frente era a mesma que a da memória de Dumbledore. Estava então, com certeza, no quarto de Tom Riddle. Foi direto ao armário, que abriu com um simples Alohomora. A caixinha estava bem em cima, Harry elevou as mãos, e as colocou com força na caixa. Instantaneamente, ele desapareceu. E o único som que se pode ouvir, foi o barulho da porta ao se destrancar.






N/A: Hum... Eu gostei desse capítulo, se bem que poderia ter ficado melhor... Sobre a morte do Rabicho, eu realmente não acho que ele vá morrer, quer dizer, eu tenho quase certeza absoluta que a Rowling não vai matá-lo... Mas ele já tava me enchendo o saco! Haha... Quanto aos comentários, que eu não agradeci individualmente, desculpem, mas é que com a Copa e tudo mais, to sem tempo! Acho melhor eu parar por aqui.... Tchau!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.