Arrasada!



Cap XXIII-Arrasada!


Lílian nem havia entrado no quarto e já ouvia os soluços, entrou hesitante, o quarto se encontrava em um breu total, mas ela já reconhecera a voz de Ellen.
-O que quer?Veio rir?Está feliz?
-Por que eu estaria? – Perguntou Lílian – Primeiro que não sei por que está chorando, depois não acho certo rir do sofrimento alheio e por último sua vida não me interessa!
Já acostuma com a escuridão, Lílian percebeu um par de olhos chorosos fitando-a.
-Mas aposto que a do meu namorado lhe interessa! – Disse ela sarcástica.
-Muito menos – Respondeu Lílian. -A propósito foi por causa dele que subi, já chegou sentando e me olhando como se dissesse: “Quero falar com Remo!”, então como não gosto de sobrar, vim buscar um livro para me distrair.
Uma das cortinas se abriu e Lílian viu a varinha de Ellen se movimentando.
-Olhe, se você pensa em me atacar! – Começou.
-Nada disso Evans!Só estou abrindo as cortinas para clarear, na verdade não acho que você seja tão ruim quanto aparenta.
-Obrigada pela parte que me toca – Disse Lílian com ironia.
Ellen sorriu.
-Na verdade, acho que começamos tudo errado, e apesar de um pouco tarde acho que você tem razão quanto a Tiago: Ele não vale nada!
-Que bom que pelo menos uma percebeu! – Disse Lílian sentando-se na sua cama.
-É, mas acho que tarde de mais!Você deveria ver como ele falou comigo...
-Pare! – Advertiu Lílian – Não precisa me contar nada a respeito da sua vida!
-Mas eu quero! - Cortou Ellen – Ele me tratou como uma estranha!Como se nada do que vivemos valesse a pena!Sabe Lílian, acho que te julguei mal... Será que poderíamos começar do zero?
Lílian refletiu por um momento. Quem lhe garantia que não era mais uma armação de Tiago Potter, pensando como um idiota seria uma brincadeirinha divertida... Mas pensou que primeiro confirmaria suas suspeitas e depois entraria no joguinho, ou quem sabe poderia encontrar uma... Amiga?Não! No máximo mais uma colega.
-Hum... Ok! – Disse apertando a mão da garota.
-E qual seria a primeira coisa que você me falaria nesse momento único? – Disse Ellen divertida.
-Potter é um idiota? – Disse Lílian hesitante.
A garota sorriu.


-Lílian, você já vai subir? – Perguntou Remo interrompendo a leitura de Lílian.
-Eu gostaria de continuar lendo – Disse Lílian, não sabia por que estava sendo hostil, aliás, sabia sim, Remo deixara Tiago tirar Lílian da conversa sem dizer nada!Ele merecia!
-Bem, eu queria lhe falar, posso? – Perguntou.
Lílian indicou-lhe a poltrona.
-Bem, eu queria lhe pedir desculpa, hoje mais cedo quando Tiago chegou você de certa forma foi obrigada a sair sem nem obter satisfações.
-Remo, você não precisa se desculpar, não é nada que me atinja, eu gosto de você, mas você é um maroto, e nada muda minha opinião sobre esse grupo! Apesar, claro de você ser mais sensato!
Remo sorriu.
-Mas eu gostaria de me desculpar.
-Desculpas aceitas, mais alguma coisa?
-Sim, você deve estar se perguntando o motivo pelo qual Tiago nos interrompeu daquela maneira...
-Remo pára, pára, pára! – Disse Lílian - Eu não sei, e nem me interessa saber nada ouviu bem? Absolutamente nada sobre a vida do Potter! Aliás, eu estava aqui tentando melhorar meu desempenho em feitiços, e se você não se importa eu realmente preciso estudar! – Disse ela em tom de quem encerra a conversa.
Remo corou um pouco, mas acrescentou:
-Lílian mentir é feio, você é a primeira aluna da classe de feitiços!E a propósito, você não fala, mas está na cara que se importa sim se Tiago terminou com Ellen!
Ele se virou e subiu para os dormitórios
Lílian ficou lá parada observando o garoto, que lhe dera o que pensar subir as escadas.
Será que ela se importava? Se não por que ficara com o coração mais leve ao ouvir aquilo de um amigo dele?Ah, deixa de besteiras Lílian Evans! É difícil admitir até para si mesma, mas se você sabe não é necessário que os outros saibam...
Nesse memento entrou no salão uma figura mais do que feliz.
-Oi! – Disse Ive.
-Isso são horas mocinha? – Perguntou Lily sorrindo.
-Ah, pare de bancar a Lindsai Mckinnon! – Disse a garota num falso tom ofendido – Então como foi seu dia?
-Um completo fiasco, e o seu?
-Bem, foi maravilhoso, e eu lhe contaria se o seu não tivesse sido ruim, então vamos! Comece pelo seu!
-Bem – Disse Lílian refletindo - Na verdade nem foi tão ruim, fiquei um tempo conversando com Dan, depois com os Marotos, depois só com Lupin e até com Ellen! – Disse ela monótona.
-Nossa! – Disse Ive chocada – Põe péssimo nisso!
Lílian sorri.
-E o seu?
-Ah, então, foi ótimo fiquei o dia todo com Leandro, depois... Fiquei com Leandro... E é claro não posso me esquecer de que fiquei com o Leandro, e finalmente... Fiquei com o Leandro! – Disse divertida.
-Tudo isso? – Perguntou Lílian impressionada – Parece que o seu não foi muito melhor! – Sorriu.
Ive acertou-a com um papel amassado.
-Ive, posso perguntar uma coisa? – Disse Lílian minutos depois quando um silêncio apossara-se da dupla.
-Outra?Claro que sim Lílian.
-Você gosta do Leandro? – Ive fitou-a surpresa, mas ela continuou – Quero dizer gostar mesmo, não só como um qualquer, mas como “o” garoto?
-Bem... – Respondeu Ive refletindo – Gostar, gostar não!Mas ele gosta de mim o suficiente, e eu adoro ele como pessoa, amigo, companheiro, sem contar que beija bem...
-Poupe-me desse tipo de detalhes! – Disse Lílian sorrindo, quando gargalhadas chamaram atenção das garotas num canto da sala, apelidado de canto dos Marotos.
Os quatro estavam juntos em um canto e riam sem parar:
-Então ela disse: Como você pode Si?Quero dizer o que foi esse “Si”?Eu só olhei para a menina e saí com a Oliver! – Dizia Sirius rindo.
Todos riam menos Remo, que estava em um meio termo.
-Mais uma das histórias bobas do Sr. Idiota – Disse Ive entediada – Bem, Lily, se você não se importa eu vou me deitar. – E saiu dando boa noite.
Lílian ficou no salão durante, mais um tempo, mas após ser avisada por Remo que os Marotos soltariam bombas de bosta, ela muito cansada para brigar se retirou antes de Manu chegar.
Lílian estava deitada, de olhos fechados, mas não estava dormindo, ele encontrava-se no meio de pensamentos que pareciam sonhos, mas não eram.
Ela se via em uma sala com... Tiago Potter!Mas não sabia o porquê estava preocupada com ele, então alguém entrou, ela viu um menino gordinho seguido por... Um homem horrível! Era desfigurado, tinha uma expressão fria, alto e encapuzado, soltou uma voz que se assemelhava a uma rajada de vento...
-É isso que ganharão por tentarem atrapalhar meus planos, só espero que isto sirva de lição para seus amiguinhos que ainda pensam poder me derrotar, aliás, sem a ajuda daquele que se dizia amigo de vocês, eu jamais teria conseguido, mas chega de conversa... AVADA KEDAVRA!
-AH! – Gritou Lílian sentando-se na cama.
Ela não estivera dormindo, então por que pensara nessas coisas?Por sorte ninguém acordou, a garota se acalmou e tentou dormir afastando essas coisas idiotas.


Na manhã seguinte Lílian convencera-se de que seu devaneio fora uma coisa boba e tratou de esquecer, estava no salão com Dan, quando aqueles quatro moleques entraram... Tiago Potter parecia mais metido do que nunca, agora que era novamente um garoto solteiro... Solteiro sim, sozinho nunca!Ele já se encaminhara para a corvinal onde sussurrou algo para uma morena terceiro-anista, que sorriu e lhe piscou o olho.
Lílian fitou o teto.
-Lílian – Disse Dan – Você se lembra na festa das bruxas, quando eu precisava lhe falar?
A garota confirmou hesitante.
-Bem... Não tivemos a oportunidade de discutir o assunto depois, não? – Disse ele feliz.
-Dan, olhe... – Começou Lílian, mas a desculpa que iria inventar foi dispensada pela chegada de Manu.
-Oi Lil! – Disse ela alto chamando a atenção de alguns alunos.
-Oi – Disse Lílian aliviada.
-Oi Dan – Cumprimentou a garota.
-Oi – Disse ele decepcionado.
-Poxa Lil, você nem me esperou ontem – Disse ela tentando mas não conseguindo demonstrar raiva.
-Claro, você tem uma noção da hora que eu acordei ontem?Quase não me agüentava mais naquele salão comunal, mas e então, foi bom?
A menina simplesmente de um sorrisinho maroto e serviu-se de bacon.


O professor Slughorn ainda não havia chegado, a sala estava uma baderna, os Marotos jogavam bolinhas de papel em sonserinos que apenas olhavam-nos com ódio, até que uma acertou Lílian, que se virou e viu Sirius sorrindo.
-Ora Black seu...
-Lily – Disse ele rapidamente – Antes de me xingar leia, pediram-me para lhe dar!
A garota jogou o papel na lixeira, mas ele voltou sem alternativa ela abriu.
“Oi Evans, quer sair comigo?


T.P”

Lílian fitou o teto, como aquele menino poderia ser tão idiota?
Olhou para Tiago e sussurrou:
-Não!
Ele sorriu como se aquilo fosse bom, Lílian se virou ao ouvir o professor.
-Bom dia! – Dizia Slughorn, ele parecia nervoso, estava suado e falava como se tivesse corrido muito para chegar até lá.
-Bem, olhem, eu tenho algumas coisinhas para resolver, será que vocês poderiam ler o capitulo nove no livro e fazer um resumo para mim? Para entregar, caprichem! – Disse sorrindo falsamente – Eu darei uma saidinha e já voltou, quero ordem, qualquer coisa me procurem mais tarde.
E saiu apressado deixando a sala em total desordem.
Lílian abriu seu livro, e tentou começar o resumo, mas a sala toda estava conversando, até que Ive disse:
-Lílian, esquece isso, vem conversar com a gente.
-Ive, não quero deixar acumular, pode continuar a conversa aí, eu não me importo.
Ive olhou-a como se fosse louca, e continuou sua conversa com Manu.
Lílian não conseguiu terminar o maldito resumo, e agora estava num mau humor.
-Quer empadão? – Ofereceu Manu.
-Não, obrigada – Recusou Lílian, e levantou-se de repente – Vou falar com Slughorn.
-Hã? – Disse Ive.
-Preciso perguntar uma coisa – Disse Lílian dirigindo-se para a mesa dos professores.
-Professor... – Disse ela à Binns que parecia mais doente do que nunca.
-Sim? – Disse o professor confuso.
-Será que o senhor poderia me dizer onde eu encontro o professor Slughorn? - Perguntou Lílian hesitante.
-Bem, Disse ele confuso, Ele está no escritório de Dumbledore – Lílian saiu apressada – Mas eu acho que estão em reunião! – Advertiu o professor sem que a menina ouvisse.
Lílian chegou ao escritório e Dumbledore, esperaria até o professor sair, mas por sorte a gárgula de pedra encontrava-se parada com o primeiro degrau, Lílian pensou que não teria problema esperar pelo professor no corredor do escritório, subiu no primeiro degrau e a gárgula começou a se mover, sempre para cima.
Chegando lá, Lílian já ouvia os gritos.
-Dumbledore eu não quero mais! Não agüento, mal posso dar uma aula inteira para meus alunos que sempre tem uma missão, além do que, eu gosto da vida, tenho muito medo de morrer! – Gritava Slughorn
Em contra partida, Dumbledore respondia calmamente.
-Não posso lhe garantir que você não morrerá, mas posso lhe garantir, que se morrer morrerá por algo que vale a pena! – Falava como se estivesse em um chá.
-Dumbledore! – Ria Slughorn – Por que você acha que sou sonserino? É claro que temos coragem como vocês da grifinória, mas não somos tão nobres, Dumbledore eu posso até saber que vale a pena, mas devo dizer-lhe que valorizo muito minha vida, se você me separar uma missão aqui, outra ali tudo bem, nada muito perigoso, posso cuidar da administração da sede, nada de perigoso e ainda estarei lhe ajudando, mas não me meta nessas enrascadas, isso não é para mim! – Disse Slughorn desesperado.
-Mas Horácio, preciso de você em missões, não são todos os membros que tem capacidade igual a sua! – Dizia Dumbledore ainda calmo.
-Dumbledore, Dumbledore, não me peça o impossível... – Dizia ele amedrontado – Poxa, bem ou mal eu tenho a consciência pesada, afinal eu ensinei-o muita coisa aqui, e você Dumbledore usa isso contra mim, isso é golpe baixo, sabia Dumbledore?
-Não uso nada contra você Horácio, você mesmo se culpa todo dia por um erro que ninguém poderia prever, como você saberia que seu aluno, membro do clube do Slug, monitor, e com todos os outros atributos de Tom viraria o que virou?
Lílian iria embora, estava ficando nervosa.
-Bem Dumbledore, quem sabe... Depois nos falamos então, mas pode esperar que esse seja o último favor que lhe faço.
-Perfeitamente aceitável... – Disse Dumbledore quando a porta se abriu e Slughorn pegou Lílian virando-se para ir embora, ele ficou branco e quando falou sua voz era rouca, fraca e ele gaguejava:
-E-evans?O que f-foi que você ouviu? – Perguntou desesperado.
-Nada professor – Disse Lílian mais desesperada ainda.
Dumbledore apareceu por cima do ombro de Slughorn.
-Lílian, acredito que gostaria de falar com seu professor de poções, não? – Perguntou caloroso.
-F-foi para isso que vim, mas acho que posso voltar em outra hora professor.
-Hum... Temo que agora você não poderá falar com Horácio, pois ele está de saída, coisas particulares se você me entende – Disse Dumbledore piscando – Mas eu gostaria de lhe dar uma palavra, sim? – Perguntou bondosamente.
A menina assentiu e entrou no escritório.
-Até Horácio – Saldou o diretor antes de fechar a porta.
Lílian estava temerosa, será que ele estava irritado pela menina ter ouvido parte da conversa?
-Srt. ª Evans... – Começou Dumbledore com seu habitual tom caloroso – Hum... Acho que a srt. ª ouviu algumas coisas que não entendeu muito bem, não é mesmo? – Perguntou calmamente.
-Sim senhor, mas nem deveria entender elas não são da minha conta. – Respondeu a menina tímida.
-Certamente – Concordou Dumbledore – Com certeza a senhorita reparou nos tempos difíceis pelos quais estamos passando, não?
Lílian concordou.
-Bem, temo que Horácio sinta-se culpado por eles, obviamente ele nada tem haver com isso, mas está ficando com medo de me fazer esses favores.
-Professor, por que ele sente-se culpado? – Perguntou Lílian curiosa.
-Temo que não me caiba responder uma pergunta como essa senhorita Evans – Disse o diretor em tom de quem encerra o assunto – Agora quanto a sua outra dúvida, não se preocupe, logo, logo terá aulas normais novamente, vejo que Horácio não atenderá meus chamados com tanta freqüência, e nem irei obrigá-lo.
-Ok, então acho que já vou professor. – Disse ele se levantando.
-Ótimo – Disse Dumbledore – Vá rápido para não perder nenhuma aula, e Lílian – Disse ele quando a menina estava na porta – Seria de bom tom você não comentar nada do que ouviu por aí, Ok?
-Claro senhor – Disse a menina sorrindo.
Dumbledore se pôs a fitar a janela pensativo.

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