Apenas lembranças



Não havia nada de humano nele. Nem em seu olhar frio ou nas expressões de seu rosto. Ele não era mais humano de fato, apenas um reflexo maldoso do rapaz que um dia fora, uma lembrança nostálgica.
Mas ainda sim, Gina não deixava de ter uma intima admiração pelo retrato do que um dia foi Tom Riddle em seus dezessete anos de idade. “Tão lindo”, ela pensava. Normal para uma garota de onze anos, que pela primeira vez mirava um rapaz na flor da idade, com todo o vigor e beleza que a vida lhe dera. Nada comparado aos seus irmãos mais velhos e seus insípidos cabelos vermelhos.
Uma beleza lasciva formada pelo conjunto harmonioso de pele pálida, cabelos negros, rosto de traços bem feitos e olhos cinzentos. Nem Harry conseguia ser como ele, talvez por lhe faltar a vivencia que Tom possuía em seus desenhos.
Perdia a noção do tempo quando estava com ele ou simplesmente se rendia a ambição diabólica que ele tinha. Perto de Riddle ela era nada mais do que uma boneca nas mãos dele. É certo que ela havia lhe dado confiança e entregado sua mente sem muitos questionamentos, ela queria um consolo para suas magoas e decepções com relação à família e a Harry, e Tom foi tudo isso e muito mais.
Talvez tenha sido seu primeiro amor, talvez seu primeiro amigo, mas a verdade é que ela não conseguiria se libertar dele, nem que quisesse. Ele deu o carinho que ela precisava e agora ele buscava o pagamento, como em um contrato no qual você entrega sua alma ao demônio em troca de um desejo a ser alcançado. Sim. Tom era o próprio demônio.
Ela agora jazia deitada na Câmara, sendo embalada por uma fúnebre canção de ninar misturada ao sibilar das cobras. A vida se esvaindo pelos dedos dela e indo parar nos longos e finos dedos de Tom. No rosto dele uma expressão indecifrável, nem remorso, nem duvida ou pesar, talvez estivesse tudo junto. No rosto dela algo entre dor, magoa e satisfação em ser útil para ele, era a certeza que ela tinha de que ele não se esqueceria dela.
Os dedos dele percorriam o rosto lívido da menina que teria se tornado uma bela mulher se não o tivesse conhecido. Ela era ingênua e inocente de mais para perceber que o diabo não tem sentimentos, mas de alguma forma essa inocência ficou gravada dentro dele, pura e quente, algo parecido com o carinho de mãe que ele nunca teve. Sentiria falta dela.
Seu plano não se concretizou naquela noite e nem naquela câmara pútrida. Ele perdeu o seu elo com Gina e a pequena foi salva por seu amado Harry Potter. Chegou a pensar que ele nunca mais voltaria a ter a forma de seus dezessete anos ou andar por Hogwarts, e lamentou não poder vê-la de novo. Sentiria falta dela mesmo que nunca a tivesse conhecido, como sentia falta da mãe que nunca viu.
Virginia acordou na Ala Hospitalar horas mais tarde, sabendo que Tom não estava mais lá. Sentiu frio e uma sensação de solidão dentro do peito. Ele havia petrificado Hermione, Colin e outras vitimas inocentes, havia também matado a Murta-que-geme, mas por algum motivo ela não conseguia pensar em Tom como um monstro, preferia vê-lo como seu bom amigo. Por alguma razão o rosto dele estava gravado dentro dela.
Enquanto todos comemoravam a recuperação das vitimas do basilísco ela ficou trancada dentro da sala comunal da Grifinória, chorando baixinho no travesseiro. Ela não tinha motivos para comemorar.
Passou os anos que se seguiram sem nenhuma emoção em especial. Mantinha sua paixonite platônica por Harry, ria com seus irmãos, era excluída do grupo de amigos de Ronny e não tinha motivo para continuar aquela vida.
Chegou então aos seus catorze anos e passou a ser notada pelos garotos, ficou mais bonita, namorou, nada de mais. O vazio continuava dentro dela. Quando chegou no seu quinto ano realizou o que costumava pensar ser impossível, despertou as atenções e os desejos de Harry Potter, misteriosamente não achou nada tão fantástico. Era como Tom dizia “Ele só vai sentir algo por você quando for tarde de mais. Você já vai ter se rendido a mim”. Costumava dizer que Tom era convencido por causa desses comentários, mas ela sabia que ele estava certo.
Harry havia comunicado no seu ultimo ano em Hogwarts que quando a guerra acabasse, se ele estivesse vivo, se casaria com ela assim que ela pusesse os pés pra fora da escola. A prova de tal juramento estava agora em seu dedo anular e trazia lagrimas aos olhos dela toda vez que ela olhava para o maldito anel. Sua mãe em momento algum questionara, ao contrario, ela e seus irmãos praticamente a jogaram nos braços e na cama de Potter. Ele ainda não encostara nela, mas ela sabia que não demoraria a acontecer.
Ela queria fugir. De Harry, da sua família, dos seus amigos, do seu destino. Queria ao menos mais uma vez reencontrar Tom e pedir para que ele terminasse o que havia começado há anos atrás. Se fosse para morrer, morreria feliz pelas mãos finas e frias dele.
Numa de suas noites de saudade e meditação, ela teve a brilhante idéia de passar suas lembranças sobre Tom para um novo diário, pelo menos ela o veria uma ultima vez antes de se tornar à senhora Potter. Pegou o diário que havia ganhado de Colin no ultimo Natal e nunca usara e com um feitiço avançado colocou dentro dele suas lembranças. Tom Riddle agora era imortal nas paginas do diário de Gina Weasley.
A noite não parecia tão fria agora. Lá estava ele mais uma vez. “Lindo”, ela pensou. Nada diferente, nada novo, apenas um reflexo fiel daquilo que ela se recordava. Também pudera, aquele não era nem nunca seria o Tom que ela conheceu. Adormeceu naquela noite sentindo o mesmo vazio de sempre.
Sentia a vida correndo dentro de si novamente. Tantos anos haviam se passado, mas ele estava ali, com seus dezessete anos e sua beleza juvenil e arrebatadora, e tudo isso por causa de sua Gina.
Sim. Gina era dele e o diário era a prova. Ela deu a ele um novo elo com o mundo real e deu muito mais que isso, já que o livreto estava lotado de algo aconchegante, lotado de carinho. Estava livre e agora bastava uma boa dose de energia e teria um corpo definitivo, mas ele não a usaria de novo para isso.
Ela poderia muito bem deixar o novo diário para outra pessoa para que ele pudesse sugar a energia do infeliz e então ele estaria pronto para governar. A questão é, onde Virginia se encaixaria em seus novos planos? Ele não a deixaria nas mãos de Potter, ela era boa de mais para aquele fedelho metido a herói. Ela seria dele, exatamente como antes. Sua estimada boneca de luxo.
E como da outra vez ele a induziu a servir seus propósitos malignos, mesmo que dessa vez ele estivesse fazendo por ela. Sugou toda a energia de uma terceiranista qualquer e a garota foi encontrada morta perto de Hogsmead, alegaram que haviam sido os Comensais da Morte que haviam sobrado com o fim da guerra.
Gina executou tudo sem notar a manipulação de Tom por trás daquilo. Ficou chocada com a morte da garota sem nem desconfiar que ela fora cúmplice no assassinato.
Faltava pouco para o fim de seu ultimo ano agora. Na manha seguinte ela estaria indo em direção À Toca e uma semana depois estaria se casando no Ministério da Magia com Harry. Seu destino parecia inevitável, não fosse pelo vulto em seu quarto.
Ela acordou assustada com a presença não tão estranha assim. Lá estava ele novamente, talvez mais uma de suas alucinações provocadas pelo stress que o casamento estava lhe causando, talvez apenas a saudade que ela tinha das conversas com ele. Mas dessa vez ele falava com ela.
- Sentiu minha falta, Virginia?- não havia emoção no rosto dele, era frio e indiferente.
- Acho que devo estar sonhando acordada.- ela falou com uma leve incredulidade transparecendo em sua voz.
- Garanto que não sou um de seus sonhos, talvez eu seja um pesadelo um tanto quanto persistente.- dessa vez ele sorriu, um sorriso que seria algo entre frieza e aconchego.
- Por que voltou?- era uma pergunta que no fundo ela já sabia a resposta, mas não queria demonstrar.
- Pensei que você quisesse me ver de novo.- uma decepção fingida se fazia presente no rosto dele.- Eu sei que você não me esqueceu, você me deseja, me ama. Quando você vai aprender que eu sou o seu mestre, seu dono? Eu sou tudo em você, Virginia.- ele se aproximou dela, tocou-lhe o pescoço numa tentativa de caricia e observou o medo ainda presente nos olhos dela. Ele adorava senti-la submissa a ele, era uma sensação de poder e de posse sobre o seu bem mais precioso.
- Sabe, eu vou me casar na semana que vem. Serei a senhora Potter.- ela disse isso tentando se convencer de que era a coisa certa a fazer. Ele franziu as sobrancelhas em sinal de desagrado enquanto seus dedos percorriam a bochecha dela.
- Potter não te merece, mas acredito que você deveria estar no mínimo realizada, já que costumava dizer que esse era seu sonho.- agora ele lhe beijava o pescoço e enlaçava sua cintura.
- Mas eu estou realizada, e estou feliz também.- era uma mentira grande de mais para ela conseguir tornar uma verdade.
- Você nunca soube mentir, principalmente pra mim. Você não o quer. É como eu sempre disse. Ele só reparou em você quando já era tarde de mais. Você já é minha há muito tempo e só agora percebeu isso. Esse é o ponto do qual não tem mais volta.- a respiração dela era pesada e a voz dele macia aos ouvidos dela.
- Eu não sei por que você está aqui.- medo na voz dela.
- Porque você me guardou em sua memória e em seu coração. Você sabe que me ama.- satisfação na voz dele.
- Mas você não ama ninguém.- essa sempre foi uma certeza ignorada por ela.
- Realmente, não amo. Mas isso não significa que não me importo com você ou que não tenha sentido sua falta. Você ainda me fascina com sua simplicidade e continua sendo uma companhia agradável.- ele olhava para ela com um olhar suave e sedutor, do qual ela não se lembrava.- Também não sou indiferente ao fado de você ter se tornado uma mulher atraente. Sabe, ainda sou homem o bastante para saber quando uma mulher me provoca desejo.- um meio sorriso nos lábios.
- Então é só isso, não é? Desejo.- mais decepções e ainda sim ela não conseguia se afastar dele.
- Confesso que não. Sentiria saudades suas mesmo se não tivesse lhe conhecido. Você me acalma, me diverte, me acolhe. Foi a única que me deu carinho em todos esses anos.- era um tom indecifrável o dele.
- Ainda não entendo o que você quer.- falou quase em sussurro.
- Sabe sim. Você fez um acordo comigo anos a trás. Eu lhe dei conforto, amizade, compreensão e agora eu quero que cumpra a sua parte do trato.- um sorriso maléfico nos lábios dele
- O que exatamente você quer?- medo, muito medo na voz dela.
- Eu sou um demônio, Virginia. Eu quero a sua alma.- colocou a boca próxima ao ouvido dela e sussurrou enquanto a segurava firmemente pela cintura.- Eu quero você.- pegou a varinha que estava no bolso dela.- Imperius.
Sobre o efeito da maldição ele conduziu Virginia até as proximidades de Hogsmead de onde aparataram. Fugiram juntos para uma propriedade deserta que ficava em terreno francês, longe do alcance da jurisdição do Ministério. Nada ficou para trás, nem pistas, nem planos. Eram apenas ele e ela, não havia futuro nem vida longe um do outro.
Na manha seguinte a fuga, Potter e os Weasley foram notificados do desaparecimento de Gina. A família entrou em estado de desespero e Harry jurou por seus pais encontra-la e punir os supostos Comensais que haviam levado ela.
Revirando o malão da garota ele encontrou algumas anotações esquecidas e poemas, todos destinados à mesma pessoa, Tom Riddle. A fúria tomou conta dele. Gina era sua noiva, já estariam casados se ela estivesse ali, mas mesmo com ele ela pensava em Tom e tivera a coragem de se declarar apaixonada por ele naqueles pergaminhos.
Harry julgava impossível Riddle estar de volta, mas não custava tentar. Espalhou fotos dos dois por toda a comunidade mágicas, meses depois foi informado de um casal britânico vivendo na França. A jovem teria por volta de dezessete anos e o rapaz dezoito. Ela tinha pele clara e cabelos vermelhos, ele rosto pálido, olhos cinzentos e cabelos negros. Só poderia ser Gina e Tom.
Foi para a França seguindo o rastro dos dois e pediu aos céus para morrer quando finalmente os achou.
Gina tinha agora uma barriga orgulhosa e proeminente de uma gestação de sete meses. Tom continuava frio e indiferente com todos, mas era lascivo, sedutor e preocupado com ela. Não seria possível notar amor entre os dois, Harry sabia que ele era incapaz de ter tal sentimento, mas havia um inegável afeto entre eles.
Queria mata-lo, queria matar Gina se possível, mas ela deveria estar sobre efeito de uma maldição Imperius ou outro feitiço mais poderoso, logo ele a perdoaria e prosseguiria com os planos de casar-se com ela.
Invadiu a casa sozinho. Conseguiu derrotar Voldemort uma vez, derrota-lo enquanto era jovem e inexperiente de novo não seria problema.
Ao deparar-se com Harry dentro de sua casa, Gina soltou um grito de susto e pavor, logo em seguida um Tom furioso e com a varinha firme em sua mão surgia a trás dela para socorre-la.
- Suba, Virginia. Fique lá em cima enquanto eu resolvo as coisas com o Potter.- ele disse autoritário.
- Não vou deixa-lo aqui sozinho com ele, Tom. Não vou!- ela falava desesperada. Harry teve nojo dela.
- Pense na criança. É o meu herdeiro que você está carregando ai.- mais uma vez indiferença, misturada a uma preocupação sincera.
- Nosso filho, Tom. Eu não vou cria-lo sem um pai.- suplica.
- Ele vai ter um pai, não se preocupe. Não vou deixa-la, querida.- a ultima frase soou inacreditável de mais, tanto para Riddle quanto para Harry.
- Finitum Incantate!- Harry apontara a varinha para Gina e proferira o feitiço. Nada aconteceu.
- Acha mesmo que ela está aqui a contra gosto, Potter? Não. Ela veio porque quis. Digamos que eu fui muito mais competente em nove meses do que você em três anos. Virginia está comigo e se entregou a mim de livre e espontânea vontade.- ele era cruel ao dizer essas palavras olhando com ar de superioridade para Harry.
- Não pode ser. Gina me ama, sempre amou.- ele falava convicto.
- Reveja seus conceitos, garoto. Eu fui muito mais marcante e muito mais presente na vida dela do que você jamais será. Ela realmente te amou, quando ela tinha onze anos. Mas você nunca deu atenção a ela, nunca a enxergou. Eu ao contraio fui o confidente dela, o único amigo. Sabe, Potter, era nos meus braços que ela chorava quando você não lhe dava atenção e foi para mim que ela correu quando você praticamente a comprou da família dela.- havia uma certa satisfação em Tom ao ver o rosto de Harry ficar lívido.- Não pretendo te matar. Sei que Virginia não gostaria e me manteria de castigo fazendo greve de... Você sabe o que. E te garanto que isso não esta nos meus planos.
- Você é um maldito bastardo! Devolva a minha noiva!- Harry agora gritava exaltado.
- Ela pode ir se quiser, não há nada que a prenda ao meu lado. Quando a criança nascer e for desmamada eu vou busca-la. Eu não tenho Virginia ao meu lado a poder de grilhões, contratos ou encantos. Elas esta aqui porque quer, do contrario não teria me arranjado outro elo com o mundo real.
- Você está mentindo, seu covarde.- o rapaz de olhos verdes agora mantinha a varinha em riste pronta para atacar.
- Eu não tenho feito nada contra a lei nos últimos tempos, Potter. Tenho um emprego para manter a mim e à Virginia, não mato a um bom tempo, respeito tanto as leis mágicas quanto as trouxas e estou legalmente casado com a mãe do meu futuro herdeiro, logo não posso ser nem mesmo considerado um seqüestrador. Faça-me um favor Potter, vá embora e me deixe ter uma vida normal.
- Não saio daqui sem levar Gina comigo!- Harry estava cada vez mais exaltado.
- Sinto te informar que você não pode faze-lo, a menos que eu conceda a ela o divorcio de comum acordo ou que ela fique viúva.- dizendo isso ele tirou de dentro do bolso da capa um papel e o entregou a Harry. Era uma certidão de casamento, datada de nove meses atrás.
Harry caiu de joelhos no chão, pasmo e com os olhos cheios de lagrimas. Voldemort vencera a final. Matara-lhe os pais, arruinara-lhe a vida e agora roubava a única coisa nesse mundo que o fazia feliz. Arrasado, ele ainda observava Gina se agarrar ao pescoço de Tom e passar as mãos nos cabelos negros dele. Ela estava mais bonita agora, tinha uma expressão de alivio no rosto e ares de mulher feita. Ela nunca fora tão radiante assim com ele. Não havia como negar, apesar de toda a frieza e aparente indiferença Tom Riddle era o único que a fazia feliz.
Potter se levantou do chão e decidiu deixar a casa, diria aos Weasley que Gina estava morta e que o Comensal havia se suicidado depois de jogar o corpo da garota nas águas do rio Senna. Antes que atravessasse a porta ouviu Tom chamá-lo e virou o rosto para saber o que era.
- Eu não pretendo ficar o resto da vida fingindo ser bonzinho. Não se preocupe, você terá sua vingança um dia é só uma questão de Virginia aceitar que não se casou com o príncipe encantado e sim com o vilão e esperar meu filho nascer é claro. Um dia o Lord das Trevas vai voltar, mas quando acontecer haverá uma Lady e um herdeiro junto com ele.- tudo foi dito num tom entre o deboche e a seriedade.
- Harry!- Gina o chamava agora.- Eu espero que entenda e que me perdoe, mas eu não conseguiria ser e nem te fazer feliz se estivéssemos casados.
- Não se preocupe, Gina. Você me fazia feliz mesmo sem saber. Eu era feliz só por tê-la ao meu lado, mas se eu não fui capaz de fazer o mesmo então sou eu que peço perdão por tentar te forçar a um compromisso indesejado. Espero que ele seja capaz de fazer o que eu não consegui.- disse isso já se virando para a porta e tentando não chorar ali.- Se um dia mudar de idéia me procure.- foi embora.
Quando Potter finalmente deixou a casa Tom pode se virar para a esposa com o rosto serio e dizer com o dedo em riste:
- Nem pense em mudar de idéia, ouviu? Se for para me trocar por alguém que seja no mínio um Malfoy ou coisa melhor.- os dois caíram na gargalhada.
- Pode deixar. Não pretendo trocar você por nada nesse mundo.
Os anos se passaram sem que o mundo desconfiasse da existência daquele casal tão improvável. O filho de Tom Riddle e Gina Weasley nasceu saudável e se tornou um menino forte e inteligente, com a aparência do pai e o gênio determinado e gentil da mãe.
Tom não cumpriu a promessa de retornar para tentar conquistar o mundo mágico tão pouco Virginia desistiu do pai de seu filho. Essencialmente eles permaneciam os mesmos, ele continuava frio, indiferente e cruel, talvez um pouco mais calmo e gentil, mas ainda era o mesmo demônio de anos atrás. Ela continuava inocente e ingênua quanto ao lado maligno dele, mas mantinha agora uma determinação e fúria de leoa que permitia que ela mantivesse um certo controle sobre ele. Não se sabe se algum dia houve um amor pleno entre os dois, mas sabe-se que eles foram felizes.
Morreram juntos, talvez por não imaginar uma eternidade sem a companhia um do outro, deixando para trás um tumulo negro com a imagem de uma rosa e uma serpente gravada no granito e um diário para seus descendentes onde se lia: Tom. M. Riddle e Virginia. M. W. Riddle.
Quem sabe um dia alguém encontrasse esse diário e entendesse o verdadeiro significado daquela historia, que nem mesmo os dela entendiam. Talvez fosse apenas o destino dos dois, talvez fosse mais que isso, mas algum dia alguém os encontraria naquelas paginas amareladas e veria alguma beleza naquele casal fadado a incompreensão, ou apenas um final feliz para a menina e o monstro. Apenas um resquício de paz numa vida feita de nada mais nada menos que lembranças.



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Eu de novo. Se gostaram deixem comentarios se odiaram deixem sugestoes.
Faço o que posso para agradar os leitores.
Bjos
Gabriela

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