O Espelho Dourado
A primeira vez que um humano entrou no mundo encantado de TriEncanto, foi através de um espelho, um espelho dourado, muito bonito, que ficava no sótão de uma antiga casa na cidade de Londres. Esse humano era um garoto chamado Kevin, era um garoto de treze anos, e que gostava muito de se aventurar junto com seus amigos Julia e Alex.
Os três tinham ido passar as férias na casa dos avós de Kevin, que haviam sido um dos melhores arqueólogos de toda Europa, e que agora desfrutavam sua aposentadoria na sua grande casa em Londres. Os garotos mal tinham chegado e já começaram a ir em todos os quartos, (a casa, mesmo sendo em um bairro era enorme, tinha dezenas de quartos, que na maior parte era ocupado por peças e artefatos antigos que foram descobertos pelos avós) existia muitas peças esquisitas como cálices trincados, quadros de pessoas que usavam vestes muito estranhas, além de rodas de pedra, metal, prata e uma muito pequena, mas que era feito do mais puro ouro. Depois de terem andado por muito tempo ficaram cansados e desceram para tomar chá. Os avós de Kevin, como não recebiam muitas visitas estavam muito contentes com a estadia dos garotos, por isso prepararam uma mesa com uma grande variedade de doces e biscoitos, além de refrigerantes e sucos naturais. Os três se fartaram, e já estavam saindo para fazer novas expedições quando o avô de Kevin, Sr. Tim disse:
- Crianças, podem ir em todos os lugares dessa casa, desde a cozinha até a sala de armaduras, mas – o tom calmo do avô ficou sério e grave – por nada nesse mundo vocês entrem no sótão desta casa. Agora – disse Sr. Tim voltando ao tom de voz normal – divirtam-se, mas não se esqueçam que as sete é hora de jantar.
Os três seguiram para o quarto dos garotos e quando lá chegaram Kevin conferiu se a porta estava realmente trancada, antes de começar a dizer aos cochichos:
- E então, o que acham que tem no sótão?
- Lá vai você começar com essas histórias de novo Kevin – resmungou Alex – Lembra da ultima vez que você achou que dentro do armário de sua mãe tinha um bicho-papão, e acabamos descobrindo que não passava de uma caixa de grilos de seu pai que acabaram fugindo e invadindo a casa toda com seus crii crii.
- O Alex pode estar certo Kevin, o que quer que seja que tenha no sótão desta casa seu avô não quer que a gente descubra, e na minha opinião, é melhor deixar isso pra lá, tem tanta coisa nessa casa que a gente pode fazer.
- Vocês estão parecendo adultos isso sim! – disse Kevin – Onde já se viu, se ele não queria que a gente fosse lá não teria dito nada, mas agora que ele nos proibiu é como se tivesse dado a ordem pra nós irmos lá, vocês não entendem?
- Não eu não entendo cara, aliás, eu acho que já deveríamos ter esquecido dessa historia, - falou Alex – bom mudando de assunto que tal se a gente fosse brincar de pique-esconde?
- Olha, Alex – Julia falou com uma expressão de que estava pensando – isso que o Kevin acabou de falar tem sentido sim, e se o Sr. Tim, não quisesse que a gente se aventurasse no sótão porque foi logo proibindo, e outra não acho que teria problema da gente ir lá só dar uma espiadinha.
Por um momento Alex ficou encarando os dois de uma maneira como que alguém estivesse obrigando ele a comer jiló, mas por fim se entregou:
- Tudo bem, vocês venceram, mas temos de ir escondidos, pois se um dos empregados pegar a gente lá com certeza irão nos dedurar.
- Eu já pensei em tudo – disse Kevin com os olhos castanhos brilhando de felicidade – Hoje, quando todos estiverem dormindo, nós pegaremos nossas lanternas e iremos até lá.
- Tudo bem, mas se formos pegos – disse Alex – juro que culpo vocês dois de terem me arrastado.
E assim ficou combinado, depois do jantar os três se despediram do Sr. e Sra. Clarkson e foram pros quartos (Julia tinha um quarto só pra ela por ser garota). Alex e Kevin pegaram as lanternas da mochila e nem sequer vestiram os pijamas, foram ao encontro de Julia que vinha correndo do fim do corredor sussurrando:
- Voltem! O mordomo está vindo conferir se fomos dormir!
Os garotos voltaram correndo pro quarto onde se enfiaram na cama e se cobriram com a colcha até o pescoço. Kevin começou a desconfiar que Julia tinha pregado uma peça quando ouviu passos no corredor, o garoto fechou os olhos. E da porta surgiu o mordomo, que tinha uma cara muito séria, mas que era muito bom, e até sabia contar umas piadas hilárias, ele percorreu o quarto com os olhos apertados, mas ao comprovar que os garotos estavam dormindo (mesmo com os roncos altos e fingidos de Alex) fechou a porta e desceu as escadas. Os dois garotos ficaram naquela posição pra ter certeza que o mordomo tinha dado no pé, até que a porta abriu novamente, mas desta vez destacando a silhueta de uma garota de cabelos logos presos num rabo-de-cavalo. Era Julia.
- Vamos, o que estão esperando, o dia amanhecer?
Os garotos se levantaram da cama suados, mas acompanharam Julia até a entrada do sótão, sem falar nada. E quando lá chegaram Alex novamente resmungou:
- Ainda acho que deveríamos ter ficado nos nossos quartos.
- Agora é tarde pra desistir – disse Kevin subindo a escada de corda e abrindo a porta quadrada que dava acesso ao sótão – Vamos.
Os três subiram a escada um ajudando o outro, pois a escada, por ser feita de corda balançava muito, mas enfim conseguiram subir, quando chegaram, a primeira coisa a fazer foi acender as lanternas, pois o sótão não tinha janelas e nem interruptores, as três lanternas iluminaram um local bastante empoeirado, e cheio de objetos cobertos com panos brancos.
- Viu – disse Alex – não tem nada de importante aqui, vamos descer.
- Calma, ainda não vimos nada – disse Kevin indo na direção de um grande objeto de forma retangular e puxou o pano.
Era um grande espelho, maior que qualquer um dos garotos, nas bordas douradas, supostamente de ouro puro havia várias inscrições que os três não conheciam.
- Que lindo! – exclamou Julia indo pra perto de Kevin e começando a admirar o espelho – deve ter custado milhões!
- Vocês ouviram? – sussurrou Alex indo se juntar aos três – Alguém vem vindo.
- Não está vindo ninguém Alex, você que está inventando de tudo pra nós sairmos daqui, mas pode ter certeza que você não vai conseguir – disse Kevin ainda admirando o espelho.
Foi ai que algo chamou a atenção dele, mas não só dele como a de Julia e do relutante Alex. Do centro do espelho, o reflexo dos três começava a desaparecer e no lugar uma paisagem vinha aparecendo, era um pátio escuro, iluminado por archotes. As crianças ficaram olhando aquilo como se fosse um quadro.
- Que legal – exclamou Kevin – deve ser uma daquelas pinturas que quando a gente fica olhando a paisagem se transfor...
Mas a frase de Kevin foi interrompida, pois naquele instante um homem que usava cota de malha, elmo e que tinha nas mãos lança e escudo apareceu no espelho, lá longe, no fundo daquele pátio escuro.
- Isso só pode ser ilusão de óptica! – disse Alex de queixo caído – E das boas!
- Vamos ver se é – e Kevin foi com a mão em direção do espelho e em vez de seus dedos tocarem a superfície fria e lisa do espelho, eles atravessaram-no e pareceram no pátio, rapidamente o garoto recuou e disse – Isso só pode ser magia!
- Melhor irmos embora Kevin – disse Julia segurando nos ombros do amigo.
- Não Ju, agora que estamos aqui vamos até o fim.
E assim se fez, Kevin foi andando na direção do espelho e o atravessou, por um instante sentiu que uma mão o segurava em seguida quando abriu os olhos se deu em um pátio escuro e frio, o mesmo pátio que ele vira no espelho. Mas não teve tempo de falar nem pensar nada, pois nesse momento Julia e Alex caíram em cima dele, fazendo o garoto bater a cabeça no chão e desmaiar. Quando acordou, notou que estava em cima de alguma coisa macia, mas que sua cabeça doía muito, mas mesmo assim escutou claramente uma voz grave dizendo:
- O que vamos fazer com eles Tóbiro? Nunca vi um ser como eles, são tão estranho, tem cabelos diferentes dos nossos e olhe as orelhas são redondas.
- Denisio, na minha opinião deveríamos jogá-los no poço, se não são parecidos com qualquer um de nos devem ser monstros ou seres malignos de outro mundo.
- Não! Eu não iria fazer isso, eles são diferentes sim, mas pelas feições parecem ser jovens como nossa rainha. E é a ela que vou apresentá-los.
- Faça o que quiser, mas saiba que eu o avisei, olhe parece que aquele de cabelos de fogo está acordando.
Kevin abriu os olhos e viu que se encontrava em uma casa simples feita de tijolos e teto de palha, havia dois habitantes no recinto, um com elmo e sentado em um banco de madeira estava a alguns passos a sua frente e o outro estava ajoelhado conversando com Alex.
- Você está bem garoto? – perguntou Denisio.
- Acho que sim, mas quem é você? Cadê a Ju e o Kevin? – perguntou Alex sentando e olhando pra todos os lados.
- Bem – começou Denisio – Sou um guarda do povo de ElfoLot, me chamo de Denisio e sou um elfo guerreiro, quanto aos seus amigos estão todos aqui.
Alex olhou o elfo com desconfiança, mas depois viu que Kevin tinha acordado também e logo se adiantou:
- Viu só Kevin, olha aonde viemos parar! – gritou o menino se levantando – Se isso não for um sonho juro que te pego!
- Duvido você vir me pegar! – desafiou Kevin – Vem se for homem!
- Esperem! – bradou o elfo se levantando – Você disse homem garoto?
- Sim porque? – perguntou Kevin ainda com os punhos fechados.
- Acorde sua amiga. Tóbiro mande uma mensagem para a rainha, vou levar os garotos humanos para ela conhecer.
Por Favor Comentem, é minha primeira fic, aproveitem e digam no que devo melhorar!
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