Sorry
Capítulo 12: Sorry
Nobody said it was easy
(Ninguém disse que era fácil)
It's such a shame for us to part
(É tão vergonhosos pra nós nos separarmos)
Nobody said it was easy
(Ninguém disse que era fácil)
No one ever said it would be this so hard
(Ninguém jamais disse que seria tão difícil assim)
The Scientist - Coldplay
***
No one ever said it would be so hard
Os aurores italianos conduziam os três por um corredor com várias celas, enquanto eles protestavam:
-Não pode fazer isso comigo, seu italiano babaca! –Draco exclamou, indignado –Eu sou um Malfoy! Draco Malfoy e exijo que me trate com o respeito que implica meu nome.
-É! –Gina apoiou Draco –O que vocês estão fazendo, seus estúpidos? Eu não fiz nada de errado! Eu vou contar pro meu pai como estão tratando a filha do ministro da magia inglês. –falou arrogantemente e o loiro sorriu por dentro ao ver como havia influenciado o comportamento dela.
Simas foi o mais calmo em sua reclamação:
-Os senhores devem estar cometendo algum engano. Somos estrangeiros, não podem fazer isso conosco. Nós três trabalhamos para o Ministério da Magia inglês.
Um auror bufou irritado:
-Não me interessa se você é um Malfoy ou tenha qualquer outro nome. –apontou Draco –Não me interessa se você é filha da rainha da Inglaterra ou até de Merlin. –apontou Gina –E não me interessa se são estrangeiros ou onde trabalham. Estão aprontando no meu país, então estão detidos até segunda ordem, entenderam?
Os três tentaram falar ao mesmo tempo, mas um outro auror os empurrou dentro de uma cela e disse:
-Silêncio. Ou silenciarei vocês. –os três se calaram –Quem será o primeiro a contar sua versão da história? O Sr. Eu-Finjo-Que-Sou-De-Uma-Família-Influente, a Srta. Eu-Invento-Que-Papai-É-Poderoso ou o Sr. Eu-Sou-O-Importante-Digo-Que-Trabalho-Pro-Governo?
Os três olharam ofendidos, mas a ruiva se voluntariou:
-Eu irei, mas recomendo que fiquem de olho nesses dois ou eles podem se matar.
Gina saiu pela porta da cela e acompanhou um dos aurores até a sala do Chefe deles. O auror que seguia com Gina bateu à porta. Uma voz grave se fez ouvir de lá de dentro:
-Entre. –o auror abriu a porta e entrou com a ruiva –Ah, é você, Tribiani. O que houve dessa vez?
O Chefe dos Aurores estava sentando à uma mesa com posição ereta. Era magro, quase esquelético. Tinha olhos castanhos escondidos por trás de óculos de grossa armação e cabelos negros e ondulados. Usava óculos e tinha um ar de autoridade misturado a tédio. Ao contrário de Luigi Tribiani que era forte, tinha belos olhos verdes e um cabelo castanho claro sedoso.
-Sr. Ricci. Esta senhorita e mais dois outros senhores acabaram de ser detidos por estarem duelando no meio de um hotel. Então eu achei melhor que cada um depusesse separadamente.
-Fez bem, Tribiani. –Ricci aprovou –A Srta. Tem alguma objeção a tomar uma veritasserum antes de começar a depor? –perguntou a uma Gina com cara de poucos amigos.
-Não. –ela respondeu, seca.
Luigi tirou um frasco do bolso e usando um conta-gotas, pingou o líquido na língua da ruiva. A seguir afastou-se um pouco e olhou para o chefe.
-Sente-se Srta. –e ela obedeceu –Qual é o seu nome completo?
-Virgínia Molly Weasley Malfoy.
-Você é a filha de Arthur Weasley, o Ministro da Magia inglês?
-Sim.
-Conheço o seu pai, homem de fibra e moral. Fiquei feliz quando ouvi que tinha sido eleito Ministro. E também ouvi falar a respeito do seu casamento com Draco Malfoy. Meus parabéns.
-Obrigada. –a ruiva agradeceu, sem emoção alguma, exceto por uma nota imperceptível de mágoa.
Tribiani estava surpreso.
“Então quer dizer que eles falavam a verdade?” pensou, enquanto voltava a prestar atenção, agora que Ricci recomeçara a falar.
-Então, Sra. Malfoy. Quem são os outros dois senhores que foram detidos com a senhora?
-O Draco e Simas Finnigan.
-Diz, Simas Finnigan, um dos sócios do Internationale Hotel Itália?
-Sim.
-Hum. E poderia me contar sobre o ocorrido no hotel?
A ruiva mordeu o lábio inferior e então disse:
-Sim. Draco e Simas estavam duelando por minha causa e eu tentei pará-los, mas não consegui.
-Como assim, por sua causa, Sra. Malfoy?
Por mais que não quisesse tocar naquele assunto, a poção da verdade não lhe deixava qualquer escolha:
-Simas é apaixonado por mim. Ele trabalha nos EUA, mas certa vez estava de passagem pela Inglaterra e fomos jantar eu, ele, Hermione Grager e Harry Potter. Eu acabei bebendo demais e fui pra cama com ele. Nessa época eu já era noiva do Draco. Apesar de ter estado sob o efeito da bebida, eu me senti culpada e escondi do Draco, tinha medo de perdê-lo. Mas a coisa foi ficando tão insuportável e eu tive que contar. Eu contei aqui em Veneza. E acontece que o Simas veio pra Veneza também e eu desconfio que foi por minha causa. Então, quando eu estava no meio de uma briga com o Draco no quarto do hotel, bateram à porta dizendo ser serviço de quarto, mas era o Simas. O Draco ficou possesso. Os dois fizeram um acordo de que ganhasse o duelo ficaria comigo. Eu achei uma idéia ridícula e tentei pará-los, mas não deu certo. Foi quando os aurores chegaram.
-Ok. –Ricci disse –Está liberada, Sra. Malfoy. Luigi a acompanhará até a saída e se quiser pode esperar por seu marido lá. Em alguns minutos o efeito da poção cessará, não se preocupe. –e estendeu a mão para a ruiva que a apertou –Mande lembranças minhas ao seu pai.
-Ok. –respondeu, levantando-se e deixando a sala com Tribiani.
Percorreram o caminho em silêncio, mas ao chegar lá fora, o auror perguntou:
-Está se sentindo bem, Sra. Malfoy?
Ela suspirou:
-Não, mas eu ficarei bem. Obrigada. Tribiani é o seu nome, né? –e ele fez que sim –Bem, então adeus.
-Espere. –ele disse –Não vai esperar seu marido?
-Não. Hum, será que não pode me levar ao hotel? Eu não pode me levar de volta ao hotel. Eu não poderia aparatar lá, mas estando com uma autoridade...
-Ok, posso fazer isso por você. –respondeu calmamente –Segure-se em mim. –e Gina o fez.
Aparataram no mesmo lugar onde os aurores os tinham achado, perto da porta do quarto em que Draco e Gina estavam hospedados:
-Muito obrigada, Sr. Tribiani.
-Luigi.
-Ok, Luigi. Adeus. –apertou a mão dele, que lhe sorriu.
Em seguida o auror aparatou e Gina entrou no quarto com uma coisa em mente: fazer as malas e partir antes que Draco pudesse chegar.
Pegou tudo seu que encontrou pelo caminho e colocou em sua mala. Já ia saindo do quarto, quando decidiu deixar um bilhete, explicando para o loiro. Pegou um pedaço de pergaminho e uma pena-tinteiro.
“Draco,
Eu te amo muito, muito mesmo. Mas eu não posso continuar aqui. Essa Lua-de-Mel pra mim acabou. Você trouxe uma mulher pro nosso quarto e só Merlin sabe o que você fez com ela na nossa cama. Se você não me ama o suficiente, eu não posso te obrigar a fazê-lo. Por isso estou saindo, não somente desse quarto ou de Veneza, estou saindo também da sua vida. Se o que você quer é ter outras mulheres, então tudo bem. Eu quero que você seja feliz e pelo visto não vai ser comigo. Então conto que comece logo com os tramites do divórcio. Se você ainda tem um pouco de amor por mim, faça isso rápido. Ou eu sofrerei ainda mais. Não sabe como é difícil pra mim escrever esse bilhete e tomar essa decisão. Sei que pode não ser o melhor pra mim, já que será por demais doloroso quando te vir com outras mulheres, mas pelo menos a dor será menos do que se fossemos casados. Espero que compreenda que estou fazendo isso porque te amo e quero sua felicidade.
Ass: A Futura Ex-Sra. Malfoy
Gina deixou uma lágrima cair sobre o lugar em que assinou e fez com que ficasse um pouco borrado, mas não se importou. Colocou o bilhete sobre a cama e partiu sem olhar para trás.
***
Na delegacia bruxa, depois de longos minutos de conversa, o chefe dos aurores pedia desculpas a Malfoy e Finnigan pelo tratamento despendido a eles. Simas tinha dito que pagaria por tudo pelo conserto do hotel, já que a idéia do duelo tinha sido dele. Draco foi liberado primeiro. Foi acompanhado por Tribiani para fora. O loiro vestia agora um sobretudo (emprestado por um dos aurores) por cima da cueca samba-canção:
-Hey, será que você sabe pra onde a minha mulher foi?
O auror balançou a cabeça positivamente e disse:
-Eu a levei de volta para o hotel. Quer que eu aparate com você também?
Draco ia dizer que não era preciso, mas o que saiu foi:
-Por que não?
Então Draco e Luigi aparataram no mesmo lugar onde o auror tinha aparatado com Gina:
-Obrigado. –Draco agradeceu com jeito superior, como se ele é que tivesse prestado um favor.
-De nada. -Tribiani respondeu, aparatando novamente.
Draco entrou no quarto:
-Virgínia? –chamou, vendo que ela não se encontrava no quarto.
Ele abriu a porta do banheiro e ela também não estava lá.
“Aonde diabos essa mulher se meteu?” perguntou-se.
Nesse instante olhou para a cama e viu o pedaço de pergaminho. Leu e quando terminou não conseguia acreditar. Ela o tinha abandonado...
“Como? Ela não pode fugir de mim!” Draco pensou, arrumando também suas coisas e vestindo-se propriamente da maneira mais rápida que conseguiu.
Saiu do quarto e passou na recepção para pagar e perguntou ao recepcionista, Fabrizio Buonarotti:
-Sr. Buonarotti, será que viu a minha mulher passando por aqui?
-Ah, não sei...Talvez se a gorjeta fosse maior... –comentou, inocentemente.
Draco atirou dez galeões e disse:
-Me diga se ela passou por aqui e para onde ela foi.
-Sim, a Sra. Malfoy passou por aqui e pediu que eu chamasse um táxi para o aeroporto Marco Polo.
-Hum, chame um táxi para mim também, irei até esse aeroporto.
Após cerca de meia hora, que parecera muito mias para o loiro, ele chegou ao aeroporto. Botou sua mala num carrinho e comprou uma passagem para o Aeroporto Internacional de Heatrow, tinha sabido por pessoas prestativas através de suborno que Gina tinha comprado uma passagem num vôo que iria pra lá.
Draco fez o check-in e agora procurava a ruiva, mas não estava obtendo sucesso algum. Resolveu parar para comer algo. Por não estar com muita fome, comeu um lanche e tomou uma coca-cola pequena. Só pensava em achar Gina. Aquela ruiva lhe tirara até a fome. Porque em condições normais ele sabia que teria comido bem mais. Apesar de abatido, o loiro não demonstrava isso. Andava com a pompa e ar superior de sempre. Ele estava vestido todo de preto, exceto pela gravata, que era azul petróleo. Carregava uma maleta e passaria facilmente por executivo aos olhos de qualquer trouxa. Esse era seu intuito. Se estava em meio aos trouxas, era melhor tentar não chamar muita atenção.
“Bem, apesar de não estar em Roma. O ditado ‘Em Roma aja como os romanos’ se encaixa bem.” Pensou.
Mas na realidade estava sim chamando atenção. Do público feminino, como sempre. Afinal, não é todo dia que se vê um homem com a beleza e o porte de Draco Malfoy. Porém, ele lançava olhares gelados a qualquer mulher que o olhasse demasiado. Não apenas porque elas eram trouxas, mas porque elas não eram a sua Virgínia. E tudo que Draco queria era a sua ruiva.
Ele estava se dirigindo, distraído, para o portão de embarque. Foi quando tropeçou em alguém que saía do banheiro feminino.
***
Desde o momento em que passou pela porta do quarto do hotel, Gina estava como uma pedra. Não demonstrava sentir nada. Seu rosto era inexpressivo e os olhos, apesar de ainda vermelhos, estavam secos. Foi mecanicamente que falou com o recepcionista do hotel e também foi mecanicamente que ordenou ao motorista do táxi que a levasse o mais depressa possível para o aeroporto de Veneza. Aliás, tudo o que fizera após escrever aquela carta fora mecânico. Virgínia parecia ter deixado uma parte de si naquela carta. Parecia estar apenas assistindo ao que fazia e não realmente tendo absoluto controle. Comprou uma passagem e fez o check-in. Voltaria para a Inglaterra e iria para a Toca. Lá pelo menos achava que seria mais difícil de Draco importuná-la. Foi ao banheiro. Ao sair da cabine, enquanto lavava as mãos, olhou-se no espelho. Mal podia se reconhecer. Seus olhos haviam perdido o brilho. Era como se a o sentido da vida tivesse sido roubado e ela fosse apenas uma alma partida a vagar num corpo por aí. Havia dor em seus olhos, mas eles não derramavam lágrimas, como costumavam fazer, tampouco pareciam que iriam fazer isso novamente. Era como se ela tivesse perdido a capacidade de chorar. Agora, a dor que sentia e não conseguia botar pra fora, fazia com que ela passasse mal. Era como se alguém estivesse apertando o seu coração e impedindo-a de respirar propriamente. Concentrou-se. Era difícil respirar. Após respirar profundamente por algumas vezes, sentiu-se um pouco melhor. Olhou para o relógio e percebeu que estava na hora de se dirigir ao portão de embarque. Saiu de cabeça baixa do banheiro, quando trombou em algo ou alguém.
Levantou a cabeça e começou humildemente a dizer desculpas:
-Desculpe, eu... –mas então viu que o estranho não era estranho, era Draco –O que faz aqui, Draco?
-Eu estava te procurando que nem louco, não vou deixar que escape de mim.
-Será que não compreende que está fazendo as coisas serem mais difíceis? Você não vai conseguir ser fiel e eu vou sofrer.
-Você não foi fiel também. –retrucou.
-E ainda vai ficar jogando isso sempre na minha cara. Não, muito obrigada. Adeus, Draco. –e começou a andar.
O loiro segurou-a pelo pulso:
-Eu serei sim fiel. Eu não consegui te trair, mesmo estando com muita raiva de você.
-Quem garante que você não transou com ela? –perguntou, descrente.
-Eu garanto. –disse, sério.
-Draco, por favor, me deixa. Eu vou voltar pra casa dos meus pais.
-Não, você não vai. Eu não vou deixar. Nós vamos pra Mansão Malfoy.
-Com que autoridade? –ela o desafiou.
-Eu sou o seu marido. –ele disse como se fosse óbvio –E eu estou mandando.
-Você não manda em mim, Malfoy. –disse irritada.
Draco estava fora de si. Não gritava, mas as bochechas dele estavam tingidas levemente de vermelho. Queria estar no controle, mas naquele momento não tinha controle nem sobre seus próprios sentimentos. Não sabia como se comportar. Sentia que estava perdendo o amor de sua vida e isso era a última coisa que gostaria que acontecesse.
-Mando sim. Você é minha, Virgínia. –e enlaçou a cintura dela.
-Seu egocêntrico possessivo. Eu não sou sua propriedade.
-Eu pensei que me amasse. –ele disse e a voz dele tornou-se desolada.
-E eu amo. Mas não posso ficar com você enquanto for assim.
O loiro respirou fundo. Não podia perdê-la:
-Je t'aime, Virgínia. Je suis désolé. –segurou as mãos dela, olhando-a nos olhos e com uma expressão de cão abandonado.
Gina puxou suas mãos de volta:
-Draco, dessa vez você não vai me impressionar falando francês.
-Lo siento. Ik ben droevig. Sono spiacente. Perdóname. Em quantas mais línguas eu vou ter que dizer pra você me perdoar?
Je suis desole
(Eu sinto muito)
Lo siento
(Eu sinto muito)
Ik ben droevig
(Eu sinto muito)
Sono spiacente
(Eu sinto muito)
Perdóname
(Eu sinto muito)
-Você quer que eu te perdoe, Draco. Mas eu já ouvi isso antes. É sempre a mesma coisa. A gente briga, depois de um tempo, isso é quando você pede perdão, o que não é sempre. Eu perdoei todas.. Mas depois sempre continua as mesmas coisas, os mesmo erros.
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
(repeat)
-Gina, desculpe por tudo o que eu fiz que te magoou. Eu prometo que vou mudar, eu só quero te fazer feliz.
Era sempre assim. Ela logo ficava tentada em desculpá-lo, mas agora seria diferente. Não podia continuar assim. As brigas estavam ficando cada vez piores e freqüentes então ou ele mudava ou não iria pra frente o casamento deles. E é claro, que Gina sabia que Draco não mudaria da noite para o dia. Precisava de incentivo. E qual incentivo maior do que ficar sob o risco de perdê-la?
-Não, Draco. Pára. Eu não quero ouvir mais. Não quero saber das suas desculpas.
O loiro não era bom em palavras, mas quando se tratava de pedir desculpas para Gina, ele se esforçava o máximo:
-Quem é que vai cuidar da minha moranguinho? –ele perguntou, passando a mão pelo rosto dela, num gesto cheio de carinho –Me perdoa.
-Eu já vi esse filme antes, Draco. Se eu te perdôo vai voltar tudo ao normal. Não posso levar isso adiante. Além do mais, eu sei sim cuidar de mim mesma.
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say you're sorry
(Por favor, não me peça desculpas)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
And I can take care of myself
(E eu posso tomar conta de mim mesma)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say 'forgive me'
(Por favor, não diga “Perdoe-me”
I've seen it all before
(Eu já vi tudo isso antes)
And I can't take it anymore
(E eu não suporto mais isso)
-Ah é? Mas esse “isso” a que você se refere tão displicentemente é o nosso casamento, Virgírnia! Eu pensei que se importasse. Como pode agir tão indiferentemente?
-Eu não estou agindo indiferentemente. Mas você passou dos limites, Draco. Você me chamou de... –respirou fundo ao sentir a voz falhar –prostituta. Você por acaso tem idéia de como me senti? –perguntou com visível mágoa e quando ele ia dizer algo, ela não deixou –Não, Draco. Não adianta pedir perdão ou inventar alguma desculpa. Estou farta das suas histórias de como foi criado. Você acaba sempre justificando os seus atos e erros por intermédio disso. Pare de ser fraco. Você já é um homem e não é metade do que pensa que é.
You're not half the man you think you are
(Você não é nem metade do homem que pensa que é)
Save your words because you've gone too far
(Economize sua saliva porque você foi longe demais)
I've listened to your lies and all your stories
(Eu ouvi suas mentiras e todas suas histórias)
(Listen to your stories)
(Ouça suas histórias)
You’re not half the man you’d like to be
(Você não é nem metade do homem que gostaria de ser)
O loiro abriu e fechou a boca por diversas vezes. Estreitou os olhos e sua voz era gélida como um dia de inverno:
-Oh, desculpe se eu não sou homem suficiente pra você, Virgínia. Não era o que parecia quando você dizia me amar. –foi sarcástico, tentando esconder a dor que sentia.
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say you're sorry
(Por favor, não me peça desculpas)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
And I can take care of myself
(E eu posso tomar conta de mim mesma)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say 'forgive me'
(Por favor, não diga “perdoe-me”)
I've seen it all before
(Eu já vi tudo isso antes)
And I can't take it anymore
(E eu não suporto mais isso)
“Pronto. Agora ele está fazendo com que me passe por carrasca. Outra tática dele. Fazer com que me sinta culpada.” Ela pensava, enquanto o encarava.
-Poupe-me, Draco. Já está se fazendo de coitadinho novamente? Eu te amei e continuo te amando. E por mais que eu sinta isso por você...Apenas não tenho mais certeza se amor é suficiente.
Ele respirou fundo, tentando ficar calmo e suportar a tensão que estava instalada em seu corpo:
-Gina, como pode dizer isso? Hoje mesmo você disse que nosso amor era capaz de superar qualquer coisa. Tudo o que vivemos não significa nada pra você.
-Sim, claro que significa. Muito mais do que possa significar pra você. Você sempre vem com conversa mole pra cima de mim e eu não resisto. Estou tentando resistir agora. Eu não estou feliz, você não está feliz. Eu nem sei porque eu me iludi pensando que podia fazer de você homem de uma só mulher. E não é apenas nesse aspecto que você nunca mudará. Você é mimado, egoísta, egocêntrico. Sempre achando que o mundo gira em torno do seu próprio umbigo. Eu fui realmente estúpida demais.
Don't explain yourself cause talk is cheap
(Não se explique, pois é conversa fiada)
There's more important things than hearing you speak
(Há coisas mais importantes do que ouvir você falar).
You stayed cause I made it so convenient
(Você ficou porque eu fiz isso ser tão conveniente)
Don't explain yourself, you'll never see
(Não se explique, você nunca entenderá)
-Se eu sou tudo isso que você diz, por que me aceitou?
-Eu te amo, Draco. Eu pensei que fosse o suficiente pra passar por cima das diferenças que existem entre nós.
-Mas eu posso mudar. Perdoe-me dessa vez, Virgínia e você verá. –ele insistiu, fazendo a cara de mais inocente e arrependido que pôde.
Gomenasai
(Perdoe-me)
Mujhe maph kardo
(Perdoe-me)
Przepraszam
(Perdoe-me)
Slicha
(Perdoe-me)
Forgive me...
(Perdoe-me...)
Ela mordeu o lábio inferior. Queria chorar, mas não conseguia. As lágrimas não saíam e a dor que sentia por dentro por não perdoar mais uma vez o homem que amava a consumia de maneira monstruosa. Abaixou os olhos, olhando para o chão e não conseguindo encarar aqueles olhos cinzentos eu tanto amava.
-Eu não posso, Draco. –e se ela estivesse olhando para ele, perceberia que os olhos dele haviam perdido o brilho e transmitiam profundo desespero e dor –Assim como você tem o poder de me fazer sorrir, também tem a mesma facilidade pra me fazer sofrer. Eu já ouvi antes as suas promessas. Não dá.
(Sorry, sorry, sorry)
(Desculpas, desculpas, desculpas)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
(repeat)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say you're sorry
(Por favor, não e peça desculpas)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
And I can take care of myself
(E eu posso tomar conta de mim mesma)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say 'forgive me'
(Por favor, não me diga “perdoe-me”)
I've seen it all before
(Eu já vi tudo isso antes)
And I can't take it anymore
(E eu não suporto mais isso)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say you're sorry
(Por favor, não me peça desculpas)
(Don't explain yourself cause talk is cheap)
(Não se explique, pois é conversa fiada)
I've heard it all before, And I can take care of myself
(Eu já ouvi tudo isso antes e eu posso cuidar de mim mesma)
(There's more important things than hearing you speak)
(Há coisas mais importantes que ouvir você falar)
I don't wanna hear, I don't wanna know
(Eu não quero ouvir, eu não quero saber)
Please don't say 'forgive me'
(Por favor, não diga “perdoe-me”)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
I've heard it all before
(Eu já ouvi tudo isso antes)
Draco não podia acreditar. O loiro podia ser crápula ás vezes com ela, mas a amava de verdade. Não podia deixar ela partir. Não podia deixar que ela saísse de sua vida. Apesar das brigas, ela havia ensinado Draco a ver a vida de outra forma. Ele não queria deixar de viver o único amor que teve em sua vida. Havia se casado com ela. Queria ter filhos, queria ter uma vida boa e feliz.
“E nada disso é possível sem ela.” Pensou.
Gina não esperava pela reação que ele teve. Sentiu as mãos dele deslizarem por sua cintura de maneira possessiva e selvagem, puxando-a de encontro a ele violentamente. A ruiva ergueu a cabeça para ver o que se passava nos olhos dele, ver sua expressão e também dizer para que a soltasse. Porém não disse coisa alguma. Sentiu um aperto ao olhar nos olhos dele e ver que estavam sem-vida. Antes que pudesse tirar qualquer conclusão, os lábios de Draco foram até os seus. Era um beijo desesperado e sedento. A ruiva tentava se soltar, mas ele a segurava mais e mais. Ele forçou a língua pela boca dela e Gina estava quase cedendo quando ouviu. Como se vinda de muito longe, ela ouviu a voz de uma mulher amplificada falando em italiano e em seguida em inglês que o vôo 2546 estava fazendo a última chamada para os passageiros. Era o avião que ela e Draco tinham comprado as passagens.
Fez a primeira coisa em que pôde pensar. Empurrou Draco com todas forças que conseguiu juntar e empurrou-o para longe de si. Gritou:
-SOCORRO, TARADO! ALGUÉM ME AJUDE!
-Virgínia, cala a boca! O que você tá fazendo? –ele ameaçou avançar para ela e calá-la com um ovo beijo, mas foi segurado por dois homens que vestiam uniformes –Hey, me soltem! Não se metam!
-Obrigada cavalheiros. –Gina agradeceu, dando as costas e indo correndo em direção ao portão de embarque.
-VIRGÍNIA! VOLTE! EU NÃO VOU TE PERDOAR! EU SOU SEU MARIDO, VOLTE AQUI AGORA MESMO!!!!! –ele gritou, perdendo totalmente a compostura, mas a ruiva sequer virou-se para trás.
-Fique em silêncio, Sr. –um dos guardas que o segurava disse –Vamos para a sala da polícia. O Sr. Terá que explicar direitinho a história de agarrar a Srta.
-Ela é minha mulher! –disse exasperado, mas não funcionou.
-Isso é o que veremos. –disseram, arrastando o loiro.
“Ah, detido de novo, não! Você me paga, Virgínia!” ele pensou, deixando a raiva sobrepor-se ao sentimento de vazio e perda que sentia.
N/A: Ok, não me matem. Levem em consideração que esse cap. Não demorou a sair. Sim, eu escrevi em 2 dias. Fi uma inspiração súbita, mas não se acostumem. E comentem, plz!!!!!!!! Façam uma autora feliz, eu mereço, neh? *autora faz cara de inocente*
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